O objetivo do Coletivo Rodamoinho com a convocatória do ato no dia 12 de setembro não busca revanchismo, confronto ou violência. Queremos promover um ato político para debater sobre a segurança pública. Questionamos a existência da policia militar, pois entendemos que a prática violenta não é uma exceção de um ou outro policial, mas faz parte da própria instituição. A estrutura militar perpetua diversos estereótipos, que diariamente atingem principalmente jovens, negras, moradoras de rua e periferia, mulheres e pessoas que se envolvem com expressões culturais de rua. O abuso policial já nem se preocupa mais em se camuflar da imprensa, inclusive os meios de comunicação se tornaram alvos desse abuso. A atuação da Policia Militar nos recentes protestos resultou em diversos casos de mutilação e duas mortes, todas causadas por "armas não letais". Aqui no Distrito Federal não foi diferente. A violência policial deixa um saldo lamentável: um desaparecido, duas pessoas que perderam a visão, uma mulher que por intoxicação com spray de pimenta sofre complicações na gravidez, prisões arbitrarias, além das centenas de casos registrados de abuso de poder, agressão, preconceito e truculência.
Lutamos pela desmilitarização da polícia. Enquanto não alcançamos, lutamos para que os infratores e os responsáveis por comandar as ações policiais excessivas sejam punidos. Não é aceitável que a polícia inicie ataques contra pessoas que estão exercendo o livre direito de manifestar pacificamente e muito menos contra pessoas que nem das manifestações fazem parte, como visto em quase todos os protestos recentemente. No discurso a polícia e as autoridades de segurança negam o que é mostrado através de tantos registros disponíveis. Exigimos a exoneração do Capitão Bruno por haver provas nítidas de autoritarismo e crença na impunidade, nas quais, com todo cinismo, o policial admite que agrediu porque quis e que as pessoas poderiam denunciar.
Um exemplo visto foi na favela da maré, onde a própria polícia admitiu que pelo menos 3 pessoas inocentes foram mortas, e ainda assim a operação foi considerada bem sucedida. E isso vale também para os casos de Amarildo na favela da Rocinha, RJ, e Antônio de Araújo em Planaltina, DF, que desapareceram após serem "liberados" pela polícia. Casos iguais a esses, de pessoas desaparecidas e mortas pela polícia, que sempre permanece impune e com o status de que a operação foi "bem sucedida", tivemos dezenas, e provavelmente centenas, de milhares nos últimos anos. Por Antonio, por Amarildo e por todas as mortas e desaparecidas políticas é que protestamos. Ninguém sabe onde esta Amarildo, mas o Brasil todo conhece a sua historia: Um pedreiro desaparecido no RJ após questionar justamente os abusos policiais que ocorrem nas UPPs. Não foi o unico caso. Aqui no Distrito Federal, na cidade de Planaltina, Antônio de Araújo desapareceu após ter sido "liberado" da delegacia e até hoje não reapareceu. E já são dezenas de milhares nos últimos anos. Por Antonio, por Amarildo e por todas as desaparecidas políticas é que protestamos.
Fonte: ColetivoRodamoinho.
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