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terça-feira, 30 de setembro de 2014

A mulher e o mito: Chica da Silva rompeu estigmas sociais e é um bom estudo de caso para trabalhar em sala de aula


Ex-escrava, dona de si, Chica da Silva rompeu estigmas sociais e é um bom estudo de caso para trabalhar em sala de aula

por Fabiana Lima,
“Nem Santa Ifigênia, toda em festa acesa, brilha mais que a negra, na sua riqueza. Contemplai, branquinhas, na sua varanda, a Chica da Silva, a Chica-que-manda!”. Em ritmo de ciranda, entoam-se os versos de Cecília Meireles, embelezando o mito da escrava negra considerada a mais poderosa do século XVIII.

As linhas poéticas deixam entrever alguns traços da personagem histórica mitificada: mulher que apostava na ostentação, tinha todos os desejos realizados por seu contratador e exibia personalidade autoritária. Uma trajetória marcada pelo signo da exceção. Francisca da Silva de Oliveira, de origem escrava, rompeu com o que era designado à sua condição. Desenredar esse mito é um grande desafio para professores e estudantes, em aulas de história e de literatura. 

Discursos historiográficos, literários, cinematográficos e televisivos têm reforçado a versão de que, no decorrer do século XVIII, uma mulher negra escravizada ascendeu socialmente por meio do concubinato com um notável negociante de origem portuguesa. Por um lado, perde-se de vista quem foi a personagem de fato – a companheira não oficial de João Fernandes de Oliveira, fidalgo que havia arrematado o direito de explorar diamantes. Por outro, essas narrativas revelam as contradições, os interesses e as lacunas de uma história maior que a de Chica: a das relações raciais e de gênero no Brasil.

Chica da Silva e o contratador dos diamantes: o outro lado do mito, estudo publicado pela historiadora Júnia Furtado em 2003, busca liberar a personagem dos estereótipos que lhe foram imputados no decorrer do tempo. Demonstra que Francisca da Silva aparece pela primeira vez como personagem histórica no livro Memórias do Distrito Diamantino (1868), de Joaquim Felício dos Santos, destacando-se por ser a única personagem feminina dessas memórias e por encarnar os estereótipos negativos da mulher negra e da escrava perversa e amedrontadora. Essa imagem se relaciona com o período histórico em que se consolidava, em Minas Gerais, o modelo de família monogâmica, unida pelo matrimônio, sob valores católicos. Faz sentido, portanto, o registro demonizado da união da escrava Francisca com o contratador João Fernandes. Era um discurso normativo, a favor da organização familiar de base cristã. Mulheres negras, escravizadas ou libertas, eram vistas como licenciosas e inadequadas para o estabelecimento de uniões estáveis. 

A leitura da obra de Joaquim Felício dos Santos resultou em várias interpretações equivocadas. Entre elas a de que Chica mandava no arraial do Tejuco e no próprio João Fernandes. O contratador, por sua vez, foi concebido como um déspota que subjugava a elite local e desafiava as autoridades metropolitanas. Por esta versão, o poderoso Marquês de Pombal, ministro do rei D. José, teria incumbido o conde de Valadares, governador da capitania (1768-1773), de ordenar o retorno de João Fernandes ao reino, preso por irregularidades na exploração dos diamantes. Tendo voltado para Portugal, o ex-contratador morreria só em 1799. 

Mas outros documentos jurídicos comprovam o falecimento de João Fernandes de Oliveira, então desembargador, em 1779. Não só ele teria morrido 20 anos antes da data indicada na obra de Joaquim Felício dos Santos, como a causa provável do seu retorno teria sido bem diferente da punição de Pombal: uma disputa com a madrasta pelos bens de seu pai.

Na década de 1940, a região de Diamantina passou por um processo de revitalização, por ser o local onde nasceu o político Juscelino Kubitschek (que entre 1940 e 1945 foi prefeito de Belo Horizonte). A casa de Chica da Silva foi tombada e alguns estudos sobre a cidade ressaltaram a imagem da ex-escrava sem muita preocupação documental. Destacou-se, nesse período, a versão de Soter Couto presente no livro Vultos e fatos de Diamantina (1954), na qual a ex-escrava é representada como redentora da própria raça, a partir de atitudes vingativas contra os reinóis portugueses. 


Litografia retrata lavagem de diamantes no Arraial de Curralinho, na Bahia (s/d). (Foto: Fundação Biblioteca Nacional)A personagem mítica também é associada a um suposto processo de “branqueamento”, ideia inspirada em teorias como a do médico e antropólogo Nina Rodrigues (1862-1906). Várias abordagens imputam aos negros um desejo de se branquear. As versões que carregam a tinta no traço autoritário de Chica da Silva, por exemplo, supervalorizam um suposto desejo latente de embranquecer, ao mesmo tempo em que silenciam os conflitos raciais da trajetória de uma ex-escrava que ascendeu socialmente.

A passagem do discurso historiográfico para o discurso ficcional foi importante para o desenvolvimento e a difusão do mito. Desde a menção nos cantos XIII (a) XIX do Romanceiro da Inconfidência (1953), de Cecília Meireles, até a telenovela Xica da Silva, produzida pela TV Manchete em 1996 e 1997, passando pelo balanço da Xica da Silva de Jorge Ben (1976), o mito se massificou. Alternam-se narrativas ora positivas, ora negativas sobre a personagem, mas a maioria das versões remonta – com algumas correções ou pequenas modificações – ao estudo de Joaquim Felício dos Santos. Seu sobrinho-neto, João Felício dos Santos, publicou em 1976 o romance Xica da Silva, que serviu de base tanto para o roteiro do filme de Cacá Diegues (do mesmo ano) quanto para o texto da telenovela, escrita por Walcyr Carrasco. O livro constrói a imagem de uma Chica sensualizada, ou seja, mulher negra cujos atributos sexuais conseguiram atrair o mais poderoso homem daquela região. O filme massificou a imagem de uma ex-escrava autoritária e gratuitamente perversa. A telenovela levou ao extremo a erotização e o descompromisso com a realidade histórica do século XVIII. 

Júnia Furtado constatou que a trajetória de ascensão social de Chica da Silva, baseada no relacionamento não oficial com um homem branco da elite e no branqueamento cultural, não foi exceção entre as mulheres forras da região mineradora. De forma geral, as principais estratégias de ascensão social daquelas mulheres eram o concubinato, a prostituição, o apadrinhamento ou a ocultação (quando possível) do passado escravo. É importante refletir sobre como o tipo de sistema colonial português, baseado na mistura entre colonizador e colonizado, produziu a subjugação da mulher negra – escravizada ou liberta – ao homem branco. 

Enquanto é descrita como lasciva e dominadora, opressora ou redentora dos negros escravizados, esvai-se, nas brumas da imaginação, a Francisca que viveu no século XVIII. Esta ficou grávida pelo menos 13 vezes em 17 anos daquele relacionamento. Além disso, documentos de instituições de ensino atestam o cuidado de Francisca e João Fernandes com a educação formal dos filhos. Por outro lado, percebe-se a desigualdade daquele relacionamento, por exemplo, nas certidões de batismo dos filhos de Francisca, em que constam nomes de padrinhos pouco notáveis socialmente para a elite da época, ou em documentos importantes para dar destino à herança do ex-contratador, que omitem o nome de Francisca no intuito de apagar a ascendência africana dos filhos do casal. 

Ao minimizar ou desconsiderar completamente a desigualdade hierárquica no relacionamento entre uma ex-escravizada e um negociante português, as narrativas ficcionais sobre Chica da Silva silenciam tensões raciais – que envolviam tanto a inserção da própria Francisca na elite mineira, quanto os prejuízos sociais vividos pelos filhos do casal. 

É nessas brechas, inerentes às relações de poder coloniais e pós-coloniais no Brasil, que surgem as reconstruções míticas da personagem histórica Francisca da Silva de Oliveira. O trabalho pedagógico com as diferentes versões do mito, mais do que discriminar o real do fictício, precisa lidar com os silêncios e as sombras criados pelo poder da imaginação. Lidar com esses silêncios possibilita entender um pouco mais o longo processo de submissão do corpo da mulher negra aos desejos e preconceitos de uma elite masculina branca, reprodutora de relações hierárquicas de poder. Algumas persistentes ainda hoje.

Filme
Xica da Silva, de Carlos Diegues (Brasil, 1976). Assista:


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Fabiana Lima é professora do Colégio Pedro II e autora de Literatura afro-brasileira (FFCH/UFBA, 2013).

Saiba mais
BENTO, Maria Aparecida Silva. “Branqueamento e branquitude no Brasil”. In: CARONE, Iray & BENTO, Maria Aparecida Silva (orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2007.

CHAUÍ, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000. 

FURTADO, Júnia Ferreira. Chica da Silva e o contratador dos diamantes. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SANTOS, Boaventura de Sousa. “Entre Próspero e Caliban: colonialismo, pós-colonialismo e interidentidade”. In: ___. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2008.



Denúncias de racismo na internet crescem 81% em 2014, aponta levantamento de ONG


As denúncias de racismo encaminhadas à SaferNet Brasil, entidade que atua no combate de crimes contra os direitos humanos na internet, cresceram 81% na comparação entre o primeiro semestre de 2013 e o mesmo período deste ano. Os dados, obtidos revelam que de janeiro a junho do ano passado, foram feitos 32.533 registros desse tipo de violação, enquanto em período equivalente de 2014, o número saltou para 59.083.



O levantamento da ONG (organização não governamental), que tem acordos de cooperação com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, mostrou também um detalhe interessante: embora neste ano haja mais denúncias, a quantidade de páginas (URLs) envolvidas foi menor: 5.732. Já em 2013, foram 7.953 sites.

De acordo com o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, a conclusão é de que, em 2014, houve um volume superior de denúncias em relação a uma mesma página, o que sinaliza menor tolerância da sociedade aos conteúdos racistas na web.

— As denúncias duplicadas, que são um indicador importante, representam um termômetro da indignação das pessoas. É ainda um termômetro da repercussão que essas páginas com conteúdo racista têm causado na sociedade. Indica que mais pessoas resolveram denunciar.

Tavares enfatiza que o tema esteve em pauta, especialmente em abril deste ano, com o episódio envolvendo o lateral-direito do Barcelona Daniel Alves. Em partida contra o Villareal, quando seguia para bater um escanteio, uma banana foi atirada na direção do atleta, que descascou a fruta e a comeu, prosseguindo com a partida. O caso provocou grande repercussão e, consequentemente, mais pessoas se mobilizaram em torno do assunto.

A integrante do Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Luciana Ruffo faz análise semelhante. Ela cita o caso envolvendo o goleiro Aranha, chamado de macaco durante jogo entre Santos e Grêmio, no Rio Grande do Sul, no mês passado.

— Isso traz uma evidência para a situação, que faz com que as pessoas que sofrem esse tipo de agressão se sintam muito mais empoderadas para procurar ajuda ou denunciar. É como se alguém desse voz a elas.

Tendência de alta

Para Tavares, os casos das agressões sofridas pelo goleiro santista e pela jovem Maria das Dores Martins, de Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, que foi alvo de manifestações racistas por postar no Facebook foto com o namorado branco, possivelmente irão impactar nos dados da SaferNet, referentes ao segundo semestre deste ano.

— Não tenho como antecipar o resultado dos indicadores em relação ao segundo semestre. Agora, eu não me surpreenderia se o racismo ultrapassasse pornografia infantil [crime mais denunciado à entidade] no segundo semestre deste ano. A tendência da curva é ascendente. E é bastante ascendente.

E temos visto isso inclusive em sites que tradicionalmente não são considerados locais onde esses crimes são praticados, como, por exemplo, espaço de comentários dos grandes jornais, dos grandes portais da internet. Até mesmo essa área de comentários passou a ser usada como vitrine para manifestações de ódio e de discriminação.

O jogador que se matou depois de uma vida de ofensas racistas e homofóbicas

Atacante Justin Fashanu em 1993, três anos após assumir homossexualidade
Allsport/Getty Images

Numa manhã de maio de 1998, Justin Fashanu foi encontrado pendurado no teto de uma garagem em Londres, com o pescoço enrolado em um fio elétrico e um bilhete ao lado. Em suas últimas palavras naquele bilhete de suicídio, ele escrevera que a justiça nem sempre era justa com todos e pedia a Jesus Cristo que o recebesse bem "em casa".

Terminava assim a vida do primeiro jogador de futebol profissional a assumir publicamente ser homossexual. Fashanu também foi o primeiro negro a ser vendido por 1 milhão de libras, na Inglaterra da década de 1980. Centroavante clássico, teve uma passagem meteórica pelo Norwich City e outra frustrante pelo Nottingham Forest.

Seu pioneirismo, tanto por ser abertamente gay quanto por ser um negro de sucesso, trouxe consequências terríveis para sua vida. Durante décadas, ele sofreu vários tipos de abuso em um ambiente preconceituoso como o futebol. E recebeu pouquíssimo apoio em uma época em que homossexualidade no esporte era um tabu ainda maior do que é hoje.

Filho de nigerianos, Justin Fashanu e seu irmão John foram abandonados ainda bebês pelos pais biológicos e viveram em orfanatos até serem adotados por uma família branca. Seus amigos de infância dizem que ele tinha dificuldade de se aceitar negro e desejava desesperadamente ter nascido branco. Aos 14 anos, começou nas categorias de base do Norwich City e rapidamente se destacaria como um talentoso centroavante.

Em suas primeiras temporadas como profissional, conseguiu a boa marca de 35 gols em 90 jogos, mas foi depois de um deles que Fashanu foi catapultado ao estrelato do futebol inglês aos 18 anos.

Contra o Liverpool, o então campeão europeu de clubes, o atacante acertou um impressionante voleio, de fora da área, de esquerda, sem chance para o goleiro rival, um lance que foi eleito o gol do ano e retransmitido à exaustão por todos os canais esportivos do país. Naquela altura, o começo dos anos 80, atletas negros não eram incomuns no país, mas Fashanu foi o primeiro ser perseguido pelos grandes clubes.

Não demorou muito para que o Nottingham Forest, que àquela altura estava em um grande momento, o contratasse por 1 milhão de libras – nunca um time inglês havia pagado tanto por um jogador negro.

Bananas

Desde seus primeiros anos da carreira até os últimos, Fashanu sempre foi alvo de ofensas racistas vindas das arquibancadas. Torcedores imitavam macacos quando ele pegava na bola e atiravam bananas sobre seus pés. Um dia, num gesto de desprezo que seria imitado duas décadas depois, ele recolheu uma das bananas do gramado e a comeu para ridicularizar seu ofensor.

Mas foi no Nottingham Forest que ele começou a sofrer as maiores pressões contra a sua sexualidade. Aos 20 anos, ele tinha acabado de se descobrir gay, conforme contou a seu amigo e confessor Peter Tachell, um famoso militante pelos direitos civis homossexuais. O técnico do Nottingham era Brian Clough, um homem famoso por dirigir seus times com mão de ferro e não admitir fraqueza de seus comandados – obrigava os atletas, por exemplo, a caminhar sobre urtigas só para testar sua obediência.

Divulgação / Norwich City

"Uma bichinha." Foi assim que o técnico descreveu Fashanu logo que o atacante chegou ao clube. Naquela época, ele ainda não havia saído do armário, mas já corriam rumores sobre sua sexualidade porque muitos torcedores o avistavam entrando e saindo de boates gays na cidade.

Sabendo disso, o treinador foi ter uma conversa com Fashanu exigindo que ele deixasse de frequentar boates gays. Ele não obedeceu. A relação entre os dois, que já começara turbulenta, nunca melhoraria. Em um treino, querendo mostrar serviço e agradar o técnico, Fashanu foi cobrar um escanteio e Clough berrou: "Eu não paguei 1 milhão para você bater escanteio. Vá para área agora!"

Outro dia, antes de um jogo, o atacante disse que não se sentia bem para jogar e recebeu do treinador um tapa na cabeça. "Sempre que eu falava com ele, ele começava a chorar", lembrou Clough em sua autobiografia. "O que eu podia fazer? Eu era um técnico, não um psicólogo."

Confiando que a causa do desprezo de Cough eram os boatos sobre sua sexualidade, Fashanu inventou um romance com uma mulher e convidou o técnico para conhecê-la. O treinador descobriu a farsa logo no começo do encontro e teve certeza sobre a orientação do jogador.

Nesse ambiente hostil, não surpreende que Fashanu não tenha conseguido repetir em campo seu bom desempenho no ano anterior. Seu nome passou a ser muito questionado no clube.

Ao mesmo tempo, ele tinha dificuldade de aceitar sua própria sexualidade e procurou ajuda no Cristianismo, que considerava seus hábitos pecaminosos. Cansado de viver uma vida dupla, cheia de mentiras, ele cogitou pela primeira vez sair do armário, mas temeu as consequências esportivas da revelação.

Uma séria lesão no joelho dificultou ainda mais seu desempenho em campo, e ele foi vendido pelo Nottingham por apenas uma fração do que o clube havia pagado por seu passe. "Foi o pior dinheiro que nós já investimos em um jogador", diria o treinador Brian Clough.

Saindo do armário

Em 1990, entre mesas de cirurgia e atuações erráticas por clubes menores, Fashanu negociou uma entrevista exclusiva com um tabloide na qual revelava ao mundo que era gay. "Eu queria fazer algum coisa boa, então decidi dar o exemplo e sair do armário", disse ele. A revelação foi recebida de maneira raivosa pelas pessoas de quem ele esperava ter apoio.

Seu irmão John, que crescera com ele e também era jogador, disse que as palavras de Justin envergonhavam a família. O colunista de um jornal voltado à comunidade negra acusou Fashanu de manchar a imagem dos negros na Inglaterra.

As torcidas adversárias acirraram as provocações homofóbicas toda vez que ele tocava na bola. Se por um lado Fashanu tentava tirar sarro das provocações ao respondê-las mandando beijinhos e balançando o bumbum para as arquibancadas, por outro elas o machucavam por dentro, de acordo com seus amigos próximos. 

Gente do futebol dizia que não haveria espaço no esporte para efeminados, enquanto gente de fora do futebol dizia que as alegações de Fashanu eram só um jeito de ganhar atenção da mídia e fazer dinheiro.

Em algumas ocasiões, eram mesmo. Fashanu caiu em descrédito público ao vender entrevistas aos tabloides alegando ter tido relações sexuais com políticos e outros famosos. As alegações foram consideradas falsas depois.

O melancólico final de sua carreira foi marcado mais por sua presença nos tabloides do que por suas atuações em campo, embora ele tenha continuado a fazer gols até os últimos anos.

Nos Estados Unidos, tentando recomeçar como técnico de futebol, ele foi acusado de ter estuprado um adolescente de 17 anos. Em Maryland, o Estado onde ele vivia, a idade mínima de sexo legal entre um adulto e um adolescente era 16 anos. Mas, na época, sexo homossexual era proibido.

Em seu bilhete de suicídio, Fashanu se dizia inocente da acusação de estupro e afirmava que o adolescente havia consentido a relação sexual e tentara lhe extorquir dinheiro no dia seguinte. O ex-jogador acreditava que a Justiça não o julgaria de maneira justa porque ele já havia sido previamente condenado, e por isso, tirava sua vida. "Para não trazer mais sofrimento para a minha família", dizia o bilhete.

Compaixão e sensibilidade

Fashanu era sem dúvida uma pessoa mal resolvida com seus próprios problemas, e o fato de não ter sido aceito pelo ambiente e pela própria família só agravou sua inadequação. Na segunda edição de sua autobiografia, lançada após o suicídio, o técnico Brian Clough afirma que ele deveria ter prestado mais atenção no jogador.

"Quando você descobre um cara tirando a própria vida, um cara que trabalhava com você e por quem você era responsável, você tem que olhar para trás e perguntar o que poderia ter feito melhor e não fez", reflete ele. "Hoje eu sei que deveria ter lidado com Fashanu de um jeito diferente, talvez com mais compaixão e sensibilidade."

Seu irmão John, que hoje tem negócios na Nigéria, um país onde a homossexualidade é um crime, chegou a dizer que Fashanu na verdade não era gay e só saiu do armário porque queria atenção. Mas sua filha Amal, sobrinha de Fashanu, fez um documentário em 2012 no qual discute a homofobia do futebol.

Ela se diz muito orgulhosa de ser sobrinha do ex-atacante do Norwich. Hoje, existe uma campanha em seu nome para combater a homofobia nos gramados e incentivar jogadores a revelarem a sexualidade. Nenhum outro jogador homossexual na Inglaterra se assumiu após Fashanu fazê-lo.

Fonte: uol

Aluno do 5º ano faz ‘protesto’ contra racismo em prova de escola no Rio de Janeiro


A professora Joice Oliveira Nunes teve uma surpresa ao receber a prova bimestral de um de seus alunos do 5º ano, da Escola Municipal Professora Irene da Silva Oliveira, no bairro Vila Cava, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

Ao ver mais uma vez um desenho com personagens que não se pareciam com ele, a criança, identificada como Cleidison, resolveu fazer uma manifestação artística contra a falta de representatividade para as crianças negras e pintou todos os personagens.

Joice abraçou a causa do menino e compartilhou a imagem no Facebook. Na mensagem, ela dá a entender que vai procurar diversificar os desenhos.

“Todo bimestre tem votação na minha sala para escolher a capa da prova. A capa desta vez foi da Turma da Mônica. Meu aluno Cleidison me entrega a capa da prova me avisando: ‘Pintei da minha cor, tá? Cansei desses desenhos diferentes de mim’. Recado dado”, escreveu a professora no Facebook.

A história, claro, fez sucesso entre os usuários redes sociais. Alguns deles brincaram com a professora, torcendo por uma nota dez para o aluno engajado. A imagem já foi compartilhada mais de 1.200 vezes.

Fonte: DCM

História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Infantil (Livro do Professor, para baixar)



O livro é uma ferramenta fundamental e disponibiliza tanto para os professores responsáveis e compromissados com a educação da primeira infância quanto para os interessados de modo geral em uma educação e em um país justo e igualitário, conteúdos sólidos para a formação e o conhecimento sobre a riqueza, as diferenças e a diversidade da história e da cultura africana e suas influências na história e na cultura do povo brasileiro, em especial, da população afro-brasileira. Download gratuito AQUI.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Aula Inaugural na abertura do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica da Rede Cegonha na UnB (1º de Outubro)


A Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial, CNPJ 16.854.222/0001-01, estabelecida no Anexo do Palácio do Buriti 8º andar Ala Oeste Sala 815 CEP: 70075-900, Brasília - DF, juntamente com a Faculdade de Ciências da Saúde - Departamento de Enfermagem da UnB, UFMG, Rede Cegonha – Secretaria de Saúde – SES/DF e Ministério da Saúde, convida vossa senhoria para Aula Inaugural na abertura do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica da Rede Cegonha na UnB, a realizar-se no dia 1º de Outubro de 2014 às 10h, no auditório do Hospital Universitário de Brasília- HUB/ UnB. 


A realização de Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica (CEEO) atende à Estratégia Rede Cegonha e do Ministério da Saúde. Visa, além da melhoria da qualidade da assistência, o fortalecimento do trabalho no modelo colaborativo no âmbito da atenção obstétrica e neonatal, bem como a implementação da Rede Cegonha em todo o território nacional, considerando a necessidade de formação de enfermeiras (os) obstétricas (os) para atuarem, segundo as diretrizes da estratégia Rede Cegonha, alicerçada na Lei no 7.498, que regulamenta o exercício da enfermagem no país.

O curso visa possibilitar aos inscritos, profissionais da rede de saúde do Distrito Federal e Entorno selecionados para participar deste processo de formação, material para a reflexão de temáticas caras à sociedade, como gênero, raça/ etnia, bem como “assegurar as mulheres uma assistência humanizada e segura no planejamento reprodutivo, na gravidez e no nascimento”.

Para a execução deste objeto a Coordenação local do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica (CEEO) da Rede Cegonha na UnB, tem o prazer de convidá-la a nos prestigiar com sua presença na Aula Inaugural do CEEO, como marco para recepcionar as (os) profissionais da rede de saúde do Distrito Federal e Entorno selecionados para participar deste processo de formação.

Para tanto, esta Aula Inaugural será realizada de forma dialógica e compartilhada com a participação da Dra. Esther Vilela, coordenadora nacional da Área Técnica da Saúde da Mulher e da Rede Cegonha, da Profa. Dra. Kleyde Ventura, Coordenadora do projeto CEEO na UFMG, e com a Enfermeira Mônica Reis Iassanã, Coordenadora do Grupo Condutor Central da Rede Cegonha- SES-DF.

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Para Saber Mais: 
Silvéria Santos
Professora Doutora da Universidade de Brasília 
Pesquisadora do Comitê Técnico de Saúde da População Negra - CTSPN/DF 
Fone: 31071771

Fonte: SEPIR-DF

UnB abre inscrições para o PAS, pela primeira vez com cotas raciais

UnBWilson Dias / Arquivo Agência Brasil

por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil,
A Universidade de Brasília (UnB) abre hoje (29) as inscrições para o Programa de Avaliação Seriada (PAS). Serão ofertadas 2.106 vagas em 97 cursos de graduação distribuídos entre os quatro campi da instituição – Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Ceilândia, Gama e Planaltina.

As inscrições podem ser feitas até 13 de outubro, exclusivamente no site www.cespe.unb.br/pas. A taxa para todas as etapas é R$ 100. Alunos matriculados no ensino médio, nas escolas da rede pública do Distrito Federal, e candidatos de baixa renda são isentos.

O PAS consiste em três avaliações, feitas ao final de cada série do ensino médio. Trata-se de uma modalidade de acesso ao ensino superior gradual e progressiva.

As provas da primeira etapa, feita pelos alunos que concluem o 1º ano do ensino médio, estão previstas para 7 de dezembro. Os inscritos na segunda etapa serão avaliados na data provável de 6 de dezembro. Para os candidatos da terceira etapa, as provas estão previstas para 23 de novembro.

Esta será a primeira vez que as cotas raciais serão aplicadas no processo seletivo. A UnB foi pioneira na política de cota racial, criada em 2003. A cota, que até o último vestibular do ano passado era 20%, nunca havia sido aplicada no PAS. A decisão foi tomada em abril deste ano, quando ficou acertado que o percentual da reserva cairia para 5%, sendo complementada pela cota das escolas públicas (Lei 12.711/12), que também estabelece reserva para negros.

Dessa forma, neste ano, a seleção da terceira etapa será feita por três sistemas: universal (1.141 vagas), de cotas para escolas públicas (833 vagas) e de cotas para negros (132 vagas).

O que bonecas negras, o caso Goleiro Aranha, a vitimização de Patrícia Moreira e “o papel da mulher na sociedade moderna” tem em comum. Esboço de uma reflexão.


Nas últimas semanas fui convidada a fazer formações (momentos de apropriação de conceitos e reflexões) para mulheres com o tema “O papel da mulher na sociedade”. Como o tema é muito amplo, optamos, eu e a parceira de trabalho, por conhecer as duas turmas, pois haveria 3, 4 encontros com cada uma delas, e sentir o que traziam como anseios, saberes e dali tocar em frente.

Eram turmas bem heterogêneas, com mulheres de diversas faixas etárias, escolaridade, experiências profissionais, raça/etnia bem como de diferentes territórios desta grande capital paulista.

Algumas levavam suas crianças ou porque não tinham com quem as deixasse ou simplesmente porque queriam estar presentes com elas. Sugeri às pessoas que me convidaram a criação de “uma caixa pedagógica” com a inclusão de bonec@s negr@s bem como de livros infantis que garantissem esses personagens. Percebi um silêncio que depois de confirmou como constrangimento.

No dia posterior, no qual haveria atividade, a equipe mostrou uma caixinha com alguns brinquedos doados por ela mesma. Achei legal e sublinhei a sugestão, mais uma vez, da inclusão de bonecos negr@s e d@s livros. Quando cheguei em casa, havia recebido uma mensagem, enquanto estava a caminho, de que não havia sido previsto e assim seria não seria possível atender. Não entendi. “Repliquei” que realmente não percebemos todas as necessidades no momento inicial, mas era possível alcançar parcerias. Novo silêncio. Percebi alteração brusca na forma em que passei a ser recebida pela equipe. Escrevi à uma integrante com quem tinha laços de amizades e perguntei se havia acontecido algum constrangimento com a sugestão e li “com a sugestão propriamente dita não”.

Enfim, passei a levar alguns brinquedos de minha filha para emprestar às crianças. Até onde pude participar, as crianças que acompanhavam suas mães eram negras.

Continuei a realizar as formações e em uma delas, nos últimos cinco minutos, houve uma colocação precipitada, ao meu ver, a respeito de Patrícia Moreira, uma das pessoas que ofendeu racialmente o goleiro Aranha, ser realmente a única culpada. Isso ocorreu justamente na semana em que a mídia, evidentemente que isto ocorreria, investiu maciçamente na vitimização de Patrícia para tentar apagar toda a repercussão que o caso teve, no sentido de alcance nunca visto anteriormente. Há inquérito policial em andamento, Patrícia foi a primeira a ser identificada, outros também devem o ser; por insistir em cantos de guerra racistas o Grêmio foi penalizado com a expulsão da Copa do Brasil; Aranha passa a ser merecidamente símbolo da voz da população negra que já não aguenta mais as ofensas banais, as piadas racistas, o genocídio histórico de sua juventude.

Cinco últimos minutos… passamos a ouvir justificações racistas e Aranha saiu como culpado por ter sido ofendido e ainda ganhou o adjetivo de racista. Enfim, nosso papel como formadoras é o de questionar os preconceitos e discriminações que atacam a dignidade humana e a bola do racismo foi cantada, quer dizer, chutada. Seria de toda forma, não tenho dúvida, porque somos brasileir@s e o racismo está entranhado em nosso cotidiano. A melhor forma de combate é o reconhecimento e reflexão e entramos nesse jogo querendo ganhar de goleada contra o racismo.

Formação preparada a quatro mãos. Sou chamada, em separado da minha companheira de trabalho, pela representante da equipe e ouço frases desencontradas. Tenho, sobretudo, a imagem de alguém em descontrole, cuspindo autoritarismo e ódio. Talvez, em meio às falas desencontradas, a que resume é: “aqui não falamos sobre isso e sim sobre outras discriminações”. Não fui ouvida e percebi que seria inútil insistir em qualquer “conversa” com aquela “interlocutora”.

Não aceitei o “convite” de me retirar e toquei as atividades, embora com forte censura no ar, a temática do racismo foi enfrentada e considero que semeamos, provocamos o rompimento com a ideologia da superioridade racial branca. Quando haverá colheita (haverá?), não sei. Quando haverá o rompimento (haverá?), não sei, mas posso afirmar que vi expressões de mulheres sendo acolhidas em suas dores quando narraram o racismo e libertar a voz, gritar a dor, é um exercício empoderador. Vi que o grupo se abriu para contar mais dores e também alegrias. A alegria apareceu, curiosamente após a dor ser libertada.

E passei a refletir mais ainda, processo no qual estou e ficarei por um bom tempo, sobre a ligação entre bonec@s negr@s, o caso Aranha, a vitimização de Patrícia Moreira e o “papel da mulher na sociedade moderna”. E tem tudo a ver.

Primeiramente, racismo não é assunto só de quem é negr@, indígena, cigan@, é assunto de tod@s nós. A ideologia da superioridade racial, que sustenta o racismo, prejudica a saúde emocional relações humanas, assim como o machismo. Estamos doentes, Além de que devemos nos lembrar sempre do efeito “teia”, junção de fatores, por exemplo, a mulher negra tende a enfrentar o machismo e o racismo ao mesmo tempo.

Segundo, vi um ponto positivo nesse “projeto”: as mulheres podem levar suas crianças. É um exemplo de respeito à dignidade da mulher mãe e das crianças e adolescentes. Se lá as crianças puderem encontrar brinquedos que represente a todas, o avanço seria muito bonito, pois é impossível negar que crianças se desenvolvem ao brincar e na relação com os brinquedos repetem o que vêem, mas sobretudo criam, amam, pois estão menos adoentadas do que nós.

Fiz uma atividade há muito tempo, uma contação de história em que a personagem principal era negra. Uma das crianças não a suportou e tive que proteger para não ser destruída. Foi um aprendizado difícil, acho mais para mim do que com a criança “de mal com a boneca negra”, pois não sabia ao certo como fazer. Só que na outra contação de história, com a mesma boneca e criança, algo muito importante mudou o cenário. A criança se apaixonou pela boneca, acarinhava-a… Só as duas saberiam contar (risos) sobre a redenção que ali houve. A possibilidade de amor e cura de uma criança é bem maior do que a nossa.

Tudo isso #juntoemisturado# e mais ações contribuiriam, sem dúvida, para que alguém não visse como piada chamar o outro de “macaco” ou “macaca” ou percebesse o crime a existência de hinos que exaltassem o ódio, o racismo, o machismo. Contribuiria também para que a Lei 10639 fosse mais conhecida, ampliada a todos os espaços de educação (formais e informais) e garantida, poderia contribuir para casos como o que Patrícia Moreira é apontada como ofensora racial despertasse mais o sentimento de que precisamos eliminar o racismo e não procurar um meio para absolver a ela – e todos os demais que assim praticarem (caso de repercussão mundial, lembre-se)- e condenar quem realmente foi vítima. Precisamos nos reeducar e ponto.

Racismo, machismo, maternidade, direito a brincar em condições de igualdade, equipe do Projeto querido mencionado, tudo isso tem a ver com o “papel da mulher na sociedade moderna” e de todas as mulheres, querid@s, brancas, negras, indígenas, amarelas porque tem a ver com o respeito às diferenças, intimamente ligado ao direito à igualdade que é o ideal a ser alcançado pelo Projeto que coordenam.

Sugestões:
Imagem: “O xadrez das cores” de Midmix e Marco Schiavon

Assista também “O CIRCO- Mulher, mãe e negra”

Professor Kabengele Munanga fala sobre o Genocídio da Juventude Negra e o Racismo:

Imnet: temperatura deve chegar aos 33 ºC nesta segunda-feira

A umidade relativa do ar deve variar entre 60% e 20%


Com possibilidade de chuvas isoladas, o tempo deve ficar de parcialmente nublado a nublado com névoa seca nesta segunda-feira (29/9). 

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Imnet), a temperatura mínima registrada na madrugada foi de 18°C. À tarde, a máxima pode chegar aos 33°C. A umidade relativa do ar deve variar entre 60% e 20%.

Há 57 anos, nove alunos negros desafiaram a segregação racial nos EUA


O grupo se matriculou no colégio destinado exclusivamente para alunos brancos, na cidade de Little Rock, capital do Arkansas, nos Estados Unidos. Os Nove de Little Rock, como ficaram conhecidos, contribuíram para a luta pelos direitos civis na América do Norte.

No fim da década de 1950, a Suprema Corte norte-americana declarou oficialmente inconstitucional a segregação racial nas escolas públicas. O Arkansas foi um, dos dois estados do Sul, a anunciar que começaria imediatamente a tomar medidas para o cumprimento dessa decisão.

Para muitos, no Sul dos Estados Unidos não se admitia a eliminação da segregação racial nas escolas. Um dos principais adversários da integração era o governador de Arkansas, Orval E. Faubus. Ele resistia abertamente e ordenou às tropas da Guarda Nacional de Arkansas que cercassem a escola.

Ouça: 
       
     
História Hoje : Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado de segunda a sexta-feira.

Fonte: ebc

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras | 3ª edição


Estão abertas, até o dia 3 de novembro, as inscrições para a 3ª edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras. Serão premiados 25 projetos de artistas, grupos e companhias que atendam à estética negra nos segmentos: dança, artes visuais, teatro e música. Participe!

Prêmio contemplará grupos e artistas que atuam com estética negra

Estão abertas até o dia 3 de novembro as inscrições para a 3ª edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, promovido pela Fundação Cultural Palmares (FCP), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), em parceria com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos e Neves (Cadon) e a Petrobras. Serão premiados 25 projetos de artistas, grupos e companhias que atendam à estética negra nos segmentos dança, artes visuais, teatro e música. O investimento total será de R$ 1,4 milhão.

A proposta do prêmio é incentivar a afirmação da cidadania, a dignidade das expressões de raízes culturais negras e a divulgação, ampliação e reconhecimento de grupos, companhias e artistas negros, além de suas iniciativas. "O Prêmio é a concretização do comprometimento com os artistas que defendem o valor da cultura negra nos palcos, nas ruas, nas galerias, nas telas de TV e do cinema, nos livros e no imaginário brasileiro", destaca o presidente da FCP, Hilton Cobra.

Para participar – Poderão se inscrever pessoas jurídicas, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos e que trabalhem de forma sistemática com as expressões culturais afro-brasileiras, nos segmentos contemplados pelo edital. Além do prêmio em dinheiro, os proponentes selecionados receberão um troféu, em cerimônia realizada especialmente para este fim, no Teatro Rival BR, localizado no Rio de Janeiro/RJ.

Os finalistas também terão seus nomes impressos em um catálogo com os trabalhos vencedores de todas as categorias, no intuito de promover maior visibilidade ao artista. As duas edições realizadas somam mais de 1.400 inscrições. A meta para 2014 é dobrar os números e atingir os 5.570 municípios do país.
As modalidades
  • Teatro – Montagem ou remontagem de espetáculo teatral, performance, festival, circo, seminários, workshop e oficinas gratuitas;
  • Dança – Montagem ou remontagem de espetáculo de dança, performance, festival, circo, seminários, workshop e oficinas gratuitas;
  • Música – Gravação de CD de artistas ou grupos que tenham como base de suas composições gêneros musicais que emergiram ou foram influenciados pela cultura africana e de seus descendentes, como o samba, o maracatu, o ijexá, o coco, o jongo, o maculelê, o maxixe, a lambada e o carimbó, entre outros.
  • Artes Visuais – Montagem ou remontagem de exposição de artes gráficas, artes plásticas, arte pública e intervenção urbana, fotografia, videoarte, grafite, escultura, gravura, instalação, design, arte tecnológica, multimídia, arte contemporânea, outras expressões das artes visuais não especificadas anteriormente e oficinas gratuitas.

Para maiores informações acesse: http://bit.ly/1ri0wI4
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Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
Com informações da Fundação Cultural Palmares

Fonte: cultura

Festival Satélite 061 no Ar | 3ª edição


Festival de artes integradas, realizado em Brasília, D.F., Brasil.

O Satélite 061 no Ar é um festival cultural que terá sua terceira edição entre os dias 24 e 28 de setembro de 2014, no Complexo do Museu da República e Centro Cultural Banco do Brasil. Desenvolvido pela Ossos do Ofício e aprovado pelo Programa Petrobras Cultural, está na sua terceira edição, mantendo as premissas que sempre nortearam o projeto: dispor para o artista local de um palco de excelente qualidade e de uma divulgação capaz de lhes dar a visibilidade que merecem. 

As atrações nacionais serão selecionadas com base estritamente na qualidade artística, privilegiando a diversidade que a música independente brasileira revela. Outras linguagens também serão programadas além da música, tais como teatro, performances, arte urbana, dança e artes visuais. 

A terceira edição do Festival Satélite 061 - 24h no ar acontece de 24 a 28 de setembro. O evento reúne artes cênicas, música e arte urbana, em dois espaços incríveis de Brasília. 

Fique ligado em nossa página :

De 24 a 27 espetáculos de teatro e dança invadem o CCBB. No fim de semana, 27 e 28, muita música em dois palcos montados no Complexo do Museu da República. 

O Palco Satélite 061 abre espaço para artistas que traçam seus caminhos e histórias em meio às dificuldades do mercado atual. Projetos que vem se destacando na cena independente local e nacional. 

Já o Palco Radiofusão de Arte Urbana recebe os melhores DJs da música negra do Distrito Federal, além de convidados que esquentam as pistas das maiores festas do país.

Programação:
Palco CCBB
24 de Setembro (Quarta-feira) - 19h 
Reivax – Magno Assis (DF) 
Teatro / Intervenção
Classificação Indicativa: 12 anos
Área Externa

25 de Setembro (Quinta-feira) - 19h 
Saia de Pandora - Mariana Baeta - As Caixeiras Cia. de Bonecos(DF)
Teatro
Classificação Indicativa: 12 anos
Palco CCBB

26 de Setembro (Sexta-feira) - 19h
Sem Título – Lavinia Bizzotto (RJ)
Dança Contemporânea
Classificação Indicativa: 12 anos
Palco CCBB

20h
Novos Ares - Intrépida Trupe (RJ)
Teatro Físico / Dança / Circo
Classificação Indicativa: 12 anos
Palco CCBB

27 de setembro (Sábado) - 15h
Caixas de Mitos - Lendas do Brasil - As Caixeiras Cia. de Bonecos (DF)
Teatro Lambe-lambe
Classificação Indicativa: Livre
Hall / Café

10h às 15h
SQF Dia de Sol - Cia Andaime (DF)
Intervenção
Classificação Indicativa: Livre
Área Externa

17h
Brincadeiras Loas e Outras Boas - Cia. Colapso (DF)
Teatro
Classificação Indicativa: Livre
Palco CCBB


Palco Satélite 061
27 de Setembro (Sábado)
19h - Luciana Oliveira (DF/SP)
20h - Vavá Afiouni (DF)
21h - Tatá Aeroplano (SP)
22h - Rubi (SP)
23h - Marcia Castro (BA)
00h - Orquestra Contemporânea de Olinda (PE)

28 de Setembro (Domingo)
17h - Ilê Axé Oya Bagan e Patubatê (DF)
18h - Paradiso (DF)
19h - Ataque Beliz (DF)
20h - Vanguart (MT)
21h - Zulumbi (SP)
22h - Lucas Santtana (BA)
23h - Otto Canta Martinho (PE)


Palco Radiofusão de Arte Urbana
27 de Setembro (Sábado)
Dj Donna (DF)
DJ Marco SP)
DJ Janna (DF)
DJ Anaum (CWB)
Projeto Hat Trick - DJs Lethal e Kaster (DF)

28 de Setembro (Domingo) 
Batalha de Crews - Quando as Ruas Chamam (DF)
DJ Dog Daia (DF)
DJ Alan Deff (DF)
DJ Chokolaty (DF)
Janine Mathias (CWB)
DJ Tamy (RJ)
Tássia Reis (SP)
DJ Donna (DF)
DJ DanDan (SP)
DJ Kl Jay (SP)

Para maiores informações acesse: https://www.facebook.com/Satelite061



Fonte: Satelite061

Exposição “Todas as faces de Maria” homenageia as mulheres negras. (ES)


Ontem foi a abertura da exposição “Todas as faces de Maria”, que homenageia a generosa e alegre Maria Laurinda grande referência capixaba na luta e resistência da mulher negra.

Maria Laurinda, nascida em 3 de junho de 1943 na Comunidade Quilombola de Monte Alegre, Distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Espírito Santo. Mãe solteira enfrentou o preconceito e o abandono da própria família, sem se deixar vencer pelas dificuldades. Como parteira, coveira, mestra de Caxambu, mãe de santo, líder comunitária, mãe e avó, Maria Laurinda está sempre à frente nas lutas por melhores condições de vida para sua gente.

A exposição é composta por registros fotográficos feitos dos últimos seis anos Maria em seu cotidiano e também documentário produzido em 2012 que mostra o dia a dia da caxambuzeira. Assista ao teaser:


Para quem deseja conhecer mais da cultura capixaba, da resistência negra, da luta de uma mulher referência no Estado ainda há tempo, pois a visitação será até o dia 1º de dezembro.

Local:
Museu Capixaba do Negro (Mucane) – avenida República, 121, Centro

Horários de funcionamento:
Terça a sexta, das 9 às 17 horas, sábados e domingos, das 12 às 16 horas

Informações:
3222-4560 / mucane@vitoria.es.gov.br.

Fonte: Dnaurbano

STJ Especial explica a diferença entre racismo e injúria racial


O racismo é uma prática que afirma a superioridade de um grupo racial sobre os outros, priorizando, particularmente, a separação destes grupos dentro de um país ou mesmo com o objetivo de extermínio de uma minoria. O sociólogo e professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Rio de Janeiro, Carlos Costa Ribeiro, afirma que o racismo é uma prática antiga na nossa sociedade e se trata de uma forma de discriminação, vinda de um fenômeno chamado etnocentrismo.

“A principal causa de qualquer forma de discriminação vem de um fenômeno que chamamos de etnocentrismo. Várias sociedades, as pessoas geralmente tendem a acreditar que a forma delas de pensar e de se comportar é a mais evoluída e melhor do que as outras. A partir daí elas começam a achar que quem é diferente, de grupos diferentes, são inferiores. Então o racismo seria quando esse tipo de sentimento se liga a questão racial, a questão da cor das pessoas, das aparências físicas das pessoas, é basicamente é daí que vem, além do mais nas sociedades em que tiveram escravidão isso se explica de uma maneira mais forte ainda, porque subjulgar um povo e algum grupo a ser escravo leva a um preconceito muito grande”.

No âmbito jurídico, o advogado, mestre em direito penal pela Universidade de São Paulo, Ivan Luis Marques da Silva, ressalta que existe diferença entre racismo e injuria racial. 
“É importante fazer uma distinção entre racismo e injúria racial, tem uma confusão muito grande em relação a isso. A injúria racial é ofender uma pessoa determinada, por motivos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de uma pessoa idosa ou portadora de deficiência. Tudo isso é uma injúria racial. Ela está no Código Penal. Algo totalmente diferente está em uma lei chamada Lei de Racismo, que tem os crimes de racismo. Aí, há uma ofensa não para uma vítima determinada, mas uma ofensa geral. Por exemplo, um post em uma rede social ofendendo uma determinada raça ou uma determinada cor. A lei de racismo, que é a lei 7716 que é de 1989, traz outras condutas que são mais populares para fins de tipificação de crime de racismo do que uma ofensa. Por exemplo, proibir alguém de se matricular em uma escola por motivos de cor, de raça. Proibir alguém de ingressar em um estabelecimento, de usar um elevador... Esses são os crimes de racismo.”

No Brasil, as práticas de racismo e injúria racial são crimes. O advogado Ivan Marques da Silva comenta sobre as penalidades a quem as comete.

“Se tivermos diante de um crime de racismo, esse crime é imprescritível, então não importa se o Estado demora para perseguir, investigar e punir uma pessoa. Ela sempre vai poder fazer isso porque esse crime não prescreve. Já aquela injúria racial, que é o mais comum, acaba prescrevendo, ela não tem uma pena muito alta, tem uma pena de um a três anos com uma causa de aumento se for feita em meios de grande divulgação, mas não passa muito de um patamar que impediria uma prescrição em um eventual recurso por exemplo”.

Em recente caso ocorrido no jogo de futebol entre Grêmio e Santos no mês passado, o goleiro do Santos, conhecido como Aranha, foi chamado por torcedores de macaco. Câmeras de televisão que transmitiam a partida flagraram, em leitura labial, uma torcedora do grêmio fazendo o xingamento. O advogado Ivan Marques da Silva destaca que esse fato se trata de uma suposta hipótese de injuria racial.

“Ela supostamente teria dirigida aquela agressão para o goleiro dos Santos, então é algo com uma vítima determinada e utilização de uma ofensa por conta de uma raça. Então, nesse caso estaríamos diante dessa injuria racial.”

É importante destacar que o racismo ou a injúria racial não se restringem a discriminação contra pessoas negras. O Superior Tribunal de Justiça tem vários julgados sobre o assunto. Em um deles, a Quinta Turma do STJ manteve condenação de um editor de livros por editar e vender obras com mensagens preconceituosas contra judeus. Para o relator, ministro Gilson Dipp, a condenação do editor se deu por conta de delito contra a comunidade judaica, não se podendo tirar o racismo contra os judeus de tal comportamento.

Ouça:

Fonte: inctinclusao

Goleiro Aranha, do Santos, é ovacionado por torcida do Galo (Atlético Mineiro)

Tratamento dado ao goleiro santista foi o oposto do ocorrido no Rio Grande do Sul

Atacante Diego Tardelli foi solidário com o amigo Aranha, vítima de ofensas racistas no estádio do Grêmio

A torcida do Atlético ovacionou o goleiro Aranha durante o aquecimento antes da partida contra o Santos, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Nesta quinta-feira, o goleiro do Peixe recebeu aplausos e teve o nome gritado por parte do público presente no Estádio Independência.

Alvo de insultos racistas de torcedores do Grêmio durante confronto pela Copa do Brasil, no fim de agosto, Aranha teve tratamento completamente diferente em Belo Horizonte. Além dos torcedores, os jogadores, alguns funcionários e o diretor de futebol Eduardo Maluf cumprimentaram o camisa 1 do Santos.

Vale recordar que Aranha vestiu a camisa do Atlético, entre 2009 e 2010. Segundo os números do Galo Digital, o arqueiro disputou 39 partidas e sofreu 43 gols.

A homenagem a Aranha já estava programada pela torcida do Galo, que mobilizaram a campanha por meio de Facebook e Twitter.

“Dia 25/09 aplauda o Aranha de pé. Não podemos nos calar diante de qualquer forma de discriminação, e é por isso que lançamos esta campanha: Se você torce pro Galo e vai ao Independência amanhã, dia 25/09, no jogo contra o Santos, mostre sua solidariedade à luta contra o racismo aplaudindo o goleiro Aranha de pé e espalhando a palavra. Aranha, estamos com você!”, dizia o anúncio.

Veja as fotos do Goleiro Aranha sendo cumprimentado por atleticanos:

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

por Alexandre Guzanshe,
Alvo de insultos racistas de torcedores do Grêmio durante confronto pela Copa do Brasil, no fim de agosto, Aranha teve tratamento completamente diferente em Belo Horizonte. Além dos torcedores, os jogadores do Galo, alguns funcionários e o diretor de futebol Eduardo Maluf cumprimentaram o camisa 1 do Santos antes da partida no Independência.

Fonte: superesportes