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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Grupo idealiza projeto para facilitar vida de mães com uso de bikes

Johnny Bike, Caroline Soares e Coracy Coelho fazem parte do Coletivo da Cidade: luta pela mobilidade

Mães da Estrutural terão à disposição bicicletas para deixar os filhos na escola e irem trabalhar, por exemplo

Se é das necessidades que surgem as soluções, na Cidade Estrutural as ideias fervilham em busca de novos planos para melhorar a vida da população. Dentro de um cenário nada fácil, de uma região marcada pela violência, há quem reme contra a maré e lute contra os aspectos negativos. É nesse clima que voluntários, parceiros e coordenadores do projeto Coletivo da Cidade trabalham e, agora, apresentam uma novidade: o uso de bicicletas velhas, doadas, reformadas e, em breve, compartilhadas com mães de crianças atendidas pelo programa. Com elas, essas mulheres deixarão o filho na escola e irão para o serviço. A vontade do grupo é de que, até o fim do mês, algumas mães estejam usando as bicicletas.

Mães como Adriana Alves Veras, 27 anos. A filha, Nicolle Yara, 8, fica no Coletivo na parte da manhã e estuda à tarde. Tanto para uma atividade quanto para a outra, as duas vão a pé. A caminhada, segundo Adriana, é longa. Desempregada, ela espera nos próximos dias conseguir uma vaga de balconista em uma drogaria no centro da cidade. Mas será longe de casa, cerca de cinco quilômetros. “A bicicleta vai ser uma bênção de Deus. São uns 40 minutos andando. É muito longe. E, com uma garupa, levo a Nicolle”, comemorou. Uma reunião será feita nos próximos dias para ajustar como cada mãe utilizará o equipamento.

Ao todo, 26 bicicletas foram doadas. Seis ainda não estão prontas, pois faltam peças. As bikes chegaram ao coletivo graças a uma parceria com a ONG Rodas da Paz, e muitas peças e ferramentas para a desmontagem e reforma dos equipamentos vieram da doação de outras pessoas. No entanto, ainda faltam algumas coisas, principalmente, as ferramentas. Com elas, um dos principais parceiros, o bicicleteiro Johnny Bike, 36 anos, ajusta as “magrelas”. Aperta um parafuso, tira outro, acerta o guidão.

Johnny é também o responsável pelos mutirões de conserto. Faz o serviço para a comunidade e ensina àqueles que querem aprender. “Iniciamos anteriormente uma oficina comunitária, mas acabou não vingando. Agora, que vamos precisar, vamos tentar retomar. Mas precisamos de ajuda”, conta. Entre os itens que estão em falta, tem chaves de fenda e alicate de compressão. “Precisamos de tudo que é usado nesse tipo de serviço”, avisa.

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