Um homem identificado como Laio Santiago usou uma foto da jovem quando ainda estava grávida para incentivar o aborto
por Kelly Almeida , Bernardo Bittar ,
Uma brasiliense de 25 anos denunciou à polícia o uso indevido de uma foto dela pelas redes sociais em um grupo de compra e venda de objetos. Raíssa Gomes, 25 anos, teve uma foto de quando estava grávida publicada por um jovem inicialmente identificado como morador da Bahia. Na legenda, ele ofendeu a mulher, incentivou o aborto e ainda ironizou a gravidez dela: "vende-se um bebê por R$ 50”. O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte).
Na publicação de Laio Santiago, Raíssa aparece sorrindo mostrando a barriga da gravidez. Ele diz que “eu e minha mulher resolvemos vender a criança”. Entre os comentários, várias críticas à postagem. A publicação não aparece mais disponível na página dele. Na tarde desta segunda-feira (11/5), Raíssa prestou depoimento na 2ª DP.
O pai dela a acompanhou durante a denúncia. Ele é um dos coordenadores de combate ao racismo da Secretaria da Igualdade Racial, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF (Semidh). "Queremos que o crime seja qualificado como racismo. A imagem de uma mulher negra provoca as mais diversas reações. Faz com que a gente se lembre de um passado recente. A foto pode provocar o sentimento de pena, como se a mulher não tivesse condições de criar o bebê por ser negra", afirmou.
Mesmo diante do pedido do pai, a Polícia Civil deve caracterizar o caso como crime virtual.
A ocorrência só será analisada pelo delegado nesta terça-feira (12/5).
Este é o segundo caso de preconceito com vítimas de Brasília. Na semana passada, uma ocorrência de injúria racial sofrida pela jornalista Cristiane Damacena ganhou repercussão. Depois de postar uma foto dela, alguns comentários racistas e xingamentos foram alvos de críticas. A imagem já tem mais de 15 mil comentários. Ela registrou a ocorrência na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), que investiga o caso e procura os responsáveis pela injúria.
Fonte: Correiobraziliense.
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