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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O Chelsea e sua torcida deram uma lição ao racismo**


O Chelsea tratou de deixar claro que o episódio de racismo no metrô de Paris era fruto apenas de uma minoria doentia de sua torcida. Em meio às investigações, suspendeu preventivamente três torcedores e convidou a vítima, o francês Souleymane S, para ver o jogo de volta contra o Paris Saint-Germain em Stamford Bridge. E os próprios Blues, nas arquibancadas do estádio, reforçaram a mensagem durante o empate contra o Burnley. Várias faixas foram exibidas em combate ao racismo.

Entre os dizeres transmitidos pelos torcedores, estavam “Negros ou brancos, somos todos azuis” e “Não ao racismo em Stamford Bridge, é a forma como gostamos disso”. Além disso, os tributos a Drogba se tornaram mais visíveis, provável resultado do incidente em Paris. Já o clube estendeu um cartaz com a campanha “Building Bridges”, ligada à “Say no to racism”, organização que cuida dos episódios de racismo no futebol inglês. Os jogadores também vestiram camisetas em alusão à campanha, enquanto o capitão John Terry (que já se envolveu em caso de racismo com Anton Ferdinand) escreveu uma mensagem de combate ao preconceito no programa da partida.

Mas, apesar da postura digníssima da torcida do Chelsea, Stamford Bridge não deverá receber a visita de Souleymane. O francês contou que ainda não está preparado para ir a um estádio, já que sequer consegue voltar ao metrô por pânico diante do que aconteceu. E, por mais que tenha agradecido a oferta da diretoria dos Blues, segue com a ideia de levar o clube à justiça, na tentativa de cobrar pela atitude dos racistas que o atacaram.

“Eu agradeço o convite de Mourinho, mas não posso colocar minha cabeça em um estádio neste momento”, declarou Souleymane, em entrevista ao jornal Le Parisien. “O que aconteceu me deixou realmente com medo. Eu só quero justiça, nada mais do que isso. Fiquei um pouco machucado fisicamente, mas, em termos morais, eu me machuquei muito. Realmente afetou minha vida. Não posso voltar ao metrô, isso me faz entrar em pânico”.

Independente da postura do Chelsea, os torcedores envolvidos no episódio ainda precisam ser punidos. Afinal, o que cometeram é um crime. E o próprio trauma de Souleymane deixa isso bem claro. Ainda que as vozes em Stamford Bridge ajudem a combater uma questão tão séria não apenas no futebol, mas em toda a sociedade.

 

 


Fonte: Trivela.

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