Desde o início do ano, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) tem mostrado que a militarização das escolas públicas não é solução para a violência social que recrudesce a cada dia no Distrito Federal (DF) e muito menos para o problema da indisciplina de alguns estudantes.
Esta semana, dois crimes ocorridos na porta de duas escolas públicas demonstraram o argumento do Sinpro-DF. No Centro Educacional (CED) 07, de Ceilândia, 20 policiais militares que atuam na escola não impediram que um adolescente esfaqueasse o outro na porta da escola.
O estudante esfaqueado no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 407, de Samambaia, uma escola em processo de militarização, é outro exemplo da ausência da Polícia Militar (PM) nas ruas, executando as suas competências originárias.
Antes desses crimes ocorrerem, e por causa da defesa intransigente do Sinpro-DF contra a militarização (intervenção militar), o governador Ibaneis desafiou o sindicato a apresentar uma proposta para o DF. A proposta já existe, foi elaborada democraticamente por todos os setores envolvidos com a Educação.
A proposta do Sinpro-DF, portanto, passa pelo investimento de recursos financeiros e humanos na educação pública e gratuita e na segurança pública. Confira aqui a proposta do sindicato para a segurança.
1) Mais investimento na educação pública do DF.
2) Cumprimento das 21 Metas do PDE.
3) Contratação imediata por concurso público de 3 mil professores e 700 orientadores educacionais.
4) Colocar uma dupla de policiais do Batalhão Escolar da PM na porta de todas as escolas.
5) Retornar com as duplas de policiais (Cosme e Damião) circulando nas ruas e comércios das cidades.
PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO
Na proposta de educação, o sindicato lembra o governador que o projeto já está pronto e é lei. Basta ele cumprir as 21 Metas do Plano Distrital de Educação (PDF), valorizar a categoria, investir dinheiro público no setor e se empenhar em formar cidadãos e cidadãs.
Faz parte da proposta para a educação, a realização de concurso público para contratação de três mil professores e setecentos orientadores educacionais. Esses são os números de carência de profissionais da educação neste mês de agosto de 2019.
Importante destacar que a função do orientador educacional é justamente desempenhar ações que, dentre outras coisas, combatem o bullying, mediam conflitos e outras formas de discriminação e violências advindas da sociedade refletidas dentro da escola.
PROPOSTA PARA A SEGURANÇA PÚBLICA
Para a segurança pública, a primeira coisa a ser feita é acabar com o desvio de função de PM que estão atuando dentro das escolas públicas. Faz parte da proposta do Sinpro-DF para a segurança pública e para a Polícia Militar, a valorização da categoria com melhores condições de trabalho, concurso público para cobrir a falta do efetivo e adotar, definitivamente, o Batalhão Escolar, do lado de fora de todas as escolas públicas, como havia no DF até o ano de 2007.
Em vez de colocar entre 20 e 25 policiais militares dentro das unidades escolares, colocá-los no policiamento de duplas, no estilo Cosme e Damião, com viaturas novas e equipadas, para patrulhar as ruas das cidades satélites onde as escolas estão inseridas.
PROPOSTA PARA COMBATER A VIOLÊNCIA
Combater a violência passa por investimento financeiro público na segurança, educação, cultura etc. Por isso, o combate à violência passa pela Pasta de Economia e Finanças do Governo do Distrito Federal (GDF). Comprovadamente, em todos os países do mundo que superaram o problema da violência social, a Pasta das Finanças e Economia atuou investindo dinheiro público nas políticas sociais.
Essa, portanto, é a forma mais eficiente de se combater a violência na cidade e no país: é investindo o dinheiro público na criação de emprego e renda, lazer, educação, esporte, cultura, saúde, segurança. É investindo no bem-estar da sociedade e não congelando o orçamento público nas áreas sociais e desviando-o para dentro do sistema financeiro. Segurança pública está diretamente relacionada com investimento social.
Com educação, emprego, renda, moradia, saúde, cultura e um Estado de bem-estar social pleno, realmente em funcionamento, a violência acaba. Por isso, a proposta do Sinpro-DF é muito simples: é fortalecer o PDE. É um projeto em curso, já foi testado com sucesso no Distrito Federal. Outras duas ações já testadas e bem-sucedidas foi a presença diuturna do Batalhão Escolar na porta das escolas e a vigilância da dupla Cosme e Damião pela cidade.
Portanto, é só o governador querer e fazer que ele irá mudar a realidade social e barrar a violência. O psicanalista Sigmundo Freud, no início do século XX, em carta dirigida a Albert Einstein, quando este lhe perguntou como acabar com a guerra, disse que o jeito mais eficiente para isso seria um choque de cultura na sociedade.
O Sinpro-DF, portanto, aconselha o governador a investir em cultura, educação, segurança e demais políticas públicas sociais que formem cidadãos e cidadãs. Essa sim é a única forma de se fazer um bom governo e a única solução eficaz e eficiente para as mazelas sociais.
Fonte: Sinpro-DF
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