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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Militantes cobram a aprovação de vagas para negros na Câmara



Um dos autores da PEC, Luiz Alberto (PT-BA/Foto) adianta que defenderá uma subcota para mulheres negras na própria proposta

     Um grupo de militantes do movimento negro procurará o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na próxima semana, para pressioná-lo a criar a comissão especial que analisará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere a reserva de vagas para parlamentares negros e pardos na Casa. O texto foi aprovado na última quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e precisa passar por um colegiado antes de ir a plenário. Um dos autores da PEC, Luiz Alberto (PT-BA) adianta que defenderá uma subcota para mulheres negras na própria proposta, que, se aprovada, valerá somente nas eleições de 2018.

     O objetivo de Luiz Alberto ao convidar os movimentos ligados ao tema é tentar acelerar a tramitação da PEC para que ela chegue ao plenário ainda em novembro, mês da Consciência Negra. Para o deputado, que preside a Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, o tema tem caminhado a passos lentos, justamente por não haver número suficiente de negros no poder público. “Os deputados brancos não vivenciaram as sequelas da escravidão, as mazelas que os negros sofrem, por isso não dão atenção”, destaca. O presidente Henrique Alves analisará o assunto na próxima semana.

     A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora de um grupo de pesquisa que trata de questões raciais e de gênero, Renísia Garcia Filice, acha o projeto importante, mas faz um alerta: os parlamentares negros necessariamente atuarão contra o racismo e a discriminação no Congresso? “Como fazer com que os jovens tenham mais referências positivas negras para além do futebol e do pagode?”.

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