Bacharel em direito diz que foi xingado por funcionário do Metrô.
Caso ocorreu na estação da Galeria dos Estados na terça-feira (2).
Catracas eletrônicas do Metrô de Brasília
(Foto: Grazielle Mendes/G1)
A Polícia Civil do Distrito Federal apura um suposto caso de ofensa racial cometida por um funcionário do Metrô contra um passageiro nesta terça-feira (2). O caso ocorreu na estação da Galeria dos Estados, quando o bilhete do bacharel em direito Jânio Portela, que estava acopanhado da mulher, não passou pela catraca. O Metrô disse que também apura o caso.
Após verificar que havia saldo no tíquete, Portela diz ter voltado para a catraca e encontrou a mulher discutindo com o funcionário do Metrô. “Ele disse à minha esposa que ali não era galinheiro para ninguém passar sem pagar”, afirmou Portela, de 22 anos. “Em seguida, o funcionário disse: ‘Um negro quando veste paletó acha que é gente’.”
Segundo o bacharel, o funcionário se recusou a mostrar o nome no crachá durante a discussão. “Sou paraibano e por isso já enfrento preconceito. É muito difícil porque a gente sai da nossa cidade para crescer, e quando chega aqui, com pessoas com esse tipo de preconceito, desperta a forma mais simples de revolta”, afirmou.
Todos os envolvidos foram levados à delegacia para prestar depoimento. De acordo com o boletim de ocorrência, o inspetor de estação aparece como vítima e a mulher de Portela como autora da agressão. A polícia informou que a mulher de Portela assinou um termo em que se compromete em aparecer à Justiça e foi liberada.
O Metrô informou que o funcionário é um “empregado qualificado e com boa conduta”. Também disse que fará apuração interna do caso. “O Metrô-DF repudia veementemente qualquer prática de agressão aos usuários”, afirmou, em nota.
Jânio Portela disse que entrou com representação contra o funcionario do Metrô nas secretarias de Direitos Humanos da Presidência e do Distrito Federal.
Histórico
No domingo, um professor foi preso em flagrante em Águas Claras após chamar uma mulher negra de "macaca". O homem, funcionário do Instituto Federal de Brasília e aluno de doutorado em geografia na Universidade de Brasília, pagou fiança de R$ 1 mil e vai responder em liberdade.
Em fevereiro, uma mulher australiana foi presa por suspeita de agredir e ofender manicures e clientes negras de um salão de beleza na 115 Sul. A Polícia Civil informou que mulher foi presa por racismo e não por injúria racial porque disse que não poderia ser atendida pela funcionária negra. Ela cometeu segregação racial ao afirmar que a profissional não poderia executar o serviço por ser de "raça ruim".
Fonte: g1
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