Adorador de Bolsonaro mandou quatro meninas negras voltarem para África
por Marcos Romão
Os Sos Racismo Brasil, iniciativa parceira da Mamapress, denuncia há tempos que o projeto “Escola sem Partidos” é um projeto racista.
Um dos seus principais objetivos é amordaçar a conscientização e ensinamento de alunos e alunas negras, que eles tem valor, que não devem aceitar discriminações e, que devem orgulharem-se de suas origens africanas como construtores da nação multiétnica e multirracial brasileira.
Simpatizantes fundamentalistas religiosos da “Escola sem Partidos”, ou na verdade “Escola da Mordaça”, tem tocado verdadeiro horror nas escolas do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, amedrontando com suas pregações alunos e alunas que demonstrem pertencer à religiões de matrizes africanas, ou que simplesmente desejem comemorar os festejos negros, como capoeira e jongo, sem falar do boicote ao Dia Nacional da Consciência Negra em Homenagem ao Herói Nacional Zumbi dos Palmares.
No dia 29 de maio, estes fundamentalistas intolerantes e defensores da tortura e do fascismo, se excederam, e na audiência pública convocada pelo vereador assumidamente de extrema direita, Carlos Jordy (PSC), com a presença na mesa do deputado filho do Bolsonaro, um simpatizante da platéia agrediu racialmente de forma verbal, 4 mulheres negras, aos mandá-las “voltarem à África”, numa clara manifestação pública de racismo, contra o povo negro do Brasil.
Preso em Flagrante, lamentavelmente só por injúria racial, mas que felizmente se condenado terá a mesma pena do crime de racismo, pois a única diferença de uma tipificação ou outra, é que injúria racial é afiançável.
A seguir o relato do Vereador Paulo Eduardo Gomes, que presente na câmara de vereadores, apoiou através de seu mandato, as mulheres agredidas de forma racistana na prestação de queixa na 78ª delegacia Policial.
Paulo Eduardo Gomes
NOTA DE REPÚDIO AO PROJETO ‘ESCOLA COM MORDAÇA’ E AOS ACONTECIDOS DO DIA 29 DE MAIO NA CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI
O dia 29 de maio de 2017 entrará para a história como um dos dias mais lamentáveis presenciados na Câmara Municipal de Niterói. Uma “audiência pública” convocada pelo Vereador Carlos Jordy (PSC), desde o primeiro momento de sua convocação – e depois no seu próprio andamento – não pretendia ser um espaço democrático onde as posições contrárias de ideias pudessem avançar para o maior esclarecimento dos interessados em dela participar.
Pelo contrário, foi um tipo de comício, cujo objetivo era meramente dar publicidade ao Projeto de Mordaça nas escolas (eufemisticamente chamado de “Escola sem Partido”, na verdade ‘Escola do PSC’ e de outros partidos de direita) e projetar as intolerantes ideias da família Bolsonaro, representado na mesa por seu filho Flávio.
Mas o pior ainda estava por vir. Simpatizantes do referido Projeto de Lei fizeram de sua aparição um festival de bizarrices e intolerância. Havia pessoas trajadas com o símbolo integralista (a versão tupiniquim do fascismo), águia nazista e alguns até mesmo vestindo camisas com a inscrição “Deus, Pátria e Família” (do movimento integralista). Parecia que estávamos no período pré-golpe civil militar que levaria o país a 21 anos de arbitrariedades, torturas, desaparecimento de opositores e outras medidas de triste memória. Um dos momentos mais abjetos se deu quando um adorador de Bolsonaro mandou quatro meninas negras – que se recusaram a cantar o hino nacional ao lado deles – “voltarem para a África”.
Mesmo com todos esses intolerantes e DEFENSORES DO FIM DO DEBATE CRÍTICO NAS ESCOLAS, a participação de estudantes e professores ousou enfrentar o conservadorismo da direita fascista. Gritando “fascistas, machistas, não passarão” e “atenção playboy, Escola sem Partido não vai passar em Niterói”, mostravam sua indignação à tentativa de impor a mordaça nas escolas da cidade. A bancada do PSOL,Talíria Petrone, Tarcísio Motta, do Rio, e eu, fizemos intervenções no sentido da defesa da escola livre de cerceamento e contrária à perseguição aos professores e alunos.
Apesar dos terríveis acontecidos, é importante ver que os estudantes e professores representaram sua vontade de manter e aumentar a liberdade na escola. Aliás, esses que tanto se importam com a educação, como ressaltado no plenário, não pressionam os governos estaduais, municipais e federal por maiores investimentos na área, de forma a garantir melhores condições de ensino, infraestrutura e garantir o aprendizado das nossas crianças e adolescentes. São os mesmos que defendem e votam pelo sucateamento dos serviços públicos, para que a partir daí se privatize cada vez mais. São os que supostamente defendem a neutralidade – mas querem ajudar a criar uma geração de jovens que não tem acesso à discussão crítica, uma geração que não ponha medo na casta política do nosso país. É a direita. A direita mostrou bem sua cara: foi racista, comemorou a perseguição sofrida por uma professora do Colégio Liceu Peçanha em Niterói, surgiu com cartaz com os dizeres “Ustra Vive” (Ustra foi um militar chefe do DOI-Codi, responsável pela tortura e morte de opositores no período militar), dentre outras.
Repudiamos com todas as nossas forças os acontecimentos preconceituosos, autoritários e grotescos da noite de ontem, e repudiamos também este projeto inconstitucional.
Junto às entidades de classe como o SEPE e aos estudantes lutaremos contra esse projeto de Escola com Mordaça!
por Marcos Romão
Os Sos Racismo Brasil, iniciativa parceira da Mamapress, denuncia há tempos que o projeto “Escola sem Partidos” é um projeto racista.
Um dos seus principais objetivos é amordaçar a conscientização e ensinamento de alunos e alunas negras, que eles tem valor, que não devem aceitar discriminações e, que devem orgulharem-se de suas origens africanas como construtores da nação multiétnica e multirracial brasileira.
Simpatizantes fundamentalistas religiosos da “Escola sem Partidos”, ou na verdade “Escola da Mordaça”, tem tocado verdadeiro horror nas escolas do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, amedrontando com suas pregações alunos e alunas que demonstrem pertencer à religiões de matrizes africanas, ou que simplesmente desejem comemorar os festejos negros, como capoeira e jongo, sem falar do boicote ao Dia Nacional da Consciência Negra em Homenagem ao Herói Nacional Zumbi dos Palmares.
No dia 29 de maio, estes fundamentalistas intolerantes e defensores da tortura e do fascismo, se excederam, e na audiência pública convocada pelo vereador assumidamente de extrema direita, Carlos Jordy (PSC), com a presença na mesa do deputado filho do Bolsonaro, um simpatizante da platéia agrediu racialmente de forma verbal, 4 mulheres negras, aos mandá-las “voltarem à África”, numa clara manifestação pública de racismo, contra o povo negro do Brasil.
Preso em Flagrante, lamentavelmente só por injúria racial, mas que felizmente se condenado terá a mesma pena do crime de racismo, pois a única diferença de uma tipificação ou outra, é que injúria racial é afiançável.
A seguir o relato do Vereador Paulo Eduardo Gomes, que presente na câmara de vereadores, apoiou através de seu mandato, as mulheres agredidas de forma racistana na prestação de queixa na 78ª delegacia Policial.
Paulo Eduardo Gomes
NOTA DE REPÚDIO AO PROJETO ‘ESCOLA COM MORDAÇA’ E AOS ACONTECIDOS DO DIA 29 DE MAIO NA CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI
O dia 29 de maio de 2017 entrará para a história como um dos dias mais lamentáveis presenciados na Câmara Municipal de Niterói. Uma “audiência pública” convocada pelo Vereador Carlos Jordy (PSC), desde o primeiro momento de sua convocação – e depois no seu próprio andamento – não pretendia ser um espaço democrático onde as posições contrárias de ideias pudessem avançar para o maior esclarecimento dos interessados em dela participar.
Pelo contrário, foi um tipo de comício, cujo objetivo era meramente dar publicidade ao Projeto de Mordaça nas escolas (eufemisticamente chamado de “Escola sem Partido”, na verdade ‘Escola do PSC’ e de outros partidos de direita) e projetar as intolerantes ideias da família Bolsonaro, representado na mesa por seu filho Flávio.
Mas o pior ainda estava por vir. Simpatizantes do referido Projeto de Lei fizeram de sua aparição um festival de bizarrices e intolerância. Havia pessoas trajadas com o símbolo integralista (a versão tupiniquim do fascismo), águia nazista e alguns até mesmo vestindo camisas com a inscrição “Deus, Pátria e Família” (do movimento integralista). Parecia que estávamos no período pré-golpe civil militar que levaria o país a 21 anos de arbitrariedades, torturas, desaparecimento de opositores e outras medidas de triste memória. Um dos momentos mais abjetos se deu quando um adorador de Bolsonaro mandou quatro meninas negras – que se recusaram a cantar o hino nacional ao lado deles – “voltarem para a África”.
Mesmo com todos esses intolerantes e DEFENSORES DO FIM DO DEBATE CRÍTICO NAS ESCOLAS, a participação de estudantes e professores ousou enfrentar o conservadorismo da direita fascista. Gritando “fascistas, machistas, não passarão” e “atenção playboy, Escola sem Partido não vai passar em Niterói”, mostravam sua indignação à tentativa de impor a mordaça nas escolas da cidade. A bancada do PSOL,Talíria Petrone, Tarcísio Motta, do Rio, e eu, fizemos intervenções no sentido da defesa da escola livre de cerceamento e contrária à perseguição aos professores e alunos.
Nosso mandato ainda disponibilizou na noite de segunda o vídeo em nossas redes sociais da prisão deste homem que cometeu agressão, racismo e injúria racial contra 4 garotas negras no plenário da casa. Ele foi preso em flagrante por injúria racial – e nossa crítica vai também à justiça, já que muitos casos de racismo entram como “injúria racial”, considerado um crime menor, de forma a diminuir o fato e o constrangimento passado pela(s) vítima(s). Prestamos também suporte às vítimas, que junto às testemunhas foram à 78ºDP.
Apesar dos terríveis acontecidos, é importante ver que os estudantes e professores representaram sua vontade de manter e aumentar a liberdade na escola. Aliás, esses que tanto se importam com a educação, como ressaltado no plenário, não pressionam os governos estaduais, municipais e federal por maiores investimentos na área, de forma a garantir melhores condições de ensino, infraestrutura e garantir o aprendizado das nossas crianças e adolescentes. São os mesmos que defendem e votam pelo sucateamento dos serviços públicos, para que a partir daí se privatize cada vez mais. São os que supostamente defendem a neutralidade – mas querem ajudar a criar uma geração de jovens que não tem acesso à discussão crítica, uma geração que não ponha medo na casta política do nosso país. É a direita. A direita mostrou bem sua cara: foi racista, comemorou a perseguição sofrida por uma professora do Colégio Liceu Peçanha em Niterói, surgiu com cartaz com os dizeres “Ustra Vive” (Ustra foi um militar chefe do DOI-Codi, responsável pela tortura e morte de opositores no período militar), dentre outras.
Repudiamos com todas as nossas forças os acontecimentos preconceituosos, autoritários e grotescos da noite de ontem, e repudiamos também este projeto inconstitucional.
Junto às entidades de classe como o SEPE e aos estudantes lutaremos contra esse projeto de Escola com Mordaça!
Fonte: mamapress
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