Um festival da Afro-diáspora!
Em sua 6ª edição, o Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha será realizado em Brasília, de 19 a 27 de julho, sob o tema: Arte e Cultura Negra – Memória Afrodescendente e Políticas Públicas. O projeto desenvolve Desenvolve ações de formação, capacitação, empreendedorismo, economia criativa, cultura e comunicação e traz ampla programação artística com shows, exposições, lançamentos literários, entre outros.
Envolve anualmente diversos estados brasileiros, com crescente participação internacional. Desenvolve diálogos com o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. Constitui, também, um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.
Latinidades é considerado hoje o maior festival de mulheres negras do país. Em 2013 vai falar de memória afro-descendente no fazer contemporâneo e a necessidade efetivar políticas públicas para a cultura negra. Pretende discutir temas atuais trazendo a herança ancestral de parte do que o povo afro-latino incorporou, recriou e hoje apresenta nas diversas linguagens, demandas e áreas de atuação.
Latinidades 2013: música, teatro, fotografia, moda, dança, espiritualidade, artes visuais, contação de histórias, ruas de lazer, esportes, lançamentos literários, palestras, debates, oficinas e muito mais!!!
Tema 2013: Arte e Cultura Negra – memória afrodescendente e políticas públicas
O tema foi escolhido a partir do entendimento de que a sociedade e o estado brasileiro tem uma grande dívida histórica no que diz respeito ao fortalecimento e valorização da cultura negra e suas manifestações artísticas. Em toda América Latina e Caribe a situação se assemelha. Também por considerarmos a cultura um campo estratégico para discutir e trabalhar questões relacionadas ao machismo e ao sexismo.
Certa vez a ativista e filósofa Sueli Carneiro afirmou que tudo o que existe de mais popular e erudito no Brasil diz respeito à cultura negra. De que forma está tratada esta cultura em termos de politíticas públicas? Como propor e garantir que os saberes orais e ancestrais sejam considerados nos editais, chamadas públicas e outras linhas de fomento e incentivo? Como garantir que as manifestações negras sejam vistas para além da folclorização e exotismo? Que pesquisas temos com indicadores relacionados à economia da cultura afro-brasileira e afro-latina? Como esta cadeia promove, formaliza e agrega atrizes e atores negros? Qual a melhor forma de inserir no mercado de trabalho e tirar da informalidade agentes da cultura negra? Quais programas e projetos preveem capacitação nas áreas relacionadas à cadeia produtiva da cultura e que podem nos atender? Que linhas de crédito específicas temos para empreendedoras e empreendedores negros e que trabalham com cultura negra?
O tema de 2013, além de buscar o debate sobre políticas públicas, pretende dar visibilidade à cultura afro-latina e agumas de suas manifestações, sobretudo considerando o recorte de gênero. Rediscutir a influência da arte de matriz africana no contexto da produção artístico-cultural, promover e fortalecer a memória identitária afro-latina, trazer à tona origens e nuances sobre nosso imaginário coletivo.
Em 2003, a lei nº 10.639 passou a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira. Diante da lei, o projeto propõe, ainda, forte diálogo entre cultura e educação, por meio de debates, oficinas, rodas de conversa e apresentações artísticas. Como diria o ativista negro, rapper e poeta GOG, “educação sem cultura é treinamento”.
Outras edições
Criado em 2008. anualmente o projeto aborda temáticas que se desdobram em oficinas e mesas de debate com especialistas de todo o país, bem como convidadas/os internacionais. O resultado das experiências e falas dessas/es especialistas resultam em uma publicação-referência, disponível para download gratuito no espaço Afrodigital.
A primeira atividade aconteceu na Casa Roxa, sede da Associação Lésbica Feminista Corturno de Vênus, na Região Administrativa do Guará, Distrito Federal.
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