Curta-metragem protagonizado e produzido por profissionais negras será lançado entre outubro e novembro no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul
Texto / Nataly Simões | Edição / Pedro Borges | Imagem / Gabrielle Souza/Divulgação ,
“O amor entre mulheres negras é mais do que uma história de amor?”. Essa pergunta inspira o curta-metragem “Minha História é Outra”, filme protagonizado por mulheres negras que encontram novas formas de vivenciar a afetividade.
O curta-metragem traz duas histórias que mostram os limites e a potência do encontro entre as mulheres. A primeira é a da multiartista Niázia, uma moradora do Morro da Otto, quem abre a sua casa para compartilhar as partes mais importantes da sua vida na busca por autocuidado. Já a segunda é da estudante de direito Leilane, que enfrenta desafios para construir uma jornada de afeto.
Financiado pelo Edital de Fomento ao Audiovisual de Niterói 2018 e desenvolvido pelo Agô Yá – núcleo de criação e produção audiovisual composto por mulheres negras, “Minha História é Outra” ganhou uma página oficial no Instagram neste dia 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.
Ana Beatriz Silva, co-fundadora e produtora executiva do núcleo, destaca que a data é uma conquista histórica articulada por mulheres negras, que tiveram sua participação na causa invisibilizada.
“Visibilizar Heliana Hemetério, Neusa das Dores, Soraia Menezes, Rosangela Castro e Verônica Lourenço se torna imprescindível em tempos de um cenário político que insiste em censurar formas de amar e de produzir narrativas diversas no âmbito audiovisual”, afirma.
No dia 15 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o fim do edital de financiamento de produções audiovisuais de diversidade de gênero e sexualidade. Em nota, a Associação de Profissionais do Audiovisual Negrxs (APAN) considerou que a medida sugere censura a projetos que trazem narrativas sobre pessoas negras e LGBTs.
“Nos causa espanto que seja mais importante ao representante máximo da nação confundir a opinião pública com ‘bravatas’ e ‘factóides’, atacando pessoas negras, lésbicas, gays e trans, do que combater o genocídio das populações negras’, diz o comunicado.
Segundo Ana Beatriz Silva, o “Minha História é Outra” cumpre um papel social importante diante de um histórico de produções audiovisuais carregadas de estereótipos sobre a população negra.
“O filme é um convite de mulheres negras que entenderam a importância de enegrecer o debate sobre sexualidades, encruzilhadas políticas que acionam o encontro do debate racial, relações de gênero e sexualidade em experiências de subjetivação de corpos-afeto”, explica a co-fundadora e produtora executiva do Agô Yá.
O curta-metragem será lançado no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul. A iniciativa de lançamento do cinema negro na América Latina ocorre de 23 de outubro a 3 de novembro.
Fonte: almapreta
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