As participantes do grupo Eu não mereço ser estuprada vão fazer a partir das 20h deste domingo (30) um protesto coletivo e virtual. Elas convidam os internautas a postar junto com elas fotos sem blusa e com mensagens de protesto. O movimento #EuNaoMereçoSerEstuprada (e suas variáveis #EuNaoMerecoSerEstuprada e #EuSouMinha) começou nas redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter eTumblr, após a pesquisa do Ipea (Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada, do governo federal) indicar que 65% dos entrevistados acreditam que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas.
A comunidade, formada assim que foi divulgado o resultado da pesquisa, na última quinta-feira (27), já tinha 35,7 mil inscritos na manhã deste domingo.
Uma das incentivadoras do movimento online, Nana Queiroz publicou ontem em sua página pessoal no Facebook que foi ameaçada após a iniciativa.
"Amanheci de uma noite conturbada. Acreditei na pesquisa do Ipea e experimentei na pele sua fúria. Homens me escreveram ameaçando me estuprar se me encontrassem na rua, mulheres escreveram desejando que eu fosse estuprada", dizia o post.
No grupo, ela postou orientações aos participantes de como denunciar aqueles que têm feito comentários agressivos e que podem ser entendidos como incitadores do estupro e da violência, o que é considerado crime.
Vários internautas estão ironizando o conteúdo divulgado pelas participantes, associando feministas a mulheres indesejadas, afirmando que mulheres deveriam andar armadas para não serem violentadas e lançando provocações, como "ninguém é estuprada em casa lavando a louça" e "o feminismo acaba quando chega a conta do restaurante".
Fonte: UOL
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