Acusado de participar do crime que matou o índio Galdino Jesus dos Santos (44) em 1997, passou em concurso público da Polícia Civil do Distrito Federal. Na época do crime, Gutemberg Nader Almeida Junior (34), tinha 17 anos e cumpriu 4 meses de medida socioeducativa. Ele e mais quatro amigos colocaram fogo no índio que dormia em um ponto de ônibus após voltar de uma festa em comemoração ao Dia do Índio e teve 95% do corpo queimado.
Gutemberg é formado em direito e participou da prova do concurso para agente da Polícia Civil, que foi realizada em agosto de 2013. Ele foi aprovado na prova teórica, além do exame médico, avaliação física e exame psicológico, mas foi barrado no critério de vida pregressa, que analisa o passado do candidato e tem peso decisivo na contratação.
De acordo com a Constituição Federal, um criminoso que cumprir a pena não pode sofrer punições pelo que fez no passado. Sendo assim, Gutemberg recorreu à Justiça, que concedeu uma liminar garantindo o seu ingresso na corporação. Ele já começou as aulas de formação na acadêmia da polícia.
A Polícia Civil do Distrito Federal não quis se posicionar sobre o assunto, mas pode recorrer da decisão.
Memória
Confundiram com um mendigo
G.N.A.J. era o único adolescente entre os jovens que atearam fogo ao índio Galdino, na madrugada do dia 20 de abril de 1997. G. tinha 17 anos, Max Rogério Alves, 19, Tomas Oliveira Almeida, 18, e Eron Chaves Oliveira, 19. Eles se encontram no Lago Sul, por volta da 1h30. De lá, seguiram para uma lanchonete na 312 Sul. Em seguida, foram para a 204 Sul, onde, à época, morava o padrastro de Max. Trocaram de carro e voltaram para o Lago Sul, para que Eron pegasse seu automóvel. O veículo foi deixado na 204 Sul e os jovens continuaram com o carro da mãe de Max. Quando passaram entre as quadras 703 e 704 Sul, por volta das 3h40, viram Galdino deitado na parada de ônibus. Eles julgaram ser um mendigo. Um dos rapazes teve a ideia de dar susto no homem. Os cinco foram a um posto de combustíveis e encheram duas garrafas plásticas com álcool. Com o preço do combustível naquele tempo, a conta deu R$ 1,20. Os cinco voltaram ao local onde o índio estava deitado, jogaram o líquido inflamável e riscaram os fósforos. Uma testemunha anotou a placa do carro em que o grupo fugiu.
Fonte: Correio Braziliense
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