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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Audiência pública debate orçamento participativo da Estrutural

Comunidade exige ser ouvida antes de ações governamentais na cidade

"A Estrutural que temos e a Estrutural que queremos". Sob este dizer, moradores da cidade discutiram questões de interesse da comunidade, em especial o orçamento participativo, durante audiência pública realizada hoje (11) pela manhã no plenário da Casa.

No início da audiência, o projeto Oca Estrutural apresentou vídeo com depoimentos de moradores comparando a dotação orçamentária destinada à cidade com a precariedade das escolas, dos postos de saúde e das condições de transporte. O autor da proposta, deputado Joe Valle (PDT), destacou a "desconexão" entre o que o governo disse que fez e a realidade da situação.

"Nossa principal bandeira é que a comunidade tenha sua voz", argumentou a representante do Coletivo da Cidade, Dyarley Viana, que também é membro do Fórum da Juventude Negra do DF. Segundo ela, a imagem das pessoas sobre a Estrutural é "distorcida, de um povo violento, nojento". Para Dyarley, esse "estigma" precisa ser desconstruído. "A imagem que se tem são urubus pairando no lixão da Estrutural", afirmou a representante do Coletivo. De acordo com ela, o olhar "de filhos do lixo" sobre as crianças e adolescentes da cidade causa evasão escolar, entre outros prejuízos.

Vianna, que foi catadora durante sete anos e hoje é pedagoga, defendeu que os moradores sejam consultados para a elaboração de uma política nacional de resíduos sólidos, necessária para melhorar a "mobilidade física e simbólica" de todos.

Processo de participação - "A história da cidade é de luta e resistência" e, por isso, as demandas dos moradores precisam ser ouvidas, alegou Coracy Coelho, integrante do projeto Oca da Estrutural, do Coletivo da Cidade e do Fórum Social da Estrutural. Ele criticou a "linha de gestão que não respeita o processo de participação da comunidade". De acordo com Coracy, "os gestores que ignoram a opinião da comunidade" constroem escolas em "locais condenados", como ocorreu com a Escola Classe, atualmente interditada. Coracy defendeu com veemência políticas públicas participativas.

Mateus Sousa, de 12 anos, também representante do projeto Oca, reclamou da falta de escolas. "Precisamos nos humilhar para sermos ouvidos?", indagou. O deputado Joe Valle respondeu aos jovens que a "Câmara Legislativa é uma ferramenta poderosa quando bem utilizada" e conclamou: "quero que vocês se aproximem da política, não é mais possível essa forma de governar desconectada da população". Ele ainda garantiu que levará ao futuro governador as reivindicações dos moradores, que "devem ter o direito de ser ouvidos, inclusive, na escolha do administrador da região".

O promotor de justiça do Ministério Público, Tiago Alves de Figueiredo, presente durante toda a audiência, destacou a importância da democracia participativa e lembrou que o MP está disponível para apoiar as reivindicações propostas.

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Franci Moraes - Coordenadoria de Comunicação Social

Fonte; cl.df.gov.br

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