Representantes de movimentos negros invadiram o prédio da Fundação Cultural Palmares na manhã desta sexta-feira (29), em Brasília. O grupo protesta contra a posse do novo presidente do órgão de promoção da cultura afro-brasileira – o jornalista Sérgio Nascimento de Camargo, que substituiu Vanderlei Lourenço.
O ato começou por volta das 10h30. Às 11h, o grupo com cerca de 30 pessoas entrou na sede da instituição e ocupou o sétimo andar do prédio, onde fica o gabinete do gestor (veja vídeo abaixo). Quatro seguranças tentaram impedir o acesso, mas os manifestantes ultrapassaram o bloqueio.
Servidores que preferiram não se identificar afirmaram ao G1 que Camargo estava no prédio no momento do protesto. Enquanto os manifestantes estiveram no gabinete, tentavam falar com o novo presidente.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Palmares para confirmar a informação, mas não recebeu posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Por volta das 11h40, o grupo começou a deixar o prédio. Em seguida, eles se dispersaram.
O protesto, segundo os organizadores, é em referência a uma série de publicações, nas redes sociais, em que o novo presidente da Fundação Palmares relativiza temas como a escravidão e o racismo no Brasil (entenda abaixo).
O grupo de representantes do movimento afirmou que o objetivo de entrar no prédio era o de conversar com Camargo.
A Fundação Palmares integra a estrutura da Secretaria Especial da Cultura, o antigo Ministério da Cultura.
Pedido de anulação da nomeação
Na manhã desta sexta-feira, o grupo protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido de anulação da nomeação de Camargo. O documento recebeu 62 assinaturas, entre militantes de diferentes entidades e políticos de partidos de oposição.
A representação foi redigida por Marivaldo Pereira, advogado e militante do movimento Mova-se. Ao G1, ele afirma que a nomeação de Camargo é ilegal.
O movimento destaca ainda que o Ministério Público Federal se manifestou contrário a outras nomeações do governo por incompatibilidade.
Em uma publicação feita nas redes sociais antes de ser nomeado para o cargo, Sérgio Nascimento de Camargo classificou o racismo no Brasil como "nutella". "Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda", afirmou.
Sobre o Dia da Consciência Negra, Sérgio Camargo escreveu que o "feriado precisa ser abolido nacionalmente por decreto presidencial".
Ele disse que a data "causa incalculáveis perdas à economia do país, em nome de um falso herói dos negros (Zumbi dos Palmares, que escravizava negros) e de uma agenda política que alimenta o revanchismo histórico e doutrina o negro no vitimismo".
No dia 3 de novembro, Sérgio publicou uma mensagem numa rede social na qual disse que "sente vergonha e asco da negrada militante. Às vezes, pena. Se acham revolucionários, mas não passam de escravos da esquerda", escreveu.
O ato começou por volta das 10h30. Às 11h, o grupo com cerca de 30 pessoas entrou na sede da instituição e ocupou o sétimo andar do prédio, onde fica o gabinete do gestor (veja vídeo abaixo). Quatro seguranças tentaram impedir o acesso, mas os manifestantes ultrapassaram o bloqueio.
Manifestantes invadem prédio da Fundação Cultural Palmares, em Brasília
Servidores que preferiram não se identificar afirmaram ao G1 que Camargo estava no prédio no momento do protesto. Enquanto os manifestantes estiveram no gabinete, tentavam falar com o novo presidente.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Palmares para confirmar a informação, mas não recebeu posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Manifestantes ocupam gabinete da Fundação Palmaresem protesto contra novo gestor
Por volta das 11h40, o grupo começou a deixar o prédio. Em seguida, eles se dispersaram.
O protesto, segundo os organizadores, é em referência a uma série de publicações, nas redes sociais, em que o novo presidente da Fundação Palmares relativiza temas como a escravidão e o racismo no Brasil (entenda abaixo).
"Como é que nós vamos aceitar, enquanto movimento social negro, que o presidente de um órgão que tem como obrigação estar certificando os mais de 5 mil quilombos que nós temos hoje no Brasil, negue a história da escravidão?", questionou a presidente da Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil, Waldicéia de Moraes Teixeira.
O grupo de representantes do movimento afirmou que o objetivo de entrar no prédio era o de conversar com Camargo.
"Viemos para dialogar com ele. No sentido de protestarmos contra o fato dele depreciar a luta do movimento social negro."
A Fundação Palmares integra a estrutura da Secretaria Especial da Cultura, o antigo Ministério da Cultura.
Pedido de anulação da nomeação
Na manhã desta sexta-feira, o grupo protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido de anulação da nomeação de Camargo. O documento recebeu 62 assinaturas, entre militantes de diferentes entidades e políticos de partidos de oposição.
A representação foi redigida por Marivaldo Pereira, advogado e militante do movimento Mova-se. Ao G1, ele afirma que a nomeação de Camargo é ilegal.
"O posicionamento dele é incompatível. Por lei, o Estado tem que enfrentar o racismo e implementar políticas de promoção da igualdade racial. Quando você pratica um ato para acabar com uma fundação que tem essa finalidade, você está agindo contra a lei. Fere a lei de improbidade administrativa".
O movimento destaca ainda que o Ministério Público Federal se manifestou contrário a outras nomeações do governo por incompatibilidade.
"Essa nomeação é para acabar com a Fundação Palmares. Essa é uma estratégia que o governo Bolsonaro vem utilizando para destruir outros órgãos, como fez na Comissão de Anistia, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e o MPF já ser manifestou pedindo que ele revogasse as nomeações".
Em uma publicação feita nas redes sociais antes de ser nomeado para o cargo, Sérgio Nascimento de Camargo classificou o racismo no Brasil como "nutella". "Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda", afirmou.
Sobre o Dia da Consciência Negra, Sérgio Camargo escreveu que o "feriado precisa ser abolido nacionalmente por decreto presidencial".
Ele disse que a data "causa incalculáveis perdas à economia do país, em nome de um falso herói dos negros (Zumbi dos Palmares, que escravizava negros) e de uma agenda política que alimenta o revanchismo histórico e doutrina o negro no vitimismo".
No dia 3 de novembro, Sérgio publicou uma mensagem numa rede social na qual disse que "sente vergonha e asco da negrada militante. Às vezes, pena. Se acham revolucionários, mas não passam de escravos da esquerda", escreveu.
Fonte: G1 DF, Metropoles.
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