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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Uma mulher grávida ou bebê morre a cada 11 segundos no mundo, diz Unicef

Motivo é a falta de cuidados na atenção primária à saúde. Mas essa situação é a melhor já registrada, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela agência da ONU e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foto: Nappy
Melhorias no acesso e na qualidade de serviços de atenção primária à saúde permitiram que as mortes de crianças recém-nascidas diminuíssem pela metade desde o ano 2000, enquanto as mortes de mães caíram cerca de 30%, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira (19) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar disso, a cada 11 segundos, uma mulher grávida ou bebê ainda morrem em algum lugar do mundo.

“Em países que oferecem a todos serviços de saúde de alta qualidade e com preços acessíveis, as mulheres e os bebês sobrevivem e prosperam”, diz o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado. “Esse é o poder da cobertura universal da saúde.”

De acordo com o relatório, para evitar essas mortes são essenciais:
  • acesso a água limpa e potável;
  • acesso a nutrição básica;
  • acesso a medicamentos básicos;
  • acesso à vacinação.
A meta global é de reduzir as mortes maternas para menos de 70 a cada 100 mil partos de crianças vivas, até 2030. No caso de recém-nascidos, o objetivo é chegar à mortalidade de 12 para cada 1.000 nascimentos de crianças vivas. E para crianças com até 5 anos, a meta é chegar a 25 para cada 1.000 partos.

Das crianças que morrem com mais de um mês de idade, a maioria morre por doenças como pneumonia, diarreia e malária. Mas em crianças maiores, segundo a Unicef, acidentes de trânsito e afogamentos também causam mortes e deficiências.

Estimativas oficiais
 
As duas organizações internacionais estimam que 6,2 milhões de crianças com idade inferior a 15 anos tenham morrido em 2018, e mais de 290 mil mulheres perderam a vida por causa de complicações na gravidez ou no parto, no ano de 2017.

Do total de mortes infantis, 5,3 milhões ocorreram nos primeiros 5 anos de vida. E quase metade dessas mortes foram no primeiro mês de vida.

O risco de morte em crianças é mais alto no primeiro mês de vida, quando o organismo ainda está pouco desenvolvido e apresenta baixa capacidade de defesa. A questão é ainda mais grave quando a criança nasce prematura, abaixo do peso ou pequena demais. Além disso, complicações durante o parto, má formação ou infecções podem causar a morte de bebês logo no início da vida.
Segundo o relatório, cerca de um terço dessas mortes ocorrem logo no primeiro dia de vida. E quase 75% delas, na primeira semana.
“Um nascimento é uma situação alegre em todo o mundo. Mas. a cada 11 segundos, um nascimento é uma tragédia em alguma família”, comentou a diretora executiva da Unicef, Henrietta Fore.

A redução da mortalidade infantil e materna se deve principalmente a um progresso gradual nos sistemas de saúde locais. Desde 1990, a queda nas mortes de crianças com menos de 15 anos foi de 56%, passando de 14,2 milhões para 6,2 milhões em 2018. Os países do Leste e do Sudeste da Ásia foram os que mais melhoraram: as mortes de bebês com menos de 5 anos caiu 80%.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus
Foto: Denis Balibouse/Reuters


Fonte: geledes

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