S. Paulo – A luta pela transformação do 20 de Novembro em Feriado Nacional – uma das principais bandeiras do movimento negro brasileiro até 2012 – foi definitivamente arquivada desde o início da vigência da Lei 12.519, de 10 de novembro de 2011, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que declarou a data como Dia Nacional da Consciência Negra.
Em várias capitais do país, especialmente, em S. Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, acontecerão Marchas pela Consciência Negra. Em S. Paulo, os manifestantes se encontrarão a partir das 11h, no vão do MASP, na Avenida Paulista, na XI Marcha da Consciência Negra e depois seguirão em passeata pelas principais ruas e avenidas do centro.
Em Campinas, a concentração para a Marcha será na Rua Treze de Maio, com concentração a partir das 8h30, na Estação Cultural Antonio da Costa Santos. Em Salvador, haverá a 6ª Lavagem da Estátua de Zumbi, na Praça da Sé, a 14ª Caminhada da Liberdade, a 35ª Marcha da Consciência Negra Zumbi dos Palmares e a 7ª Alvorada dos Ojás.
No Rio, a Marcha terá como tema, "De Zumbi a João Cândido", e está marcado ato político para homenagear o centenário da escritora Carolina de Jesus (1.914-1.977) e de Abdias do Nascimento (1.914-2011). Em nenhuma delas, porém, o tema central será a defesa do Feriado.
Na prática, a adoção do Dia Nacional da Consciência, deixou de lado a luta pelo Feriado em que se celebraria a memória e a luta de resistência de Zumbi dos Palmares, o maior e mais importante ícone da luta negra no Brasil. A consequência disso é que o Dia Nacional da Consciência Negra continua sendo ignorado na grande maioria dos municípios e Estados brasileiros, que não adotaram o feriado, por decisão de suas Câmaras municipais.
Feriado
O Feriado Nacional dedicado a Zumbi, o herói do Quilombo dos Palmares, morto em 1.695 pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, sempre foi uma aspiração dos negros brasileiros. Zumbi tem seu nome inscrito no Panteão da Pátria que está em Brasília, como Herói Nacional, ao lado de figuras, como Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o líder da Inconfidência mineira.
Ao contrário do 21 de abril, que é Feriado Nacional, porém, a data dedicada a Zumbi só é lembrada em pouco mais de mil municípios brasileiros, distribuídos por 10 dos 26 Estados. Nas capitais, o feriado só é respeitado, em S. Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá, que aprovaram projetos nesse sentido.
O “esquecimento” de parte do movimento negro – especialmente do movimento ligado aos partidos que governam o Brasil desde 2003, com a ascenção dos presidentes Lula e Dilma – só se explica pela adesão a agenda do Governo.
Fonte: afropress
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