Páginas

sábado, 24 de setembro de 2016

Em São Paulo, a Reforma na Educação deve resultar em ocupações na próxima semana

Escola ocupada no final de 2015 em São Paulo, contra o projeto de reorganização escolar 
Foto: Reinaldo Meneguim/Democratize

ATUALIZAÇÃO: os estudantes da E.E. Domingos Mignoni decidiram, em assembleia, adiar a ocupação da escola. Mais uma assembleia será realizada na segunda-feira (26), para determinar ou não a ocupação em definitivo.

O estado de São Paulo deve ser sacudido por mais ocupações nas escolas estaduais. E pelo jeito, não será apenas aqui.

O alvo da vez é a Reforma no Ensino, anunciada pelo governo de Michel Temer (PMDB) nesta semana. A primeira mudança importante determinada pela medida provisória é que o conteúdo obrigatório será diminuído para privilegiar cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

Conteúdos como Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia não serão mais obrigatórios.

Além disso, a reforma tem como matéria o aumento da carga horária, ampliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800 horas.

Considerado um retrocesso, a medida do governo federal foi duramente criticada durante a semana, principalmente nas redes sociais.

Alunos, professores e pais não foram sequer consultados sobre a matéria, incluindo os próprios sindicatos dos professores das redes estaduais.

Com a polêmica, o governo federal recuou e publicou o texto da MP com alterações, mantendo a obrigatoriedade das aulas que inicialmente seriam deixadas de lado. Mesmo assim, o texto é repleto de polêmicas.

E a polêmica reforma já tem sinais de esgotamento: alunos da E.E. Domingos Mignoni, localizada no Taboão da Serra, tentaram ocupar a escola nesta sexta-feira. Após uma assembleia realizada pelos secundaristas, a decisão foi de adiar a mobilização para a segunda-feira (26), onde uma nova assembleia será realizada para determinar a ocupação ou não em definitivo.
 
Neste ano, estudantes das ETECs protagonizaram uma jornada de protestos e 
ocupações em São Paulo pela merenda | Foto: Felipe Malavasi/Democratize

A primeira onda de ocupações, ocorrida em São Paulo no ano passado, começou de forma semelhante, quando estudantes ocuparam uma escola estadual em Diadema, cidade que faz parte da Grande São Paulo. A partir dai, em questão de meses, mais de 200 escolas foram ocupadas pelos secundaristas, causando a derrota do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que no final do ano passado foi obrigado pela opinião pública a abrir mão da reorganização escolar, que fecharia mais de 90 escolas estaduais em São Paulo.

A mobilização secundarista teve continuidade em outros estados, como Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Ceará.

Agora, com uma causa em comum, todos os estados devem viver novamente uma mobilização secundarista ainda mais forte.

Protestos também estão sendo marcados por organizações estudantis contra a medida de Temer na Educação. Para a segunda-feira, um ato convocado por um grupo autônomo e sem ligações partidárias já conta com milhares de confirmações no Facebook. A manifestação terá concentração no vão livre do Masp, às 17 horas, na Avenida Paulista.

Fonte: Medium.

Nenhum comentário:

Postar um comentário