Juiz entende que há excessos nas declarações de Sérgio de Camargo, que nega o racismo e ataca nomes como Angela Davis
A Justiça suspendeu a nomeação do presidente da Fundação Palmares, o jornalista Sérgio Nascimento de Camargo. O juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará, acatou ação popular contra a decisão do governo de Jair Bolsonaro de nomeá-lo ao cargo e suspendeu a nomeação feita pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
A decisão do juiz entende que há “excessos” nas declarações feitas pelo futuro presidente e apresentadas pelo advogado e autor da ação popular, Helio de Sousa Costa. “Não serão aqui repetidos alguns dos termos expostos nas declarações em frontal ataque às minorias cuja defesa, diga-se, é razão de existir da Instituição que por ele é presidida”, registrou o juiz.
A Fundação Palmares tem como missão reforçar a cidadania, a identidade e a memória dos segmentos étnicos dos grupos formadores da sociedade brasileira, além de fomentar o direito de acesso à cultura e à indispensável ação do Estado na preservação das manifestações afro-brasileiras.
O nome de Camargo para a presidência da fundação enfrentava forte reação, sobretudo pelo seu conhecido posicionamento político e defesa de pautas polêmicas.
Militante de direita, Camargo se define “contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Em suas redes sociais, ele nega a existência de racismo, motivo pelo qual condena datas como a da Consciência Negra. Também direcionou inúmeros ataques em suas publicações a figuras como a ex-vereadora Marielle Franco, Lázaro Ramos e até à filósofa Ângela Davis, referindo-se a ela como “comunista e mocreia assustadora”.
Fonte: cartacapital
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