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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Libertado há 3 dias, morre nos EUA o ex-Pantera Negra Herman Wallace


Militante sofria de câncer de fígado.
Ele cumpriu pena por morte de guarda carcerário; ele sempre negou crime.

Herman Wallace, um ex-Pantera Negra preso em condições de isolamento durante 40 anos pela morte de um homem branco nos anos 1970, morreu nesta sexta-feira (4) em função de um câncer de fígado, três dias depois de ter sido libertado, anunciaram seus advogados.

"Herman aguentou o que poucos de nós podemos imaginar e o fez com gana, dignidade e empatia até o final", comentou.

"Uma das últimas coisa que Herman nos disse foi 'sou livre, sou livre''', acrescentou.

Wallace era um dos "Três de Angola", assim chamados pelo nome da prisão em que ele e dois companheiros ficam presos. O local era conhecido pelo racismo de seu pessoal e foi construído em uma antiga plantação na qual trabalharam escravos procedentes desse país da África austral. O caso desses presos chamou a atenção internacional depois que eles foram condenados, somando seu tempo de prisão, a mais de um século privados de liberdade e em condições de isolamento por causa da morte, em 1972, de um guarda carcerário branco, um assassinato que sempre negram e cujas supostas evidências foram rebatidas uma a uma. Os três homens faziam parte dos Panteras Negras (Black Panthers), o grupo radical que lutava pela causa dos afroamericanos.

Wallace, que já estava detido por roubo, foi condenado à prisão perpétua em 1974, assim como seus companheiros Albert Woodfox, que continua detido, e Robert King, libertado depois de 29 anos de prisão. Os advogados de Wallace reclamaram recentemente que seu caso, em ponto morto há quatro anos, foi reaberto e o próprio detento implorou à justiça para ser libertado antes de morrer. Wallace saiu em liberdade na terça-feira passada por decisão de um juiz do estado da Louisiana (sul dos Estados Unidos).

"Quero que o mundo saiba que sou inocente e que Albert Woodfox também é inocente", afirmou no blog "Três de Angola", depois de ter sido transferido para um hospital penitenciário em Saint-Gabriel, Louisiana.

Dois médicos consideraram que a atenção que recebia na prisão era insuficiente, assim como a Anistia Internacional, que pediu sua libertação.

Fonte: G1.

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