Como já externamos pelos meios de comunicação e em reuniões na instituição, ficamos indignados com os atos racistas praticados por um professor no exercício de sua atividade na UFES. Depois de muitas lutas pelas liberdades democráticas, pelo combate ao racismo e pela inclusão neste país, em que muitos perderam até suas vidas, é espantoso ouvir o pensamento conservador repetir para a mídia argumentos que não tem fundamentação científica e baseiam-se em ideologias racistas que estiveram em voga no século XIX no país. Muitas pesquisas já foram produzidas no decorrer do último século sobre as chamadas “relações raciais”, e os recentes estudos acadêmicos produzidos sobre os estudantes cotistas mostram que eles apresentam um aproveitamento igual e índices de evasão menores que a média nas universidades publicas, ainda assim os negros e demais cotistas continuam discriminados.
Nos últimos anos, o NEAB/UFES tem se empenhado em discutir o racismo por meio diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Estamos participando do OPAA, Observatório que reúne cinco universidades do sudeste, e com elas realizamos em agosto passado aqui na UFES, um simpósio para discutir as políticas de avaliação do sistema de reserva de vagas e de permanência dos cotistas. Na última sexta-feira iniciamos mais um curso de pós-graduação voltado para a formação de professores do ensino básico, denominado Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola, com recursos do MEC/SECADI.
Enfim, estamos acompanhando atentamente os procedimentos administrativos sobre o caso e acreditamos que nossa instituição deve promover uma discussão ampla e irrestrita da questão racial com todos os seus segmentos. Assim, propomos à administração central que esta discussão formativa seja realizada inicialmente com os professores da nossa instituição e o mais breve possível.
Por uma UFES inclusiva, plural e antirracista!
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A coordenação do Neab.
Fonte: racismoambiental
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