Ministra Luiza Bairros destacou proteção a terreiros como diretriz do Plano Nacional de Desenvolvimento das Comunidades de Matriz Africana
Ato contou com a presença das ministras Luiza Bairros e Marta Suplicy, além do governador Jaques Wagner, filhos e amigos do Terreiro de Candomblé
Oxumarê é o orixá do movimento e dos ciclos que geram as transformações. É também o pai do Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, Casa de Oxumarê, o sétimo terreiro tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O título, concedido por decisão do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan, foi comemorado ontem (15) em um ato que teve a participação das ministras Luiza Bairros (Igualdade Racial) e Marta Suplicy (Cultura).
A celebração no Oxumarê - um dos mais antigos e tradicionais terreiros de candomblé da Bahia – contou ainda com a participação da presidenta do Iphan, Jurema Machado, do governador do estado, Jaques Wagner, do prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, e das yalorixás mãe Stella de Oxossi (do Ilê Axé Opô Afonjá), e de mãe Carmen de Oxalá, do Gantois.
A Casa de Oxumarê é o sétimo terreiro reconhecido em tombamentos pelo Iphan. Além deste, a Casa Branca, Ilê Axé Opô Afonjá, Gantois, Alaketu e Bate-folha, todos em Salvador (Bahia), e a Casa das Minas Jejê, em São Luís (MA).
“O tombamento do Oxumarê reafirma que existe um lugar de dignidade e de liberdade para homens e mulheres negros no Brasil e por isso estamos aqui ocupando este espaço", afirmou a ministra Luiza Bairros. Ela destacou as diretrizes do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, que tratam da proteção aos terreiros e orientam a parceria da Seppir e do Ministério da Cultura (Minc) na condução desses processos.
“Junto das práticas religiosas, aqui se exerceu papel fundamental na luta e resistência do povo negro, bem como na disseminação da rica cultura africana no nosso país", afirmou a ministra da Cultura, Marta Suplicy. A liderança máxima da Casa, babalorixá Pecê, agradeceu o empenho das autoridades para viabilizar o reconhecimento, cujo projeto foi elaborado por um grupo de filhos do Oxumarê coordenados pelo professor da UFBA, o antropólogo Ordep Serra.
Bonfim
O tombamento do Oxumarê foi muito bem recebido pelos baianos, que comemoraram o reconhecimento, também pelo Iphan, da Festa do Bonfim como Patrimônio Imaterial Nacional. Marta Suplicy entregou o título às autoridades locais pela manhã, durante cerimônia na Basílica de Nosso Senhor do Bonfim, após a missa de ação de graças. A primeira edição da Festa como Patrimônio ontem (16/01), teve a participação das ministras e de outras autoridades.
Registro
O registro da Festa de Nosso Senhor do Bonfim como Patrimônio Cultural Brasileiro foi aprovado em 05 de junho de 2013, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Realizada sem interrupção desde o ano de 1745, a festa, que atrai para a capital baiana o maior número de participantes, depois do carnaval, articula duas matrizes religiosas distintas – a católica e a afro-brasileira – assim como envolve diversas expressões da cultura e da vida social soteropolitana. Mais que uma grande manifestação religiosa da Bahia, a celebração é uma referência cultural importante na afirmação da cultura baiana, além de representar um momento significativo de visibilidade para os diversos grupos sociais.
Fonte: Seppir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário