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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Festa do Bonfim é Patrimônio Imaterial Nacional


Festa reúne adeptos brasileiros e estrangeiros para 
homenagear Senhor do Bonfim desde 1745



Ministra Luiza Bairros participa da solenidade de entrega do título pela ministra Marta Suplicy às autoridades locais. O ato ocorrerá às 9h, após Missa de Ação de Graças no templo da Colina Sagrada em Salvador-BA

Consagrada por adeptos do Brasil e do mundo, a centenária Festa do Bonfim agora é Patrimônio Imaterial Nacional. O título, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), será oficialmente entregue hoje (15/01), às 9h, em cerimônia no templo da Colina Sagrada, na península de Itapagipe, em Salvador, Bahia. A ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) participa do ato, que se segue a uma Missa de Ação de Graças.

A Ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a Presidenta do IPHAN, Jurema Machado, farão a entrega do título ao governador da Bahia, Jaques Wagner, ao prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, ao Arcebispo Dom Murilo Krieger, ao superintendente do IPHAN-BA, Carlos Amorim, e ao juiz da secular Irmandade do Nosso Senhor do Bonfim e Nossa Senhora da Guia, Arthur Napoleão.

À tarde, a partir das 15h, as autoridades participam de uma celebração no terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré, tombado – por unanimidade – pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural em novembro de 2013. As comemorações pelo tombamento incluirá descerramento de placa comemorativa.

A Casa de Oxumaré, sob os mais variados aspectos, constitui-se um dos mais relevantes templos da cultura afro-brasileira. É considerado um dos mais antigos e tradicionais da Bahia, com grande reconhecimento social.

Registro

O registro da Festa de Nosso Senhor do Bonfim como Patrimônio Cultural Brasileiro foi aprovado em 05 de junho de 2013, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Realizada sem interrupção desde o ano de 1745, a festa, que atrai para a capital baiana o maior número de participantes, depois do carnaval, articula duas matrizes religiosas distintas – a católica e a afro-brasileira – assim como envolve diversas expressões da cultura e da vida social soteropolitana. Mais que uma grande manifestação religiosa da Bahia, a celebração é uma referência cultural importante na afirmação da cultura baiana, além de representar um momento significativo de visibilidade para os diversos grupos sociais.

Referência

Embora se recrie a cada ano, os elementos básicos e estruturantes da Festa do Bonfim permaneceram os mesmos, ou seja, a Novena, o Cortejo, a Lavagem, os Ternos de Reis e a Missa Solene. A celebração, que integra o calendário litúrgico e o ciclo de Festas de Largo da cidade de Salvador, acontece durante onze dias do mês de janeiro, iniciando-se um dia após o Dia dos Santos Reis, e encerrando-se no segundo domingo depois da Epifania, no Dia do Senhor do Bonfim.

Um dos pontos altos da Festa, e que a individualiza no conjunto das Festas de Santo e Festas de Largo da cidade de Salvador, é a Lavagem do Bonfim, que se segue ao Cortejo, realizada por baianas e filhas de santo e acompanhada por um enorme contingente de moradores, turistas e de devotos do Senhor do Bonfim (Oxalá no candomblé).

Os rituais e celebrações da Festa ocorrem em diversos espaços da cidade de Salvador, tendo seu início o cortejo que sai da Igreja da Conceição da Praia, no bairro do Comércio, e seu ponto focal na Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, situada na Colina Sagrada, na península de Itapagipe, cenário onde é realizada a lavagem das suas escadarias. Esta igreja, construída para abrigar a imagem do Senhor do Bonfim que foi trazida de Portugal no século XVIII, é um monumento tombado pelo IPHAN desde 1938, registrado no Livro de Belas Artes. Como Festa de Largo, incorpora práticas religiosas do catolicismo e do Candomblé, associando o culto dos orixás ao culto católico tradicional.

Fonte: Seppir.

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