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terça-feira, 1 de abril de 2014

Polícia de SP mata 3 vezes mais negros do que brancos, diz estudo

Em fevereiro de 2014 um estudo da Ong Sou da Paz noticiou que os Homicídios são causa nº 1 de morte não natural de negros em SP enquanto, no caso dos brancos, acidentes de trânsito são a principal ‘causa externa’. Agora são os pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos que vem reafirmar a barbárie racial que vivenciamos cotidianamente: A polícia de São Paulo mata quase 3 vezes mais pessoas negras que pessoas brancas; São os policiais brancos a maior parte dos assassinos; A taxa de prisões em flagrante de negros é duas vezes e meia maior que a de brancos.

Em entrevista a um jornal, a coordenadora da pesquisa, Jacqueline Sinhoretto, diz que existe um “racismo institucional”. “Não é que o policial como pessoa tenha preconceito. É o modo como o sistema de segurança pública opera, identificando os jovens negros como perigosos e os colocando como alvos de uma política violenta, fatal”.


De GEVAC / UFSCar |
Pesquisa da UFSCar aponta desigualdade racial na ação da PM em SP

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos realizaram uma pesquisa inédita sobre o racismo na ação da Polícia Militar paulista. Os dados obtidos em entrevistas com policiais, observação das abordagens e análise de dados estatísticos mostram que os policiais matam e prendem mais pessoas negras do que brancas.

Coordenada pela Profa. Dra. Jacqueline Sinhoretto, do Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos (GEVAC) do Departamento de Sociologia da UFSCar, a pesquisa analisou Inquéritos Policiais que versam sobre mortes cometidas por policias e que são acompanhados pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e ainda dados obtidos junto à Secretaria de Segurança Pública. Além disso, foram entrevistados oficiais e praças da PM.

A pesquisa descobriu que em São Paulo, nos anos de 2010 e 2011, entre as vítimas de mortes cometidas por policiais, 58% são negras, ao passo que na população residente do estado o percentual de negros é de 34%. Para cada grupo de 100 mil habitantes negros, foi morto 1,4, ao passo que, para cada grupo de 100 mil habitantes brancos, foi morto 0,5. Segundo a coordenadora da pesquisa, estes números deixam evidente a ausência de políticas de segurança pública para a população negra, que culmina nas altas taxas de mortalidade por homicídio neste grupo.

Além da produção da desigualdade racial na letalidade policial, a pesquisa constatou ainda que a vigilância policial é operada de modo racializado. Em São Paulo, a taxa de flagrantes de negros é mais que o dobro da verificada para brancos. Também segundo Sinhoretto, estes dados expressam que a vigilância policial privilegia as pessoas negras e as reconhece como suspeitos criminais, flagrando em maior intensidade as suas condutas ilegais, ao passo que os brancos gozam de menor vigilância da polícia para suas atividades criminais.

A pesquisa será apresentada em dois eventos:

  • Dia 01 de Abril no evento “Quartas Sociológicas”, às 10h no Auditório do CECH, AT2, na UFSCar, cidade de São Carlos-SP.

Para saber mais: segurancaerelacoesraciais@gmail.com

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