A ONG internacional TETO preparou um impactante ensaio fotográfico para conscientizar sobre a extrema pobreza no Brasil.
Por Diego Iraheta,
As imagens retratam pessoas de uma comunidade carente de Guarulhos (SP), próxima ao aeroporto internacional. Elas seguram cartazes com manchetes de sites sobre celebridades, com ~notícias~ como o famoso que estaciona o carro ou a artista que é vista comendo pastel.
A ideia é comparar a baixa visibilidade que a imprensa dá para a miséria no País com a alta repercussão midiática de qualquer bobagem na rotina de artistas:
O diretor comercial da TETO, Pedro Oliveira, explicou ao Brasil Post o propósito da ação:
“Queremos evidenciar a pobreza no Brasil. Só conhecemos a fundo essa realidade quando colocamos o pé na lama e visitamos as favelas e comunidades, como fazemos todo fim de semana.”
A série de fotos pavimenta o caminho para a campanha #TETOColeta, que ocorre de 22 a 24 de maio.
Além de escancarar a realidade enfrentada pelos pobres no Brasil, a ONG vai aproveitar esses três dias para divulgar as suas realizações no Brasil e também recrutar voluntários.
Pedro Oliveira detalha ações da TETO:
“Nós trabalhamos com a superação da pobreza, por meio do desenvolvimento das comunidades. É um trabalho em conjunto com os moradores delas. Não ficamos atrás de uma mesa num escritório. A gente faz a identificação de um problema, a identificação de uma solução e a implementação dela. Tudo feito coletivamente, com voluntários do projeto e os moradores das comunidades.”
Um dos principais projetos, que mobilizam mais voluntários, é a construção de moradias de emergência para famílias muito pobres.
As imagens abaixo detalham o processo de transformação da paisagem urbana dacomunidade Dois Palitos, em Embu das Artes, na Grande São Paulo: antes da intervenção da Teto, durante a ação e com o projeto concluído.
“Temos projeto de casa pré-moldada de madeira para as comunidades, feito por engenheiro e arquiteto. O processo demora meses: selecionar as famílias, organizar espaços, comprar e entregar materiais. A construção por si [da casa popular] dura só dois dias. É um mutirão com voluntários e a própria família beneficiada. Todos pegamos no martelo.”
O diretor conta que a TETO articula com as subprefeituras de São Paulo para buscar os bairros de periferia onde há demanda por esse tipo de suporte habitacional.
A ONG também desenvolve projetos no Rio de Janeiro, na Bahia e no Paraná.
Pedro Oliveira espera que, durante a #TETOColeta, consiga engajar mais pessoas a participar como voluntárias. E a escrever histórias de superação — dos outros e delas próprias.
“Há quatro anos e meio, fui a uma atividade do TETO. Meu primo era voluntário, insistiu muito que eu fosse, e eu fui muito por curiosidade. Construímos uma casa em dois dias. Foi uma experiência tão transformadora que eu não larguei mais. Hoje durmo feliz e triste com as coisas que eu escuto e vejo nas favelas que visitamos todo fim de semana.”
O aprendizado do voluntariado é perene.
“A indignação de ver a realidade da extrema pobreza, com os próprios olhos, sentindo o cheiro e vivendo na pele, não te faz esquecer dessas cenas nunca mais. O contraponto é a energia que sai desse trabalho em conjunto, os aprendizados, dos voluntários e das famílias dessa realidade bem diferente da nossa.”
A ONG também aceita doações.
Mais informações no site da campanha.
Fonte: Brasil Post.
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