Cem alunos participaram da aula inaugural
por Lunde Braghini,
A Universidade da Maturidade (UMA) do Distrito Federal foi inaugurada, na quinta-feira (16), no campus da Universidade de Brasília, em Ceilândia. Na cerimônia, cem alunos vestiram a camiseta amarela da UMA, que tem o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Semidh).
“Nós temos um período no Tocantins que é seco, com muitas queimadas, mas sempre há um ipê amarelo florindo na paisagem. Queremos que vocês mudem a paisagem do envelhecimento em Brasília”, disse o professor Luiz Sinésio da Silva Neto, da UMA de Tocantins, que inspirou o projeto local. O ipê amarelo é a marca da instituição.
Vice-coordenador da Universidade da Maturidade em Tocantins, Sinésio fez a vez de mestre de cerimônia, puxando os gritos de guerra da UMA e ensinando a dançar a música “Turma do gueto”, como aquecimento à primeira aula da instituição em Brasília, proferida pela professora Neila Barbosa Osório.
“O envelhecimento da população é uma revolução econômica, política e cultural”, frisou a professora Neila, na aula inaugural. Ela criticou a ausência de políticas públicas voltadas para a educação de pessoas mais velhas e idosos. E lamentou que projetos como a UMA ainda dependam basicamente de emendas parlamentares, pois sobrevivem sem uma política de Estado.
Ao falar em nome do reitor da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Márcio Silveira, a professora Zaira Nascimento rememorou um pouco do começo da história da Universidade da Maturidade.
Segundo ela, o projeto começou em Palmas (TO) há dez anos como um projeto de extensão universitária. Depois, espalhou-se por outras cidades do estado e do Brasil, como Campina Grande (PB), Curitiba (PR), Macapá (AP), Campo Grande (MS), e, agora, Ceilândia, no Distrito Federal.
Parceria – Coordenador de Políticas de Promoção de Direitos da Pessoa Idosa da Semidh, Marcio Valério Mendonça Tomaz, destacou a parceria do governo do Distrito Federal com a UMA. “Quando vemos uma aula inaugural de tamanha proporção, a gente sabe que está dando o passo certo, caminhando junto com vocês na direção de capacitar e empoderar a pessoa idosa para que ela saiba que tem seus direitos e lute e trabalhe por eles”.
“Vamos utilizar a educação como uma estratégia de formação de cidadania para um envelhecimento digno, para aprender, ensinar, nos integrar”, disse a professora Margô Gomes de Oliveira Karnikowski, coordenadora do pólo da Universidade da Maturidade em Ceilândia. “Não podemos viver a nossa velhice esperando a morte chegar ou usando o tempo de qualquer forma”, completou.
Maria Gonçala Dias de Almeida, moradora da Cidade Estrutural, que tinha ido só para conferir o evento, não resistiu à tentação: discretamente saiu do anfiteatro, onde ocorria a cerimônia, e voltou com a guia da ficha de inscrição preenchida e uma camisa amarela da turma dos ipês.
Nascida em 1º de janeiro de 1950 – “por isso não faço festa, o povo é que comemora” –, ela conseguiu ocupar uma vaga remanescente: “Conhecer é muito bom, não é? Quanto mais você conhece, mais você passa para as pessoas. O conhecimento é que liberta”, disse.
Diretora de avaliação do ensino superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a professora Cláudia Griboski disse que hoje há consciência de que “a gente aprende em todos os momentos de nossa vida”. Gilcilene Maria dos Santos, do Conselho Federal de Farmácia, foi mais longe: “Tenho certeza de que vocês vão nos ensinar muito mais do que aprender”.
A solenidade contou também com a presença de deputados federais e distritais e representantes de associações da sociedade civil, como Conselho dos Idosos do Distrito Federal, Clube de Saúde e Associação dos Profissionais de Saúde Pública do Distrito Federal.
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Ascom Semidh
3961-1782
Fonte: mulher/df.
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