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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Lélia Almeida González (1935 - 1994) - Heróis de Todo Mundo


Nascida em Belo Horizonte em 1935, filha de um ferroviário com uma mulher de origem indígena, Lélia Almeida González veio para o Rio de Janeiro na década de 40. Graduou-se em História e Filosofia, fez mestrado em Comunicação, doutorado em Antropologia e foi uma militante constante da causa da mulher e do negro no Brasil.

Professora de várias universidades e escolas importantes, seu último cargo acadêmico foi o de Diretora do Departamento de Sociologia e Política, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Dedicou sua carreira acadêmica ao estudo das relações raciais no país, sendo a responsável pela introdução do debate sobre o racismo nas universidades brasileiras.

Entre 1976 e 1978, ministrou de forma pioneira cursos de Cultura Negra no Brasil, na Escola de Artes Visuais, no Parque Lage, um importante espaço cultural do Rio de Janeiro. Em 1976, aderiu ao Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, um exemplo de sua busca para eliminar a oposição entre cultura e o fazer político. O enredo da Quilombo, em 1978, foi escrito por Antônio Candeia Filho, baseando-se no trabalho de Lélia e de outros nomes reconhecidos nos estudos sobre o negro -- o tema desenvolvido pela escola foi os noventa anos de abolição.

Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU), participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ e do Olodum-BA.

Lélia candidatou-se a deputada federal nas eleições de 1982 pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro. Militou no PT entre 1981 e 1986. Nesse ano, filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), disputando a eleição para deputada estadual.

Até a metade dos anos 80, Lélia talvez tenha sido a militante negra que mais participou de seminários e congressos dentro e fora do Brasil. Suas contribuições de maior impacto foram as que buscaram articular as questões de gênero e racismo. Um de seus textos mais emblemáticos é Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira.

Lélia Gonzalez foi vítima de um enfarte, no dia 11 de julho de 1994, no Rio de Janeiro.

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