Pela segunda vez este ano, o governador Ibaneis desrespeita decisão de comunidades escolares que rejeitaram, em votação democrática, a intervenção da Polícia Militar (militarização) em suas dependências.
Neste fim de semana, após a rejeição das comunidades escolares de quatro das seis escolas escolhidas para sofrer intervenção da Polícia Militar (PM) a partir deste segundo semestre, o governador anunciou que não acatará a decisão e iniciará a militarização justamente por essas que decidiram, por votação democrática, não se sujeitarem a esse tipo de terrorismo.
Assim como fez no início do ano, quando duas das quatro escolas escolhidas para isso também rejeitaram esse tipo de intervenção, ele impôs, à revelia da vontade das comunidades escolares esse modelo autoritário de privatização e sucateamento do ensino público.
Nossa liberdade de cátedra e a garantia de uma escola pública está totalmente ameaçada por esse indivíduo que, eleito de forma democrática, não tem capacidade emocional e intelectual de agir dentro das normas da democracia. Afinal, a democracia interfere no projeto pessoal e privatista que está por trás de toda essa trama que envolve até mesmo o uso inadequado da Polícia Militar.
Isso é ditadura. E ditaduras são instrumentos autoritários de indivíduos oportunistas que têm projetos pessoais com os recursos financeiros e as instituições públicas. Mais uma vez, e de forma desrespeitosa e autoritária, desacata a decisão legítima das comunidades escolares (professores, estudantes, servidores técnico-administrativos, pais, mães, responsáveis). Desta vez, mesmo dentro da própria regra que ele mesmo criou, ele resolveu militarizar à revelia da vontade das comunidades escolares.
Ao menosprezar a decisão soberana das comunidades dessas escolas, o governador rompe com o pacto civilizatório que sempre norteou as relações entre poder e povo no Brasil, exceto durante a ditadura militar. Imita Bolsonaro em todos os gestos de terrorismo de Estado e implanta no Palácio do Buriti o Estado policial como mecanismo de gestão, opressão, repressão, totalitarismo etc.
Para quem não entendia por que o Sinpro-DF sempre chamou a militarização de intervenção militar, agora, com essa repetição da postura autoritária do governador, ficou claro que é uma intervenção sim. Acreditamos que nem os eleitores de Ibaneis o elegeram para adotar esse tipo de projeto. Tanto é que durante a campanha eleitoral ele não disse em nenhum momento que iria privatizar/militarizar as escolas públicas.
Professores(as), orientadores(as), estudantes, técnico-administrativos, pais e mães de estudantes, somente nossa unidade e força irá derrotar o projeto em curso de perseguição, repressão, mutilação, criminalização dos(as) nossos(as) filhos(as) estudantes para privatização da educação pública.
Para deter esse processo que leva à ditadura somente a educação e a cultura porque tudo que favorece a cultura combate a ditadura. Os grupos de Ibaneis e de Bolsonaro sabem disso e é por isso que atacam a cultura e a educação. Precisamos recuperar, coletivamente, nossos laços comunitários para enfrentarmos e impedirmos, unidos(as), o desmonte da democracia e da civilização.
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Foto: IGO ESTRELA/Metrópoles
Fonte: Sinpro Sindicato Dos Professores
Foto: IGO ESTRELA/Metrópoles
Fonte: Sinpro Sindicato Dos Professores
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