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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Juventude Viva


Os dados do Ministério da Saúde revelam que mais da metade dos homicídios no Brasil (53%) atinge pessoas jovens, sendo que, deste grupo, mais de 75% são jovens negros, de baixa escolaridade, em sua grande maioria homens (91%) e com maior incidência na faixa etária entre 20 e 25 anos. Além disso, ao longo da última década tem crescido o número de mortes de jovens negros, que passou de 14.055 em 2000 para 19.255 em 2010.

Diante desse quadro, o governo federal está lançando o Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra, denominado "Juventude Viva", que é coordenado pela Secretaria Nacional de Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

O Plano Juventude Viva constitui uma oportunidade histórica para enfrentar a violência, problematizando a sua banalização e a necessidade de promoção dos direitos da juventude. Além das ações voltadas para o fortalecimento da trajetória dos jovens e transformação dos territórios, o Plano busca promover os valores da igualdade e da não discriminação, o enfrentamento ao racismo e ao preconceito geracional, que contribuem com os altos índices de mortalidade da juventude negra brasileira. Trata-se de um esforço inédito do conjunto das instituições do Estado para reconhecer e enfrentar a violência, somando esforços com a sociedade civil para a sua superação.


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"Juventude Viva" chega ao DF e Entorno

O Plano "Juventude Viva", programa de prevenção à violência contra jovens negros, chega ao DF, no dia 30 de agosto, por meio de acordo de cooperação assinado entre gestores do governo federal, distrital e municípios de Águas Lindas de Goiás, Formosa, Luziânia, Novo Gama e Valparaíso de Goiás.

“De nada adianta a gente combater as mazelas da juventude negra apenas aqui em Brasília se não debatermos também na grande Região Metropolitana”, destacou o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Arquicelso Bites, sobre a importância das ações integradas entre o DF e o Entorno.
Durante reunião, realizada em 9 de agosto, representantes das três esferas de governo definiram também uma agenda de encontros para debater ações conjuntas que acontecerão nesses cinco municípios que estão entre os 132 prioritários para receber o Plano.

A primeira reunião acontecerá sexta-feira (16/8), em Valparaíso, que já havia buscado informações sobre o Plano junto à Secretaria Nacional de Juventude (SNJ). “Nunca se pensou num plano que acabasse ou diminuísse a violência contra a juventude, e principalmente contra a juventude negra”, afirmou o secretário de Cultura de Valparaíso, Lincoln Bruno.

O vereador Wenner Patrick sugeriu, inclusive, um Projeto de Lei na Câmara Municipal de Formosa, pois o plano “irá empoderar a juventude negra da cidade e mudar esse cenário de violência com o qual a juventude sofre”. A pauta será debatida na cidade segunda-feira (19/8).

“Nosso município necessita muito de uma iniciativa como essa. Vamos trabalhar para que todos os secretários se engajem para atingirmos os objetivos do Plano”, declarou Alessandra de Souza, coordenadora de projetos da Secretaria de Assistência Social e presidente do Conselho de Assistência Social de Águas Lindas de Goiás, que receberá os gestores do Plano na segunda-feira (21).

Números: Os dados de 2010 fornecidos pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) dos municípios do entorno são alarmantes - em Águas Lindas de Goiás, 69% do total de vítimas de homicídio eram de jovens, sendo que 100% dos jovens assassinados eram negros. No Novo Gama, os jovens foram 61,70% do número de mortos, e o município também apresenta o preocupante dado de 100% de negros entre os jovens assassinados.

Em Formosa, 59,09% dos assassinados eram jovens, e desses, 80,76% eram negros. Enquanto em Luziânia, 65,48% eram jovens, e 97,29% eram negros. Os jovens de Valparaíso de Goiás foram 69,14% das vítimas de homicídio, e dentre eles, 89,23% eram negros. “Valparaíso sofre com os altos índices de violência, e isso os dados não precisavam mostrar para a gente. Nós que vivemos na cidade sabemos que a violência é muito grande contra a juventude”, explicou Lincoln Bruno.

Cada representante municipal se comprometeu a identificar, dentro de seu município, os territórios que mais precisam do Plano Juventude Viva, e definir com o governo local quais áreas devem ser priorizadas para receber os equipamentos públicos e as ações previstas.

Os mapas de Identificação de Localidades e Famílias em Situação de Vulnerabilidade (IDV) foram apresentados como ferramentas que irão auxiliar no processo, pois apresentam dados georreferenciados sobre os homicídios em todo o país.

Para maiores informações acesse Juventude Viva.

Fonte: Agência Brasília, Juventude Viva.

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