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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Festival Abre Caminhos - O samba pede passagem (30, 31/10 e 1/11)












Entre cordas, couros, cantos e tambores, o “Festival Abre Caminhos – o samba pede passagem” reafirma os sólidos laços entre o samba e o universo religioso afro-brasileiro. Em tempos em que são recorrentes atos de preconceito e intolerância às religiões de matriz africana, o festival abre novos caminhos em direção à cultura da paz por meio da música.


Nos dias 30, 31 de outubro e 1º de novembro, artistas brasilienses e nacionais com propostas musicais que fundem música e culto aos ancestrais encontram-se em um lugar especial na capital federal: a Praça dos Orixás, local que reforça a relevância social e histórica da religiosidade afro-brasileira para a formação cultural da cidade. Serão três dias de shows gratuitos, oficinas e rodas de conversa abertas ao público. 

Quem convida para essa celebração ao samba e ao sagrado é o grupo brasiliense Filhos de Dona Maria, que lança, no primeiro dia do evento, 30/10, seu primeiro CD, intitulado “Todos os Prazeres”. 

Programação: 
Sexta – 30/10 
20h – Toque de Abertura e Lançamento do Vídeo “Casas de Axé” 
21h - Ilê Aiyê 
23h - Filhos de Dona Maria - Lançamento do CD “Todos os Prazeres” 

Sábado – 31/10 
18h – Roda de Conversa: Experiência e trajetória musical da cantora Glória Bomfim (BA) 
19h – Barracão da Rádio Cultura FM com Daniel Mioju 
21h - Renata Jambeiro 
22h30 - Glória Bomfim 
00h - Teresa Lopes 

Domingo – 01/11 
16h - Oficina de Toques Tradicionais da Nação Xambá – Coco da Jurema – com Bongar (PE) 
16h30 – Oficina de Dança – Coco da Jurema – com Bongar (PE) 
17h – Roda de Conversa: Ogans e o samba: tradição religiosa e o cenário da música brasiliense 
19h - Bongar 
20h30 - Adora Roda com participação de Cris Pereira 

Confira o teaser do Festival Abre Caminhos - O samba pede passagem (30, 31/10 e 1/11) 

Dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro (sexta, sábado e domingo) 
Praça dos Orixás 
Entrada Franca 

Realização: Filhos de Dona Maria e Padê Produções.

FEST NEGRA 2015 - RECANTO DAS EMAS (30/10)








08º FEST Negra, etapa Recanto das Emas.

Com a parceria da Casa de Cultura Síndrome Criativa, Sarau Falsa Abolição e Coletivo Reflexo das Ruas, na quadra 401 conjunto 04 lote 15. Faremos a partir das 18 horas as vivencias Beleza Negra com penteados e turbantes, Nosso Som com ritmos de matriz africana, Olhar Pérola com exibição de depoimentos de negros e negras das periferias, apresentações musicais e recitais poéticos.

Nossas ações, cara e cultura, precisam ser projetadas e valorizadas, o ser negro não pode permanecer sendo impedimento ou constrangimento para nossa etnia, precisamos evoluir como povo negro, entender que somos fortes e por isso diverso, isso é que torna o Brasil um país impressionantemente rico culturalmente.

Confira algumas entrevistas que já rolaram nas edições anteriores da FEST NEGRA 2015:

FEST NEGRA 2015 - Entrevista Com GOG

FEST NEGRA 2015 - Entrevista Com Dani Black


FEST NEGRA 2015 - Entrevista Com Máximo Mansur


FEST NEGRA 2015 - Entrevista com Lídia Dállet



Mais informações, acesse: FEST NEGRA 2015 - RECANTO DAS EMAS

É Nóis Que Fala - Conferência Livre Nacional de Juventude e Comunicação (31/10)



O É Nois Que Fala - Conferência Livre Nacional de Juventude e Comunicação acontecerá na capital federal no dia 31 de outubro e propõe um percurso de vivências e debates na relação comunicação e juventude. Será um espaço de trocas de ideias entre cerca de 100 participantes. Midiativistas, educomunicadores, comunicadores populares e convidados criarão propostas para a 3ª Conferência Nacional de Juventude que acontecerá em dezembro.

Durante o evento, serão construídos espaços de convergência e debates que estimularão a conexão em rede entre pessoas, grupos, movimentos e entidades. O intuito é agregar diferentes pensamentos na construção do Plano de Juventude sob a perspectiva de jovens comunicadores, em diálogo com a temática “As várias formas de mudar o Brasil”.

Temas como cultura digital, software livre, rádio e tv (pública, livre, universitária e comunitária), trabalho e renda, cultura e educação para as mídias serão discutidas entre os participantes. A partir das resoluções da última Conferência Nacional de Juventude, contextualizadas para o atual cenário da juventude brasileira, a ideia é contribuir na democratização da comunicação com a participação juvenil. 

A Conferência É Nóis Que Fala antecederá o 5º Encontro Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadoras e Comunicadores - ENAJOC. O evento organizará ações da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadoras e Comunicadores - Renajoc para 2016, que discutirá organicidade e articulação em rede.

:::::::PARTICIPAÇÃO::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 

Realize a sua inscrição aqui: http://goo.gl/forms/vzIr1q7yIN

:::::::ALIMENTAÇÃO E ALOJAMENTO:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Café da manhã, almoço e lanche da tarde serão fornecidos pelo evento aos inscritos.

Quem precisar de alojamento poderá ficar no alojamento do V ENAJOC (https://www.facebook.com/events/1655464281338037/)


:::::::SERVIÇO:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

O quê: É Nois Que Fala - Conferência Livre de Juventude e Comunicação
Quando: 31 de outubro, das 8h às 19h
Onde: EBC - Setor Comercial SUL - SCS // Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul - Brasília/DF 
Informações: 61 81361618 | 61 9588 0584 | 61 8122-0411 | 61 9397 2804
juventudecomunicacao61@gmail.com

:::::::PROGRAMAÇÃO:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
  • 8h30 as 9h30 - Credenciamento, Café da Manhã e Apresentações
  • 9h30h à 12h30 - Roda de Conversa Livre de Abertura - Construindo um Plano de Juventude e Comunicação no Brasil
  • 6 Convidados para analisar as seguintes perspectivas:
  1. Convidado 1 - Educomunicação, participação e autonomia 
  2. Convidado 2 - Software Livre e Cultura Digital 
  3. Convidado 3 - Trabalho, Comunicação e Sustentabilidade 
  4. Convidado 4 - Políticas Públicas de Comunicação
  5. Convidado 5 - Midialivrismo
  6. Convidado 6 - Comunicação Pública e Juventude
*Teremos streaming da atividade da manhã, com a possibilidade dos participantes online enviarem propostas. Estas serão anotadas em targetas e levadas para os debates da tarde.

  • 12h30 à 14h - Almoço
  • 14h à 16h15 - Carrossel Temático nos seguintes eixos com 5 questões norteadoras:
  1. A partir dos eixos abaixo:
  2. Educação e Comunicação 
  3. Software Livre e Cultura digital
  4. Rádio e TV (pública, livre, comunitária, universitária)
  5. Trabalho e Sustentabilidade
  6. Cultura
  • 16h15 - 17h - Lanche
  • 17h - 18h - Resultado dos Grupos Temático e Leitura das Propostas a serem encaminhadas para III Conferência Nacional de Juventude

Convocatória Exposição Negras Vidas







Está aberta a convocatória para a Exposição Negras Vidas realizada pelo Coletivo Calunga. Para quem ainda não conhece, o Coletivo Calunga é um coletivo negro da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, nascido no inicio deste ano. Com as politicas de cotas nas universidades e a presença cada vez maior de negros e negras sentimos a necessidade de nos reunirmos, nos conhecermos e debater a nossa realidade dentro da faculdade e do nosso meio de trabalho, a Arquitetura.

Tendo realizado no primeiro semestre um grande debate sobre cotas na pós-graduação, queremos continuar instigando o meio acadêmico sobre a presença dos negros e a luta contra o racismo dentro da universidade. Para isso iremos realizar um exposição artística intitulada Negras Vidas, que será realizada na semana da consciência negra, do dia 16 a 20 novembro na Galeria da FAU. 


Para participar, enviem uma foto da sua obra em formato JPEG para o email coletivocalunga@gmail.com com o assunto “Negras Vidas” até o dia 30 de Outubro de 2015. No corpo do email especificar nome artístico, tamanho da obra, suporte e se necessita de algum meio especial para exibição(como projetores etc). O tema da exposição, Negras Vidas, visa procurar retratar a vida da pessoa negra sob diferentes realidades, para mostra a pluralidade de existência que somos. Obras que fujam da temática negra não serão selecionadas.

Mais informações, acesse: Convocatória Exposição Negras Vidas

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Proteger a infância é proteger o futuro


Apenas em 2014 foram registradas 24.575 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Desses casos, 19.165 foram de abuso e 5.410 de exploração sexual infantil. Você pode ajudar a mudar essa triste estatística. Proteja nossos meninos e meninas.

O abuso e a exploração sexual são crimes graves, que deixam marcas profundas nos corpos das vítimas, como lesões, contágio por doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce. É dever da família, do Estado e de toda a sociedade proteger nossas crianças e adolescentes.


A violência sexual pode ocorrer de duas formas: 
ABUSO SEXUAL é qualquer forma de contato e interação sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente, em que o adulto, que possui uma posição de autoridade ou poder, utiliza-se dessa condição para sua própria estimulação sexual, da criança ou adolescente, ou ainda de terceiros, podendo ocorrer com ou sem contato físico. 

Já a EXPLORAÇÃO se caracteriza pela utilização sexual de crianças e adolescentes com a intenção de lucro, seja financeiro ou de qualquer outra espécie. São quatro formas em que ocorre a exploração sexual: em redes de prostituição, pornografia, redes de tráfico e turismo sexual. 

Atitudes simples podem ajudar a proteger meninos e meninas da violência sexual. Ouvir com atenção o que eles têm a dizer e orientá-los é muito importante. Procure saber também com quem seu filho está nos momentos de lazer e com quem ele se relaciona nas redes sociais. Evite que o pior aconteça! #FaçaBonito #Disque100 ou denuncie peloHumaniza Redes.

Por mais que não se queira lembrar, não é assunto para se esquecer.
Não feche os olhos pra pedofilia e para a cultura do estupro. Denuncie: Disque 100.




Fonte: Fundação Abrinq, Disque100, Portal Brasil.

BRANCO SAI, PRETO FICA!


Por Marcos França,
Eis que no grupo da UnB no facebook um coleguinha posta a seguinte foto com a legenda: "Idéias [sic] de merda... A gente vê por aqui!". 

Para minha surpresa, uma legião de energúmenos insurge contra a manifestação de racismo contra brancos (vulgo racismo reverso). Li de tudo: coisas do tipo "Achei sacanagem dizer que só os brancos se formam..." (107 likes até o momento), "Se inverter a frase vai preso" (54 likes), "Branco sai, deve a alma", "Eu pelo menos vejo essas demonstrações de racismo contra brancos e fico tipo: e daí? Isso não me causa medo nem ódio contra quem faz isso.", "Acho q qm é realmente do movimento negro tem vergonha dessas pessoas.", "PT conseguindo aumentar o racismo no Brasil!!!", "Ditadura negra?", para citar alguns dos vários comentários que o post teve. 

Não. A frase em questão pichada no Minhocão não é apenas um brado de autoafirmação do movimento negro. O comando "branco sai, preto fica" foi pronunciado por um policial durante a invasão de um baile popular na década de 80. Os brancos deixaram o salão, os pretos ficaram e apanharam. Dois talentosos dançarinos, adolescentes ainda, tiveram sua vida mudada para sempre nessa noite. Hoje, um deles está preso a uma cadeira de rodas. O outro usa perna mecânica. Essa história, comum a tantos brasileiros e brasileiras, foi contada no filme "Branco Sai, Preto Fica", de Adirley Queirós. 

É pouco provável que os autores dos comentários vergonhosos que ornamentam o post saibam disso. Mas gostava de acreditar que numa universidade não seria necessário ter visto o filme para compreender o manifesto político que essa citação traz. Falar em racismo reverso é absurdo em tantas camadas que eu não sei nem por onde começar. E os comentários continuam, incessantes, uma verdadeira comoção contra a suposta marginalização branca. 

Caríssimos, o racismo é um sistema de opressão. Não existe racismo de negros contra brancos porque negros não possuem poder para serem racistas. É simples e cruel assim.

UnB, honestamente: eu esperava mais.

Fonte: Facebook.

UnB e ONU Mulheres lançam curso de extensão sobre violência contra as mulheres

Foto: Foto: Flickr CC/Alexis Silva

Curso de extensão “Investigação, processo e julgamento de mortes violentas de mulheres com a perspectiva de gênero”, realizado na Fundação Memorial Darcy Ribeiro, é vinculado às ações de promoção do movimento ElesPorElas na Universidade de Brasília.

O curso busca sensibilizar para a abordagem de gênero e ajudar a acabar com os crimes contra as mulheres. 

A Universidade de Brasília e a ONU se uniram para oferecer à comunidade o curso de extensão Investigação, processo e julgamento de mortes violentas de mulheres com a perspectiva de gênero. Com 12 encontros, o curso começou no dia 8 de outubro e possui 60 horas de conteúdo destinado a capacitar estudantes e profissionais na aplicação das diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar as mortes violentas de mulheres, conhecidas hoje como feminicídios.

“Queremos sensibilizá-los para a abordagem de gênero, interseccional e multidisciplinar requerida para uma resposta eficaz do Estado na apuração e responsabilização criminal dos acusados de feminicídio”, afirma a representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman. Ela ressalta que a parceria firmada com a UnB tem o objetivo comum de acabar com a violência contra as mulheres, dentro e fora do campus.

Gasman lembra que as universidades brasileiras ainda enfrentam o desafio de eliminar preconceitos e violências de gênero, raça e etnia em seus campi, por isso é de extrema importância garantir que haja instrumentos de sensibilização e de promoção da igualdade para alunos, professores, diretores e funcionários da UnB. O curso é vinculado às ações de promoção do movimento ElesPorElas na universidade. A campanha foi lançada em 2013 pela ONU Mulheres para que homens e meninos se formem e se sensibilizem para a promoção de igualdade de gênero, em proteção a mulheres e meninas.

A professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília e vice-procuradora geral da República, Ela Wiecko, será também a coordenadora do curso de extensão. Ela explica que as aulas visam tornar conhecidas as diretrizes que surgiram após a promulgação da lei que qualifica o feminicídio como crime hediondo, e treinar as pessoas para praticar e concretizar essas diretrizes.

Fonte: nacoesunidas.

Direitos Humanos aprova aumento de pena para ato racista em eventos esportivos


A Comissão de Direitos Humanos e Minoria aprovou nesta ultima quarta-feira (21) proposta que amplia a pena para crime de injúria com elementos de discriminação por raça, cor, etnia, religião, origem, idade ou deficiência praticada em eventos esportivos.

Por Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados,
No relatório, Rosângela Gomes obrigou o clube do condenado por ato racista a jogar de portões fechados 

Pelo texto aprovado na comissão, a pena será de 2 a 6 anos de reclusão, com pagamento de multa e afastamento de eventos esportivos de 3 meses a 3 anos.

A punição não se aplica apenas para atos dentro dos estádios, ginásios ou complexos esportivos, se estendendo para um raio de cinco quilômetros no entorno do local, ou no trajeto de ida e volta.

O agravamento de pena para injúria em eventos esportivos foi acrescentado ao Código Penal (Decreto-lei 2.848/40), que já estabelece pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa para injúria com base em discriminação.

O texto aprovado é um substitutivo da relatora, deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ), ao Projeto de Lei (PL) 7383/14, do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), e a uma proposta apensada (PL 451/15). O texto original proibia o torcedor de comparecer a jogos de seu time ou seleção por cinco anos.

Segundo a relatora, o projeto original violava o princípio da proporcionalidade da pena, pois criava o crime de injúria racial em contexto esportivo com pena apenas de proibição de ir ao estádio. “A modificação legal representaria tratamento menos rigoroso a fato de grande reprovabilidade”, disse.

Para o autor da proposta original, o importante da pena é conscientizar as torcidas para evitar a repetição da injúria. "Quando tu faz uma lei que criminaliza e, principalmente, afasta as pessoas dos centros esportivos por um tempo longo, a punição se torna uma questão educativa", disse Moreira.

Portões fechados
Rosângela Gomes incluiu no Estatuto de Defesa do Torcedor (Lei 10.671/03) a obrigação de o clube do autor já condenado por ato racista jogar de portões fechados a partida em que tiver mando de campo. Com isso, a renda do clube do agressor será prejudicada e não prejudicaria torcedores de outros times, sem ligação com o crime.

Foi retirada do texto a possibilidade de extradição e impedimento de voltar ao Brasil, por até cinco anos, para estrangeiros que cometam crime de racismo. Para Rosângela Gomes, a pena prevista no projeto original poderá ser “encarada como um prêmio”, já que o brasileiro seria preso se cometesse o mesmo crime.

Tramitação
Antes de ir ao Plenário, a proposta ainda será analisada pelas comissões do Esporte; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

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Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Luciana Cesar

Fonte: Camara

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Marcha das Mulheres Negras 2015


Marcha das Mulheres Negras 2015.
Vem marchar com a gente!
18 de novembro, a partir das 9h. 
Concentração em frente ao Ginásio Nilson Nelson.

Assista:

Mais informações acesse: Marcha das Mulheres Negras 2015

IV SERNEGRA e II COPENE


IV SERNEGRA e II COPENE - De 04 a 08 de Novembro, no IFB Campus - Brasília/DF! 

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) abrirá as homenagens a Zumbi dos Palmares com onze oficinas, uma conferência, duas mesas-redondas, duas exposições de arte, cinco exibições de filmes, cinco lançamentos de livros, dois shows musicais, duas apresentações de dança e um espetáculo teatral. E também com um panorama da produção acadêmica contemporânea acerca de relações raciais, reunindo pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento.

Mais informações em: www.sernegraifb.wix.com/sernegra

Projeto ‘Raiz Forte’ lança site sobre mulheres negras e suas vivências


O Raiz Forte nasceu em 2012, com um projeto de websérie no intuito levantar questões sobre a mulher negra na sociedade; a estética negra e sua inferiorização social; e a aceitação do cabelo crespo. A ideia era abordar tais questões a partir dos perfis de mulheres que se reconhecem como negras e resistem com suas culturas e estéticas afrodescendentes. O projeto manteve atividades no youtube, em redes socais e, agora, entra na fase de estrear um site que concentrará todas as ações do projeto, além de funcionar como um blog com matérias, pesquisas e material audiovisual.

Assista:

Por Magalli Lima, 
O site do Raiz Forte entra no ar no próximo domingo (25), às 17h. Para celebrar o novo espaço na internet, no mesmo horário será feito um plantio de sementes de árvores africanas e brasileiras na Casa 10, da Escadaria Cristóvão Colombo, na entrada do Parque Gruta da Onça, no Centro de Vitória.

“Essa é a primeira vez, como grupo, que criamos uma plataforma virtual para dar vazão a questões que dizem respeito à identidade afro-brasileira”, detalha Charlene Bicalho, idealizadora do projeto Raiz Forte. Na estreia do site, ela conta ainda que o espaço destinado a apresentar o perfil de mulheres, intitulado Mulheres de Raiz Forte, será inaugurado com o perfil de XisMakeda (teaser acima), uma carioca de 38 anos que mora em Vila Velha e é mãe de três filhos.

Makeda irá abordar temas que dizem respeito ao próprio corpo e a opressão racial que busca apagar a identidade negra por meio da negação estética. “Não só a Xis Makeda, mas todas as mulheres que entrarão nessa ala do site vão falar sobre a posição delas em relação a presença de cada uma do lugar onde estão; a relação delas com o próprio cabelo; as vidas profissionais; e como elas se posicionam na sociedade como mulheres negras – esses são os fios condutores da discussão”, acrescenta Charlene.

O perfil de Makeda será apresentado em vídeo, além de textos e fotos, numa proposta multimídia do site. O projeto inclui ainda mulheres de diversos lugares, como Rejane Bicalho dos Santos, brasileira residente em Portugal e mãe de duas filhas; Uana Mahin, cantora e moradora de Recife, Pernambuco; e Yalorixá, percussionista e produtora cultural do Ponto de Cultura Coco de Umbigada em Olinda, também Pernambuco, entre outras mulheres.

Charlene conta que o contato com essas mulheres, que se tornarão, em breve, perfis do site, foi feito a partir dos lugares por onde ela e os outros integrantes – alguns deles espalhados pelo Brasil – do Raiz Forte circulou. “A Xis conheci em um encontro de mulheres quilombolas, em São Mateus. Algumas mulheres foram indicadas, outras tivemos contato por meio da internet mesmo. Geralmente são pessoas que representam lugares por onde transitamos e conseguimos conversar e criar uma relação”.

A proposta do conteúdo que será divulgado no site é investigar as adaptações que as mulheres negras sofrem, ainda nos dias atuais, para adequarem seus cabelos a padrões estéticos eurocêntricos. E, além dos depoimentos, conteúdos diversos sobre mulher e cultura afro serão veiculados, aceitando contribuições de quem tiver interesse em divulgar pesquisas e materiais do tipo. O site terá atualizações quinzenais inicialmente.

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Serviço
– O site do projeto Raiz Forte será no ar, no endereço eletrônico: www.projetoraizforte.com.br

Fonte: Século Diário.

Toda criança tem o direito de se desenvolver bem! Proteja nossos pequenos contra qualquer tipo de violência.


As crianças e adolescentes são pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. Trabalho e exposição precoces impedem que elas vivam as experiências necessárias a cada fase da vida. São portas abertas para que ocorram outros tipos de violações de direitos humanos. 

Por um mundo aonde crianças possam ser crianças, adolescentes vivam como adolescentes e jovens tenham a plenitude da qualidade da juventude. 

Tudo tem seu tempo...

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terça-feira, 27 de outubro de 2015

ALÉM DO ESPELHO


Sinopse
"Nós temos uma poderosa arma, que é a memória, uma possibilidade de salvação não somente para nós, mas para o mundo.” Com essa percepção, o aclamado cineasta etíope Haile Gerima aponta os desafios impostos pelo racismo e as possibilidades de sua superação em ALÉM DO ESPELHO, documentário de estreia da diretora brasileira Ana Flauzina.

A obra promove o encontro das vozes de duas das mais importantes referências da resistência negra contemporânea: Edson Cardoso e Haile Gerima.

O jornalista Edson Cardoso dedicou sua vida à militância negra. Dentre as mais importantes contribuições deste controverso intelectual está a edição do Jornal Irohin (“notícia”, em Yorubá) publicado entre 1995-2000 e 2003-2009. O veículo cumpriu importante papel mobilizador da questão racial, pautando o racismo a partir de um ponto de vista primordialmente negro. Outra das realizações significativas de Cardoso foi sua liderança em duas grandes mobilizações políticas contra o racismo: as marchas “Zumbi” e “Zumbi + 10”, que aconteceram, respectivamente, em 1995 e 2005, e mobilizaram mais de três milhões de pessoas na capital do Brasil. Entre as demandas centrais da marchas estavam o fim do exetermínio da juventude negra e da intolerância religiosa.


Haile Gerima, importante cineasta etíope, radicado nos Estados Unidos desde a década de 60, contribuiu para a formulação de uma estética independente de cinema negro no cenário norte-americano. Como um dos principais membros do movimento cinematográfico L.A. REBELLION, também conhecido como Los Angeles School of Black Filmmakers, o cineasta tem em sua internacionalmente reconhecida filmografia, obras de grande relevância para o enfrentamento do racismo. Seu mais aclamado filme, “Sankofa”, de 1993, apresenta a saga de africanos escravizados - um absoluto sucesso de público e crítica. Seu mais recente trabalho,“Teza”, um dos filmes africanos mais vistos da história do cinema, lançado em 2009, explora os dilemas de um intelectual negro diante dos conflitos raciais na Etiópia e na Alemanha. Gerima é ainda professor da Faculdade de Cinema da tradicional Howard University em Washington D.C.


O encontro dessas duas referências, suas ricas histórias de vida e seus comentários sobre o racismo e a resistência negra são a base da marcante narrativa construída por Ana Flauzina em ALÉM DO ESPELHO. 

Ficha técnica 
Direção ANA FLAUZINA
Entrevistados EDSON CARDOSO and HAILE GERIMA
Edição MATTHEW GOSSAGE, HUGO PACHIELLA e ANA FLAUZINA
Produção SARAH IHMOUND e ANA FLAUZINA
Câmera GEZAW TESFAYE, GUTO MARTINS e KRYSTIAN RAMLOGAN 
Diretor de Fotografia GUTO MARTINS
Pesquisa de Imagens RAQUEL LISBOA e VIVIANE SANTIAGO
Créditos de Abertura MARCOS PINTO e TORI FINLAYSON
Trilha Sonora CORY LAFEVERS
Mixagem e Masterização DIEGO MARX
Cor ADRIANO BATISTA, KRYSTIAN RAMLOGAN e MARCOS PINTO 

Fonte: bradonegro

1ª Mostra de Cinema Negro - Semana de Extensão UnB


A matéria Etnologia Visual da Identidade do Negro no Cinema já acontece na UnB há 6 anos, e durante esse período foram produzidos diversos documentários, curtas e médias pela disciplina. Com um acúmulo grande de material, surgiu a ideia da criação da primeira exposição de todo esse conteúdo afrocentrado. 

Convidamos toda a comunidade acadêmica, com especial carinho todos aqueles e aquelas que já tenham feito a disciplina, para assistir a essa mostra de filmes. O evento acontecerá durante a semana de extensão da UnB, dos dias 27 a 29 de Outubro, começando às 8:00h e terminando às 18h. 

A programação tem começo com uma Oficina que durará os três dias, cujo tema é: o que é Cinema Negro. Será ministrada pela Professora Doutora Janaína Oliveira NEABI do IFRJ e coordenadora do FICINE (Fórum Itinerante de Cinema Negro), das 08h a 12h. Exibições de filme + debates acontecerão durante o período da tarde. 

Para se inscrever e ganhar certificado de participação de 20h, vá ao site http://programasdeextensao.unb.br/ (tutorial em post fixado no evento)

Programação:
Dia 27/10| 08:45h Apresentação da semana
09-12h Oficina com a Professora Janaína Oliveira
14h Mostra de Filmes
16h Debates sobre os filmes
17h Turbanas

Dia 28/10| 09h Oficina Com a Professora Janaína Oliveira
14h Mostra de Filmes
16h Debates sobre os filmes
17h Slam das Pretas (Slam das Minas) 

Dia 29/10| 09h Oficina com a Professora Janaína Oliveira
14h Mostra de Filmes
15:20h Debates sobre os filmes
16h Premiações aos filmes e realizadores
17h Banda É nóis que tá

Mama África, a minha mãe, é mãe solteira

“Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia”

Trecho da Canção de Chico César.


por *Emanuelle Goes,
A imagem ao lado apresenta sobre a tal realidade das mulheres negras, em que a solidão é um fato concreto e ser mãe solteira também, é o que vemos em nossas famílias e nos dados estatísticos, no entanto ser mãe solteira não é um destino e nem algo determinado em nossas vidas, como a campanha publicitária ao lado tenta apresentar, mas consequências do racismo e do sexismo atuando historicamente de forma ativa sobre nós, com assimetrias de gênero (entre os homens negros) e de raça (entre as mulheres brancas). 

Voltando no passado para contextualizar o cenário atual, ainda na Primeira Republica, tem uma pesquisa que retrata como as mulheres negras viviam naquele momento depois do regime escravista, “A paternidade não reconhecida foi um fenômeno comum na sociedade brasileira, se, juridicamente, a sociedade expressava a descendência de forma patrilinear, o sentido de pertencer a uma família, nas camadas populares, dava-se, essencialmente, pelo lado materno” (FERREIRA FILHO,2003, p. 156). Já nesta época tendo a mulher que arcar quase sempre sozinha com a responsabilidade financeira e moral na criação dos filhos, soluções extremadas como o aborto, o infanticídio e o abandono dos recém-nascidos impunham-se como fatos recorrentes, numa época em que os métodos contraceptivos eram praticamente inexistente.

Em uma situação de extrema exclusão e marginalidade da população negra, tendo o homem negro fora do mercado formal de trabalho, a mulher negra viu-se obrigada a assumir o papel de mantedora da família, isso é outro aspecto das mulheres serem as responsáveis pelo domicilio (NEPOMUCENO, 2012). Segundo Ruth Landes, em sua pesquisa realizada na década de 1930 em Salvador, se surpreendeu sobre o nível de pobreza de boa parte das mulheres negras, religiosas e chefes de família, que não tinham maridos para dividir as despesas da casa nem a responsabilidade na educação dos filhos (NEPOMUCENO, 2012). 

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (2013), os dados sobre estado civil em mulheres de 18 a 59 anos, apresentou que 48% das mulheres brancas são casadas, enquanto as mulheres negras são 33,3% para esta mesma situação, e 55,1% das mulheres negras são solteiras.

Segundo Pacheco (2013) as mulheres negras fazem parte do imaginário da erotização, do sexo, sendo naturalizada no “mercado do sexo” e em contraposição das mulheres brancas que nesse mesmo imaginário são pertencentes a “cultura do afetivo”, ao “mercado matrimonial”, ou seja, do casamento e da união estável.

E sobre a égide das relações desiguais de gênero, os homens classificam suas parceiras com categorias e identidades sociais, hierarquizando moralmente as mulheres, dividindo elas em “as de família” e as “sem vergonha”, neste sentido os valores morais definem as mulheres e para classificar as mulheres os homens as observam desde os gestos, como a fala, espaços frequentados ate as redes de sociabilidade, assim como as características sociodemográficas como idade, status social e raça/cor (MACHADO, 2009). Esta classificação será importante para os homens que alem de definir o tipo de relação, definirá a escolha e uso do método contraceptivo, por exemplo.

Os dados sobre Nascidos Vivos do DATASUS (Sistema de Informação do Ministério da Saúde) demonstrou que as mulheres que tiveram filhos em 2013, ao desagregar por raça/cor, as mulheres negras solteiras representaram cerca de 43,6%, enquanto as mulheres brancas 34,8% (Figura 1).

Nota: Sistema de Nascidos Vivos/Datasus/Ministério da Saúde - 2013

Este tipo de situação onde as mulheres são responsáveis/chefe de família e seguem sozinhas neste percurso impacta nas condições de saúde e no acesso aos serviços, segundo os dados da Pesquisa sobre Mulheres Negras e Brancas e o acesso aos serviços preventivos de saúde: uma análise sobre as desigualdades, 75% das mulheres brancas tem um acesso ruim para a composição familiar mãe com filho, e as mulheres negras chegam a 79% para o mesmo estrato de acesso ruim aos serviços preventivos de saúde da mulher (GOES, 2011). 

Entretanto as mulheres negras neste modo de vida como chefes de famílias, reconfiguram a orientação de uma sociedade, para uma outra sociedade matriarcal, que por vezes é um fado pesado, no entanto é um lugar que gerou/gera uma nova forma de vida para a população negra nas comunidades, nos espaços religiosos e no movimento negro e de mulheres negras. 

Referencias:
  • NEPOMUCENO, B. Protagonismo Ignorado In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria. Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012, 555p.
  • PACHECO, A. C. L. Mulher negra: Afetividade e solidão. Disponível em: . Acesso em: 21 ago. 2015. 
  • MACHADO, P. M. Muitos pesos e muitas medidas: uma análise sobre masculinidade(s), decisões sexuais e reprodutivas. In: Sexualidade, reprodução e saúde. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2009. p.534.
  • GOES, E. F. Mulheres Negras e Brancas e o acesso aos serviços preventivos de saúde: uma análise sobre as desigualdades. 82f. 2011. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.
  • FERREIRA FILHO, A. H. Quem pariu, que balance! Mundos femininos, maternidade e pobreza Salvador, 1890 - 1940. Salvador, CEB, 2003.
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*Blogueira, Enfermeira, Militante do Movimento de Mulheres Negras, Pesquisadora em Saúde das Mulheres Negras, Doutoranda em Saúde Pública ISC/UFBA

Semana Universitária UnB - Mostra de Cursos


Acontecerá nos próximos dias 27, 28 e 29 de outubro. 

A Mostra de Cursos da Universidade de Brasília tem por objetivo divulgar e apresentar os diferentes cursos existentes nos campi da UnB. Promovida pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG) desde 2010, a Mostra é voltada principalmente para estudantes do ensino médio do Distrito Federal. 

Contará com exposições dos Cursos de Graduação da UnB inscritos nesta edição, além de dinâmicas e apresentações artísticas que representam as diversas oportunidades acadêmicas relacionadas às atividades de Graduação. Contará também com um coffee break na abertura (1°dia).

Estão todos convidados a participar !

Informações:
Período de realização: 27 a 29 de outubro de 2015
Local: Pavilhão João Calmon (PJC) UnB
Horário de funcionamento: das 8h00 às 12h30
das 13h30 às 17h00
Contato: mostradecursos2015@unb.br
[Obs: não é necessário fazer inscrição para apreciar a mostra de cursos]

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O palpiteiro Alexandre Garcia e as cotas


Dia desses um palpiteiro global de política, economia, educação e costumes fez mais uma. Alexandre Garcia, em incursão midiática diária, deu voz histriônica à Casa Grande ao atribuir às cotas a responsabilidade pela institucionalização do racismo no Brasil.

Por Cidinha da Silva,
A atribuição ocorreu como ataque ao Simples Nacional. Um sistema adotado pelo Governo Federal desde 2007 para tributar de maneira diferenciada as microempresas e empresas de pequeno porte com renda bruta anual de até 360 mil reais. Um dos argumentos do palpiteiro foi de que o processo seria complicado pelo quesito raça/cor do formulário.

Operadores de mídia como Alexandre Garcia vivem em um mundo particular de invenção de verdades, à revelia da pesquisa séria feita na universidade e institutos de pesquisa científica. Ao mesmo tempo veicula discurso descolado da vida do povo e o vende a este mesmo povo, como ópio, via televisão. O jato verborrágico sobre as cotas e a institucionalização do racismo é exemplar.

O palpiteiro não sabe que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE é um dos órgãos de recenseamento mais respeitados do mundo. Nosso IBGE exporta tecnologia para a América Latina, Caribe e África pelo menos desde a década de 1980. Tem assessorado processos diversos e complexos de contagem humana, por exemplo, aqueles levados a termo no Haiti, pós-terremoto de 2010.

Foram os técnicos do IBGE que depois de décadas de pesquisa, produção de conhecimento qualificado e debate com a sociedade civil organizada chegaram à categoria raça/cor, no afã de abarcar os complexos e diversificados sistemas de classificação racial vigentes no Brasil, desde o recenseamento de 1872. São cinco as categorias adotadas pelo IBGE: preto, pardo, indígena, amarelo e branco. Atribuídas às pessoas por elas mesmas, ou seja, por auto-classificação.

O levantamento dessa informação pelo IBGE atende a dois vetores fundamentais: primeiro, respeita o levantamento do tema feito pelos recenseamentos no país desde 1872. Quem trabalha com números comparados, mesmo de maneira rudimentar (procedimento evitado por quem inventa verdades), sabe que as categorias precisam ser mantidas ao longo do tempo para que possam ser comparadas. Por isso, a partir de estudos de viabilidade técnica, o IBGE concluiu que a melhor forma de levantar informações para retratar o matiz racial da sociedade brasileira e compreender as mudanças e flutuações dos grupos raciais e étnicos é pela aferição da categoria raça/cor.

Quanto ao segundo vetor, desde o censo de 1991, o IBGE tem se notabilizado pelo diálogo com a sociedade civil e pela sensibilidade para a reformulação de alguns itens já constantes do questionário, bem como a inclusão de outros, quando possível e tecnicamente sustentados. Vale lembrar que a incompetência e descaso da equipe de Fernando Collor com a manutenção do Censo a cada decênio interrompeu uma longa série. Como resultado o Censo de 1990 foi realizado em 1991.

No escopo desse diálogo, discutiu-se a partir de meados dos anos 1990, a possibilidade de incluir o quesito negro, como opção de auto-classificação no Censo que seria realizado em 2010. Tecnicamente não foi possível fazê-lo, pois além de quebrar a série histórica seria oneroso. Contudo, adota-se desde aquela década a estratégia de somar as informações demográficas de pessoas autodeclaradas pardas e pretas para configurar a informação geral sobre o grupo negro. Isso é possível porque as diferenças entre os dois grupos, pretos e pardos, não são demograficamente significativas. Atende-se assim a uma demanda da sociedade civil organizada e respeita-se a forma como cada indivíduo recenseado percebe a si mesmo do ponto de vista do pertencimento racial.

Pois bem, informamos a Alexandre Garcia que é pelos motivos elencados nessa crônica que o IBGE mantém o quesito raça/cor em seu questionário. É por este motivo também que as pessoas e instituições preocupadas com o conhecimento aprofundado da realidade brasileira o valorizam e aplicam.

O preenchimento do item raça/cor nos possibilita saber quantos negros auferem lucro suficiente para serem aceitos na Federação das Indústrias de São Paulo, a FIESP, e quantos são pequenos e microempresários. Este item nos questionários permite-nos quantificar o número de negros e brancos em determinados setores, a exemplo do Ministério Público, do corpo docente das universidades, das demais categorias profissionais de prestígio.

É óbvio que para pessoas como Alexandre Garcia perceber onde estão negros e brancos nos extratos sociais do país não passa de mera constatação visual. Nesse exercício, abundâncias e ausências são naturalizadas. Dessa forma, a presença massiva de trabalhadores negros nas imagens da greve dos garis de 2013, no Rio de Janeiro, bem como a ausência de pessoas negras em qualquer turma de formandos de Medicina verificada em qualquer universidade federal do Brasil, no período pré-cotas (antes de 2002) são demonstrações de que as coisas estão nos seus devidos lugares.

As cotas para negros nas universidades públicas, a lei de cotas referendada no STF em 2013, desestabilizam esse terreno, provocam rachaduras incômodas nos alicerces da Casa Grande. Elas provocam as conexões de Alexandre Garcia com a ditadura civil-militar e com Paulo Maluf, tornando mais peçonhento o veneno que escorre pelo cantinho de seus lábios todas as vezes que a cabine de controle da casa grande é ameaçada.

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Cidinha da Silva, mineira de Belo Horizonte, é escritora. Autora de “Racismo no Brasil e afetos correlatos” (2013) e “Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil” (2014), entre outros.


Fonte: DCM.

3 razões pelos quais as mulheres negras tem mais chance de morrer de câncer de mama


O auto exame pode ajudar a identificar nódulos nos seios.

O outubro rosa é uma campanha que acontece no mundo inteiro e tem o objetivo de alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Esta campanha acontece desde 1997 e tem como símbolo o laço cor de rosa. 

Para além de monumentos iluminados com luz rosa (e o uso comercial que algumas empresas fazem, óbvio), existe um pano de fundo muito importante: o câncer de mama é a segunda maior forma de morte da mulher brasileira, são mais 12 mil mulheres mortas por ano a cada ano, além de quase 60 mil novos casos (Dados do Instituto Brasileiro de Câncer). 

Recentemente, descobri que o índice de mortalidade de mulheres negras vítimas de câncer de mama é maior, ainda que este tipo de câncer atinja em maior número as mulheres brancas. De acordo com TheLedger.com, a taxa de mortalidade para as mulheres negras com câncer de mama é 60% maior. São cerca de 56,8 mortes por 100 mil, enquanto entre as mulheres brancas média 35,6. 

Logo pensei que este índice tinha relação apenas com as maiores dificuldades de acesso que às mulheres negras têm aos serviços de saúde, devido às condições socioeconômicas que somos submetidas: nossos salários são menores, nossa carga horária de trabalho é maior, o índice de escolaridade é menor. Mas, fui pesquisar e descobri que há outros fatores. E óbvio, eu precisava compartilhar com o maior número de mulheres pretas que eu pudesse!

1. Os seios das mulheres negras são mais densos

O significado prático disso é que a detecção do câncer na mamografia é mais difícil. Os seios mais densos também aumentam o risco de desenvolvimento de câncer.

2. Triplo negativo

Um tipo de câncer chamado “triplo negativo” é 2 vezes mais comum em mulheres negras. Este tipo específico de câncer cresce e se espalha rapidamente e não é tratável por hormônios como o estrogênio, progesterona. A questão é que estes são os hormônios geralmente utilizados na terapia hormonal para tratar o câncer de mama. 

3. Mulheres Negras ter câncer de mama em idades mais precoces

As mulheres negras podem apresentar diagnóstico de câncer antes dos 30 anos. O problema é que as diretrizes de prevenção e detecção precoce no Brasil, um país em que a maioria das mulheres são negras, indica que a mamografia de rotina para mulheres entre 50 e 69 anos.

Ou seja, não há um recorte racial nas ações educacionais e preventivas. Mesmo para mulheres negras que tem acesso à informação este dado não é conhecido.

É fundamental que o SUS adote uma ação preventiva com recorte racial e as mulheres negras possam ter exames adequados ainda mais cedo. 

O QUE PODEMOS FAZER?

É claro que o câncer de mama afeta todas as mulheres. No entanto, pesquisas apontam novos dados e com isso devemos levar em consideração que as mulheres negras precisam ser orientadas sobre os perigos do câncer de mama de forma diferente que as mulheres brancas. Quando falamos que há racismo no sistema de saúde, este é um dos elementos: se há necessidade de um tratamento especial à população negra, ele não pode ser negado. 

Quanto antes câncer de mama for detectado mais eficazes são as opções de tratamento.

Além disso:


Faça o auto-exame! Se toque. Na imagem abaixo, você tem a orientação de como fazer.



Seja incisiva ao com o seu médico sobre a necessidade de fazer a mamografia aos 40 anos.


Se você tem mulheres em sua família que tiveram câncer de mama, faça uma mamografia antes de 40 anos.


Para mais informações sobre o câncer de mama visite o Site do INCA. Se quiser informações especificas sobre como esta doença afeta as mulheres negras, eu encontrei no link da Aliança Afro-Americana de Câncer de Mama. Está em inglês. Se conhecer algum em português com conteúdo parecido, pode enviar que a gente divulga!

Preta, agora que você já sabe, que tal divulgar?

Fale com sua amiga, sua vizinha, sua mãe. Vamos nos prevenir!

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Negra, Mulher, Nordestina, Trabalhadora do ramo da educação por opção. Doutoranda no Programa de Educação da Unicamp

Feminismo negro para garotas (e garotos) do Ensino Médio

Web série "EMPODERADAS: Histórias negras femininas contadas em primeira pessoa" das cineastas Renata Martins e Joyce Prado.













Garotas,

Imagino que a maioria de vcs já ouviu falar de feminismo alguma vez na vida, e ainda arrisco dizer que a maioria de vcs ouve e pensa coisas muito ruins sobre ele.

Eu não as culpo.

Tenho certeza que principalmente as meninas negras devem ter bronca dessa coisa toda de feminismo e achar que isso é coisa de patricinha que não tem uma pia de vasilhas pra lavar.

Só é assim pq muita gente não sabe o que muito bem o que é feminismo, mas torce o nariz pq acha o nome estranho. Muita gente diz que feminismo é o contrário de machismo, mas não é.

Machismo é achar que os homens são melhores que as mulheres.

Feminismo é achar que mulheres e homens são iguais.

E para saber se uma coisa é machista ou não, é só reparar se ela serve para os dois gêneros ou só pras mulheres. Por exemplo:

Quando falamos que uma pessoa que fica com muita gente é galinha.

Isso serve só pras mulheres. Quando um homem fica com muitas pessoas, todo mundo acha que ele é o cara.

Quando falamos que usar roupa que mostra muita pele é vulgar.

Isso serve só pras mulheres. Quando um homem fica sem camisa as pessoas só acham que ele está com calor.

Isso é tão bizarro, que quando uma menininha está de saia e senta de perninhas abertas, sempre aparece alguém pra chamar a atenção dela e mandar fechar as pernas e esconder a calcinha.

Mas ninguém NUNCA chama a atenção dos meninos que estavam olhando em baixo da saia dela.

Ela é só uma criança, não tem nenhuma maldade.

A gente ensina as meninas a terem medo, mas não ensina os meninos a respeitar.

Quando uma menina acha que ela não é obrigada a ficar em casa fazendo as tarefas domésticas enquanto o irmão fica jogando videogame, ela está sendo feminista;

Quando a menina não concorda com a ideia de que a única forma de ser feliz é casando e tendo filhos, ela este sendo feminista;

Quando a garota acha que ela não tem que saber fazer tarefas de casa, ela está sendo feminista.

Quando uma garota não acha que “mulher tem que se dar ao respeito”, ela está sendo feminista.

Quando uma mulher acha que mesmo que ela transe com muitas pessoas ela ainda tem valor, ela está sendo feminista.

Quando uma menina não se importa se ela não é magra ou não tem o cabelo liso, ela está sendo feminista.

Como eu disse, qualquer coisa que serve pras mulheres e não serve pros homens é machista, e todas as meninas e mulheres que sentem que isso é verdade é feminista.

Não precisa ter medo de ser chamada de feminista. Na verdade, as pessoas mais legais e interessantes para se ter como amigos são feministas. Porque são pessoas que respeitam as outras.

Mas e o feminismo negro?

As coisas que acontecem às mulheres brancas e fazem elas serem diminuídas diante dos homens não são as mesmas coisas que acontecem com as mulheres negras.

Primeiro porque o Brasil é um país racista. Na nossa sociedade, a vida é muito mais difícil pra uma pessoa negra do que pra uma branca. Do mesmo jeito que é mais fácil ser homem do que ser mulher, é mais fácil ser branco do que ser negro.

No nosso país, a maioria das pessoas pobres é negra, e a maioria das pessoas ricas é branca. O que significa que qualquer coisa que seja motivada por falta de dinheiro, vai acontecer mais com as mulheres negras do que com as brancas.

É o feminismo negro que diz que as meninas e mulheres negras não precisam alisar seus cabelos para serem bonitas. É o feminismo negro que diz que uma garota de pele escura é bonita. Sem o feminismo negro, não teríamos divas pop como a Beyoncé, pq ela é negra. Só teria o direito de ser diva pop a Britney Spears, a Demi Lovato, a Taylor Swift, pq elas são brancas e esse é o jeito certo.

No Brasil, temos 51% da população formada por pessoas negras, e 49% formada por pessoas brancas, o que significa que somos maioria.

No entanto, quando vc liga a TV, a maior parte dos atores e atrizes são brancos, e as pessoas negras sempre ocupam os mesmos papeis, de empregada doméstica, de babá, de morador de favela, de jogador de futebol. É difícil encontrar pessoas negras fazendo papéis de profissionais bem sucedidos, de donas de casa que são patroas e tem empregadas, de moradores de bairros ricos.

Quando a gente pega ônibus, a maioria das pessoas é negra, mas qdo a gnt olha quem está dirigindo os carros mais novos e mais caros, são na maioria pessoas brancas.

Quando a gente abre as revistas, principalmente as de beleza, é mto raro encontrar pessoas negras, e quando a gente acha, elas são sempre magras. Quase impossível achar pessoas negras e gordas nas revistas.

Quando a gente repara quem está frequentando as grandes faculdades do país, não são pessoas negras e pobres. A maioria das pessoas negras nem chega a fazer faculdade. Muitas nem terminam o ensino médio.

Os grandes chefes das maiores empresas do país (e do mundo) são homens brancos. Mulheres brancas, homens negros e mulheres negras raramente estão nesses lugares. As pessoas negras, principalmente as mulheres, estão fazendo as tarefas que dão menos dinheiro e que ninguém quer fazer.

E isso faz a gente ficar se perguntando por que as coisas são assim. Tem muita gente que diz que é porque os negros são preguiçosos, que se eles se esforçassem conseguiriam as coisas, mas não é bem assim. É como dizer que mais da metade da população do país tem preguiça de trabalhar (lembra que os negros são 51%?).

Existe uma pirâmide na nossa sociedade, que divide as pessoas e decide quem é mais importante, e ela funciona assim:

Homem branco

Mulher branca

Homem negro

Mulher negra

Nessa ordem. Quem está por cima, vale mais. Quanto mais para baixo, menos vc vale. Vai ter mais dificuldade pra terminar os estudos, mais dificuldade para encontrar um emprego, mais dificuldade para encontrar um relacionamento em que a pessoa te dê valor, vai ter mais dificuldade em ser bem sucedido na vida e realizar seus sonhos, fazer viagens, conhecer outras culturas. Pq são pessoas que valem menos e a vida é mais difícil.

Agora imagina se além de ser mulher e negra a pessoa for gorda, for lésbica ou bissexual, for travesti ou transexual, for pobre, for cadeirante. Tem gente que só de sair na rua já é motivo de piada, é a nega do cabelo duro, é a sapatona, é a gorda rolha de poço, é o traveco, é o viadinho. Vc não vê ninguém fazer piada de homem, de branco, de gente magra, de heterossexual. É mais fácil zuar quem é minoria.

E quem sou eu ou quem é você para julgar o outro?

Sabe quantas pessoas tem no mundo? Mais de 7 bilhões.

Somos todos diferentes uns dos outros. Tem centenas de culturas diferentes, de idiomas diferentes, de cores de pele diferentes, de formatos de corpo diferentes.

E quando a gente define que existe um jeito certo de ser bonito, branco, liso e magro, a gente despreza todas as outras formas de ser humano.

O maior barato da vida é pensar com a nossa própria cabeça, não acreditar em tudo o que a gente vê por aí, e não julgar.

Isso é o feminismo negro, parar de julgar as pessoas, principalmente as mulheres negras.

E para as meninas negras, se unam, sejam companheiras umas das outras.

Não chamem a coleguinha de puta.

Já tem muita gente por aí fazendo isso.

Nós podemos nos apoiar, pq com certeza as tristezas que a gente passa no dia a dia são muito parecidas. As ofensas que a gente ouve e o jeito que as pessoas nos tratam são muito parecidos. A gente pode se ajudar e fazer a vida uma da outra ser menos cruel.

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Redatora, revisora, blogueira, social media e tudo o mais que uma jornalista pode fazer. Mineira com coração paulistano. Lésbica, feminista e diva!