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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Severinas: as novas mulheres do sertão

A Pública – Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papeis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria.



Por Eliza Capai* para o site Racismo Ambiental,
“Cada um tem que saber o seu lugar: a mulher tem qualidade inferior, o homem tem qualidade superior.” É bem assim que fala, sem rodeios, um dos homens mais respeitados do município de Guaribas, no sertão do Piauí, pai de sete filhos (seis mulheres e um homem). “O homem é o gigante da mulher”, completa “Chefe”, como é conhecido Horacio Alves da Rocha na comunidade.

Para chegar a Guaribas são dez horas desde a capital, Teresina, até a cidadezinha de Caracol. Dali, 40 minutos de estrada de terra cercada de caatinga até o jovem município, fundado em 1997. Em 2003, Guaribas foi escolhida como piloto do programa Fome Zero. Tinha então o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, 0,214 – para efeito de comparação, o país com pior IDH do mundo é Burundi, na África com índice 0,355. Hoje, Guaribas tem 4.401 habitantes, 87% deles recebendo o Bolsa Família. São 933 famílias beneficiadas, com renda média mensal de R$ 182. O IDH saltou para 0,508.

Em todo o Brasil, o Bolsa Família atende a 13,7 milhões de famílias – sendo que 93,2% dos cartões estão em nome de mulheres. São elas que recebem e distribuem a renda familiar.

“Eu vivi a escravidão”, diz Luzia Alves Rocha, 31 anos, uma das seis filhas de Chefe. Aos três meses, muito doente, ela foi dada pelo pai para os avós criarem. Quando eles morreram, uma tia assumiu a menina. “Achei que ela não ia aguentar aquela vida de roça: era vida aquilo?”, pergunta a tia Delci. Luzia trabalhou na roça, passou fome, perdeu madrugadas subindo a serra para talvez voltar com água na cabaça. “Quando tinha comida a gente comia, se não, dormia igual passarinho”, diz. Trabalhava sem salário, sem nenhum direito trabalhista, sem saber como seria a vida se a seca não passasse e a chuva não regasse o feijão e a mandioca. Era “a escravidão”.

Quando a seca piorou, Luzia pensou em migrar para São Paulo. Foi então que chegou o programa social do governo: “Com esta ajudinha já consigo levar”, diz. Luzia decidiu ficar em Guaribas. Os filhos estudam. O marido e ela cuidam da roça.

“A libertação da ‘ditadura da miséria’ e do controle masculino familiar amplo sobre seus destinos permite às mulheres um mínimo de programação da própria vida e, nesta medida, possibilita-lhes o começo da autonomização de sua vida moral. O último elemento é fundante da cidadania”, analisam os pesquisadores Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzani, da Universidade de Campinas e da Universidade Federal de Santa Catarinas, no livro Vozes do Bolsa Família: Autonomia, dinheiro e cidadania. Durante a pesquisa, eles ouviram beneficiários do programa observando as transformações decorrentes do Bolsa-Família – em especial na vida das mulheres. Chegaram à conclusão que a mudança é grande: “Quando você tem um patamar de igualdade mínimo, você muda a sociedade. Claro que as coisas não são automáticas. Isto não pode ser posto como salvação da nação, mas é um começo.”

Luzia conseguiu realizar o sonho de diversas das mulheres ouvidas pela socióloga Walquiria Leão. Ela juntou R$ 50 e seguiu para o hospital da cidade vizinha, de São Raimundo Nonato para fazer laqueadura das trompas: “se tivesse mais filho a vida ia ser mais pior”. Segundo Walquíria, o desejo de controlar a natalidade foi manifestado por diversas das mulheres que ela entrevistou entre 2006 e 2011 em Alagoas, Vale do Jequitinhonha, Piauí, Maranhão e Pernambuco.

Serena, uma das filhas de Luzia, tem 8 anos e está na terceira série. Ela ajuda a arrumar a casa, já sabe cozinhar, ajuda na roça. Mas não perde suas aulas. Logo depois de cantar o alfabeto e os números, diz que quer ser “advogada e médica”. Quando perguntada sobre casamento, a pequena afirma, com a mão na cintura: “eu não vou casar, vou ser sol-tei-ra…”, diz, demorando nas sílabas.

Em maio o valor do Bolsa Família de Luzia saltou de R$ 70 reais para R$ 212. A mãe comemora: “Agora já posso comprar as coisas para minha filha: a sandália dela arrebentou e pude comprar outra”. No pé da menima, o calçado que custou R$ 7,50. “Primeiro comprei para a menina, num outro mês compro pra mim”, explica Luzia, com os pés descalços.

“Minha sina”

Do outro lado do vale que liga o centro de Guaribas ao bairro Fazenda, Norma Alves Duarte, 44 anos, vive numa casa de dois quartos. Na sala, paredes mal rebocadas mostram as marcas da massa corrida. No canto, um pequeno móvel com uma TV. A vida toda ela ajudou a mãe doente, quase não estudou – cursou até a segunda série. Como todas as mulheres dali, as atividades de criança incluíam colher feijão, pegar lenha e buscar água no olho d’água, que fica a dois quilômetros.

Norma tem 12 irmãos, 2 filhos e vive com o segundo marido – o primeiro a abandonou depois de 20 dias. “Era pau e cachaça. Aí depois arrumei o pai destes meninos. É bom mas é doido, vaidoso o velho, bebedor… Ele é bruto demais, ignorante que só. Fazer o que né? Destino é destino: quem traz uma sina tem que cumprir.”

“Esta palavra, sina, faz parte do que nós chamamos de cultura da resignação e acho que ela foi de fato rompida com o Bolsa Familia”, diz a socióloga Walquiria Leão.

No início do programa, Norma ganhava R$ 42 com seu cartão. Agora “tira” R$ 200. “Mudou, porque eu pego meu dinheirinho, compro minhas coisas, assim mesmo ele (o marido) xingando. Eu não dou ele, ele tem o dele. Ele não me dá nenhum real, bota para comer dentro de casa mas não me dá nem um real, nem dez centavos.” Para Walquíria Leão, “a renda liberta a pessoa de relações privadas opressoras e de controles pessoais sobre sua intimidade, pois a conforma em uma função social determinada, permitindo-lhe mais movimentação e, portanto, novas experiências”.

Mais divórcios

Ao saírem da miséria, “da espera resignada pela morte por fome e doenças ligadas à pobreza”, nas palavras de Walquiria, estas mulheres começam a protagonizar suas vidas.

No vilarejo de Cajueiro, a uma hora do centro de Guaribas por uma estrada de terra esburacada, a água ainda não chegou às casas. Elenilde Ribeiro, 39 anos, caminha com a sobrinha por um areial com a lata na cabeça, outra na mão. É ela quem cria a menina. “Não quero que ela sofra como eu sofri”, diz. Chegando na casa, o capricho se mostra nos paninhos embaixo de copos metálicos, na estante com fotos de família, o brasão do Palmeiras, e um gato de louça ao lado da imagem de Jesus. Do lado de fora, o banheiro – onde se usa caneca e penico –, um pátio bem varrido, uma horta suspensa, e uma pilha de lenha que Elenilde mesma coleta e quebra, apontando: “está aqui meu botijão de gás”.

Os olhos de Elenilde marejam quando conta ter sido abandonada pelo marido há treze anos, mas seu tom de voz muda ao falar do papel da renda em sua vida. “Tiro R$ 134 no meu cartão Bolsa Família mas para mim está sendo mil. Porque com este dinheirinho eu tenho o dinheiro certo para comprar (na venda) e o dono me confia. E eu sei que com isso, com ele me confiar, eu já estou comendo a mais”, explica. Elenilde também se livrou de trabalhar na roça dos outros em troca de uma diária de R$ 5. “Eu quando pego o meu dinheiro (do cartão) vou na venda, pago a conta mais velha e espero pela vontade do vindião, aí ele vai e me franqueia… E eu vou e compro de novo”. Segundo Walquíria Leão, isso tem ajudado a mulher a conquistar um novo papel na comunidade. “A experiência anterior de vida era sempre de ser desrespeitada, desconsiderada porque ela não tinha dinheiro”.

No final da mesma rua, Domingas Pereira da Lima, 28 anos, não se arrepende de ter abandonado o marido. “Ele ficava namorando com uma e com outra e eu num resisti, vim embora”. Prendendo o choro, ela continua: “Deixava eu com as crianças e se tacava no meio do mundo. A vida não é fácil mas vou levando a vida devagarzinho aqui.” Desde então, Domingas cuida dos quatro filhos com o apoio das irmãs e da mãe.

Em 2003, quando chegou o Fome Zero, foram solicitados 993 divórcios no Piauí. Em 2011 o número saltou para 1.689 casos. Dos casos não consensuais, 134 foram requeridos por mulheres em 2003; em 2011 esse número saltou para 413 – um aumento de 308%.

Ainda assim, na pequena Guaribas, a mulher ficar presa em casa em dias de festa, o alcoolismo e a infidelidade masculina são histórias contadas com naturalidade. “Vixi, aqui se conta nos dedos as mulheres que não apanham do marido”, é comum as mulheres dizerem.

Na delegacia da cidadezinha, o delegado explica que por ali o clima é sempre “muito tranquilo, sem nenhuma ocorrência. Só umas brigas de casal, coisa que a gente aconselha e eles voltam” diz.

Mirele Aline Alves da Rocha é uma das que se conta nos dedos. Aos 18 anos, a bonita jovem explica: “Apesar da minha idade já ser avançada para os daqui, eu não estou nem aí para o que eles falam. Eu quero é estudar”. A maioria das amigas se casaram aos 13 anos. Já Mirele, soteira, cursa o terceiro ano do Ensino Médio na escola estadual de Guaribas, onde vive com a tia – os pais moram no município de Cajueiro. O cartão do Bolsa Família está no nome da mãe, que recebe R$ 102 por Mirele e pelo caçula de nove anos. Ambos estudam. “Eu vejo a realidade da minha mãe e não quero seguir pelo mesmo caminho. Eu quero estudar para ter um futuro, para ser independente, para não ficar dependendo de um homem”, decreta a jovem.

No primeiro bimestre de 2013, em Guaribas, a frequência escolar atingiu o percentual de 96,23%, para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos – o equivalente a 869 alunos – e 82,29% para os jovens entre 16 e 17 anos, de um total de 175.

Mirele vai fazer o Enem e “ver o que dá”. Para cursar faculdade ela terá que sair de Guaribas mas planeja se graduar e voltar: “Gosto mesmo é daqui”.

“Nunca é demais lembrar que nossa pobreza não é um fato contingente, mas deita raízes profundas na nossa história e na forma de conduzir politicamente as decisões estatais”, avalia Walquiria. “O Bolsa Família deveria se transformar em política publica, não mais política de um governo”. “É um processo, um avanço que mal começou. E ainda é muito insuficiente. Mas quem narra uma história tem que ser capaz de narrar todos os passos desta história”, finaliza.
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*Eliza Capai é documentarista independente, autora do filme Tão Longe é Aqui. Esta reportagem foi realizada através do Concurso de Microbolsas de Reportagem da Pública.


MEC anuncia programa de intercâmbio para negros e indígenas

O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quarta-feira (28) um programa de intercâmbio voltado para estudantes do ensino superior negros e indígenas
 | Foto: Flávio Dutra (Divulgação UFRGS)

Da Agência Brasil,
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quarta-feira (28) um programa de intercâmbio voltado para estudantes do ensino superior negros e indígenas. O Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento será desenvolvido em parceria com Universidades e Instituições Comunitárias de Ensino Superior Historicamente Negras nos Estados Unidos. Parte das bolsas de estudo será oferecida pelo Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e parte será destinada aos cursos de humanas.

As Universidades Historicamente Negras foram criadas na década de 60 com a missão de educar negros, sendo abertas, no entanto, a indivíduos de todas as etnias. Para aderir ao programa, as universidades devem ter comprovada excelência. São mais de 100 instituições com essas características nos Estados Unidos.

Segundo Mercadante, 18 reitores estão no Brasil para detalhar o programa Abdias Nascimento, cujo nome é uma homenagem ao político e ativista social brasileiro defensor da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Eles deverão definir quantas vagas serão ofertadas aos estudantes brasileiros negros e indígenas.

As bolsas ofertadas pelo CsF serão para as áreas prioritárias do programa, que são ciências exatas (matemática e química), engenharias, tecnologias e ciências da saúde. Mercadante disse que serão oferecidas vagas também para a área de humanidades, para a formação de professores, “o que faz sentido, pela especificidade [do novo programa]“, explica.

O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Paulino Cardoso, diz que o programa é uma ação muito importante para que os pesquisadores negros deem um salto na educação brasileira. “Hoje o Brasil, e principalmente aqueles que fazem parte de um grupo dirigente, dividem-se entre aqueles que têm e aqueles que não têm uma experiência internacional, sejam eles estudantes de graduação, sejam professores. O programa vai permitir a intensificação do intercâmbio entre esses estudantes e da língua inglesa no país”.

Fonte: SUL21.

Em defesa da Lei Maria da Penha e para além dela


     Passados sete anos desde a sua promulgação, a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006) inegavelmente caiu na boca do povo. Para o gosto de muitas pessoas e o desgosto de outras tantas – sobretudo tantos −, 98% da população sabe da existência desse instrumento legal, segundo informações apresentadas pelo Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular. De conversas entre amigas a tema de samba da Alcione, passando por inúmeros debates públicos e oficinas de sensibilização, o assunto tem ocupado corações e mentes Brasil afora. O aumento vertiginoso de 600% das denúncias registradas por meio do serviço Ligue 180 do governo federal serve como mais uma prova disso. 

Alcione – Maria da Penha, CD De tudo o que eu gosto (2007)

     Todavia, como observou a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), o modus operandi do Judiciário segue figurando como um ponto frágil nesse esforço de combate à violência contra as mulheres. Entre as queixas, fala-se, por exemplo, da demora em expedir medidas protetivas em favor das denunciantes. Não fosse isso suficientemente grave, bem neste mês, fui chamada atenção para outro problema envolvendo a postura de juízes perante casos que saem das delegacias qualificados pela Lei Maria da Penha. Trata-se do arquivamento de denúncias pelo fato de a autoridade não compreender a situação mencionada como exemplo de violência familiar ou doméstica, valendo-se de um entendimento limitado sobre esse conceito.

     Não tenho como dimensionar a frequência com que isso tem se dado, mas o relato feito por uma jovem de vinte anos me fez suspeitar de que pode ser mais comum do que eu nem sequer supunha que ocorresse. Sim, vira e mexe, eu ainda me pego subestimando a perversidade e injustiça reproduzidas quando se pressupõe o respeito aos direitos de determinadas pessoas.

     Em resumo, eis o que me foi relatado: Por aproximadamente três meses, a moça viveu um relacionamento descompromissado (ficou) com um rapaz poucos anos mais velho. A convivência constante, embora não implicasse um pacto de fidelidade, era o suficiente para manifestações de ciúmes (posse) de ambos os lados. Tudo já ia mal até o rapaz, que nutria esses mesmos vínculos com outras garotas, resolver ridicularizá-la na frente de um grupo de amigos. Isso gerou uma discussão que acabou resultando em agressão física entre os dois. A moça foi, então, à delegacia de polícia e o agente enquadrou o ocorrido na Lei Maria da Penha, enquanto o rapaz buscou se defender alegando que ela teria estragado o carro dele. A agressão física foi comprovada no Instituto Médico Legal, mas a avaria no carro não. Como esse jogo de forças não seria resolvido ali, o caso seguiu para o Juizado. No dia da audiência, que não durou cinco minutos, o juiz perguntou: “Vocês eram namorados ou isso era só um caso?”. Ela se assustou com a pergunta e não disse nada. O juiz prontamente completou: “Ah, isso era um caso. A Lei Maria da Penha não se aplica aqui. Vamos arquivar. Ontem, apareceram dois casos como esse aqui. Os dois foram arquivados também”.

     Ao passo que a denúncia da moça era desqualificada, o rapaz era encorajado a reforçar a sua alegação, e assim o fez, afirmando perante o juiz que ele levaria adiante a denúncia sobre os danos em seu carro, jogando na mesa um monte de notas fiscais; e a coisa foi assim encaminhada. Neste momento, a moça aguarda ser convocada para nova audiência no Juizado de Pequenas Causas, quando, em vez de vítima, ocupará o lugar de acusada...


     Não deixa de ser no mínimo tacanha a atitude de um juiz alegar jurisprudência para arquivar mais um caso como aquele em virtude de os envolvidos não terem um relacionamento dentro do padrão considerado adequado, mas foi isso que aconteceu. Ocorre, porém, que a Lei Maria da Penha não exclui esse tipo de situação e, portanto, estabelece garantias para que episódios como esses também sejam considerados. Senão, vejamos o conteúdo do artigo 5º, do Capítulo I, sobre as Disposições Gerais, com destaque para o inciso terceiro:

Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
     Diante do que dispõe a lei, outras inquietações me são suscitadas. Ainda que a maioria dos casos de violência contra a mulher ocorra no ambiente familiar e/ou doméstico, acredito que não se pode ignorar essa outra parte da realidade que o episódio mencionado encerra. A alegação da falta de um relacionamento “sério” não deve servir para legitimar qualquer tipo de agressão. É necessário, portanto, cuidar para que a recorrência desse desfecho não enfraqueça a confiança das mulheres no recurso à lei para se defender. Afinal, sabemos muito bem que o que faz um juiz ou juíza tomar essa decisão é o mesmo que o/a deixa tranquilo/a para protelar a garantia de proteção à integridade física das mulheres que denunciam seus maridos ou namorados, a saber, o machismo. E, na medida em que o racismo e o preconceito de classe atuam de forma articulada nesse cenário, a vulnerabilidade de nós, mulheres negras, tende a aumentar exponencialmente.

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*Ana Flávia Magalhães Pinto responde pelo blog Por falar em liberdade…, é doutoranda e mestre em História, jornalista e integrante do Coletivo Pretas Candangas.

Fonte: ACordaMacha.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mundo relembra discurso de Martin Luther King nos Estados Unidos

Nesta nesta ultima quarta (28), a população voltou às ruas de Washington para lembrar o discurso que Martin Luther King improvisou para 250 mil pessoas. Há meio século, eles sonharam juntos com um país sem divisão racial.

O mundo lembrou nesta quarta-feira (28) os 50 anos de um discurso histórico que pediu o fim da segregação racial nos Estados Unidos.

Há meio século, eles sonharam juntos com um país sem divisão entre negros e brancos. Nesta quarta (28), voltaram às ruas de Washington para lembrar o discurso que Martin Luther King improvisou para 250 mil pessoas.

"Eu tenho um sonho que meus filhos um dia vão viver em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”.

Nessa quarta, nem todo mundo conseguiu participar da festa.
Com poucos acessos e revista rigorosa, filas imensas se formaram. Na escadaria do memorial em homenagem a Abraham Lincoln, artistas, militantes e ex-presidentes lembraram que o desemprego alto entre os negros e o preconceito ainda são grandes desafios.

O momento mais esperado e mais simbólico: 50 anos depois, no mesmo lugar onde discursou Martin Luther King, em uma quarta-feira como em 1963, outro líder negro fala à nação. Agora, como presidente do país.

Barack Obama disse que ninguém vai igualar o brilho de Luther King, que morreu assassinado em 1968. "Porque eles continuaram marchando, 50 anos atrás. A América mudou, a Casa Branca mudou, e o país se tornou mais justo com as minorias”, disse.

O presidente lembrou que a sombra da pobreza ameaça os jovens, e concluiu: "Quando milhões de americanos, de diferentes raças e religiões se unem, temos uma nação indivisível, com liberdade e justiça para todos".

O publico saiu dividido. Uma mulher lembrou que mais do que simbolismo, espera do governo ações concretas. Para outra, foi um momento histórico.

Confira parte do discurso de Martin Luther King, há 50 anos atrás:
 

Fonte: G1.

Ouvidoria da SEPPIR pede apuração e providência à Polícia Federal para caso de racismo com médicos de Cuba



A Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) solicitou formalmente à Diretoria Geral da Polícia Federal, em Brasília, que fizesse o devido levantamento acerca dos fatos envolvendo a pessoa de Micheline Borges, identificada na rede social Facebook como sendo jornalista, natural do Rio Grande do Norte, que publicou declaração dizendo que “as médicas cubanas têm cara de empregada doméstica”.

Por ter causado constrangimento e ofendido cidadãs e cidadãos de todo o país, além de ter sido alvo de muitas críticas e de denúncias feitas à própria Ouvidoria, anexadas ao ofício, o ouvidor da SEPPIR, Carlos Alberto Junior, solicitou ainda que a PF tome as providências necessárias e que as comunique à Ouvidoria. A solicitação de apuração do fato também foi encaminhada para o Ministério Público Federal.

A agressão na rede social foi um dos diversos episódios de preconceito contra os 400 profissionais cubanos recém-chegados ao Brasil para participar do programa Mais Médicos. Na opinião do ouvidor da SEPPIR, “trata-se de caso de racismo explícito contra a população negra cubana e, neste caso específico da ‘jornalista’, contra toda a população negra brasileira”. 

“Como se não houvesse absurdo bastante, tentam desqualificar as médicas cubanas comparando-as a empregadas domésticas – profissão eminentemente de população negra no Brasil e também afrontada na declaração. É necessário ressaltar que não há demérito em ser empregada doméstica. Porém, a comparação deixa explícita a intenção de desqualificar e menosprezar a categoria profissional que chega ao país para atender 11 milhões de brasileiros em 700 municípios ”, explica Carlos Alberto Junior.

A Ouvidoria Nacional tem o condão de encaminhar as manifestações e denúncias da população. Foram colhidas manifestações nas redes sociais e encaminhadas para o Departamento da Polícia Federal que tem a prerrogativa de apuração de responsabilidade dos autores do crime, bem como da retirada da postagem racista e discriminatória do canal onde foi veiculado.

“Entendo que a jornalista agiu de forma racista e o crime está previsto no artigo 20 da Lei nº. 7716/89: ‘Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional’, tendo uma pena de 01 a 03 anos e multa”, acrescenta. 

Além de encaminhar as denúncias contra a suposta jornalista, a Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial já iniciou um diálogo com a Ouvidoria Geral do Sistema Único de Saúde (SUS) para viabilizar uma campanha de conscientização e informação de toda rede SUS, por meio da sua Central e dos Ouvidores e Ouvidoras do SUS nos estados e municípios. 

“É necessário lembrar que racismo é crime e frisar que os estrangeiros têm os mesmos direitos dos brasileiros e não podem ser vítimas deste crime no Brasil”, instrui o ouvidor. Em caso de agressão deste tipo, o estrangeiro deve procurar a autoridade policial mais próxima e solicitar que faça cessar a ação criminosa, caso ainda esteja ocorrendo; em caso de flagrante, o autor do crime de racismo deve ser preso; a vítima deve permanecer no local do fato e identifique possíveis testemunhas.

É importante registrar a ocorrência. Se o crime já aconteceu e não foi possível acionar a autoridade policial, assim que puder, a pessoa ofendida deve procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima de onde ocorreu o fato para denunciá-lo.

Fonte: SEPPIR.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

3ª BIENAL DO B - POESIA E LITERATURA 2013


BIENAL DE POESIA

A Bienal é um evento de poesia onde artistas se encontram com poetas para mostrarem seu trabalho para o povo. Na rua, em frente ao açougue, grandes nomes compartilham suas experiências, suas obras mais belas e seu amor pela cultura. Embora seja nomeada BIENAL, acontece todos os anos. Idealizado pelo açougueiro Luiz Amorim, o evento acrescenta no seu currículo cultural que contribui para Brasília. A cada ano uma ideia diferente destaca a bienal entre os melhores eventos.

Banca literária, onde os escritores e artistas mostram sua arte, música ao vivo com bandas locais, teatro de bonecos para a criançada e muitas outras coisas. A tradução em libras coloca o evento a frente de outros projetos, pois visa a inclusão de todos e o acesso a cultura é o lema.

A Bienal do B surgiu quando a II BIP - Bienal Internacional de Poesia foi cancelada pela Secretaria de Cultura do GDF. A não realização do evento foi um constragimento para o organizador que já tinha convidado grandes nomes da poesia como Ernesto Cardenal, Oswaldo Montenegro, Augusto de Campos, Ferreira Gullar, Rui Espinheira Filho, Marina Colasanti, Jorge Ariel Madrazo e vários outros nomes da cidade. Nós do Viva Arte resolvemos ir até o Antonio Miranda e propor um solução alternativa que seria o "plano B". Aí então surgiu o nome Bienal do B poesia e literatura na rua.Aceitando o convite, partiu imediatamente para a organização do evento. A Bienal do B tornou-se um sucesso e acontece anualmente em frente ao Açougue Cultural T-Bone.

veja como foram as edições anteriores:
2011


2012


Confira agora a programação para os proximos dias e mais informações!
Fonte: T-Bone Cultural .

Cubano xingado por jovens médicas brasileiras comenta episódio

Médico cubano vaiado diz não entender hostilidade: “Vamos para onde eles não querem ir. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Brasil. Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho. Não somos escravos. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário”

Um dos médicos cubanos vaiados na noite de anteontem por um grupo de brasileiros em Fortaleza, Juan Delgado, 49, disse que não entende as razões da hostilidade. “Vamos ocupar lugares onde eles não vão”, disse.

Médico cubano Juan Delgado foi hostilizado na última segunda-feira. (Foto: O Povo)

Uma foto (acima) flagrou o momento em que Delgado era vaiado por duas brasileiras de jaleco branco.

Ele e outros estrangeiros foram cercados em um protesto do Simec (Sindicato dos Médicos do Ceará), ao sair do primeiro dia do curso do programa Mais Médicos.

“Me impressionou a manifestação. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Brasil. Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho”, afirmou ele.

O médico disse que veio ao Brasil por vontade própria e que já trabalhou no Haiti.

“Isso não é certo, não somos escravos. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário”, afirmou. “Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência”, completou. Delgado diz acreditar, no entanto, que “não são todos” os médicos brasileiros que rejeitam a presença dos cubanos e acha que será possível dar assistência aos brasileiros mesmo em condições de infraestrutura precária.

“O trabalho vai ser difícil porque vamos a lugares onde nunca esteve um médico e a população vai precisar muito de nossa ajuda“, disse.

Ele afirmou ainda que o desconhecimento da língua portuguesa não será um empecilho e que a população brasileira “aceitará muito bem os cubanos”.

“Nenhum de nós vai voltar a Cuba. Estamos com vontade de começar logo a trabalhar e atender a população.”

Fonte: FolhaPress.

Jornalista diz que médicas cubanas “parecem empregadas domésticas”

Jornalista brasileira causa revolta ao lamentar chegada de profissionais de Cuba ao Brasil: “médicas cubanas têm cara de empregada doméstica; será que são médicas mesmo? Coitada da nossa população”


Jornalista Micheline Borges diz que médicas cubanas parecem empregadas domésticas. Ela deletou sua conta no Facebook após as declarações preconceituosas (Reprodução)

A chegada de profissionais de saúde cubanos no Brasil revela a face mais hipócrita, egoísta e retrógrada de parte da sociedade brasileira, provocando reações que causam constrangimento em qualquer brasileiro com o mínimo de bom senso.

No Ceará, médicas brasileiras hostilizaram sem nenhum pudor médicos cubanos que participavam do primeiro dia de curso. Em Minas Gerais, o presidente do Conselho Regional de Medicina, João Batista Gomes Soares, afirmou que orientará seus médicos para não socorrerem pacientes que sejam vítimas de “possíveis erros” de cubanos. A declaração do presidente do CRM/MG deflagra um claro estímulo ao crime de omissão de socorro.

Nas redes sociais os posicionamentos não são menos desastrosos. O mais recente foi o da jornalista potiguar Micheline Borges, que afirmou que as médicas cubanas “têm cara de empregadas domésticas”, questionando se as profissionais da ilha caribenha são realmente formadas em medicina.

Em outro trecho, ela reitera sua reclamação a respeito da imagem dos profissionais cubanos. “Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência”.

Após a repercussão, Micheline Borges deletou sua conta do Facebook.

(Atualização)

Micheline Borges pediu desculpas no Twitter pelo que falou sobre as médicas cubanas. “Sou inteligente para mudar de opinião”, disse. “Errar é humano, reconheço o erro”, complementou, pedindo paz.


Micheline Borges utilizou o twitter para pedir desculpas sobre declaração dada no Facebook (Reprodução)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Mordomo

Oprah Winfrey e Forest Whitake em cena do filme O Mordomo (Reprodução)

“O Mordomo” examina questão racial ao longo das décadas nos EUA. Filme de Lee Daniels é inspirado na história de Eugene Allen, que trabalhou na Casa Branca durante o mandato de oito presidentes

O filme “O Mordomo” começou como uma história de pai e filho em meio ao movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, mas acabou se tornando um drama histórico sobre amor, família e igualdade racial.

O diretor Lee Daniels se inspirou na vida do mordomo negro Eugene Allen, que trabalhou na Casa Branca durante os mandatos de oito presidentes norte-americanos.

O filme narra as mudanças no cenário político e nas relações raciais entre a década de 1920 e a eleição de Barack Obama, primeiro presidente negro do país, em 2008.

“Foi uma homenagem para o meu filho, para mim e para o meu pai, e então ganhou vida própria, porque comecei a perceber que agora há outras coisas”, disse Daniels, indicado ao Oscar em 2009 pelo drama racial “Preciosa – Uma História de Esperança”.

O filme traz Forest Whitaker no papel principal e a apresentadora de TV Oprah Winfrey como Gloria, a mulher do mordomo.

Trailer, O Mordomo:

Fonte: Geledes.

“Comer uma mulata” não lhe fará menos racista


“Deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata!”. A seguir, cinco considerações sobre elogios racistas

Por: Charô Nunes para o Blogueiras Negras,
Elogio racista é toda demonstração de admiração, afetividade ou carinho que se concretiza por meio de ideias ou expressões próprias ao racismo. Com ou sem a intenção de, que fique bem claro. Um dos mais conhecidos é o famoso “negro de alma branca” que nossos antepassados tanto ouviram. Mas não são apenas nossos homens que conhecem muito bem os elogios racistas. Nós mulheres negras também somos agraciadas com esses pequenos monstrinhos, usados inadvertidamente por amigos, familiares. Muitas vezes até por nossos parceiros.

Decidi fazer uma lista com 5 elogios racistas (e sexistas, diga-se de passagem) que muitas de nós escutamos quase que diariamente. Alguns são consenso, acredito. Outros nem tanto. Fico aguardando ansiosa para que você, mulher negra, deixe seu comentário dizendo se também acontece com você.Se concorda, se discorda. E sobretudo, o que você faz para deixar bem claro que o elogio racista pode ser tudo, menos bem vindo e apreciado.

01. “Você é uma morena muito bonita”

Esse é o elogio racista que mais escutei em toda minha vida. Minhas primeiras lembranças são do tempo da escolinha. Mesmo mulheres como Adriana Alves ainda são chamadas de morenas, pois se acredita que chamar alguém de negra é uma ofensa racial. Se você precisa se expressar, tente um simples “você é bonita ou atraente”. Ou ainda “você é uma negra linda”, o que, dependendo do contexto pode ser tão ruim quanto.

Mas em hipótese alguma diga que uma negra é morena, moreninha, morena escura. Que não é negra. Isto sim é racismo dos graúdos, pura e simplesmente. Quando acontece comigo, digo que não sou morena e nem moreninha, sou n.e.g.r.a. O bom é que, dependendo de como essa resposta é dada, a pessoa já se toca que ela não deveria ter começado oconversê, que simplesmente não estou disponível para esse tipo de diálogo. Nem com conhecidos, muito menos com estranhos.

02. “Seu cabelo é muito bonito, posso pegar?”

Há alguns anos atrás, uma senhora ultrapassou todos os limites de uma convivência pacífica ao se aproximar de mim, cheia de dedos, me tocando sem permissão e dizendo que eu tinha uma “peruca muito bonita”. Não retruquei de caso pensado, antecipando seu constrangimento por jamais ter cogitado que uma mulher negra pudesse ter um cabelo comprido, ao natural. Minha vingancinha, e sou dessas, foi olhar aquela expressão de arrependimento por ter percebido o que fez.

Alek Wek também é uma modelo de traços delicados 
(Imagem / Blogueiras Negras)

Entendo que simples visão de uma negra com cabelo natural pode ser inebriante. Que persiste a completa desinformação sobre o nosso cabelo. Porém, isso não justifica o toque sem permissão. Não importa se é cabelo natural ou não. A menos que você conheça muito bem a pessoa, não toque em seu cabelo sem consentimento. Eu iria mais longe. Para mim a boa etiqueta simplesmente reza que não se deve nem mesmo pedir para tocar o cabelo de uma pessoa desconhecida.

03. “Você tem os traços delicados”

Dizer que uma negra tem traços “delicados” muitas vezes tem a ver com a ideia de que será bonita se tiver uma expressão “fina”, leia-se semelhante a de uma pessoa branca. Como se determinado tipo de nariz (ou bochechas) fosse exclusivamente dessa ou daquela etnia. Uma de suas variantes é outra expressão igualmente racista – “você é uma mulher negra bonita” – algo que ao meu ver é a mesma coisa de dizer que “você é bonita para uma negra”.

Afinal, qual a dificuldade de dizer que uma mulher negra simplesmente é… Uma mulher bonita? Porque Alek Wek tem de ser descrita como uma “mulher negra bonita” enquanto as mulheres brancas são apenas “mulheres bonitas”? Mais uma vez, toda a sutileza do elogio racista. Ele reconhece que você é uma pessoa admirável, mas sempre fazendo questão de te colocar “no seu lugar”, como se algumas fronteiras jamais pudessem ser cruzadas.

04. “Você tem a bunda linda”

Essa é uma opinião que certamente não é unânime. Faço questão de expressá-la como uma provocação que representa o pensamento de uma parcela significativa de mulheres negras. Para muitas de nós, esse comentário expressa ahiperssexualização a que somos historicamente submetidas como exemplifica a triste biografia de Saartjie, denominada a Vênus Hotentote, exposta como atração circense em função da admiração que suas nádegas causaram na Europa do século XIX.

Mulata da Leandro de Itaquera (Reprodução)

Apesar de todo respeito que tenho por tudo aquilo que acontece entre duas pessoas, preciso considerar a tradição racista secular desse tipo de discurso. Trata-se de reduzir a mulher a um pedacinho do seu corpo, desconsiderar sua humanidade, transformá-la num pedaço de carne exposto no açougue como aconteceu e acontece diariamente. Meu conselho é pergunte antes se a mulher a quem você pretende cumprimentar tem a mesma leitura desse tipo de elogio.

05. “Você é uma mulata tipo exportação!”

Esse elogio ainda o tratamento dispensado à mulher negra no seio da senzala, da casa grande. O pensamento que nos reduz em brinquedos sexuais. Dizer que uma mulher negra é uma “mulata tipo exportação” é esquecer uma tradição escravocrata secular, que transforma a mulher negra em “peça” que alcançará boa cotação no mercado onde a carne mais barata é a nossa. O nome desse mercado é exotificação. Em alguns casos, hiperssexualização.

Infelizmente também estamos falando sobre o modo racista com que as mulatas de escola de samba, mulheres que respeito e admiro, são mostradas e consumidas. Mulheres que levam o samba no pé, no sorriso, na raça. Que, ao invés de serem uma referência de beleza, são vendidas como frutas exóticas na temporada do carnaval. Mulheres que recentemente tem sido preteridas por “personalidades da mídia” em nome de uma pretensa “democracia racial” e muitas vezes com a anuências de algumas agremiações.

Qual é a sua opinião?

Porém, preciso dizer que os elogio racistas podem (e devem) subvertidos. Quando o assunto são as mulatas de quem já falei aqui, isso é bastante evidente. Ser uma mulata exportação também atesta um padrão de excelência e traduz qualidades como perseverança, força. Minha professora de dança adora dizer que a graça de uma bailarina é diretamente proporcional à sua força. Mulatas são a expressão mais concreta desse enunciado.

Por isso fiz questão de usar como título desse post, um trecho do poema de Elisa Lucinda, Mulata Exportação, que resume tudo o que tentei dizer até aqui: “deixar de ser racista, meu amor, não é comer uma mulata” como muita gente gosta de pensar. E acrescento, “opressão, barbaridade, genocídio, nada disso se cura trepando com uma escura!”. Muito menos tecendo elogios racistas, diga-se de passagem. Quem o diz é a mulata exportação do poema. Sou eu, somos todas nós que já ouvimos essas porcarias.

Confesso que essa lista tem algo de muito pessoal, cujas entrelinhas tem muitas dedicatórias alimentadas por ironia. Nem por isso menos pertinente. Por isso adoraria ouvir a opinião de vocês. Esqueci algum elogio racista que te incomoda? Que te fez espumar de ódio, revirar os zóios e dizer algumas verdades? Você também acredita que esse tipo de comentário, como tudo aquilo que é racista e preconceituoso, diz muito sobre a pessoa que o faz do que sobre a pessoa a quem se destina?

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Texto revisado / Pragmatismo Político

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Transporte Público - Long MC


Por Makão Aborigene,
Um bom Rap pernambucano, expressando a luta diária de todos e todas nós.

Música: Transporte Público
Artista: Long MC
Participação: Samuel negão
Produção musical: Estúdio Edmar Lira
Clipe produzido por Hugo Acioly

Um bom dia se faz lutando!
Fonte: HugoAcioly.

Jovens Brancos Tem Nome, Jovens Negros Tem Nome e Adjetivo


Não gosto muito de falar sobre essa temática, mas para mim não é nenhum tabu. Apenas não gosto de me deter naquilo que adoece as pessoas, não por vírus que estejam nelas, mas pelas endemias de seus entornos. O preconceito é endêmico!

De modo geral não enfrento muitas situações desse tipo, pois as pessoas de todas as cores gostam de conviver comigo, me acham uma pessoa legal, inteligente, sei cantar, dançar, me expressar e dinamizo ambientes. Portanto, consigo “me safar” num mundo onde o negro é visto quase sempre de uma forma diferente.

Os jovens brancos tem nome e os jovens negros costumam ter nome e adjetivo. Por exemplo, João e Pedro são amigos de Maria. João é negro, Pedro é branco. Maria vai falar de seus amigos para outra amiga e diz: Amanhã vou sair com Pedro e João (aquele meu amigo negro). É instantâneo, quase sem perceber, mas o é! Uma peste!

Mas, o pior é a delimitação de ambientes. Apesar de o país ter maioria de sua população autodeclarada de cor negra, muitos ambientes no país, mesmo sem admiti-lo são restritivos. Pessoas negras que entram em um desses ambientes recebem tantos olhares que os evitam.

Um dia vi uma família de pessoas negras andando num domingo por uma rua de um bairro da zona oeste da cidade de São Paulo, como se estivessem em busca de um restaurante… mas estavam tímidas, olhares distantes, como se tivessem medo. É a peste do preconceito que bloqueia aqueles que respiram o ar onde o mesmo ocorre.

Nessas horas dá vontade de chorar, pois pensamos o quanto isso restringe as possibilidades de crianças e jovens que crescem sem liberdade.

O PRECONCEITO É UMA DOENÇA QUE ADOECE, BLOQUEIA E RESTRINGE.
E SÓ QUEM É OU CONVIVE COM SABE DO QUE ESTOU FALANDO.

Fonte: Blog Dinalemanha.

Quem é mesmo a escrava?


A médica cubana Natasha Romero Sanches, que disse que seu salário é suficiente, ou a colunista Eliane Cantanhêde, que afirma que profissionais como ela vieram ao Brasil num "avião negreiro"? Quem se deixou acorrentar pelos grilhões da ideologia: a doutora negra que diz trabalhar pela vocação de salvar vidas ou os jornalistas que a enxergam como uma escrava e se obrigam a atirar pedras em qualquer iniciativa do governo Dilma, seja por interesses políticos ou econômicos dos seus patrões?

A negra Natasha Romero Sanches, de 44 anos, é uma doutora cubana. Formou-se por uma universidade pública e, neste sábado, desembarcou no Brasil. Já nesta segunda-feira, passará por um treinamento na língua portuguesa, antes de ser enviada a um dos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum médico brasileiro e abrigarão estrangeiros nesta primeira fase do Mais Médicos. Indagada por jornalistas sobre o fato de parte da sua bolsa de R$ 10 mil ser apropriada pelo governo cubano, ela não se queixou. "O meu salário é suficiente", disse ela, afirmando ainda que trabalha por amor e pela vocação de salvar vidas (leia mais sobre a chegada de outros médicos cubanos no site Tijolaço).

Aos olhos da jornalista Eliane Cantanhêde, a doutora Natasha é uma escrava. Veio ao Brasil não num voo comercial, mas num "avião negreiro" (leia mais aqui). Assim como Cantanhêde, diversos outros jornalistas escreveram artigos ou postaram mensagens no Twitter sobre a "escravidão" de cubanos. Foi o caso, por exemplo, de Reinaldo Azevedo, de Veja.com, de Ricardo Noblat, do Globo, e de Sandro Vaia, ex-diretor de Redação do Estado de S. Paulo – além do inacreditável Augusto Nunes, que definiu o ministro Alexandre Padilha como uma Princesa Isabel às avessas (leia aqui).

É possível que esses colunistas realmente acreditem que os médicos cubanos foram escravizados pelos irmãos Castro. E que o Brasil, sob as garras do PT, se converteu numa brutal tirania que trafica pessoas – argumento que se enfraquece diante do fato de que dezenas de países já assinaram convênios semelhantes para a importação de médicos com o governo cubano. 

Evidentemente, a doutora Natasha não é uma escrava, assim como os outros médicos de Cuba que chegaram ao Brasil neste sábado (para saber mais sobre o tema, leia o artigo de Hélio Dolye sobre como funciona o sistema de remuneração dos profissionais de saúde cubanos). O que todos eles pediram na chegada foi apenas respeito, para que possam desempenhar bem as suas funções (leia mais aqui).

Mas será que Eliane Cantanhêde e seus colegas são realmente pessoas livres? Eliane, por exemplo, se vê forçada a criticar qualquer iniciativa vinculada ao Partido dos Trabalhadores e até a inventar crises inexistentes. Foi ela, por exemplo, quem, no início deste ano, anunciou um apagão iminente – que ainda não aconteceu. Ela também esteve na linha de frente do chamado "lobby do tomate", apontando uma inflação fora de controle, que não se materializou.

Seus coleguinhas, muitas vezes, também parecem presos e acorrentados a grilhões ideológicos. Funcionam num sistema binário, que exclui a reflexão – se algo é ligado ao PT, só pode estar errado. Ocorre que, muitas vezes, eles apenas vocalizam interesses econômicos, políticos ou comerciais não deles – mas dos seus patrões. Barões midiáticos que, num sistema ainda concentrado como o brasileiro, distorcem o fluxo das informações. Basta dizer que, entre os dez homens mais ricos do País, quatro são ligados a grandes grupos de comunicação.

É possível que a doutora Natasha não desfrute de toda a liberdade que gostaria de ter. Mas não se pode descartar a hipótese de que ela seja uma mulher mais livre do que Eliane e seus colegas que a vêem como uma escrava.

Fonte: Brasil 247.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O PODER DO BLACK POWER


"Cabelo Expressão de meu Poder", para reforçar a Luta Nacional de Denuncia Contra o Racismo, marcando a grande diferença que existe historicamente de "comemoração" à libertação da escravatura. Homenagem os ancestrais que lutaram pela liberdade de todos. O video foi criado pela elenco do Espectáculo de Teatro Forum: Cor do Brasil e multiplicadores do Teatro do Oprimido . uma parceria de Centro de Teatro do Oprimido e Kuringa Berlin.

DF e GO terão plano de combate a assassinatos de jovens negros



O plano "Juventude Viva", programa de prevenção à violência contra jovens negros, chega ao DF, dia 30 de agosto, por meio de acordo de cooperação assinado entre gestores do governo federal, distrital e municípios de Águas Lindas de Goiás, Formosa, Luziânia, Novo Gama e Valparaíso de Goiás, regiões do Entorno do DF. De acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Arquicelso Bites, o projeto não pode se aplicar apenas ao DF. A população da região metropolitana também precisa ser beneficiado com o plano. 

Durante a reunião na última sexta-feira (9), em Brasília, os representantes das três esferas de governo definiram também uma agenda de encontros para debater ações conjuntas que serão realizadas nesses cinco municípios. Eles estão entre os 132 prioritários para receber o Plano. 

ESTATÍSTICA 

Os dados de 2010 fornecidos pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) dos municípios do Entorno são alarmantes. Em Águas Lindas de Goiás, 69% do total de vítimas de homicídio eram de jovens, sendo que 100% dos jovens assassinados eram negros. 

No Novo Gama, os jovens foram 61,70% do número de mortos, e o município também apresenta o preocupante dado de 100% de negros entre os jovens assassinados. 

Em Formosa, 59,09% dos assassinados eram jovens, e desses, 80,76% eram negros. Enquanto em Luziânia, 65,48% eram jovens, e 97,29% eram negros. Os jovens de Valparaíso de Goiás foram 69,14% das vítimas de homicídio, e dentre eles, 89,23% eram negros. 

Cada representante municipal se comprometeu a identificar, dentro de seu município, os territórios que mais precisam do Plano Juventude Viva, e definir com o governo local quais áreas devem ser priorizadas para receber os equipamentos públicos e as ações previstas. 

Os mapas de Identificação de Localidades e Famílias em Situação de Vulnerabilidade foram apresentados como ferramentas que irão auxiliar no processo, pois apresentam dados georreferenciados sobre os homicídios em todo o país. 

Seguem abertas inscrições, até 30/8, para o programa Pró-Equidade de Gênero e Raça


Empresas e instituições privadas e públicas – que tenham ações ou estejam interessadas em enfrentar discriminações no trabalho – podem participar da 5ª edição do programa Pró-Equidade de Gênero e Raça 2013-2014, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). As inscrições prosseguem até 30 de agosto e podem ser feitas pelo e-mail proequidade@spm.gov.br 

Esse é o primeiro passo para que a empresa ou organização privada ou pública inicie a sua participação no programa, que será formalizada por meio de termo de adesão e compromisso na elaboração de plano de ação com metas voltadas à valorização de profissionais e à promoção da igualdade nas relações de trabalho. 

Desde 2005, quando foi criado, o programa atingiu direta ou indiretamente cerca de 900 mil funcionárias e funcionários - 45% mulheres e 55% homens. A maioria delas possui remuneração equivalente a um ou dois salários mínimos (até R$ 1.352,00), representando 53% dos trabalhadores nessa faixa salarial. Quanto maior o salário, menor é a proporção feminina. Apenas 26% recebem 25 salários mínimos ou mais (a partir de R$ 16.950,00), ou seja, a remuneração masculina é quase três vezes maior em relação a das mulheres.

As organizações participantes do Pró-Equidade de Gênero e Raça chegam a apresentar quase três vezes mais mulheres em cargos executivos do que as que ainda não aderiram: enquanto elas ocupam 40% das posições de comando e decisão, eles são 59%. De acordo com pesquisa Ethos/Ibope, em 2010, as executivas somavam apenas 14% e os homens ocupavam 86% dos cargos.

Mudança na cultura organizacional - O programa tem três pilares: promoção da cidadania e combate à discriminação no acesso, remuneração, ascensão e permanência no emprego de mulheres e homens; compromisso com a igualdade entre mulheres e homens e racial priorizando a gestão de pessoas e a cultura organizacional da empresa ou organização; e difusão de práticas exemplares entre as empresas e instituições que promovam a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.

Entre o conjunto de ações do Pró-Equidade, destacam-se: desempenho do plano de ação com metas para combater as discriminações de gênero e raça baseadas na realidade da empresa, monitoramento das mudanças previstas e avaliação do cumprimento das metas e a certificação. Com o selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, a organização é reconhecida publicamente pelas ações desenvolvidas no ambiente profissional formando um conjunto de boas práticas capazes de destacar a empresa por praticar a igualdade entre mulheres e homens e contribuir, dessa forma, com o desenvolvimento mais igualitário do país.

O programa não concederá o selo para empresas e organizações com denúncia de assédio que não foram apuradas. Também não serão incorporadas ao programa empresas condenadas na justiça por uso de trabalho escravo ou compulsório.

Boas práticas - Em suas quatro edições, o Programa conseguiu reunir práticas de igualdade que formam um conjunto de ações de referência para enfrentar a desigualdade entre mulheres e homens no espaço de trabalho: instalação de salas de aleitamento, ampliação das licenças maternidade e paternidade, adoção de linguagem inclusiva nos crachás e contra-cheques, adaptação de uniformes e equipamentos de proteção individual, incentivo nos contratos de trabalho da empresa inclusive com terceirizados à igualdade de gênero, raça e etnia, inclusão nos editais de concursos públicos dos temas para igualdade de gênero e diversidade entre os conteúdos programáticos, mudanças nos planos de carreira para incentivar que mais mulheres atinjam os cargos de direção, entre várias outras.

Coordenado pelo governo federal, por meio da SPM, o programa tem apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Organizações participantes do Pró-Equidade de Gênero e Raça chegam a apresentar quase três vezes mais mulheres em cargos executivos. Empresas e instituições privadas e públicas que promovem a igualdade entre homens e mulheres no ambiente do trabalho poderão aderir a programa e buscar certificação com selo. Inscrições poderão ser feitas pelo e-mail proequidade@spm.gov.br

Veja aqui mais informações

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Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR

Fonte: SPM.gov.br.

Mensagem da Coordenação Geral da Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro















Mensagem da Coordenação Geral da Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro: 
Contra o Genocídio do Povo Negro, Mulheres negras a frente! 

Estamos na reta final rumo à Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro. A luta por nossas vidas tem sido a pauta que motiva nossas lutas desde o nosso sequestro e desaparecimento forçado de África. 

Há anos, nos diversos continentes para onde fomos levados e desnaturalizados, tomamos a frente do nosso processo de Libertação. Há séculos temos lutado pelo resgate de nossa Identidade, nossa História, nossa Saúde, nossa Cultura, nossa Educação, nossas Heroínas e Heróis e, sobretudo, por nosso Direito à Vida. 

Inspiradas por esse histórico e retomando a luta das mulheres negras da África do Sul, que em 1956 marcharam em Pretória contra o Apartheid, tendo entre suas líderes Winnie Mandela, as mulheres da Quilombo Xis/Campanha Reaja estão atuantes e a frente do processo de construção da Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro, e nela marcharão no dia 22 de agosto de 2013, a partir das 15 horas, partindo do Largo dos Aflitos. 

Convocamos todas as mulheres negras e as solidárias com nossa luta pela vida para marcharmos juntas por este direito. Estamos na reta final da construção de uma unidade possível que respeita a diversidade e que acredita que nossa pauta é única: as vidas de negras e negros que tem sido vilipendiadas e interrompidas por um processo de genocídio do Povo Negro - quer matando, encarcerando, violentando e sequelando. Mulheres negras, vamos à luta! Uma luta dura que conhecemos em Diáspora desde África até nosso dia-a-dia em nossas casas, com nossas famílias e comunidades.

Evoquemos a história, trajetória e memória de nossas mães, irmãs, tias, avós, ancestrais e em nome e respeito da luta delas continuemos a nossa história de libertação e de vida. Contra o Genocídio do Povo Negro, Mulheres negras a frente! 

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Andreia Beatriz Santos
Quilombo Xis – Ação Cultural Comunitária 
Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto 
Coordenação da Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro

Fonte: ACordaMacha.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

III CONFERÊNCIA DISTRITAL DA PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL - CONDPIR




     Comunidades do Distrito Federal e Entorno, nos dias 24 e 25 de agosto vamos tod@s marcar presença na III Conferência Distrital de Igualdade Racial - CONDPIR. A partir das 08h00 às 18h00 no dia 24/08 e das 08h00 às 14h00 no dia 25/08, na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação – EAPE, na SGAS, 907, Sul, Bloco A, Brasília.

O tema deste ano, “Democracia e Desenvolvimento sem racismo: por um DF afirmativo”. 

SERVIÇO
III CONFERÊNCIA DISTRITAL DE IGUALDADE RACIAL - CONDPIR/DF
Tema: "Democracia e Desenvolvimento sem racismo: por um DF afirmativo".
Data: 24 e 25 de Agosto.
Horário: 08h00 às 18h00 no dia 24/08. E das 08h00 às 14h00 no dia 25/08.
Local: Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação – EAPE.
Endereço: SGAS, 907, Sul, Bloco A, Brasília/DF. 

Mais informações sobre programação logo mais! Visite o site da III CONAPIR www.seppir.gov.br/iiiconapir 

Fonte: ACordaMacha.

Seppir Presidência convida população para a Mesa de Debates sobre: "As novas formas de exercício da democracia e seus desafios" (23/08)



Fonte: Seppir.

TV e Rádio Câmara lançam concurso para produção de programas sobre mobilização social



Inscrições estão abertas até 16 de setembro. Sete projetos serão premiados com R$ 70 mil

Estão abertas até 16 de setembro as inscrições para o concurso "A Hora é Agora", promovido pela TV Câmara e pela Rádio Câmara. Serão premiadas, com R$ 70 mil, sete propostas para elaboração de programas inéditos sobre temas ligados à mobilização social para conquista de direitos.

"A Hora é Agora" será uma série de programas informativos, com histórias inovadoras relacionadas à mobilização social, protagonismo político apartidário e articulação comunitária. Os programas deverão ter 26 minutos, com uma versão para televisão e outra para rádio.

Realidade transformada

O concurso tem como objetivo dar visibilidade às iniciativas de organização da sociedade que visam transformar a realidade e garantir direitos sociais, coletivos e de minorias. Os programas devem registrar experiências que, direta ou indiretamente, buscam promover a conscientização e a participação política.

Alguns assuntos sugeridos no edital do concurso são: iniciativas de mobilização política não-partidária; a política no cotidiano das pessoas; cooperativismo; favelas; sustentabilidade; mobilidade; movimento negro; diversidade e tolerância de orientações sexuais e afetivas; democratização da comunicação; acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiências; intolerância religiosa; respeito às minorias; adoção; histórias que tenham relação com os objetivos do milênio; e direitos e garantias fundamentais previstos pela Constituição.

Cinco regiões

Na primeira fase, o concurso irá pré-selecionar 15 projetos que serão submetidos a uma defesa oral – na qual serão colocadas questões relacionadas a técnica, criação artística, produção, cronograma e finanças.

O grupo dos 15 projetos pré-selecionados será composto pelos três que melhor representem cada região do Brasil - Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Será premiado pelo menos um programa por região.

Inscrição

Poderão inscrever-se empresas brasileiras produtoras de audiovisual, legalmente estabelecidas. Cada candidato poderá inscrever até dois projetos, sendo que cada um deverá ser enviado em envelope específico. Nenhum proponente terá mais de um projeto premiado.

A inscrição deverá ser realizada, obrigatoriamente, por meio do envio postal ou por empresa de entrega de pacotes. O envelope deverá conter o formulário de inscrição impresso; a proposta de argumento; a proposta de tratamento audiovisual; o currículo da empresa produtora; e um portfólio com comprovação de no mínimo duas e, no máximo, cinco produções audiovisuais que a empresa tenha realizado.

Entre os critérios a serem avaliados nos argumentos, estão: originalidade, variedade, profundidade e adequação ao perfil de programação da TV Câmara e da Rádio Câmara. Os critérios técnicos das obras apresentadas no portfólio da produtora também serão considerados.

O prêmio será pago em duas etapas. A primeira, de R$ 35 mil, após a assinatura do contrato. A segunda parcela será paga após entrega e aprovação do disco XDCAM e do CD de áudio com a montagem final do programa de TV e de rádio, juntamente com o Termo de Cessão Total de Direitos Patrimoniais para exibição do programa pela TV Câmara e pela Rádio Câmara, devidamente assinado.


SERVIÇO
Endereço para envio da inscrição: 
"Concurso para Produção de Programas para Série da TV Câmara e da Rádio Câmara"
Comissão Especial de Licitação - Concurso A Hora é Agora TV/Rádio Câmara
Câmara dos Deputados
Anexo 4 – Subsolo – sala 79
Brasília – DF
CEP: 70160-900

Informações adicionais:
Telefone: (61) 3216-1700
Endereço eletrônico: edital.programas@camara.leg.br