Produções a um clique do Netflix ou do Youtube, fácil para você que faz parte dos 58% de brasileiros com internet (imagina se não fizesse, né?)
Por JULIANA GONÇALVES, Quanto mais privilégio alguém tem, menos consegue enxergar o quanto privilegiado é. Entender-se privilegiado é o primeiro passo para conseguir ver além do próprio umbigo. Sugerimos alguns documentários para te tirar da zona de conforto.
Se você nunca viveu algumas dessas situações das produções abaixo, provavelmente, não foi apenas por sorte ou porque se comportou ou é naturalmente merecedor: é o sistema de privilégios agindo.
The Eye of the Storm – Olhos Azuis, de Jane Elliott (1968)
Ganhador do Emmy, o documentário registra o experimento desenvolvido pela professora e socióloga estadunidense Jane Elliott. Polêmico, durante duas horas pessoas que têm olhos azuis são separadas dos demais e bombardeadas por um tratamento discriminatório e ofensivo normalmente reservado para mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas. “Se algum branco quer receber o mesmo tratamento dado aos cidadãos negros em nossa sociedade, levante-se”, provoca Elliot em um trecho. Ninguém levantou. Ser branco é um privilégio.
Mulheres e o cárcere (2017)
O sistema prisional brasileiro é pensado por homens para homens. Esqueça Orange is the new black, este filme mostra a situação real da maioria das penitenciárias femininas do Brasil. Nada tão limpinho ou organizado. A precariedade, as práticas abusivas e a tortura são denunciadas no documentário que faz parte de um projeto de combate à tortura no sistema carcerário brasileiro realizado pela Pastoral Carcerária. Há mais uma parte com o título A Tortura como Política de Estado, lançada em 2015. Fica a dica: não ser criminalizado pela sua pobreza e ter seu gênero respeitado numa situação dessa são privilégios.
É uma menina: As três palavras mais mortais do mundo, de Evan Grae Davis (2012)
Com foco principal na população indiana e chinesa, o filme fala sobre a situação universal de meninas que são mortas, abortadas e abandonadas simplesmente porque são meninas. Recente dado da ONU afirmou que hoje cerca de 200 milhões de meninas estão em falta no mundo por terem sido mortas por seu gênero. A direção traz para a superfície a história de mulheres que sofrem violências múltiplas e de mães corajosas. Em terras brasileiras, é bom lembrar que ser menina e/ou mulher não é nada tranquilo. A taxa de feminicídios no Brasil é quinta maior do mundo. Ser homem é um privilégio.
Eu não sou seu negro, de Raoul Peck (2016)
“A população branca deste país tem que se perguntar por que foi necessário haver ‘os negros’ no passado. Mas eu não sou um negro, sou um homem. Mas se você pensa que sou um negro, significa que você precisa de um, então precisa se perguntar por quê”. Essa é uma das frases que aparecem nos primeiros minutos do documentário, dirigido pelo haitiano Raoul Peck. O roteiro é construído a partir do livro inédito e inconcluso do escritor estadunidense James Baldwin (1924 – 1987), batizado de Remember This House (1979). O filme é intenso e provoca todas as pessoas brancas a pensarem sobre seu papel na manutenção das desigualdades causadas pelo racismo. Ser branco é privilégio.
(trans)fobias, de Yan Teixeira (2014)
“Se eu fosse pontuar violência, ia escrever um livro sobre violências porque desde a hora que eu levanto, já sofro violência”. Essa é a primeira frase deste documentário, um curta sobre opressões diárias sofridas por pessoas trans e travestis. Sofrer agressões na escola, ser expulsa de casa, sentir dificuldade para arrumar emprego e a solidão são apenas algumas facetas da desumanização de um corpo trans. Vivências que raramente uma pessoa cisgênera (alguém que se identifica com o gênero que foi compulsoriamente atribuído a ela ao nascer com base no sexo biológico) passa. Pessoas ‘cis’ são privilegiadas em relação a pessoas trans justamente por se enquadrarem nos padrões estabelecido, inclusive por muitas vezes nem ao menos precisarem pensar sobre sua identidade de gênero.
Capitalismo: uma história de amor, de Michael Moore (2009)
Imagine você e mais sete amigos possuindo o mesmo tanto de dinheiro que 3,6 bilhões de pessoas. Mais do que privilegiados, seriam quase deuses na terra. Essa é a realidade mundial. Dados de janeiro deste ano de um estudo da fundação Oxfam, com base na revista Forbes e em informações do banco suíço Credit Suisse, revelou que oito pessoas (todos homens brancos) seriam 1% da população que concentram o mesmo volume de recursos que os 99% mais pobres. O documentário de Michael Moore, mostra como não existe liberdade ou justiça num sistema que visa gerar cada vez mais lucro para um seleto grupo de pessoas.
Ah, Branco! Dá Um Tempo! (2015)
Curtiu a série do Netflix Cara gente branca? A Pupila Produções colheu depoimentos de estudantes negros da Universidade de Brasília que cotidianamente lidam com o racismo e o elitismo. Como na produção ficcional estadunidense, busca compreender a dor e a beleza de ser estudante negro em um espaço construído por mãos negras, mas que busca o ideal eurocêntrico.
Luz, Câmera, Inclusão, de Dino Menezes (2016)
Uma viagem de volta à década de 1980 para contar a história da Casa de Saúde Anchieta, em Santos/SP, que naquela época ficou conhecida como Casa dos Horrores. O lugar, que acolhia um hospital psiquiátrico, é o foco do documentário, um filme sobre a luta anti-manicomial. A denúncia aqui fica por conta de como pessoas com sofrimento mental são tratadas na sociedade.
A questão indígena no Brasil em quatro minutos (2016)
A história contemporânea da questão indígena brasileira onde há, de um lado, os interesses dos povos indígenas e, de outro, os interesses do agronegócio e do modelo de desenvolvimento vigente no país é literalmente desenhada neste curta produzido pela Agência Pública. Vale lembrar que os conflitos por território vitimaram desde 2010, cerca 300 indígenas. Ao que tudo indica, ser indígena no Brasil não só não traz privilégios como é ter seus direitos mais facilmente sequestrados.
A 13ª Emenda, de Ava Duvernay (2016)
Qual é a relação entre o período da escravidão e o encarceramento em massa da população negra? A tese sobre a lotação dos presídios diz respeito à 13ª emenda da Constituição norte-americana, que dá nome ao filme. O texto diz que ninguém pode ser submetido à escravidão ou ao trabalho forçado, “salvo como punição de um crime”. Instituída no final século 19, após conflitos pelo fim do regime escravocrata, a medida teria sido manipulada para transformar os ex-escravizados em trabalhadores nas prisões. Uma realidade nada diferente da brasileira, onde os números do encarceramento aumenta exponencialmente justificado pela guerra às drogas que criminaliza a pobreza. Hoje o Brasil conta com a quarta maior população encarcerada do mundo, são 608 mil pessoas e o número de detenções cresce 7% ao ano. Se mantido esse ritmo, em 2022 haverá 1 milhão de detentos e detentas no sistema carcerário.
Clandestinas, de Fádhia Salomão (2014)
A histórias de mulheres que abortaram ilegalmente no Brasil. Os relatos mostram como a criminalização da interrupção voluntária da gravidez penaliza as mulheres, porém algumas sofrem mais. Há uma parcela que têm que enfrentar polícia, promotor, juiz e júri. Normalmente as que passam por isso não são brancas, ricas, capazes de pagar por uma interrupção de gestação segura. São em geral pretas e pardas, pobres e denunciadas por profissionais de saúde. Nesta ótica, a criminalização do aborto é misógina, racista e classista e viola a dignidade humana das mulheres.
25 de julho: feminismo negro contado em primeira pessoa, de Avelino Regicida (2013)
Em 25 de julho celebra-se o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. Este documentário, produzido junto com a Do Morro Produções, traz a voz de diversas mulheres negras que falam das suas vivências denunciando as desigualdades entre mulheres.
Morri na Maré, de Marie Naudascher e Patrick Vanier (2014)
Sob a ótica dos dois jornalistas franceses, Marie e Patrick, ambos radicados no Rio de Janeiro, esse documentário trata o impacto da violência em crianças da comunidade Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, contado a partir da visão delas. Intervenções da polícia, violência, pobreza, falta de acesso aos direitos básicos são elementos que surgem na narrativa. Nem todas as crianças têm direito de sonhar.
Negras lésbicas, de Erica Roberta Silva, Patricia Norica e Priscilla Ap Mendes dos Santos Formiga (2013)
Seis mulheres, seis histórias diferentes, mas que apresentam um ponto em comum: o preconceito que sofrem por serem negras e assumirem a sua orientação sexual como lésbicas, dentro de uma sociedade machista, heteronormativa e racista.
A luta pelo direito à moradia e o direito à cidade (2016)
“Enquanto morar é um privilégio, ocupar é um direito”, esse é um dos gritos que marcam a luta pela moradia no Brasil. O mini-documentário realizado pelo portal Brasil de Fato aborda as ameaças ao programa Minha Casa, Minha Vida na gestão do presidente Michel Temer. De acordo com os dados do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, de 2014, o déficit de moradia no país chega hoje a 7,7 milhões, das quais 5,5 milhões estão em centros urbanos. Se o cálculo incluir moradias inadequadas (sem infraestrutura básica), o número chega a uma faixa de 12,7 a 13 milhões de habitações, com 92% do déficit concentrado nas populações mais pobres.
O Massacre de Eldorado dos Carajás, edição e roteiro do Centro de Comunicação e Educação Popular (1997)
Ter acesso à terra é uma luta que vitimiza também trabalhadores do campo. Em abril, na mesma semana em que completou 21 anos da morte dos 19 trabalhadores pela polícia militar em Eldorado do Carajás (PA), a Comissão Pastoral da Terra divulgou dados no qual destacou 61 assassinatos ocorridos em 2016, o maior número registrado desde 2003, que foram 73 homicídios, e o segundo dos últimos 25 anos. Todas as mortes estão relacionadas a questões que envolvem grandes propriedades, terras griladas, proprietários em dívida com o Estado, poder econômico, influência política, violência policial e negligência de agentes públicos. Ou seja, ter terra no campo é um privilégio que está sendo protegido e custa vidas.
Por JULIANA GONÇALVES, Quanto mais privilégio alguém tem, menos consegue enxergar o quanto privilegiado é. Entender-se privilegiado é o primeiro passo para conseguir ver além do próprio umbigo. Sugerimos alguns documentários para te tirar da zona de conforto.
Se você nunca viveu algumas dessas situações das produções abaixo, provavelmente, não foi apenas por sorte ou porque se comportou ou é naturalmente merecedor: é o sistema de privilégios agindo.
The Eye of the Storm – Olhos Azuis, de Jane Elliott (1968)
Ganhador do Emmy, o documentário registra o experimento desenvolvido pela professora e socióloga estadunidense Jane Elliott. Polêmico, durante duas horas pessoas que têm olhos azuis são separadas dos demais e bombardeadas por um tratamento discriminatório e ofensivo normalmente reservado para mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas. “Se algum branco quer receber o mesmo tratamento dado aos cidadãos negros em nossa sociedade, levante-se”, provoca Elliot em um trecho. Ninguém levantou. Ser branco é um privilégio.
Mulheres e o cárcere (2017)
O sistema prisional brasileiro é pensado por homens para homens. Esqueça Orange is the new black, este filme mostra a situação real da maioria das penitenciárias femininas do Brasil. Nada tão limpinho ou organizado. A precariedade, as práticas abusivas e a tortura são denunciadas no documentário que faz parte de um projeto de combate à tortura no sistema carcerário brasileiro realizado pela Pastoral Carcerária. Há mais uma parte com o título A Tortura como Política de Estado, lançada em 2015. Fica a dica: não ser criminalizado pela sua pobreza e ter seu gênero respeitado numa situação dessa são privilégios.
É uma menina: As três palavras mais mortais do mundo, de Evan Grae Davis (2012)
Com foco principal na população indiana e chinesa, o filme fala sobre a situação universal de meninas que são mortas, abortadas e abandonadas simplesmente porque são meninas. Recente dado da ONU afirmou que hoje cerca de 200 milhões de meninas estão em falta no mundo por terem sido mortas por seu gênero. A direção traz para a superfície a história de mulheres que sofrem violências múltiplas e de mães corajosas. Em terras brasileiras, é bom lembrar que ser menina e/ou mulher não é nada tranquilo. A taxa de feminicídios no Brasil é quinta maior do mundo. Ser homem é um privilégio.
Eu não sou seu negro, de Raoul Peck (2016)
“A população branca deste país tem que se perguntar por que foi necessário haver ‘os negros’ no passado. Mas eu não sou um negro, sou um homem. Mas se você pensa que sou um negro, significa que você precisa de um, então precisa se perguntar por quê”. Essa é uma das frases que aparecem nos primeiros minutos do documentário, dirigido pelo haitiano Raoul Peck. O roteiro é construído a partir do livro inédito e inconcluso do escritor estadunidense James Baldwin (1924 – 1987), batizado de Remember This House (1979). O filme é intenso e provoca todas as pessoas brancas a pensarem sobre seu papel na manutenção das desigualdades causadas pelo racismo. Ser branco é privilégio.
(trans)fobias, de Yan Teixeira (2014)
“Se eu fosse pontuar violência, ia escrever um livro sobre violências porque desde a hora que eu levanto, já sofro violência”. Essa é a primeira frase deste documentário, um curta sobre opressões diárias sofridas por pessoas trans e travestis. Sofrer agressões na escola, ser expulsa de casa, sentir dificuldade para arrumar emprego e a solidão são apenas algumas facetas da desumanização de um corpo trans. Vivências que raramente uma pessoa cisgênera (alguém que se identifica com o gênero que foi compulsoriamente atribuído a ela ao nascer com base no sexo biológico) passa. Pessoas ‘cis’ são privilegiadas em relação a pessoas trans justamente por se enquadrarem nos padrões estabelecido, inclusive por muitas vezes nem ao menos precisarem pensar sobre sua identidade de gênero.
Capitalismo: uma história de amor, de Michael Moore (2009)
Imagine você e mais sete amigos possuindo o mesmo tanto de dinheiro que 3,6 bilhões de pessoas. Mais do que privilegiados, seriam quase deuses na terra. Essa é a realidade mundial. Dados de janeiro deste ano de um estudo da fundação Oxfam, com base na revista Forbes e em informações do banco suíço Credit Suisse, revelou que oito pessoas (todos homens brancos) seriam 1% da população que concentram o mesmo volume de recursos que os 99% mais pobres. O documentário de Michael Moore, mostra como não existe liberdade ou justiça num sistema que visa gerar cada vez mais lucro para um seleto grupo de pessoas.
Ah, Branco! Dá Um Tempo! (2015)
Curtiu a série do Netflix Cara gente branca? A Pupila Produções colheu depoimentos de estudantes negros da Universidade de Brasília que cotidianamente lidam com o racismo e o elitismo. Como na produção ficcional estadunidense, busca compreender a dor e a beleza de ser estudante negro em um espaço construído por mãos negras, mas que busca o ideal eurocêntrico.
Luz, Câmera, Inclusão, de Dino Menezes (2016)
Uma viagem de volta à década de 1980 para contar a história da Casa de Saúde Anchieta, em Santos/SP, que naquela época ficou conhecida como Casa dos Horrores. O lugar, que acolhia um hospital psiquiátrico, é o foco do documentário, um filme sobre a luta anti-manicomial. A denúncia aqui fica por conta de como pessoas com sofrimento mental são tratadas na sociedade.
A questão indígena no Brasil em quatro minutos (2016)
A história contemporânea da questão indígena brasileira onde há, de um lado, os interesses dos povos indígenas e, de outro, os interesses do agronegócio e do modelo de desenvolvimento vigente no país é literalmente desenhada neste curta produzido pela Agência Pública. Vale lembrar que os conflitos por território vitimaram desde 2010, cerca 300 indígenas. Ao que tudo indica, ser indígena no Brasil não só não traz privilégios como é ter seus direitos mais facilmente sequestrados.
A 13ª Emenda, de Ava Duvernay (2016)
Qual é a relação entre o período da escravidão e o encarceramento em massa da população negra? A tese sobre a lotação dos presídios diz respeito à 13ª emenda da Constituição norte-americana, que dá nome ao filme. O texto diz que ninguém pode ser submetido à escravidão ou ao trabalho forçado, “salvo como punição de um crime”. Instituída no final século 19, após conflitos pelo fim do regime escravocrata, a medida teria sido manipulada para transformar os ex-escravizados em trabalhadores nas prisões. Uma realidade nada diferente da brasileira, onde os números do encarceramento aumenta exponencialmente justificado pela guerra às drogas que criminaliza a pobreza. Hoje o Brasil conta com a quarta maior população encarcerada do mundo, são 608 mil pessoas e o número de detenções cresce 7% ao ano. Se mantido esse ritmo, em 2022 haverá 1 milhão de detentos e detentas no sistema carcerário.
Clandestinas, de Fádhia Salomão (2014)
A histórias de mulheres que abortaram ilegalmente no Brasil. Os relatos mostram como a criminalização da interrupção voluntária da gravidez penaliza as mulheres, porém algumas sofrem mais. Há uma parcela que têm que enfrentar polícia, promotor, juiz e júri. Normalmente as que passam por isso não são brancas, ricas, capazes de pagar por uma interrupção de gestação segura. São em geral pretas e pardas, pobres e denunciadas por profissionais de saúde. Nesta ótica, a criminalização do aborto é misógina, racista e classista e viola a dignidade humana das mulheres.
25 de julho: feminismo negro contado em primeira pessoa, de Avelino Regicida (2013)
Em 25 de julho celebra-se o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. Este documentário, produzido junto com a Do Morro Produções, traz a voz de diversas mulheres negras que falam das suas vivências denunciando as desigualdades entre mulheres.
Morri na Maré, de Marie Naudascher e Patrick Vanier (2014)
Sob a ótica dos dois jornalistas franceses, Marie e Patrick, ambos radicados no Rio de Janeiro, esse documentário trata o impacto da violência em crianças da comunidade Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, contado a partir da visão delas. Intervenções da polícia, violência, pobreza, falta de acesso aos direitos básicos são elementos que surgem na narrativa. Nem todas as crianças têm direito de sonhar.
Negras lésbicas, de Erica Roberta Silva, Patricia Norica e Priscilla Ap Mendes dos Santos Formiga (2013)
Seis mulheres, seis histórias diferentes, mas que apresentam um ponto em comum: o preconceito que sofrem por serem negras e assumirem a sua orientação sexual como lésbicas, dentro de uma sociedade machista, heteronormativa e racista.
A luta pelo direito à moradia e o direito à cidade (2016)
“Enquanto morar é um privilégio, ocupar é um direito”, esse é um dos gritos que marcam a luta pela moradia no Brasil. O mini-documentário realizado pelo portal Brasil de Fato aborda as ameaças ao programa Minha Casa, Minha Vida na gestão do presidente Michel Temer. De acordo com os dados do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, de 2014, o déficit de moradia no país chega hoje a 7,7 milhões, das quais 5,5 milhões estão em centros urbanos. Se o cálculo incluir moradias inadequadas (sem infraestrutura básica), o número chega a uma faixa de 12,7 a 13 milhões de habitações, com 92% do déficit concentrado nas populações mais pobres.
O Massacre de Eldorado dos Carajás, edição e roteiro do Centro de Comunicação e Educação Popular (1997)
Ter acesso à terra é uma luta que vitimiza também trabalhadores do campo. Em abril, na mesma semana em que completou 21 anos da morte dos 19 trabalhadores pela polícia militar em Eldorado do Carajás (PA), a Comissão Pastoral da Terra divulgou dados no qual destacou 61 assassinatos ocorridos em 2016, o maior número registrado desde 2003, que foram 73 homicídios, e o segundo dos últimos 25 anos. Todas as mortes estão relacionadas a questões que envolvem grandes propriedades, terras griladas, proprietários em dívida com o Estado, poder econômico, influência política, violência policial e negligência de agentes públicos. Ou seja, ter terra no campo é um privilégio que está sendo protegido e custa vidas.
Fonte: Trip.
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