Os gritos de protesto foram ouvidos em Times Square, Nova York, e na capital capital Washington, onde centenas de manifestantes criticaram a decisão da justiça
por France Presse,
Ferguson - Manifestantes queimaram edifícios, saquearam lojas e atiraram contra a polícia na cidade de Ferguson, estado de Missouri (nordeste dos Estados Unidos), após o anúncio de que o policial branco que matou um jovem negro desarmado em agosto não será indiciado.
O policial branco Darren Wilson, de 28 anos, matou no dia 9 de agosto o jovem negro Michael Brown, de 18, com seis tiros, quando a vítima estava desarmada e em plena luz do dia em uma rua de Ferguson.
Um membro da Guarda Nacional ajuda veículos militares
O caso reavivou as tensões raciais e provocou manifestações que muitas vezes terminaram em distúrbios. Doze edifícios foram incendiados e pelo menos 150 tiros foram disparados contra os agentes, afirmou o chefe de polícia do condado de St. Louis, John Belmar.
A polícia não respondeu aos tiros e 29 manifestantes foram detidos, sem o registro de vítimas, informou o chefe de polícia. O governador de Missouri, Jay Nixon, convocou a Guarda Nacional para restaurar a ordem.
Os manifestantes não atenderam o apelo por calma do presidente americano Barack Obama e da família de Michael Brown.
Obama destacou que todos os protestos deveriam ocorrer de "maneira pacífica" e que polícia deveria atuar com moderação.
A família de Brown não escondeu o desapontamento com a decisão do júri, mas pediu calma aos manifestantes.
"Estamos profundamente decepcionados de que o assassino do nosso filho não tenha que sofrer as consequências de seus atos", declarou a família de Brown em um comunicado, no qual pediu "respeitosamente que qualquer manifestação seja pacífica".
Pouco depois do anúncio da decisão, manifestantes passaram a atirar objetos contra os policiais, aos gritos de "sem justiça não há paz". A polícia informou que foi alvo de uma bomba incendiária e lamentou o incêndio em uma de suas viaturas.
Protestos no país
Os gritos de protesto foram ouvidos em Times Square, Nova York, e na capital Washington, onde centenas de manifestantes criticaram a decisão da justiça.
Em Nova York, manifestantes exibiram cartazes com frases como "o racismo mata" e "não permaneceremos calados". Na capital, centenas de pessoas protestaram diante da Casa Branca aos gritos de "mãos para cima, não atire", que virou um slogan das manifestações convocadas por diversas organizações.
Outras cidades do país, como Chicago, Los Angeles, Boston, Filadélfia e Oakland, também protestaram contra o não indiciamento do policial "O dever de um grande júri é separar os fatos da ficção", afirmou o promotor de St. Louis, Robert McCulloch.
"Os juízes determinaram que não há razão suficiente para apresentar acusações contra o policial Wilson", completou.
"Não há dúvida de que o policial Wilson provocou a morte de Michael Brown", disse, ao mencionar um "falecimento trágico".
Os 12 jurados, nove brancos e três negros, realizaram um trabalho "completo e profundo", escutaram 70 horas de depoimentos de quase 60 testemunhas, examinaram centenas de fotografias e ouviram três médicos legistas.
O governador do estado de Missouri, Jay Nixon, já havia decretado estado de emergência, convocado a Guarda Nacional e reforçado o número de policiais nas ruas ante a possibilidade de protestos.
O veredicto foi anunciado após a morte no fim de semana em Ohio (norte do país) de um adolescente negro de 12 anos. A vítima foi atingida por tiros de policiais quando estava com uma pistola de brinquedo, o que provocou o temor de novos protestos violentos.
O episódio da morte de Brown aconteceu após a denúncia de um roubo em uma loja de Ferguson.
As testemunhas afirmam que Brown, um estudante do ensino secundário, estava com os braços para o alto quando foi baleado. Wilson alegou que agiu em legítima defesa por temer um ataque.
Depois de ser baleado, o corpo do jovem permaneceu na rua durante horas, um fato que foi considerado pelos manifestantes como um sinal de desprezo das forças de segurança pela população negra.
Quase 70% da população de Ferguson é negra, mas as autoridades políticas e policiais são majoritariamente brancas.
Fonte: correiobraziliense
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