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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Provocação racista estraga o dia de glória de Luiz Adriano

Luiz Adriano marcou cinco gols pelo Shakhtar contra o Bate Borisov 
(Maxim Malinovsky/AFP)

Atacante brasileiro do Shakhtar igualou Messi ao marcar cinco gols em um só jogo da Liga dos Campeões na terça. Mas torcida bielorussa atrapalhou a festa

O brasileiro Luiz Adriano, atacante do Shakhtar Donetsk, entrou para a história da Liga dos Campeões ao marcar cinco gols na vitória do time ucraniano sobre o Bate Borisov, por 7 a 0, na terça-feira, na Bielorrúsia. A festa só não foi completa porque o atleta de 27 anos, nascido em Porto Alegre e na Europa desde 2007, foi alvo de provocações de cunho racista durante a partida. "Os torcedores gritaram contra mim, gritos muito grosseiros, racistas. Um comportamento inaceitável. Estou chocado e indignado", afirmou o jogador ao site do Shakhtar, atual campeão ucraniano. Ainda de acordo com o clube, o Bate se desculpou nesta quarta pelo comportamento "idiota" de parte da torcida. Revelado pelo Internacional, Luiz Adriano transformou-se no primeiro jogador a marcar quatro gols em só no primeiro tempo de um jogo da competição europeia.

Ele é também o segundo a balançar as redes cinco vezes em um só jogo, juntando-se ao supercraque argentino Lionel Messi (que conseguiu a façanha em 2012, contra o Bayer Leverkusen). Além de Luiz Adriano, que marcou aos 28, 37, 40 e 44 minutos do primeiro tempo e de novo aos 37 do segundo, outros integrantes da legião brasileira na Ucrânia também marcaram. O ex-vascaíno Alex Teixeira, aos 11 minutos de jogo, e o ex-gremista Douglas Costa, aos 35, também marcaram. O Bate Borisov poderá ser punido pelo comportamento da torcida – a Uefa tem proibido a presença de torcedores nos estádios em que o público faz provocações racistas contra os atletas visitantes. Na terça, por exemplo, o CSKA recebeu o Manchester City em Moscou com portões fechados, justamente por causa do racismo da torcida.

O comportamento racista dos torcedores é uma preocupação de muitos dirigentes na contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Nesta quarta, porém, o ministro dos Esportes do país-sede do Mundial, Vitaly Mutko, disse que não há problema de racismo no futebol russo – ainda que clubes como o CSKA sejam reincidentes (a equipe de Moscou jogará sem torcida durante toda a fase de grupo da Liga dos Campeões). "Muitos jogadores africanos e asiáticos jogam na Rússia. Eu realmente não vejo nenhum problema. Não vejo o que temer aqui na Rússia. Não é um problema do nosso país, é algo em escala global", disse o ministro. No ano passado, o volante marfinense Yaya Touré, do Manchester City, disse que os jogadores negros deveriam boicotar a Copa se as ofensas racistas nos estádios russos não parassem.

Fonte: abril

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