Páginas

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Polícia Civil investiga suposta injúria racial em estação de Metrô do DF

Bacharel em direito diz que foi xingado por funcionário do Metrô.
Caso ocorreu na estação da Galeria dos Estados na terça-feira (2).

Catracas eletrônicas do Metrô de Brasília
(Foto: Grazielle Mendes/G1)

A Polícia Civil do Distrito Federal apura um suposto caso de ofensa racial cometida por um funcionário do Metrô contra um passageiro nesta terça-feira (2). O caso ocorreu na estação da Galeria dos Estados, quando o bilhete do bacharel em direito Jânio Portela, que estava acopanhado da mulher, não passou pela catraca. O Metrô disse que também apura o caso.

Após verificar que havia saldo no tíquete, Portela diz ter voltado para a catraca e encontrou a mulher discutindo com o funcionário do Metrô. “Ele disse à minha esposa que ali não era galinheiro para ninguém passar sem pagar”, afirmou Portela, de 22 anos. “Em seguida, o funcionário disse: ‘Um negro quando veste paletó acha que é gente’.”

Segundo o bacharel, o funcionário se recusou a mostrar o nome no crachá durante a discussão. “Sou paraibano e por isso já enfrento preconceito. É muito difícil porque a gente sai da nossa cidade para crescer, e quando chega aqui, com pessoas com esse tipo de preconceito, desperta a forma mais simples de revolta”, afirmou.

Todos os envolvidos foram levados à delegacia para prestar depoimento. De acordo com o boletim de ocorrência, o inspetor de estação aparece como vítima e a mulher de Portela como autora da agressão. A polícia informou que a mulher de Portela assinou um termo em que se compromete em aparecer à Justiça e foi liberada.

O Metrô informou que o funcionário é um “empregado qualificado e com boa conduta”. Também disse que fará apuração interna do caso. “O Metrô-DF repudia veementemente qualquer prática de agressão aos usuários”, afirmou, em nota.

Jânio Portela disse que entrou com representação contra o funcionario do Metrô nas secretarias de Direitos Humanos da Presidência e do Distrito Federal.

Histórico
No domingo, um professor foi preso em flagrante em Águas Claras após chamar uma mulher negra de "macaca". O homem, funcionário do Instituto Federal de Brasília e aluno de doutorado em geografia na Universidade de Brasília, pagou fiança de R$ 1 mil e vai responder em liberdade.

Em fevereiro, uma mulher australiana foi presa por suspeita de agredir e ofender manicures e clientes negras de um salão de beleza na 115 Sul. A Polícia Civil informou que mulher foi presa por racismo e não por injúria racial porque disse que não poderia ser atendida pela funcionária negra. Ela cometeu segregação racial ao afirmar que a profissional não poderia executar o serviço por ser de "raça ruim".

Fonte: g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário