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quinta-feira, 16 de abril de 2015

O papel das instituições educacionais para o combate à discriminação



Quando resgatamos o passado para vivenciar o futuro, para não esquecermos que somos limitados e nossas ações podem prejudicar através de palavras e atrocidade que só um homem pode cometer parece que não adianta. Nada convém ao Homem querer seguir o conselho do passado, por que o que ele resgata, é apenas de seu interesse. O preconceito reflete o péssimo trabalho em amenizar as dores que outrora prevalecia. Continuam demasiadamente agredindo o ir e vir e marginalizando a ponto de não querer que ondas de insatisfação aconteçam. Quando essas manifestações contra o Estado opressor resolve eclodir, o Estado continua a limitar o nosso direito de prevalecer como povo.

por Rafael Monteiro Biancardini Silva,
Por isso, não devemos nos submeter a uma ordem que marginaliza, força a separação através da insuficiente assistência do Estado, que conforme prerrogativas de seu interesse inibiram a participação de um povo, que sem políticas de reparação iniciado pelo Movimento Negro, o Estado continuaria omisso. Devemos lutar com eles, pois como eles, continuamos tolhidos pelo Estado.

Hoje, o fato de ser negro, pesa de forma que afeta a vida física e emocional, além da profissional. O maior responsável são as instituições públicas ou privadas, que, no que tange ao combate a discriminação, revela pouco ou nenhuma preocupação.

Segundo Francisca Maria do Nascimento Sousa, ela afirma que:
A discriminação é, pois, a efetivação do preconceito. Neste sentido o preconceito racial se afirma através de práticas discriminatórias que subjugam os indivíduos negros, tidos como inferiores, reduzindo-lhes as condições de sobrevivência e as possibilidades de competir em pé de igualdade com os grupos socialmente privilegiados.
Nesse sentido, entende-se, pois que participação do negro nos mais variados campos profissionais submete instituições sociais a uma dinâmica que materializa, em toda a sociedade, “uma lógica de segregação amparada em preconceitos e estereótipos raciais disseminados e fortalecidos pelas mais diversas instituições sociais, entre elas: a escola, a Igreja, os meios de comunicação e a família, em especial.” (ELIANE CAVALLEIRO).

Nesse sentido, a escola, por ser um formador de opinião e uma barreira, teoricamente, contra injustiças e desigualdades, deve ser a principal responsável, junto com a família do aluno, que em conjunto instruem a falta de conhecimento, pelo combate a discriminação. Hoje temos, relativamente, no âmbito de escolas particulares uma escolha pela valorização da diversidade. Essas instituições apostam no combate a discriminação através do Serviço de Orientação Educacional (SOE) a ponto de fornecer instrução e apaziguar relações com intuito de combater o bullyng. Como formadora de opiniões e de cidadãos, é necessário que esse movimento seja levado a sério por outras instituições, além de escolas públicas que segundo Eliane Cavalleiro, conclui num artigo intitulado “Discriminação Racial e Pluralismo nas Escolas Públicas da Cidade de São Paulo”.
“No que se refere à competência para as relações e ao processo4 de comunicação nesse ambiente, inexistem ações para que as discriminações sejam percebidas, desveladas, denunciadas.A criança que percebe a discriminação não considera os profissionais presentes na escola como aliados.Não se nota uma prática de resolução de conflitos pautada no diálogo entre os conflitantes. Ou seja, o diálogo configura-se mais como uma admoestação por parte dos adultos do que um momento de reflexão sobre o que motivou o conflito e a posterior agressão, seja essa física e\ou verbal.”
Dessa forma, para subsistir numa sociedade livre de preconceitos é necessário, primeiro o combate à discriminação de qualquer natureza, pois sem ela, seja em instituições sociais ou mesmo entre países, podemos viver longe do alcance de uma estimativa publicada no dia 5 desse mês (Janeiro), que indica que “a desigualdade racial cotidiana do país encontra sua expressão mais aguda na comparação dos dados de morte por homicídio da juventude”.

A pesquisa realizada pelo Fórum de Segurança Pública indica através do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e desigualdade (IVJ 2014) que ser jovem e negro no Brasil revela alto risco de chance de morte por homicídio quando comparável à um jovem branco. A pesquisa mostra que isso pode ser perceptível em todo o país, entretanto, os mais graves são na Paraíba (risco de 13,4 vezes), Pernambuco (11,5), Alagoas (8,7), Distrito Federal (6.5) e por último Espírito Santo, com 5,9.

Esses dados fornece a atenção ao combate e a reflexão pelos atos até hoje não apagados, que deturpa com a imagem do negro e de sua história integrante à sociedade Brasileira. Esses dados nos revela uma prática que há tempo ronda, como um espectro, a fim de desmanchar com a história de um povo que sob sangue e suor, legitimou e lutou por uma história brasileira e engessou, junto com um misto de outras culturas, uma cultura genuinamente nacional.

Fonte: Geledés.

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