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sexta-feira, 18 de março de 2016

TERREIRADA com Filhos de Dona Maria e Adora Roda (20/03)


Março de muita alegria, minha gente! 
Abriremos a roda da Terreirada deste mês com o grupo Adora Roda

Adora Roda, além de um grupo de samba, é um projeto de música que desde 2007 enaltece o autêntico samba de raiz e suas manifestações mais espontâneas. Reconhecido pelo cuidado no seu trabalho autoral, o grupo valoriza as velhas escolas e atualiza as temáticas do samba, trazendo para suas composições o cotidiano Distrito Federal. Fazem parte do Adora Roda os músicos Breno Alves (pandeiro e voz), Kadu Nascimento (percussão e voz), Guto Martins (percussão), Vinícius de Oliveira (Banjo e Voz) e Pedro Molusco (Cavaquinho), Rodrigo Dantas (Violão 7 Cordas) e Jackson Delano (Sopros). 

Pra embelezar:

Pra comer: 
** Acarajé
** Animal Tropical - laricas boas e baratas

Projeções: 
** VJ Tamine 
** VJ Nibêra

Você vai ficar de fora dessa?
Marque aqui o nome de quem não pode ficar de fora desse samba!
Publicado por Filhos de Dona Maria em Terça, 15 de março de 2016


Serviço:
Data: 20 de março (domingo)
Horário: 16h
Entrada: R$ 15 - não há venda antecipada de ingressos
Local: Circulo Operário do Cruzeiro (SRE/S Áreas Especial 09, Cruzeiro Velho (ao lado da Administração do Cruzeiro)
Informações: 61 8211-6556

6° Piquenique Literário - Livro Lido Livro Livre (19/03)





Piquenique Literário – Livro lido Livro livre: O evento incentiva a comunidade à doação de livros usados e arrecadação dos mesmos. Fazendo assim com que os livros circulem dentro da comunidade, dando oportunidade para que todos tenham acesso à leitura de livros antes parados na estante.

ATRAÇÕES
  • BERNA
  • BRENO TRINDADE 
  • LIDIA DALLET
  • MANTENDO A IDENTIDADE
  • PRETO X
  • TURBANAS
  • VANDALISMO POÉTICO
INTERVENÇÃO POÉTICA
  • DANIEL NEVES
  • MEIMEI BASTOS
  • LUIZ FELIPE VITELLI
  • NATHALIA FALCÃO
  • VELHO MITCHEL
  • NANDA PIMENTA & DEVANA BABU ( MOVIMENTO SUPERNOVA)
EXPOSIÇÕES
  • HUD HH ARTES
  • GUGA CM - ESCULTURAS
  • ALINE MIGDAD - BRÉCHO


DATA: 19/03
HORA: 14:00hrs às 22:00rs.
LOCAL : Casa Dandara QNN 23. CONJUNTO " J " . CASA 35 CEILÂNDIA NORTE - VIA OESTE (PRÓXIMO A ESTAÇÃO TERMINAL)


Sexta tem Rap I Gog, Atitude Feminina, Ideologia e tal (18/03)



O Coletivo ArtSam vem a público informar que no projeto "Sexta tem Rap", evento que visa o financiamento coletivo e solidário de ações em defesa do povo pobre e preto, colaborando com um projeto popular para o Brasil, INFORMA QUE não haverá lançamento do novo CD do rapper e poeta nacional GOG e que esta informação foi um equívoco da produção.

No mais...

É O TERROR!

Eaê, sabemos que nossos artistas convidados tem vários trabalhos novos, mas será que vai rolar os clássicos? Quem lembra dessa?

Eaê, sabemos que nossos artistas convidados tem vários trabalhos novos, mas será que vai rolar os clássicos?

Onde? Espaço Imaginário Cultural (QR 103 - Samambaia Sul - Próximo a UPA)
Quando: Dia 18 de Março as 20h
Quanto: R$5,00

Shows com: GOG
Atitude Feminina
Ideologia e Tal
e DJ Liso.

Jovem norte-americano grava “O trem”, do RZO, expondo realidade das periferias dos EUA


O vídeo, intitulado “O trem (a versão de um Negro Americano)”, é de um jovem morador da costa leste dos EUA, que aprendeu português escutando rap brasileiro.

da redação*

ASSISTA A VERSÃO DE “O TREM”

“Eu aprendi português escutando rap brasileiro. Eu gravo esses vídeos para praticar o meu sotaque e também para mostrar nosso sistema do trem aqui na costa leste dos EUA. Também quero mostrar nossas periferias aqui. Muitas pessoas do Brasil e outros países acham que aqui é um grande paraíso. Mas para os negros não é… Assim que é!”
Em seu canal do Youtube, há também uma versão de “Nego Drama”, dos Racionais MCs. Assista:


quinta-feira, 17 de março de 2016

Carta Convocatória II ENJUNE - Às Juventudes Negras do Brasil



ÀS JUVENTUDES NEGRAS DO BRASIL

O Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJUNE, convoca as juventudes negras do Brasil (e no Brasil) para construir os processos preparatórios em seus municípios e estados, do II Encontro Nacional de Juventude Negra – II ENJUNE, a ser realizado de 5 a 7 Agosto de 2016, no Distrito Federal com o seguinte tema: "Por um Novo Projeto Político para a Juventude Negra do Brasil". 

Construir o II ENJUNE é cumprir uma demanda referendada pela Plenária Nacional do FONAJUNE, ocorrida de 29 a 31 de agosto de 2014, em Serra/ES. 

Na ocasião a juventude negra entendeu como demandas prioritárias: 1. Enfrentamento ao genocídio do povo negro, com ênfase ao extermínio da Juventude Negra; 2. Participação da Juventude Negra no Orçamento Público; 3. Mídia e comunicação; 4. Formação e participação política da Juventude Negra. Entendemos que essas pautas fortalecem o protagonismo da juventude negra na conjuntura vigente. 

Lançamos o II ENJUNE buscando articular e promover uma maior participação política e social dos jovens negros e das jovens negras de todo o país. O II ENJUNE buscará avaliar e consolidar as deliberações do I Encontro Nacional de Juventude Negra, realizado em 2007, em Lauro de Freitas/BA, e avançará na construção de um novo panorama social para o contexto juvenil étnico/racial de nosso país, numa perspectiva afrocentrada, a partir da reflexão e definição do projeto político de sociedade que a Juventude Negra brasileira deseja e construirá!

As etapas estaduais organizadas por cada fórum e pré fórum estadual (e somente por eles) terão até 04/07 para realizarem suas etapas.

Em breve o FONAJUNE lançará demais orientações. 

Contamos com os jovens e as jovens negras nessa construção! Porque as juventudes negras vivem para além de sonhos, se alimentam de sua própria ousadia! 

Na luta contra o extermínio e fortalecendo da juventude negra, seguimos! 

FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA - FONAJUNE.

Yzalú interpreta música inédita de Sabotage em novo disco


Produzido por Marcelo Sanches, Minha Bossa é Treta, álbum de estreia da cantora.

A cantora Yzalú teve a oportunidade de gravar uma música inédita do rapper Sabotage, morto em 2003. Ela fez uma versão à voz e violão de “Figura Difícil”, canção que integra o disco de estreia dela, Minha Bossa é Treta, e pode ser ouvida com exclusividade no site da Rolling Stone Brasil.

“Na zona sul só tem figura difícil/ Quem não tiver ideia ficará no prejuízo/ E no difícil eu insisto/ Eu mando o recado: humildade em alto nível para não ser enquadrado”, canta Yzalú, revezando entre momentos melódicos e diretos ao evocar os versos de Sabotage.

Primeiro álbum da cantora, Minha Bossa é Treta, ganha lançamento nesta terça, 8 de março, propositalmente no Dia Internacional da Mulher. O trabalho é produzido por Marcelo Sanches, com uma série de músicos assinando participações, de Peri Pane no violoncelo a Gustavo da Lua (Nação Zumbi) na percussão.

Como em poucas faixas do disco, entretanto, “Figura Difícil” traz performances apenas de Yzalú, que toca o violão base, faz a voz principal e os backing vocals da canção. A canção surgiu a partir de uma letra resgatada de um dos cadernos de Sabotage.

Ouça “Figura Difícil” abaixo.


Fonte: Rollingstone

Tia Má



por Alexandre Galvão,
"O meu nome é a junção de má, de maldade, e ira, de irada, mas você sabe, né? Eu não sou nada disso. Sou Tia Má, de Maíra mesmo. Quem me conhece, sabe que sou assim. Não sou atriz, sou jornalista do povo”. É assim que Maíra de Azevedo, prestes a completar 35 anos, se define. Ela se divide agora entre duas paixões: o jornalismo e os vídeos que faz como Tia Má – uma mulher despojada e que fala de tudo, desde a calça apertada que divide os testículos do homem até o conselho para as tias que ficam na festa de final de ano “se sentindo a mizeravona” e querendo constranger o sobrinho ou sobrinha que é gay ou lésbica. “Eu sou muito bem-humorada e muito franca, não tenho paciência com mimimi”, definiu, em entrevista ao Bahia Notícias.


Segundo a Tia, tudo começou quando ela recebeu uma “cantada muito da fulêra”. “Um cara entrou no meu ‘face’ e me queixou de forma bizarra. Tenho mó orgulho de ser negona, aí botei uma dica para ele sobre isso, foi a primeira dica da Tia Má. Foi uma das postagens minhas com mais curtidas. Com esse negócio da dica, eu comecei a brincar. Aí uma pessoa do jornal foi lá e fez a página da Tia Má e eu ficava dizendo que era maluquice. No mesmo dia deu 500 pessoas na página. Em pouco tempo a página tinha três mil pessoas. Eu via muita menina me pedindo conselho e eu tinha acabado relação e queria dizer que as pessoas poderiam superar a dor. Eu queria muito falar sobre afetividade, então comecei a gravar vídeos (acesse aqui)”, conta. Os óculos escuros, conta Tia, são para manter a identidade, “tipo Clark Kent, que fica de óculos de grau e ninguém conhece”, mas, apesar da vontade ser anônima, a Tia já é reconhecida em Salvador. “Outro dia eu tava na rua e um policial começou a me olhar e rir. E você já viu que eu adoro um barraco, né? Bem fiquei perguntando que diabo ele tinha visto e ele chegou e disse: ‘eu vi seu vídeo da manga, viu?’. Fiquei tão sem graça, menino”, relembra.


Foi num destes encontros que a Tia Má, no entanto, descobriu sobre a importância dos seus vídeos. “Uma menina disse que mostrou um vídeo para a mãe sobre homoafetividade e a mãe riu aí ela contou que era lésbica. Isso é massa. Eu consigo passar a mensagem que eu quero”, apontou. Ser uma celebridade da web não está nos planos de Tia Má, mas, se o dinheiro vier, ela agradece: “A gente coloca na conta, paga o colégio do menino e vai ser feliz”. Apesar da aventura no mundo dos vlogs, Maíra conta que não tem ídolos. “Não tenho nenhum ídolo, não tenho time, não gosto de nada. Meus ídolos são as pessoas que eu conheço, do meu dia-a-dia. Esse negócio tem mexido comigo. Eu não quero status de celebridade da web. Isso é idiotice”, classificou. Para Tia Má, o importante é “libertar as pessoas de estigmas e conversar sobre amor”. “Eu não acredito que estou conseguindo. Isso é foda. Tia ama”.

E por fim, o ultimo vídeo de Tia Má - Parem de dizer as pessoas negras que elas gostam de se vitimizar. Pois O racismo existe no Brasil e reconhecer isso não é fazer um discurso de coitadinho, e sim o primeiro passo para eliminar. Assista:


"Existe princesa negra? Um curta sobre racismo e representatividade na infância"

Ana Fulô (Vó Ita) e Tekka Flor (Gisele) em cena de Fábula de Vó It

Por: Caio Costa, 
Quando Gisele chegou do colégio, sua avó Ita percebeu que havia algo errado. Um desenho feito pela menina revelou o que estava acontecendo: Gisele era vítima de racismo.

A ilustração mostrava colegas zombando de seu cabelo crespo. Para ajudar a neta a superar o problema, Ita cria uma história fantástica. Nasce assim Fábula de Vó Ita, curta-metragem que precisa arrecadar R$ 10 mil até dia 10 de agosto para ser finalizado (colabore!).

Na história criada por Ita, Gisa, uma menina negra, sente-se isolada em um reino onde ninguém se parece com ela. Cansada de sofrer discriminação, ela procura uma bruxa para modificar seu visual, mas é justamente por causa de seus cabelos – que se alteram conforme suas emoções – que ela é reconhecida por sua mãe, a rainha Andrea, que há anos procurava a filha perdida.

Apesar de ficcional, o enredo do filme de Joyce Prado e Thallita Oshiro remete à realidade de muitas crianças negras no Brasil. Uma das próprias criadoras, Joyce, 28, viveu episódios semelhantes na infância. “Quando estava, no pré [pré-escola], o termo era ‘macaca’”, conta Joyce. “Infelizmente temos que ensinar para crianças de 5 anos que elas não têm que se importar com a visão de seus colegas de classe. Não deveria ser assim”, completa.


A identificação dos atores com a história também é grande e surgiu ainda antes das filmagens. “Fiquei impressionada no teste de elenco, tivemos 30 crianças, e as mães adoravam porque quando vão fazer teste pra publicidade ou novela as crianças são colocadas para figuração, não têm papel como personagem, não têm voz. Temos um elenco formado por atores negros que têm voz ativa”, conta Joyce.

No caso de Tekka, atriz mirim de 8 anos que vive a protagonista Gisele, a ligação é ainda mais forte. “Tem uma frase da Gisele que é ‘mas, vó, não tem princesa assim[negra]’. Perguntei para a Tekka o que ela pensava quando dizia isso, ela falou: Eu sei que eu sou uma princesa, mas todos querem dizer que não sou, e começou a chorar”, conta Joyce.

Outro caso marcante envolveu a filha de Gabee Conceição, que interpreta a mãe de Gisele. “A filha da Gabee chegou um dia em casa dizendo que não queria mais ser negra. Com 4 anos, ela sentia uma falta muito grande de se ver representada, de não ver uma princesa negra nas histórias. A mãe falou da Tiana, da Princesa e o Sapo, mas a filha lembrou que a Tiana não era uma princesa, era uma mulher que tinha casado com um príncipe. A princesa que vendiam pra ela não era uma princesa de verdade. Quando ela viu a mãe vestida no teste de figurino, saiu contando na escola que a mãe era uma rainha negra”, conta Joyce

Representatividade.

A questão da representatividade é central em A Fábula de Vó Ita. O curta venceu o edital Carmem Santos Cinema de Mulheres, destinado a obras de cineastas mulheres. Além das diretoras Joyce Prado e Thallita Oshiro – que também assina o roteiro –, direções de arte, fotografia, som e até as ilustrações do filme são de responsabilidade de mulheres.

A verba recebida no edital, de R$30 mil, no entanto, não foi suficiente para realizar o curta da maneira planejada. Toda parte da fábula é feita em animação, misturando aspectos de bordado e pintura, o que elevou os custos. Para viabilizar a produção, elas recorreram ao financiamento coletivo e precisam arrecadar R$ 10 mil até o dia 10 de agosto.

Mais perguntas para Joyce Prado:

Catarse: Como você vê a questão da representatividade no cinema nos últimos anos e, em especial, nas produções destinadas ao público infantojuvenil?

Joyce Prado: Acho que existe um movimento no audioviasual tanto de realizadores negros quanto de realizadoras mulheres. Estou nesses dois. A gente começa a contestar o que é a nossa representação em imagem e discurso, e a gente busca trazer esses questionamentos para as crianças.

C: Como veio a ideia de usar o financiamento coletivo?

JP: Quando falávamos do projeto para as pessoas, elas gostavam. Essa reação positiva fez a gente sentir que podia ser um caminho, já muitas pessoas se interessavam pela proposta.

C: Vemos no Catarse um uso frequente do financiamento coletivo para viabilizar projetos questionadores, alguns focados no público infantil como “Uma história quase parecida”, “A princesa e a Costureira”. Como você vê o crowdfunding nessa luta por mais representatividade e na criação em geral?

JP: Dentro do financiamento coletivo existe uma liberdade maior de narrativa. Editais, tanto estaduais como federais, costumam ser conservadores. No financiamento coletivo há uma dinâmica mais livre, acho que isso traz essa recorrência de narrativas com propostas que tratam de homossexualidade, de representativdade de mulheres negras. É uma criação nas telas que começa a contestar a sociedade machista e até mesmo de consumo. Quando a gente fala em colaboração de pessoas que gosta de um projeto, a gente tá indo para um outro eixo. Não é Rouanet ou Proac, em que você depende de empresas se interessando pelo seu projeto. Quando não há necessidade de convencer uma empreesa, você tem uma liberdade criativa maior, até mesmo de contestar a posição deles [empresários] em relação a esses temas. Estamos construindo um outro eixo de produção cultural através do financiamento coletivo.

Fonte: ceert

quarta-feira, 16 de março de 2016

Mortes Matadas por Arma de Fogo


Não existem famílias negras ou de qualquer cor, que vivam em condições de pobreza nas periferias e favelas do Brasil, que não tenham conhecimento direto, quando não são testemunhas forçadas, de mortes violentas causadas por armas de fogo que atingem os jovens, principalmente negros do país.

As crianças não necessitam terem computadores nem internet para assistirem os trucidamentos diários, vivem as mortes ao vivo, quando têm sorte de escaparem vivos, na hora em que os exércitos de policiais ou de bandidos avançam na guerra fratricida.

O trabalho de compilação de dados de mortes matadas, feito por Julio Jacobo Waiselfisz há mais de uma década, traz uma luz para entendermos o que se passa e buscarmos soluções.

Mas traz sobretudo um alerta a toda a sociedade, para que tomemos conhecimento de que somos todos responsáveis, e todos nós estamos sangrando a juventude de uma nação. Redação da Mamapress

Apresentação Salete Valesan
Diretora da FLACSO-Brasil
Para baixar em pdf, mapaViolencia2015

O Mapa da Violência, elaborado pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz desde de 1998, tem contribuído de forma decisiva para que a sociedade brasileira reflita sobre as muitas formas de violência que se abatem sobre seus cidadãos.

A violência na vida social não é um fato que possa ser explicado e compreendido pela ação isolada dos indivíduos, seus temperamentos, irascibilidade ou ainda pelo uso de substâncias estimuladoras, como o álcool ou as drogas.

A violência torna-se uma linguagem cujo uso é validado pela sociedade, quando esta se omite na adoção de normas e políticas sabidamente capazes de oferecer alternativas de mediação para os conflitos que tensionam a vida cotidiana, aprofundam as desigualdades e promovem injustiças visíveis.

A tradição de impunidade, a lentidão dos processos judiciais e o despreparo do aparato de investigação policial são fatores que se somam para sinalizar à sociedade que a violência é tolerável em determinadas condições, de acordo com quem a pratica, contra quem, de que forma e em que lugar.

Nesse ambiente cultural que valida práticas violentas, o imenso arsenal de armas de fogo existentes no país faz com que o Brasil tenha indicadores de mortes matadas equivalentes ou superiores aos de países que vivem situação de guerra ou conflito civil armado.

As iniciativas para deter a disponibilidade de armas tiveram sucesso com a aprovação do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003). Essa norma legal teve o mérito de, por um lado, reduzir parcialmente o arsenal clandestino e, por outro, alertar a sociedade quanto aos riscos que essas armas trazem para todos. Recentemente, no entanto, crescem as manifestações, em especial no Congresso Nacional, favoráveis à revisão ou até mesmo à revogação do Estatuto, com o objetivo de permitir que cada cidadão, a partir de 18 anos, possa ter acesso a um número ainda maior de armas de fogo. Atualmente, o Estatuto autoriza que cada cidadão maior de 25 anos possa ter, de modo justificado, até 6 armas de fogo.

Elucidar a associação entre presença e disponibilidade de armas de fogo e o persistente crescimento da violência em nossa sociedade exige um trabalho árduo de pesquisa. As atuais fontes de informação, que vêm se aprimorando com tempo e oferecendo metodologias que permitem a comparação internacional, ainda necessitam superar limitações, como alerta a nota técnica desse Mapa da Violência 2015: “Não se pode negar que as informações do sistema de registro de óbitos ainda estão sujeitas a uma série de limitações e críticas, expostas pelo próprio SIM, e também por diversos especialistas que trabalharam com essas bases (…). A primeira grande limitação, assumida pelo próprio SIM, é o sub-registro, devido à ocorrência de inúmeros sepultamentos sem 10 MAPA DA VIOLÊNCIA 2015 | Mortes Matadas por Armas de Fogo a devida certificação, determinando uma redução do número de óbitos declarados (…). Apesar dessas limitações, existe ampla coincidência em indicar, por um lado, a enorme importância desse sistema e, por outro, a necessidade de seu aprimoramento.” No entanto, a sociedade brasileira já dispõe de evidências quanto às consequências da disseminação de armas de fogo e o custo social que se paga por essa disseminação. Esse custo é ainda mais elevado quando se constata que o crescimento da violência atinge principalmente a juventude.

Como observa o autor do presente estudo, se no período compreendido entre os anos de 1980 e 2012 a população teve um crescimento em torno de 61%, as mortes matadas por arma de fogo cresceram 387%, mas entre os jovens esse percentual foi superior a 460%. Em outras palavras, mais jovens morrem por armas de fogo, apesar da redução inicial provocada pela aprovação do Estatuto do Desarmamento. E a gravidade se torna ainda maior quando se sabe que, em sua maioria, são os jovens negros as vítimas dessa escalada. Racismo, violência e impunidade se associam na degradação do ambiente social brasileiro.

Por serem os jovens as principais vítimas de mortes matadas por armas de fogo no Brasil, a FLACSO, como instituição dedicada à promoção de estudos e pesquisas em Ciências Sociais, em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que coordenam o Plano Juventude Viva, têm o orgulho de oferecer à sociedade brasileira o trabalho do pesquisador Júlio Jacobo Waiselfisz, que merecidamente recebeu, em 2013, o Prêmio de Direitos Humanos da Secretaria-Geral da Presidência da República. Cumpre-se, assim, o compromisso de promover estudos que contribuam para a melhoria da vida social e para a superação de situações socialmente inaceitáveis, como a permanência da violência como linguagem validada, perpetrada principalmente contra os jovens negros brasileiros.

O debate sobre a violência não se esgota no tema da disponibilidade de armas no país. No entanto, conhecer os efeitos da presença desse arsenal certamente contribui para que a sociedade brasileira permaneça alerta quanto às propostas que pretendem responder a violência com mais violência. Como observava Mahatma Gandhi, se seguirmos a lei do “olho por olho, o mundo acabará cego”.

O Mapa da Violência 2015 Mortes Matadas por Armas de Fogo lança luz sobre o debate e contribui para que não se possa justificar a cegueira por falta de informação confiável sobre o inaceitável número de homicídios cometidos a cada ano no Brasil com o uso de armas de fogo.

Fonte: Mama Press.

MC Soffia questiona padrões de beleza em clipe gravado na Pedra do Sal, no RJ


A rapper mirim MC Soffia, de 12 anos, foi até o monumento histórico Pedra do Sal, no Rio de Janeiro, onde fica localizada uma Comunidade Remanescentes de Quilombos, para o gravar o mais novo clipe dela, da faixa “Menina Pretinha”. Acompanhada por outras crianças, ela reforça a veia de contestação do racismo do seu trabalho, perguntando: “Minhas bonecas pretas, o que fizeram com elas?”

Por Lucas Brêda,
Com direção de Vras77 (Emicida, Inquérito), o vídeo – abaixo – ganha vida nesta quarta-feira, 9, com exclusividade no Sobe o Som, espaço no site da Rolling Stone Brasil dedicado à produção alternativa da música nacional.

“É um monumento muito importante para preservar a memória da comunidade remanescente de quilombos que ocupou aquela área”, diz Kamilah Pimentel, mãe e produtora da cantora, sobre a escolha do local de gravação do clipe. “É berço do samba e referência da cultura negra carioca. Tem história. A história do meu povo. A história que minha filha canta em suas letras.”
“Menina pretinha/ Exótica não é linda/ Você não é bonitinha/ Você é uma rainha”, canta Soffia no refrão, questionando os padrões de beleza e promovendo um desfile de outras crianças negras no espaço. “Meu cabelo é chapado, sem precisar de chapinha.”
“‘Menina Pretinha’ foi uma das primeiras músicas que comecei a cantar”, diz ela, que assina a autoria da faixa com Denna Hill e James Bantu. “Nunca me xingaram de exótica, mas as pessoas costumam chamar as mulheres negras assim. Falam que elas têm uma beleza exótica, mas isso não é um elogio. Eu sei que exótico é bicho. Então, eles querem dizer que as mulheres são bichos? Apesar de nunca terem dito isso para mim, quando eles xingam os negros também estão me xingando.”

“Menina Pretinha” foi produzida por Diamante (com mixagem e masterização de Fernando Sanches, no El Rocha) e já é figura carimbada no repertório de Soffia. A canção deve integrar o primeiro disco da carreira da MC, cujas gravações terão início nos próximos meses.

Conheça o clipe de “Menina Pretinha” abaixo:

Fonte:  Rolling Stone.

Tempo e vivência: Auto estima da mulher negra


Quando se trata de abordar sobre a auto estima negra , abre-se um viés de possibilidades,de assuntos.Quando eu escolhi o tema quis falar um pouco da minha vivência. Sei, que assim como várias negras como eu, tiveram sua auto estima abalada ou fragilizada em algum momento da vida. Seja pelo corpo, seja pelo cabelo, pelos lábios grossos e grandes, quadril largo e por aí vai.

Em minha casa minha mãe sempre cuidou da gente com máximo capricho,trançava nosso cabelo, ajeitava aqui e ali, nos sentíamos bem mas era só chegar na escola que nosso bom humor ia pro brejo.

As pessoas zoavam, hostilizavam, por um bom tempo as pessoas me chamavam de bicuda porque realmente era uma coisa que me incomodava, não dava pra ficar sorrindo. Alisar os cabelos foi uma opção de me sentir aceita e inclusa no ambiente que eu vivia e estudava, eu ficava mais na escola do que em casa, estudava em período integral. Como estudei no mesmo colégio durante anos fui conquistando o respeito das pessoas e fui começando a não ligar muito pro que diziam. Minha mãe sempre foi muito parceira nesse tocante de tá nos estimulando a não desistir, a não entristecer, a não ligar.

Como disse com o tempo comecei a “cagar” pra opinião das pessoas, essa era a minha reação quando falavam algo ofensivo. A mídia não me ajudava muito com a questão da auto estima não, eu achava que tinha que ter cabelo grande e liso, coloca a toalha na cabeça e tudo, não gostava de colocar batom porque me achava com a boca gigante, não achava tom de maquiagem pra minha pele quando mais velha (graças que hoje tenho tudo isso ao meu dispor).

Apesar de na infância não ter muita representatividade além da família, tive referências musicais todas as divas do soul,do blues meu pai ouvia e a gente ouvia também (até hoje ouvimos), isso foi algo muito importante porque foi na música que anos mais tarde nos achamos e nos desenvolvemos. Foi na música que a gente viu a representação da nossa luta também. Hoje minha mãe usa turbante e não fica esteriotipando como fazia antes, hoje ela tem uma visão cultural e histórica muito maior de conscientização. Minha irmã mais nova ama o cabelo dela cheio de cachos e se sente bem. Hoje eu sei que, se eu quiser ser a Frida eu vou ser, se eu quiser ser a mulher maravilha eu vou ser. Eu posso ser o que eu quiser.

Me aceitar hoje, como eu sou com todas as minhas características não foi fácil, me prendia em trocentos aspectos e ainda estou em desconstrução. O empoderamento me ajudou absurdamente nesse quesito. Às vezes as pessoas falam que eu sou séria ou me classificam como metida, mas não sou não. Isso foi um pouco de resultado por conta da falta de auto estima, até hoje não sei lidar com elogios e alguns afetos, às vezes acho que as pessoas tão zoando comigo e isso é algo que eu tenho lidado também, quem convive comigo sabe que sou uma matraca ambulante e dou uns sorrisos também!

Emponderar-se é saber da sua história, do seu trajeto e se orgulhar do que está se tornando. Eu sempre falo que o tempo é rei, porque eles nos conscientiza e transforma. Hoje eu não fico nessa de não ligar pra opinião dos outros, só ouvir e não falar. Eu problematizo, explico, exemplifico. Não dá pra engolir qualquer coisa, qualquer argumento raso ou equivocado. Agradeço a cada dia as lindas que estão se ajudando, se unindo no empoderamento, na luta que vai muito além de estética e modinha. Vai ter negra empoderada sim,vai ter nega se achando a top da galaxia também.


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*Imagem: Exposição “Todos podem ser frida” da fotógrafa Camila Fontenele de Miranda.


terça-feira, 15 de março de 2016

É forte?

 Foto de Paolo Giron.

Elza Soares é um símbolo da resistência da mulher negra.

A mulher negra é forte?

A mulher negra é forte por que foi sequestrada?

A mulher negra é forte por que foi brutalizada?

A mulher negra é forte por que foi estuprada?

A mulher negra é forte por que à um bebê branco foi designada?

A mulher negra é forte por que foi açoitada?

A mulher negra é forte por que foi caçada?

A mulher negra é forte por que foi marginalizada?

A mulher negra é forte por que sem pai foi criada?

A mulher negra é forte por que foi hostilizada?

A mulher negra é forte por que foi descaracterizada?

A mulher negra é forte por que foi trocada?

A mulher negra é forte por que foi explorada?

A mulher negra é forte por que outra vez foi abandonada?

Talvez a mulher negra só seja forte por que ela foi desumanizada?

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Maryanne Beatrice Uzoukwu Leonina, devoradora de livros e amante de séries. Fascinada por novos idiomas, atualmente estudando línguas estrangeiras. Uma eterna pesquisadora.


Promoção do Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal (17/03)

Márcia de Araújo é uma das idealizadoras de coletivo que reúne 60 representantes de várias regiões administrativas de Brasília

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

por Dayane Oliveira,
Ex-auxiliar de serviços gerais, Márcia de Araújo, de 35 anos, perdeu as duas pernas devido a uma trombose aos 32 anos. Ela conta que o processo de adaptação foi difícil. Durante dois anos, não sentia vontade de sair de casa, de ver os amigos, nem mesmo a própria família, e não aceitava a nova condição física. "Comecei a sair só há mais ou menos três meses, por causa do Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal", relata a dona de casa.

O coletivo a que Márcia se refere é um movimento social, iniciado em meados de janeiro, que busca fortalecer o público feminino com deficiência. Também se propõe a lutar contra qualquer forma de violência, pela acessibilidade e pelo direito à autonomia e à dignidade. A dona de casa é uma das idealizadoras. "O objetivo é expandir, divulgar o nosso trabalho, tirar as pessoas de casa para lutarmos pelos nossos direitos", acrescenta. Participam dele 60 representantes — com deficiência ou mães de pessoas com deficiência — de várias regiões administrativas de Brasília.

Atrações
Na quinta-feira (17), das 13 às 18 horas, o grupo promoverá diversas atividades na estação de metrô da 112 Sul. Estão previstos debate, desfile fashion inclusivo, apresentações artísticas, exposição de arte e de artesanato. Aberto à população, o evento faz parte da programação oficial do governo de Brasília, sob o lema “Vozes de Todas as Mulheres”, para comemorar o Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Para o coordenador de Promoção de Direitos de Pessoas com Deficiência, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Paulo Beck, a estação é ideal para as atividades. "Aqui temos diversos atendimentos a pessoas com deficiência, ambiente acessível, auditório e podemos dialogar com a população que passa", resume.

Veja o calendário das comemorações do governo de Brasília para o Dia Internacional da Mulher. 

Comemoração do Dia Internacional da Mulher
Promoção do Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal
Em 17 de março (quinta-feira)
Das 13 às 18 horas
Na estação de metrô da 112 Sul

+Informações, acesse: Agência Brasília

Denúncias de violência contra a mulher cresceram 44,74% em 2015


Entre os casos de violência sexual, o número que mais chama a atenção é o de estupros: foram 2.731 casos, uma média de mais de 7 casos por dia

O número de denúncias de violência contra mulher recebidas pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 aumentou 44,74% em 2015. No ano passado, foram registradas 76.651 casos, contra 52.958 em 2014. Os dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres, órgão vinculado à Presidência da República.

Com isso, o Brasil teve, em média, 210 casos de violência contra a mulher por dia. Do total de denúncias, a maior parte, 50,16%, está relacionada à violência física. As ocorrências de violência psicológica ocuparam o segundo lugar, com 30,33%. Em menor proporção, aparecem ainda casos de violência moral, cárcere privado, violência sexual, violência patrimonial e tráfico de pessoas.

Entre os casos de violência sexual, o número que mais chama a atenção é o de estupros: foram 2.731 casos, uma média de mais de 7 casos por dia.

O balanço também mostra que as mulheres negras são o principal alvo dos casos de violência. Elas foram vítimas em 58,86% das ocorrências registradas.

A Central de Atendimento à Mulher foi criada em 2005. Além de encaminhar as denúncias para os órgãos competentes, a central também acolhe e orienta as vítimas de violência e oferece informações sobre os direitos das mulheres, preservando o anonimato das denunciantes. Desde sua criação em 2005, já foram realizados quase 5 milhões de atendimentos.

ONU: Polícia brasileira matou mais de 2 mil pessoas em 2015, em sua maioria afrodescendentes

Chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas falou sobre o tema durante reunião em Genebra. Comunidades de afrodescendentes e de praticantes de religiões de origem africana no Brasil são tema de avaliação feita pela relatora especial da ONU sobre minorias, Rita Izsák-Ndiaye, no dia 15 de março; relator sobre a tortura condenou a prática recorrente de tortura e maus-tratos nos presídios e delegacias brasileiros.

Chefe de Direitos Humanos da ONU afirmou ter sido informado, durante visita ao Brasil em 2015, sobre a insegurança que jovens negros sentem diante da violência policial. Foto: Agência Brasil / Marcelo Camargo

O chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra’ad Al Hussein, afirmou nesta quinta-feira (10) que a polícia brasileira foi responsável pela morte de mais de 2 mil pessoas em 2015. Vítimas eram, em sua maioria, pessoas negras.

Comunidades de afrodescendentes no Brasil serão tema de avaliação feita pela relatora especial da ONU sobre minorias, Rita Izsák-Ndiaye. O documento, que também analisará a situação de comunidades tradicionais e de grupos praticantes de religiões de origem africana, será hoje 15/03.

Embora reconheça que o governo brasileiro tem tomado medidas para garantir os direitos dos negros no país, Zeid disse ter sido informado, durante sua passagem pelo Brasil, no ano passado, sobre a insegurança que muitos jovens negros sentem diante da violência policial e da impunidade.

O alerta do chefe de Direitos Humanos foi feito em meio a um amplo pronunciamento sobre as violações dos direitos humanos no mundo todo, por ocasião da 31ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos. Até 24 de março, o organismo vai avaliar a conjuntura de diferentes países a partir de relatórios preparados por especialistas independentes.

Na terça-feira (8), o relator especial da ONU sobre tortura, Juan E. Méndez, condenou a prática recorrente de tortura e maus-tratos nos presídios e delegacias brasileiros. O especialista visitou o país no ano passado, quando pôde analisar a situação de diversos locais de encarceramento. Méndez apontou que o sistema carcerário é marcado por um “racismo institucional” no Brasil, onde quase 70% dos presos são negros.

Fonte: ONU.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Feminicidio: Unb decreta luto de três dias e convoca ato oficial contra violência



O evento acontecerá no Teatro Arena do campus Darcy Ribeiro e terá representantes da ONU Mulheres Brasil

Por Camila Costa, 
Está previsto para segunda-feira, às 15h30, um ato oficial contra a violência, no teatro de arena do campus Darcy Ribeiro. A convocação foi feita em nome da Universidade de Brasília (UnB) para que alunos, professores, técnicos-administrativos e toda a comunidade se unam em uma homenagem à estudante Louise Maria da Silva Ribeiro, 20 anos, assassinada em um laboratório da universidade. O evento contará com a participação de membros da administração superior, docentes da Universidade e representantes da ONU Mulheres Brasil.

Em nota, a UnB reiterou a indignação com o crime e o pesar pela morte violenta da aluna. “A instituição se solidariza com a família e os amigos de Louise e se coloca à disposição para conceder o apoio necessário”, declarou em sua página na internet. A UnB também informou que tem reforçado a segurança no Darcy Ribeiro com ações como o policiamento ciclístico – feito por 20 policiais militares do 3º Batalhão da PM – e a criação de um número de Whatsapp para receber denúncias.

As manifestações de repúdio pela morte de Louise começaram ainda ontem. Amigos, professores e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) receberam com tristeza e indignação a notícia da morte da colega. Não foi possível conter o desespero. Muitos amigos próximos da estudante precisaram de atendimento psicológico e apoio dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No fim da tarde de ontem, cerca de 100 alunos se juntaram no Anfiteatro da UnB para expor a violência contra as mulheres e pedir mais segurança no campus.

Aos poucos, todos foram sabendo do que tinha acontecido. Uma amiga de Louise desmaiou ao saber do crime. Outra, precisou ser amparada pelos pais. Até quem não conhecia a jovem ficou consternado com o assassinato. Na entrada do Instituto de Ciência Biológicas (ICB), funcionários da UnB fixaram um comunicado de que as aulas haviam sido suspensas. A direção decretou luto de três dias. “Não eram pessoas com histórico violento”, afirmou a diretora do ICB, Andréa Maranhão.

Aluna do 6º semestre de biologia, Raíssa Alarcão, conhecia o suposto assassino, Vinícius Neres. Para ela, foi uma surpresa. “Eu ainda não consigo acreditar. Ele era uma pessoa extremamente tranquila”, lembrou. Segundo a integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Dayse Rodrigues é preciso dar um basta na violência contra a mulher. “Infelizmente, é um problema estruturado na sociedade. Mas, quando ocorre em um ambiente onde deveríamos nos sentir mais seguras, surge um grito de alerta para que medidas efetivas sejam tomadas”, declarou.

Brasileira negra ganha menos de 40% que brasileiro branco, aponta estudo

Marcha das Mulheres Negras em Brasília

por SOFIA FERNANDES,
A mulher brasileira conquistou espaço no mercado de trabalho. É mais bem qualificada, gasta mais tempo que os homens estudando e ainda dá conta dos trabalhos no lar. São 25 horas por semana dedicadas a roupa, louça, vassoura e outras tarefas de casa. Os homens gastam 10 horas.

Mas a mulher ganha em média 30% menos que o homem.

Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado 11/03, pelo Ministério do Trabalho, no âmbito do Dia das Mulheres, dá a noção dessa realidade, que já foi pior. Há uma década, a mulher tinha um desfalque de 37% nos seus rendimentos, aponta o estudo.

A publicação dá destaque à posição da mulher negra e pobre nas franjas do mercado de trabalho brasileiro. Elas não chegam a ganhar 40% do valor do contracheque de um homem branco.

Os dados do estudo vieram das Pnads (Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios, do IBGE) de 2004 a 2014, último ano para o qual se tem informações disponibilizadas.

DESEMPREGO

O estudo, chamado "Mulheres e trabalho: breve análise do período 2004 - 2014", pontua que as camadas mais marginalizadas da força de trabalho brasileira são justamente as mais penalizadas em momentos de crise econômica e desemprego.

"Os sinais de reversão de um ciclo de crescimento do emprego formal são, portanto, preocupantes na medida em que são as franjas mais frágeis da massa de trabalhadores os mais propensos a sentir primeiro os efeitos de uma conjuntura desfavorável, cujos contornos ainda não estão muito bem definidos", diz o estudo.

As mulheres negras têm a maior taxa de desocupação. Estão submetidas às situações mais precárias de trabalho, com baixos salários e sem carteira assinada.

No Brasil, a maior parte do contingente de domésticas é negra. Mas há muito mais trabalhadoras domésticas brancas com carteira assinada.

Creuza Oliveira, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, veio de Salvador para Brasília para o lançamento do estudo e reforça que, em momentos de crise, quem mais sofre é a trabalhadora negra.

"Quando não tem trabalho, bate o desespero. Para manter a estrutura da família, ela tem que se virar, vendendo cosmético, vai pra praia vender coisa, faz comidinha pra vender. Se o patrão ou a patroa perde o emprego, a trabalhadora doméstica também perde, e tem que se virar."

Segundo Rosane da Silva, coordenadora do núcleo de gênero do Ministério do Trabalho, atacar essas diferenças de gênero tem que ser objeto de política de Estado.

LEI DAS DOMÉSTICAS

Creuza citou a regulamentação da lei dos trabalhadores domésticos, que garantiu direitos como pagamento de horas extras e férias, como um avanço. Infelizmente, muitos patrões estão demitindo para se livrar dos impostos, aponta.

"A sociedade brasileira estava acostumada a ter dois, três empregadas em casa e não se preocupar em assinar um papel. É um resquício do trabalho escravo. Muitos não querem aceitar a lei." 

Fonte: Folha.

Cuspiram em mim hoje!!!



Por Rodger Richer, 
Lá estou eu caminhando pela Esplanada dos Ministérios no final desta manhã e vejo manifestantes do ato anti-Dilma hostilizarem a mim e a colegas meus no meio do ato apenas pelo fato de “aparentarmos ser petistas”: das seis pessoas que estavam comigo, quatro eram negras, das quais duas estavam com camisas estampadas “A casa grande surta quando a senzala aprende a ler”, uma com a estampa de Exu e eu estava com uma camisa estampada com a imagem dos panteras negras. Todos nós somos militantes do Coletivo Enegrecer e do Movimento Negro Unificado, sendo que eu e Bruna Rocha Diretores da União Nacional dos Estudantes.

Eles não sabiam se eramos petistas, mas o simples fato de sermos negros e estarmos com essas camisas, nossa presença incomodou e os conservadores reagiram agressivamente contra nós. Eu passei a filmar a ação de um manifestante que agia agressivamente e ele reagiu literalmente dizendo que a bandeira do Brasil jamais será vermelha e cuspindo em mim! Nunca me senti tão humilhado!

O que está nessas marchas golpistas é um verdadeiro ódio de classe e de raça, anti-petismo, ódio aos partidos e à própria política. Essa elite não aguenta mais ver negros e negras nos aeroportos, nas Universidades e ascendendo socialmente.Eu sinto nojo desse cara que está aí estampado nesse vídeo! Nós não queremos um Brasil de antigamente, que era pra poucos. Queremos um Brasil para todas as pessoas, negros e negras, mulheres, LGBTS, trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, reafirmamos que a nossa luta é por mais amor, mais igualdade e mais democracia!

A marcha que nós vamos é em defesa e pelo aprofundamento da democracia!

RACISTAS, FASCISTAS, NÃO PASSARÃO!



Fonte: Geledés.

Terreiro de candomblé é depredado em Valparaíso, Goiás


A Fundação Cultural Palmares recebeu mais uma denúncia de barbárie e intolerância religiosa nesta quarta-feira (9). O ato de ódio foi praticado contra o Centro Espírita Afro-Brasileiro Ilé Axé Iemanjá Ogum Té, localizado em Valparaíso, Goiás. O terreiro de candomblé foi invadido e completamente depredado.

Segundo Noêmia Ferreira, responsável pelo terreiro, o ataque foi realizado na sua ausência, possivelmente entre os dias 7 e 8 março. Isso porque um quebra-quebra durante esta madrugada foi ouvido e relatado por vizinhos posteriormente.

Mãe Noêmia, como é conhecida, estava viajando e, ao chegar ao local na noite do dia 8, encontrou seu portão acorrentado. Com esforço e ajuda de seu marido, conseguiu rompê-lo. Por trás dele, deparou-se com o caos. Sua casa e o barracão que abrigava os objetos sagrados e os altares foram completamente destruídos. As paredes estavam todas no chão.

“Moramos em um país que oficialmente nos dá o direito de sermos o que bem quisermos. Portanto, ninguém tem o direito de invadir e destruir a casa alheia, principalmente quando se trata de uma casa religiosa. Essas pessoas destruíram algo que era sagrado para mim, algo intimamente ligado com os meus ancestrais, minhas raízes e crenças. A dor que senti no momento em que me deparei com aquela destruição foi profunda”, relata.

Acompanhados pela Fundação Cultural Palmares, os denunciantes registraram o Boletim de Ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia de Valparaíso (GO). Os responsáveis pelo crime, entretanto, ainda não foram identificados.

“Ainda estou profundamente abalada com esse ataque. Só espero que a justiça seja feita. Estou reunindo forças para me reerguer e reerguer minha casa. Tenho que dar a volta por cima”, diz Mãe Noêmia, que vive no local há mais de 15 anos.

Desde agosto de 2015, casas, barracões e terreiros de matriz africana vêm sendo sistematicamente atacados no Entorno de Brasília, no Estado de Goiás. O ataque ao terreiro Ilé Axé Iemanjá Ogum Té foi o sétimo atentado caracterizado como crime de intolerância religiosa na região no período de oito meses.

Mapeamento e institucionalização

No início deste mês, representantes do Ministério da Cultura, Fundação Palmares e Governo do Distrito Federal reuniram-se para a articulação e planejamento de um mapeamento cultural das casas de candomblé e umbanda do DF. A iniciativa tem como intuito registrar casas e terreiros de matriz africana e afro-brasileira da região, a fim de, tal qual um levantamento censitário, identificar quem são, quantos são e onde se encontram os espaços e as pessoas adeptas dessas religiões.

“Efetivando-se o trabalho de mapeamento das casas de umbanda e candomblé do DF, pode-se estar dando início a uma política pública que se torne referência para outras unidades federativas”, lembrou na ocasião Cida Abreu, presidenta da Fundação Palmares.

De acordo com a Fundação Palmares, o mapeamento cultural deverá aprofundar e ampliar os trabalhos iniciados pelo Inventário Nacional de Referências Culturais (INCR) de Lugares de Culto de Matrizes Africanas e Afro-brasileiras no Distrito Federal e Entorno, desenvolvidos pelas Superintendências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Distrito Federal e em Goiás. O inventário em questão teve apenas caráter amostral.

Para Mãe Baiana, coordenadora de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Palmares, ataques como o denunciado nesta terça-feira explicitam ainda mais a urgência de um mapeamento desses centros. “Não podemos mais tolerar ataques como esses, que já vêm acontecendo há muito tempo. O mapeamento desses terreiros trará uma institucionalização fundamental para a segurança desses espaços. Esse registro vai empoderar esse povo”, afirma ela, que já foi vítima de atentado semelhante.

Para a realização desse mapeamento, os envolvidos criarão ainda uma portaria que formalizará o grupo de trabalho responsável pelos procedimentos e metodologias que deverão ser adotados para a sua efetivação.
Denuncie

A Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, pune com pena de reclusão de dois a cinco anos quem cometer crime de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pode-se fazer denúncias em delegacias comuns ou nas especializadas em Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Fonte: Aqui Acontece.

sexta-feira, 11 de março de 2016

COISA DE PRETO - 6° Edição (13/03)


COISA DE PRETO chega à 6° Edição, neste próximo domingo (13/03), no Bar Raizes! Vamos aquilombar!!! Feira afro empreendedora 

Presentes:
  • BANTU STYLE. Roupas & Produtos Africanos
  • Mina Nagô acessórios afros 
  • Mr Capes 
  • Preta Flor
  • Negrif Brasília
  • Afro Nzinga Cabelo e Arte
  • Brazil Zullu
  • Yalodê Moda Étnica
  • Gladis roupas africanas 
  • Janela do Infinito
  • Bazafro
  • Q mais 
  • Lolla cosméticos 
  • Negra arte 
  • Afrikanus
  • Nonato
(((((((((SONORIZANDO)))))))) 
DJ UPreto Soundsystem - 15:00 às 18:00h

Serviço
Data: 13/03/16
Hora: de 10:00 às 18:00hrs
Local: Bar Raizes
SCLRN 408 - Bloco D - Loja 40 - Asa Norte, 70856 Brasília


EntreOlhares Brasília - 2ª edição - Um experimento de conexão humana (13/03)



Todos nós sabemos e sentimos o quanto a correria da vida nos desconecta uns dos outros. As tecnologias nos deixaram ultra conectados virtualmente, mas, muitas vezes, falta aquela conexão que só pode ser sentida através da presença genuína de outro ser humano com a gente. Nossos alarmes internos estão disparados e quase nunca estamos presentes por inteiro em nossas relações cotidianas.

Então convidamos todos vocês a disponibilizarem um minuto de contato olho no olho e descobrirem onde foi parar a conexão humana. Esta é a segunda edição do evento em Brasília.  A primeira edição, ocorrida em 15 de outubro de 2015, seguiu um evento mundial, organizado pelo Theliberators e teve uma adesão incrível, com muitas conexões humanas. Assim, resolvemos repetir a dose e criar mais uma oportunidade para estas conexões, através do olhar!

Links dos vídeos e fotos de Brasília e do mundo: 

Venha conosco, espalhar não somente esse evento mas a ideia que está por trás dele, que é a de conexão genuína entre seres humanos... afinal, ela faz um bem danado para o coração e pode começar uma verdadeira revolução.

A idéia é simples:
1. Vamos ter placas na Praça Nacional da República, em Brasília, com os dizeres “Para onde foi a conexão humana? Compartilhe um minuto de contato olho no olho para descobrir ... ". 

2. Traga uma canga, tapete de ioga, almofadas, cadeiras dobráveis ou qualquer coisa que te permita sentar e esperar um desconhecido chegar para compartilhar um minuto de contato visual com você. Esses itens não são obrigatórios, você pode não trazer nada e ficar de pé, fazendo contato visual com as pessoas também.

3. Quando e onde?
Nós vamos nos encontrar no domingo, dia 13 de Março, das 14h às 18h, na Praça Nacional da República, em Brasília. Local com sombra e abrigo, se caso chover.
Os organizadores vão estar identificados.

4. Não podemos esquecer nossos irmãos que enxergam com o coração através das mãos. Para acontecer a inclusão dos portadores de necessidades especiais (PNE) vamos possibilitar a interação entre todos. Para os que quiserem participar recebendo e tocando a face uns dos outros será disponibilizado álcool em gel para assepsia das mãos e vendas para que estejamos todos em igualdade, e compartilhar das mesmas sensações. Convide seu amigo PNE visuais.

Conheça o Conexão Humana:

Como você pode ajudar?
1. Caso tenha câmera, poderá nos ajudar com as filmagens.
2. Convide pessoas para ficarem sabendo do evento.
3. Recomendar este evento no seu mural do Facebook.
4.Hashtag fotos, vídeos e atualizações com #compartilhe1minuto#entreolhares #conexãohumanabrasília

SERVIÇO
Data: 13 de Março
Hora: das 14h às 18hrs.

Local: Praça Nacional da República, em Brasília/DF

Ritmo da Juventude - 2ª Edição (12/03)



Sábado agora, 12 de Março... Ritmo da Juventude 2° Edição. Bboys e Bgirs Brasília DF e entorno. 

Salve da Família da Estrutural! Convidado a todas(os) a participar nesse sábado de um grande evento de Hip Hop na cidade Estrutural com Batalha de MC e Break, além de Grafite e Torneio de Skate. Vai ser às 14h na Praça em frente à Administração Regional!

Hitmo da Juventude - Familia da Estrutural - CHAMADA

Mais um vídeo de chamamento aí pro Ritmo da Juventude

Hitmo da Juventude - Rodrigo&Gustavo - CHAMADA

Serviço
Data: 12/03/2016
Hora: a partir das 14:00hrs
Local: Praça Central, em frente à Administração Regional da Estrutural.

SAMBA EM TONS DE MARROM (11/03)


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