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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Levantamento revela que 100% das vítimas de assassinatos no Entorno de Brasília eram jovens e negros.



Pesquisa do Ministério da Saúde, divulgou um levantamento que revela que 100% das vítimas de assassinatos de algumas cidades do Entorno de Brasília, eram jovens e negros.

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Quase 90% dos jovens assassinados somente no DF são negros

por Daniela Novais,
Um total de 88,41% dos jovens mortos com violência no Distrito Federal é negro, segundo dados do “Mapa da Violência 2012”, que traz estatísticas de 2010, quando ocorreram 880 mortes violentas no DF. O racismo é a maior motivação para os crimes. Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Distrito Federal e Pernambuco são as unidades da federação que mais registram casos de homicídios contra negros, de acordo com o estudo “A Cor dos Homicídios no Brasil”.

No DF, o mapeamento aponta Itapoã, Estrutural, Ceilândia e Samambaia como os locais com maiores índices de mortalidade de jovens negros e municípios do Entorno, como Novo Gama e Águas Lindas de Goiás, onde 100% das vítimas de homicídios entre 15 e 29 anos eram negros. 

O levantamento mostra ainda que o Distrito Federal é a quinta unidade da Federação com maior taxa de morte entre jovens negros. Membro do Conselho de Juventude do DF, Akiní Aduni afirma que “no DF, se você é jovem, negro e da periferia, tem cinco vezes mais chances de morrer”

“É uma situação alarmante que coloca o Brasil entre piores lugares do mundo em relação a homicídio – sétimo lugar – mas em relação a morte de jovens negros, nós somos um dos primeiros países. O governo reconhece que é um problema histórico que afeta especificamente a juventude negra”, disse Fernanda Papa, da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República.

Juventude Viva - No último dia 5, foi lançado pelo GDF (Governo do Distrito Federal) o plano "Juventude Viva", que vai disponibilizar R$ 90,3 milhões em recursos do governo federal para a capital do País e também para seis municípios vizinhos desenvolverem ações que reduzam os riscos sociais para jovens negros entre 15 e 29 anos.

Segundo Fernanda Papa, a criação do Plano Juventude Viva, no ano passado, foi uma primeira resposta do governo federal ao problema. Em diferentes programas, a estratégia tem cerca de 40 ações em conjunto com estados e municípios com objetivo de colocar a juventude negra na pauta das políticas públicas.

Políticas Públicas - De acordo com João Paulo Todde Nogueira, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), a educação é o caminho. “O problema não é exatamente a quantidade de recursos aplicados na educação e sim a competência com a qual eles são executados. Os órgãos responsáveis são despreparados para utilizar as verbas que possuem”, afirma. 

Todde defende que um caminho para ajudar a reverter este quadro, são as políticas de oportunidade de empregos para os jovens que estão em zona de vulnerabilidade social, pois do contrário, crescem as chances de que eles se envolvam com criminalidade. 

Cor dos homicídios – De acordo com o estudo “A Cor dos Homicídios no Brasil”, feito pelo coordenador da área de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana (RJ), Júlio Jacobo Waiselfisz, de 2002 a 2010, enquanto a morte de jovens brancos no país caia 27,1%, a de negros crescia 35,9%. No Brasil, segundo o levantamento, as maiores vítimas de violência são jovens negros, com baixa escolaridade.

A pesquisa mostra ainda que em 2010 quase 35 mil negros foram assassinados no país. “Os números deveriam ser preocupantes para um país que aparenta não ter enfrentamentos étnicos, religiosos, de fronteiras, raciais ou políticos. Representam um volume de mortes violentas bem superior ao de muitas regiões do mundo, que atravessaram conflitos armados internos ou externos”, avalia Jacobo.

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Com informações do Instituto Geledés e Portal G1.

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