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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Desigualdade social caiu, mas desigualdade racial persiste

Baseado na atual definição governamental (Brasil Sem Miséria, Decreto 7492) de pobreza ou extrema pobreza (miséria ou indigência), estudo do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER) calculou a evolução da proporção de pobres e extremamente pobres da população residente no Brasil segundo os grupos de cor ou raça. Os indicadores foram tabulados a partir dos microdados da PNAD entre os anos de 2003 e de 2013.

Segundo o estudo, no ano de 2003, 10,7% da população brasileira (cerca de 18,5 milhões de pessoas) encontrava-se abaixo da linha da extrema pobreza. Dez anos depois, em 2013, a proporção de extremamente pobres era de 4,9% (por volta de 9,4 milhões de pessoas).

Em 2013, em todo o Brasil, o peso relativo da população preta & parda abaixo da linha da extrema pobreza era de 69%. Em 2003, dez anos antes, o mesmo percentual era de 69,3%. Já os brancos representavam 29,4% do total de extremamente pobres, em 2013; e 30,2%, em 2003. No caso da população abaixo da linha de pobreza, o peso dos pretos & pardos se elevou na última década, como mostra o gráfico abaixo.


Contudo, a comparação entre 2003 e 2014 deve ser vista com ressalvas conforme alerta o estudo: “Quando se analisa o peso relativo dos pretos & pardos entre a população residente (aqui chamado de composição de cor ou raça) que está abaixo das Linhas de Extrema Pobreza e de Pobreza, é necessário que haja um alerta preliminar. No último período, ocorreu um progressivo aumento deste grupo de cor ou raça entre os que respondem às pesquisas demográficas. Assim, entre 2003 e 2013 o grupo dos pretos & pardos ampliou sua presença relativa entre os residentes no Brasil no entorno de 6 pontos percentuais. Como tal, assim como outros indicadores, os que mensuram a proporção de pretos & pardos no contingente dos extremamente pobres e pobres deve ser lido à luz desta informação.”

Fonte: Brasil Debate.

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