Ex-governador Paulo Octávio (Foto: TV Globo/Reprodução) |
Político, suspeito de corrupção, foi preso por desrespeito à ordem jurídica.
Advogados vão pedir a transferência dele para uma cela do Estado-Maior.
Por Ricardo Moreira e Edson FerrazDo G1 DF e da TV Globo,
O ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octavio (PP) foi preso por volta das 21h desta segunda-feira (2) em Brasília suspeito de participação num suposto esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás. A liberação dos documentos envolve, segundo as investigações, empreendimentos imobiliários no DF.
A investigação, iniciada em 2011, resultou na prisão temporária do administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e do de Taguatinga, Carlos Alberto Jales.
Ao deixar o DPE, na madrugada desta terça-feira (3), o advogado Marcelo Turbay Freiria informou que Paulo Octavio ainda não sabia os motivos da prisão. "Ele [Paulo Octavio] sempre permaneceu à disposição tanto da autoridade policial quanto do juiz. Nós formulamos uma petição para que sempre que questionado ele pudesse comparecer e prestar qualquer tipo de esclarecimento que fosse necessário".
O ex-vice-governador, que chegou a assumir o cargo de governador por 12 dias, foi preso quando saía de um escritório que funciona em um dos hotéis dele, localizado no centro da capital federal.
O advogado Marcelo Turbay Freiria diz que Paulo Octavio foi
preso ao sair do escritório localizado no centro de Brasília
(Foto: Ricardo Moreira / G1)
Paulo Octavio foi levado inicialmente para a carceragem da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), localizada no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). De lá, ele foi transferido para o Departamento de Polícia Especializada (DPE), localizado próximo ao Parque da Cidade.
Segundo Freiria, por também ser advogado, Paulo Octavio tem direito a permanecer numa cela do Estado-Maior da Polícia Militar, reservada a oficiais das Forças Armadas e pessoas com curso superior. O advogado informou que iria pedir a transferência do político ainda durante a madrugada.
Freiria disse também que o pedido de revogação da prisão estava sendo elaborado. O documento, segundo ele, seria entregue ao juiz de plantão do Tribunal de Justiça do DF.
Ao todo, o Ministério Público denunciou dez pessoas por suspeita de participação no esquema de liberação de alvarás, incluindo Paulo Octavio. Entre as obras investigadas pelo MP está um shopping do ex-vice-governador em Taguatinga.
O advogado de Paulo Octavio rebate as acusações do MP. "Ao longo da investigação isso foi questionado a ele. Essa acusação não procede. Ele está absolutamente tranquilo, sereno e seguro de que essa prisão é absolutamente descabida".
Paulo Octavio responde a sete ações na Justiça pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva.
Ele também é réu no mensalão do DEM – suposto esquema de pagamento de propina que envolveu o ex-governador José Roberto Arruda (PR), deputados distritais, empresários e membros do Ministério Público.
O escândalo acabou levando à renúncia de Arruda e depois a de Paulo Octavio do governo do Distrito Federal. De acordo com o Ministério Público Federal, os desvios de verbas públicas chegaram a R$ 110 milhões. Em uma das denúncias, desmembradas em 17 ações, o MP pede a devolução de R$ 739,5 milhões, corrigidos e com multas, aos cofres públicos.
Renúncia
Paulo Octavio governou o Distrito Federal em fevereiro de 2011. Foram 12 dias no cargo, em substituição ao então governador José Roberto Arruda (PR), que renunciou por causa do escândalo do mensalão do DEM. Ele também foi deputado e senador pelo Distrito Federal.
Fonte: G1.
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