O Raiz Forte nasceu em 2012, com um projeto de websérie no intuito levantar questões sobre a mulher negra na sociedade; a estética negra e sua inferiorização social; e a aceitação do cabelo crespo. A ideia era abordar tais questões a partir dos perfis de mulheres que se reconhecem como negras e resistem com suas culturas e estéticas afrodescendentes. O projeto manteve atividades no youtube, em redes socais e, agora, entra na fase de estrear um site que concentrará todas as ações do projeto, além de funcionar como um blog com matérias, pesquisas e material audiovisual.
Assista:
Por Magalli Lima,
O site do Raiz Forte entra no ar no próximo domingo (25), às 17h. Para celebrar o novo espaço na internet, no mesmo horário será feito um plantio de sementes de árvores africanas e brasileiras na Casa 10, da Escadaria Cristóvão Colombo, na entrada do Parque Gruta da Onça, no Centro de Vitória.
“Essa é a primeira vez, como grupo, que criamos uma plataforma virtual para dar vazão a questões que dizem respeito à identidade afro-brasileira”, detalha Charlene Bicalho, idealizadora do projeto Raiz Forte. Na estreia do site, ela conta ainda que o espaço destinado a apresentar o perfil de mulheres, intitulado Mulheres de Raiz Forte, será inaugurado com o perfil de XisMakeda (teaser acima), uma carioca de 38 anos que mora em Vila Velha e é mãe de três filhos.
Makeda irá abordar temas que dizem respeito ao próprio corpo e a opressão racial que busca apagar a identidade negra por meio da negação estética. “Não só a Xis Makeda, mas todas as mulheres que entrarão nessa ala do site vão falar sobre a posição delas em relação a presença de cada uma do lugar onde estão; a relação delas com o próprio cabelo; as vidas profissionais; e como elas se posicionam na sociedade como mulheres negras – esses são os fios condutores da discussão”, acrescenta Charlene.
O perfil de Makeda será apresentado em vídeo, além de textos e fotos, numa proposta multimídia do site. O projeto inclui ainda mulheres de diversos lugares, como Rejane Bicalho dos Santos, brasileira residente em Portugal e mãe de duas filhas; Uana Mahin, cantora e moradora de Recife, Pernambuco; e Yalorixá, percussionista e produtora cultural do Ponto de Cultura Coco de Umbigada em Olinda, também Pernambuco, entre outras mulheres.
Charlene conta que o contato com essas mulheres, que se tornarão, em breve, perfis do site, foi feito a partir dos lugares por onde ela e os outros integrantes – alguns deles espalhados pelo Brasil – do Raiz Forte circulou. “A Xis conheci em um encontro de mulheres quilombolas, em São Mateus. Algumas mulheres foram indicadas, outras tivemos contato por meio da internet mesmo. Geralmente são pessoas que representam lugares por onde transitamos e conseguimos conversar e criar uma relação”.
A proposta do conteúdo que será divulgado no site é investigar as adaptações que as mulheres negras sofrem, ainda nos dias atuais, para adequarem seus cabelos a padrões estéticos eurocêntricos. E, além dos depoimentos, conteúdos diversos sobre mulher e cultura afro serão veiculados, aceitando contribuições de quem tiver interesse em divulgar pesquisas e materiais do tipo. O site terá atualizações quinzenais inicialmente.
___________________________________________________________
Serviço
– O site do projeto Raiz Forte será no ar, no endereço eletrônico: www.projetoraizforte.com.br
Fonte: Século Diário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário