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quarta-feira, 29 de abril de 2015

O Racismo Institucional no caminho da Saúde Materna, Jovem Negra de 15 anos morre após dar à luz em hospital

Por *Emanuelle Goes,
E continua, outras Alynes continua aumentando o numero de óbitos maternos em nosso País. Então, de fato do que adiantou, e qual foi o real impacto do Estado Brasileiro ser julgado pela corte internacional (CEDAW - Comitê pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher - Nações Unidas) sobre acusação da morte de Alyne, que era uma jovem negra que morreu de causa materna, alem de uma indenização para família e um nome na placa em uma unidade de uma maternidade no Rio de Janeiro, sim o mesmo Estado que em uma de suas maternidade levou a ceifou a vida precocemente de Rafaela, uma jovem com o perfil tão semelhante com o de Alyne.

Rafaela estava grávida de 40 semanas Foto: Reprodução / Facebook

E ao mesmo tempo o quanto vale a vida de Rafaela, que neste momento é a representação da negação do direito a vida das mulheres negras, quando as práticas discriminatórias e racistas atingem diretamente Rafaela com o desfecho mortal, a sociedade racista diz que somos e quanto (não) valemos. Link: Jovem de 15 anos morre após dar à luz e família acusa hospital de negligência

Quem é Rafaela, o pouco que sei basta para imaginar o tratamento que ela recebeu na maternidade, Mulher Adolescente Negra, tudo isso tem uma interação de opressões sexistas, de geração e racista, que é uma bomba relógio. Posso sim, como mulher negra e profissional da saúde, imaginar quantas violências obstétricas Rafaela sofreu até o seu trágico fim.

Estou de verdade muito triste, sim essa é palavra, triste!! Ver que a nossa vida não vale nada, que para eles, profissionais de saúde, Rafaela, eu e você só somos mais uma que para eles atrapalham o desenvolvimento e progresso deste País.

E por fim, segue uma lista de artigos que venho escrevendo e publicando no Blog sobre o tema, a minha meta é que eu possa falar um mais de saúde do que de doença, mais de vida do que morte!!

Violência obstétrica, as práticas profissionais existem sem ela?

Mais que um nome na placa, morte materna e o racismo institucional

Cerca de 90% das mortes de grávidas poderiam ser evitadas com o atendimento adequado

Caso Alyne: Estado realiza pagamento de indenização à mãe de Alyne Pimentel

Mulheres Negras e Mulheres Brancas, são (des)iguais no acesso ao pré-natal? Nenhuma morte materna a mais!

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*Blogueira, Enfermeira, Odara Instituto da Mulher Negra, Doutoranda em Saúde Pública/UFBA


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