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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

1ª Reunião da Secretaria da Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos do Distrito Federal

Fotos ©Ògan Luiz Alves

por Luiz Alves**,
Ontem, dia 29 de janeiro, tivemos a primeira reunião da Secretaria da Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos com os representantes dos povos de terreiro, estiveram presentes, FOAFRO, Federação, RENAFRO, CEN, ACREMA, NOSSO COLETIVO NEGRO e entre outros (A REDE SOCIOCULTURAL AFRO BRASILEIRA, não pode estar representada devido a compromissos de Baba Alaíyé).

Na reunião discutiu-se as prioridades do segmento, bem como a questão da intolerância religiosa e racial, inclusive no âmbito institucional. Os presentes farão parte de um Grupo de Trabalho que discutirá a questão do mapeamento (Prioridade apontada por todos os presentes), discutiu-se também a capacitação de professores, policiais, agentes de saúde entre outros serviços de prestação pública no sentido da questão racial e intolerância religiosa. 

Fotos ©Ògan Luiz Alves

Fotos ©Ògan Luiz Alves

_________________________________
** Com adaptações, por AquilombandoDFE.

Fonte: FOAFRO/DF

1º BONEZAÇO | RUAS


Pelo direito do jovem de estar vivo.
De ter seus direitos de expressão, identidade, de ser feliz...
Essa vai ser para você, meu irmão!

SERVIÇO
O QUE É: 1º BONEZAÇO RUAS
ONDE: Praça do Cidadão, Ceilândia Norte/DF
QUANDO: 31 de Janeiro, Sábado.
HORAS: ás 16:00.

Mulheres fazem protesto na contra 'gordofobia'

Um grupo de mulheres fez um ensaio fotográfico no último dia 18 de janeiro, na praia Vermelha, na Urca, contra o preconceito às mulheres fora dos padrões de beleza.


Foto: Filipe Reis

O ato foi em apoio à professora Thaís Oliveira, moradora de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, que foi ofendida por internautas após publicar uma foto de biquíni em sua página no Facebook. Como o perfil dela era público, um amigo curtiu a imagem, que foi parar em sua timeline.

A professora Thaís Oliveira posa para foto com um amigo

Um amigo desse rapaz reproduziu a foto da jovem em seu perfil e resolveu ofendê-la pelo fato de ser gordinha e dizendo que “pessoas acima do peso não deveriam se expor”. “Meninas, por favor, não façam isso”, comentou ao publicar a foto.

A imagem, que acabou sendo compartilhada por outras pessoas, recebeu dezenas de comentários pejorativos. Mas outras dezenas de mensagens recriminaram a atitude do rapaz, que acabou excluído o perfil.


Alertada por uma amiga, Thaís procurou a delegacia e registrou um boletim de ocorrência por injúria.

“Sou super bem resolvida, sempre fui. E nunca passei por isso, foi a primeira vez”, disse a professora ao site O Melhor da Baixada.

O ensaio fotográfico, organizado por uma amiga de Thaís, teve a participação da modelo plus size Simone Daher. “Aqui na Baixada são poucas as gordinhas que conhecem o termo plus size, então o ensaio veio para quebrar qualquer tipo de padrão, porem nós também temos o nosso padrão que se chama: felicidade e amor próprio”, disse Gabrielen Alexandrino, uma das idealizadoras do ensaio.

Foto: Filipe Reis

Para visualizar mais fotos, acesse: Catraca Livre

Filmes de Moçambique, Guiné-Bissau e Angola são exibidos no CCBB

A programação gratuita traz nove produções de países africanos lusófonos


De 11 a 16 de fevereiro, o CCBB celebra ocinema africano lusófono, com exibição gratuita de produções vindas de Moçambique, Guiné-Bissau e Angola, por exemplo. A seleção traz nove filmes, divididos em três sessões por dia.

“Vidas em Português: Mostra de Filmes Africanos Lusófonos” traça um panorama da filmografia africana que utiliza a língua portuguesa como idioma e faz uma reflexão sobre os laços entre o Brasil e estes países.

Cena de "O Grande Kilapy", com o ator Lázaro Ramos no elenco

Filmes premiados figuram pela seleção, como “O Grande Bazar”, “Hóspedes da Noite”, “Nha Fala” e “Virgem Margarida”. Os filmes descrevem desde o feminismo, visto nas cenas de “O Jardim do Outro Homem”, em que as mulheres enfrentavam dificuldades para construir um futuro melhor por meio de sua educação, até atos de corrupção cometidos por um jovem angolano em “O Grande Kilapy” - estrelado pelo brasileiro Lázaro Ramos.

Confira a programação completa abaixo:

11/02
  • “O Grande Bazar” - 18h30
  • “Mahla” - 19h45
  • “Kuxa Kanema: O Nascimento do Cinema” - 20h30
12/02
  • “O Jardim do Outro Homem”- 18h
  • “Nha Fala” - 19h45
  • “Hóspedes da Noite” - 21h30
13/02
  • “Nha Fala” - 18h
  • “O Grande Bazar” - 19h45
  • “Virgem Margarida” - 21h
14/02
  • “Hóspedes da Noite” - 18h
  • “O Grande Kilapy” - 19h15
  • “Comboio da Canhoca” - 21h15
15/02
  • “O Jardim do Outro Homem” - 18h
  • “Mahla” - 19h45
  • “O Grande Kilapy” - 20h30
16/02
  • “Kuxa Kanema: O Nascimento do Cinema” - 18h
  • “Comboio da Canhoca” - 19h15
  • “Virgem Margarida” - 21h
SERVIÇO
O QUE : “Vidas em Português: Mostra de Filmes Africanos Lusófonos”
QUANTO: Catraca Livre
SCES Trecho 2, Lote 22 - Asa Sul - Brasília
QUANDO: Diariamente de 11 (Qua) a 16/02 (Seg)
HORAS: das 18:00 às 21:30
CONTATO: (61) 3108-7600

Fonte: Catracalivre

CORPOLÍTICA


CORPOLÍTICA é nomenclatura que não tem fim, é palavra solta, incontrolável, polissêmica. Assista ao vídeo e conheça um pouco mais sobre a coletiva dyvônica:


Amigas ALGBTQIS!

Chegou a hora de juntarmos todas as letrinhas dessa sigla MAGNÂNIMA e DES-MAI-AR as inimigas com a coletiva mais empoderada e divônica desta univerCidade! Sejam bem-vindas à Corpolítica!

Chega desse olhar normológico enviesado do ensino hegemônico! Agora é a hora de tomarmos a frente desse processo de construção de conhecimento e montarmos uma coletiva que se pretenda discutir, academicamente, textos que interessem diretamente a NÓS! Textos que lidem com os nossos anseios, preocupações, realidades, vivências e que nos auxiliem no combate diário a qualquer forma de opressão ou preconceito.

Queremos uma coletiva que nos dê suporte, nos escute, nos ajude. Queremos uma segunda família.

Com muito orgulho, alegria e confiança, convidamos você – lésbica, gay, transexual, travesti, bissexual, transgênerx, queer, assexual, enfim, todas e todos que não pertencem à velha normopatia – para compor a Corpolítica.

Vamos ocupar os espaços, colorir a vida, romper muros e barreiras invisíveis e, coletivamente, construir o necessário empoderamento teórico, acadêmico, pessoal.

CORPOLÍTICA é nomenclatura que não tem fim, é palavra solta, incontrolável, polissêmica. Moldada por suas letras, há uma variedade de vivências e uma gana de por-vir. Para todas as pessoas que possuem suas cores acizentadas, seus corpos delimitados e seu agir político estigmatizado, vai existir uma CORPOLÍTICA capaz de construir pensamentos e potente em produzir ação.
Buscamos ter todas as CORES.
Buscamos ser todos os CORPOS.
Buscamos, sim, fazer POLÍTICA.
Invente com a gente, traga sua mente, seus devaneios e sua estética. Seja TUDO!

Mais informações acesse: CORPOLÍTICA

Fonte: CORPOLÍTICA

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Pai salva filha que sofria racismo e bullying [EUA]

Chocado e indignado, pai decidiu tomar satisfações após ver sua filha sendo chamada de “crioula” e de “gorda nojenta”


Você conhece alguém vítima de racismo e bullying? Uma triste realidade que uma criança pode vivenciar quando vai à escola é a existência do bullying. Ele acontece todos os dias e é um grande problema no mundo inteiro. Nos últimos anos, diversas campanhas foram iniciadas para promover o respeito mútuo nas salas de aula. No entanto, os bullies não atuam sempre da mesma forma.

Bradley Knudson, um pai no estado de Minnesota (EUA) descobriu que sua filha estava sendo abusada no Snapchat na véspera de Ano Novo — seus colegas de classe mandavam vídeos pelo aplicativo a chamando de “crioula” e de “gorda nojenta”. Ele não pôde ficar sentado ao ver isso, e foi tomar satisfações.

Primeiro, Knudson gravou os vídeos com outro celular, registrando os rostos dos bullies. Depois, foi ao colégio, onde obteve o endereço e o telefone da residência das crianças. Ele foi ao local, tocou a campainha, ligou para o telefone…e ninguém o atendeu. Bradley, então, teve que chamar a polícia, que forçou o pai das crianças racistas a estabelecer contato com eles. Esse pai – assim como seus filhos – zombou de Knudson e disse: “Qual é o problema em chamar sua filha de ‘crioula’? Eu fazia isso quando era criança por diversão.”

Claramente chocado e indignado, Bradley ainda foi vítima de perseguição desse pai, que deixou diversas provocações por mensagens de voz o chamando de “perdedor” e “amante de neguinha”. Nesse momento, Bradley sentiu, pela segurança da própria filha – pois soube de um filho de um casal amigo que se matou aos 13 anos por conta do bullying – que devia tomar uma medida mais séria.

Ele postou o vídeo abaixo no YouTube esse mês, que já conta com mais de 6 milhões de visualizações. No vídeo, ele explica toda a história, mostra o rosto das crianças racistas, a voz do pai racista, assim como o seu nome e a cidade onde ele vive.


As crianças foram repreendidas na escola desde o lançamento do vídeo. E o pai agressor foi demitido de seu emprego por usar linguagem imprópria direcionada à filha de Bradley, e por tentar intimidar o pai da vítima. A polícia continua a investigar e monitorar o caso.

Após o sucesso do vídeo, a família de Deron Puro, o pai racista, emitiu uma nota pedindo desculpas a todos os envolvidos e alegando que Deron é um alcoólatra viciado em remédios para dor. As crianças racistas tiveram que basicamente fugir da cidade devido ao grande número de ameaças de morte. A carta alega que Deron foi internado para tratar seu vício e que está profundamente arrependido.

Esse é mais um caso que prova que a internet pode também ser usada para fazer justiça, e não só para trollar e intimidar pessoas. Bradley fez a coisa certa e expôs a família racista, que agora é alvo do repúdio de todos que assistiram ao vídeo.

Que isso sirva de exemplo para aqueles que sentem ódio das diferenças. Caso os abusos não parem através de atitudes e conversas civilizadas, essas pessoas merecem então ser expostas, punidas e rejeitadas pela sociedade. Só assim elas saberão – sentindo na pele – o que é ser vítima de preconceito.

Desigualdade social caiu, mas desigualdade racial persiste

Baseado na atual definição governamental (Brasil Sem Miséria, Decreto 7492) de pobreza ou extrema pobreza (miséria ou indigência), estudo do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER) calculou a evolução da proporção de pobres e extremamente pobres da população residente no Brasil segundo os grupos de cor ou raça. Os indicadores foram tabulados a partir dos microdados da PNAD entre os anos de 2003 e de 2013.

Segundo o estudo, no ano de 2003, 10,7% da população brasileira (cerca de 18,5 milhões de pessoas) encontrava-se abaixo da linha da extrema pobreza. Dez anos depois, em 2013, a proporção de extremamente pobres era de 4,9% (por volta de 9,4 milhões de pessoas).

Em 2013, em todo o Brasil, o peso relativo da população preta & parda abaixo da linha da extrema pobreza era de 69%. Em 2003, dez anos antes, o mesmo percentual era de 69,3%. Já os brancos representavam 29,4% do total de extremamente pobres, em 2013; e 30,2%, em 2003. No caso da população abaixo da linha de pobreza, o peso dos pretos & pardos se elevou na última década, como mostra o gráfico abaixo.


Contudo, a comparação entre 2003 e 2014 deve ser vista com ressalvas conforme alerta o estudo: “Quando se analisa o peso relativo dos pretos & pardos entre a população residente (aqui chamado de composição de cor ou raça) que está abaixo das Linhas de Extrema Pobreza e de Pobreza, é necessário que haja um alerta preliminar. No último período, ocorreu um progressivo aumento deste grupo de cor ou raça entre os que respondem às pesquisas demográficas. Assim, entre 2003 e 2013 o grupo dos pretos & pardos ampliou sua presença relativa entre os residentes no Brasil no entorno de 6 pontos percentuais. Como tal, assim como outros indicadores, os que mensuram a proporção de pretos & pardos no contingente dos extremamente pobres e pobres deve ser lido à luz desta informação.”

Fonte: Brasil Debate.

Após sofrer racismo, capitã da seleção de vôlei desabafa: "basta de ódio"

Torcedor que ofereceu bananas e chamou Fabiana de macaca foi levado à delegacia. Capitã da seleção brasileira de vôlei divulgou um desabafo em suas redes sociais

Fabiana, capitã da seleção brasileira de vôlei, foi mais uma vítima de racismo (divulgação)

A central Fabiana Claudino, do Sesi-SP e da seleção brasileira, acusou um torcedor de racismo na partida contra o Minas, na última terça-feira, pela Superliga feminina. Segundo a atleta, um homem a chamou de “macaca” e perguntou se ela “queria banana”.

O caso aconteceu no ginásio do Minas, em Belo Horizonte. Ainda de acordo com Fabiana, a equipe mineira retirou o torcedor das arquibancadas e o encaminhou à delegacia.

Em suas redes sociais, a capitã da seleção brasileira, que é mineira, desabafou e exigiu o fim das manifestações de ódio e da intolerância.

“Ontem, durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era ‘macaca quer banana’, ‘macaca joga banana’, entre outras ofensas. Esse tipo de ignorância me atingiu especialmente porque meus familiares estavam assistindo a partida. Ele foi prontamente retirado do ginásio pela direção do Minas Tênis Clube e encaminhado à delegacia. Agradeço a atitude do Minas, em não ser conivente com esse absurdo“, relatou.

“Refleti muito sobre divulgar ou não, mas penso que falar sobre o racismo ajuda a colocar em discussão o mundo em que vivemos e queremos para nossos filhos. Eu não preciso ser respeitada por ser bicampeã olímpica ou por títulos que conquistei, isso é besteira! Eu exijo respeito por ser Fabiana Marcelino Claudino, cidadã, um ser humano. A realidade me mostra que não fui a primeira e nem serei a última a sofrer atos racistas, mas jamais poderia me omitir. Não cabe mais tolerarmos preconceitos em pleno século XXI“, prosseguiu.

“A esse senhor, lamento profundamente que ache que as chicotadas que nossos antepassados levaram há séculos, não serviriam hoje para que nunca mais um negro se subjugue à mão pesada de qualquer outra cor de pele. Basta de ódio! Chega de intolerância!“, finalizou.

Adolescentes travestis e transexuais do DF vão poder usar nome social


Decisão, publicada nesta quarta-feira (28/1), engloba jovens que cumprem medida sociodeducativa no Distrito Federal e para os Conselhos Tutelares

Adolescentes travestis e transexuais que cumprem medida socioeducativa no DF vão poder usar o nome social. A decisão, publicada nesta quarta-feira (28/1) no Diário Oficial do DF, vai valer também para os Conselhos Tutelares e tem 90 dias para entrar em vigor.

Nome social é aquele que travestis e transexuais, geralmente pessoas que se identificam como do gênero oposto ao que nasceram, escolhem para usar no dia a dia. Em outras palavras, alguém, por exemplo, nasce com o nome "Rafael" escolhido pelos pais e vira "Sônia" caso prefira. A regra já vale para algumas secretarias do Distrito Federal, como Educação e Justiça, e faz parte de um acordo firmado no Comitê de Articulação e Monitoramento do Plano Distrital de Políticas para as Mulheres 2014/15.

De acordo com a portaria nº 12 da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, o nome social passa a acompanhar o nome civil em todos os registros internos das unidades da pasta. O que vai prevalecer, segundo a publicação, são a orientação sexual e a identidade de gênero do adolescente ou jovem. Os servidores das unidade socioeducativas e dos conselhos tutelares que sejam travestis e transexuais também vão poder usar o nome social. 

“Nós entendemos que é importante para a dignidade e humanidade de cada pessoa adotar o Nome Social e não tem porque isso não valer também para os nossos adolescentes e jovens”, explica a secretária Jane Klebia. O Nome Social deverá ser adotado em fichas de cadastro, formulários, instrumentais, prontuários e documentos congêneres de atendimento prestado aos usuários diretos e indiretos de todas as unidades pertencentes ao organograma da Secretaria. “É uma questão de respeitar os Direitos Humanos, a pluralidade e a dignidade no processo de cidadania e justiça social”, completa.

SARAU COMPLEXO 66° | Pela implementação do Complexo Cultural de Samambaia/DF


Dia 30 de janeiro, sexta feira, tem SARAU COMPLEXO na QR 120 de Samambaia. Muita poesia, música, teatro e sorrisos. Um bom som com Mantendo A Identidade, Aborígine Rap, Banda Fagia, poesia com Kalango QI, Jorge Amancio, Beth Jardim, teatro com Abder Paz e palco aberto para esse povo lindo.

Chuva? Relaxa, teremos tenda, cadeiras e muita gente bonita, só chegar!

SERVIÇO
O QUE É: SARAU COMPLEXO 66°
ONDE: QR 120 de Samambaia Sul/DF
QUANDO: 30/01, Sexta-feira.
HORAS: às 20:00 - 00:00.
QUANTO: Entrada Franca (Gratuito)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Campanha incentiva meninas a amarem seus cachos


Muitas mulheres com cabelos cacheados fazem chapinha ou escova para “domá-los” e deixá-los mais lisos e sedosos. Mas, porque não aceitá-los e usá-los de forma natural, evidenciando seus belos cachos?

Por Vicente Carvalho, do Hypeness,
A Dove, em mais uma tacada de mestre, mostra que muito do que somos acontece pelo poder do exemplo, e isso reflete naturalmente nossa vida adulta. Em seu mais novo vídeo, somos informados da estatística que a cada 10 meninas de cabelos cacheados, apenas 4 gostam de seu visual.

Mas eles ‘pediram’ uma ajuda para que suas mães, amigas e familiares assumissem seus cabelos do jeito que são, tornando-as assim, o exemplo mais poderoso para essas pequenas. Assista ao vídeo intitulado “Love Your Curls” (Ame seus cachos):


Fonte: Geledés.

‘Neguinha do Espanador’ Boneca da Estrela fere dignidade das crianças negras


Luana Tolentino: “Choque, repulsa, raiva, meu sangue ferveu. Foi o que eu senti quando vi a foto da boneca, com a participação do MuBe e da Estrela. “

por Conceição Lemes no Viomundo.
Muitos dos leitores assíduos do Viomundo já conhecem um pouco Luana Tolentino, sua história, leram seus textos aqui.

Para quem está chegando aqui agora Luana teve uma infância e adolescência difíceis, como toda criança e adolescente pobre e negra. Foi faxineira, babá. Num desses empregos, a filha da patroa deu-lhe pão mofado para comer, enquanto a menininha mimada comia pão fresco e quentinho que Luana acabara de trazer da padaria..

Na raça, Luana deu a volta por cima. Hoje, aos 31 anos, é historiadora formada pela UN-BH e professora de História para o ensino fundamental numa escola pública de Belo Horizonte. É também ativista do movimento negro e de mulheres.

Pois a meia hora recebi de Luana um e-mail indignadíssimo com a boneca “Neguinha do Espanador”, que integra a exposição Mail Art Cupcake Surpresa, uma parceria do MuBe — Museu Brasileiro de Escultura — e Brinquedos Estrela.


O Museu Brasileiro de Esculturas pediu para a Estrela, fabricante da Boneca Cupcake, fazer uma versão toda branca desta boneca. Elas foram mandadas, pelo correio, para vários artistas ou aspirantes ao redor do mundo, para que pudessem customizar a boneca da forma que quisessem (costurar, pintar, criar looks e cenários etc). O resultado é a concepção de uma série de obras com características particulares, dentre as quais vários toyarts, numa mistura de arte, moda e design, que o público vai poder conferir numa mostra de 80 bonecas.

Neste momento, a exposição Mail Art Cupcake Surpresa está no Shopping Market Place, em São Paulo, onde ficará até 8 de fevereiro.

“Na manhã de hoje, ao acessar o Faceboook, me deparei com a imagem da boneca ‘Neguinha do espanador’, compartilhada na página Thaty Meneses“, conta. “Choque, repulsa, raiva, meu sangue ferveu. Foi o que eu senti quando vi a foto, participação do MuBe e da Estrela. ”


a legenda da boneca negra diz tudo: Ela tem um espanador na mão. É assim que as crianças negras se vêem em todo lugar. Em pleno 2015, é assim que somos representados. – “Tem pouquíssimas bonecas negras e a maioria delas está estereotipada sim. apenas uma delas está representada como algo não folclórico ou subserviente . Se não é a Estrela a responsável pela criação das caracterizações, ela é responsável pela curadoria da exposição e deveria saber que é inadmissível essa “neguinha do espanador” . Porque ninguém teve o input criativo de caracterizar uma das bonecas brancas como a loirinha do espanador?

“Gostaria que antes de acusarem nós, negros, de sentirmos vergonha da nossa cor, de vermos racismo em tudo, as pessoas tentassem por um instante se colocar no nosso lugar. Gostaria também que imaginassem o sentimento de uma criança negra ao olhar para essa boneca”, atenta Luana.

“‘Neguinha do Espanador’ fere a dignidade das crianças negras, contribui para a negação do pertencimento racial e a baixa auto-estima delas”, denuncia Luana.
– Por que não a boneca lourinha com o espanador? 

“Porque a ideologia racista incutiu na maioria da população brasileira a ideia de que homens e mulheres negras estão fadados a ocupações de menor prestígio-socioeconômico, como domésticas, faxineiras, cozinheiras, porteiros”, detona Luana.

“Nós, negras e negros, não aceitamos que nossas crianças sejam representadas como seres inferiores, destituídos de beleza e associados somente à profissões de menor prestígio social”, vai mais fundo Luana. “É sabido que no Brasil o emprego doméstico é ocupado majoritariamente por mulheres negras, na maioria das vezes, em situação degradante, com baixos salários, carga horária extensa e sem o recebimento de direitos trabalhistas.”
Na avaliação de Luana Tolentino, a boneca “Neguinha do Espanador” é ato de racismo explícito.

Por isso, já enviou à Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial — a Seppir, da Presidência da República, esta denúncia:


Venho por meio desta denunciar a fabricante de Brinquedos Estrela.

Em exposição realizada no Shopping Market Place, na cidade de São Paulo, foi exposta a boneca “Neguinha do Espanador”, criada por Rita Caruso.

O brinquedo representa as crianças negras de maneira inferiorizada e ainda associa o povo negro às profissões de menor prestígio.

É sabido que o emprego doméstico é ocupado majoritariamente por mulheres negras, e na maioria das vezes em situação degradante, com extensa carga horária e sem direitos trabalhistas.

Acredito que a boneca fere a dignidade das crianças. Contribuiu para a negação do pertencimento racial e para a baixa auto-estima. Acredito ainda que as crianças podem ser alvo de xingamentos e discriminação em função da boneca.

Encaminho uma foto para endossar a minha denúncia.

Certa de que providências serão tomadas, agradeço.
Luana solicita aos leitores que façam o mesmo. Basta enviar uma mensagem para ouvidoria@seppir.gov.br, com a imagem da boneca, o nome completo, identidade, CPF e o endereço do denunciante.

Fonte: Geledés

28 de Janeiro - Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo


No dia 28 de janeiro de 2004, os auditores do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira faziam uma operação de fiscalização em Unaí- MG, e foram assassinados durante o trabalho. O caso ficou conhecido como Chacina de Unaí. O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo foi estabelecido em homenagem às quatro vítimas. 

Foto: Em 1995, o Brasil reconheceu a existência e a gravidade do trabalho análogo à escravidão e implantou medidas estruturais de combate ao problema – Portal/MTe

Em duas décadas, fiscais resgataram do trabalho escravo quase 50 mil pessoas

por Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil,
As operações de fiscalização para combater o trabalho escravo ou análogo à escravidão resgataram, em duas décadas, mais de 47 mil trabalhadores submetidos a condições degradantes e a jornadas exaustivas em propriedade rurais e em empresas localizadas nos centros urbanos.

De acordo com dados da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, obtidos pela Agência Brasil com exclusividade, desde 1995, quando o país reformulou seu sistema de combate ao trabalho escravo contemporâneo, foram realizadas 1.724 operações em 3.995 propriedades e aplicadas multas indenizatórias cujo valor supera os R$ 92 milhões.

Em 1995, o Brasil reconheceu a existência e a gravidade do trabalho análogo à escravidão e implantou medidas estruturais de combate ao problema, como a criação do Grupo de Fiscalização Móvel e a adoção de punições administrativas e criminais a empresas e proprietários de terra flagrados cometendo esse crime. A política também criou restrições econômicas a cadeias produtivas que desrespeitam o direito de ir e vir e submetem trabalhadores a condições de trabalho desumanas.

Passados 20 anos da adoção de medidas que intensificaram o combate ao trabalho escravo, o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério da Trabalho, Alexandre Lyra, disse à Agência Brasil que houve uma migração do ambiente onde se pratica esse tipo de crime, das zonas rurais para as cidades.

“No ano passado, por exemplo, fizemos resgate em navio de cruzeiro de 11 tripulantes submetidos a jornada exaustiva. Temos agora a construção civil que, em 2013, foi o que mais apresentou resultado, temos o setor têxtil, em São Paulo. Então, temos uma mudança no ambiente em que está ocorrendo esse trabalho, mas a fiscalização, após 20 anos, está preparada para atuar”, explicou Lyra.

Para ele, a aprovação da Emenda Constitucional do Trabalho Escravo pelo Congressofoi mais um avanço. Lyra, contudo, alertou para a importância da regulamentação da emenda e para a possibilidade de mudança no atual conceito de trabalho análogo à escravidão. Com a migração da prática do trabalho escravo do campo para as cidades, caracterizar esse crime apenas pela restrição de liberdade, como querem alguns setores no Congresso, em especial a bancada ruralista, seria um “retrocesso”.

“O que a bancada ruralista quer, agora com o apoio de outros setores, como o da construção civil, é que o trabalho escravo fique tão somente caracterizado quando houver a supressão de liberdade, que é uma ideia antiga, que perdurou até 2003, quando houve uma inovação legislativa na qual foram ampliadas as hipóteses de trabalho análogo ao de escravo no Código Penal”, alertou Lyra. “Essa ideia de que trabalho escravo é apenas supressão de liberdade, vigilância armada e impossibilidade de ir e vir não encontra mais respaldo nas caracterizações atuais. Esvaziando do conceito do trabalho análogo ao escravo a condição degradante e jornada exaustiva, pouco sobrará.”

Para o procurador-geral do Trabalho, Luís Antônio Camargo, o país ainda deve lamentar a existência do trabalho escravo, mas também reconhecer que houve avanços na enfrentamento do problema. “Não podemos dizer que a situação está resolvida, mas avançamos muito desde 1994, 1995. Hoje, estamos muito mais organizados, muito mais articulados, mas ainda temos um caminho muito longo. Temos que lamentar o fato de um país rico como o nosso ainda ter uma chaga desse tamanho, que é o trabalho escravo contemporâneo, mas comemora-se [o combate ao crime].”

Para ele, a articulação entre os diversos órgãos públicos e organizações da sociedade civil possibilitou ao país o reconhecimento e o respeito mundial no que se refere ao combate a esse crime. A criação do grupo móvel de fiscalização e o lançamento do plano de erradicação do trabalho escravo foram “fundamentais” e “contribuem para um avanço significativo” no enfrentamento do problema.

Hoje (28), Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, Lyra lembrou que qualquer pessoa pode denunciar situações em que um trabalhador esteja submetido a situações degradantes usando o Disque 100. “Esse é o meio mais democrático, mas temos também a Comissão Pastoral da Terra, o Ministério Público do Trabalho ou os próprios postos do Ministério do Trabalho nos estados, basta discar 100 que um atendente especializado vai atender à denúncia.”

Atendimento à saúde da população negra não é integral


Por Caroline Roque,
No mês de comemoração ao Dia da Consciência Negra (20) diversos assuntos são temas de mobilização de integrantes ou simpatizantes do Movimento Negro. Um deles é a saúde da população negra, questão importante mas também negligenciada pela rede pública de atenção à saúde.

De acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51% da população brasileira se declara preta ou parda, dessa forma, mais da metade dos cidadãos do país está amparada pela Política Nacional de Saúde Integral da População Negra criada pelo Ministério da Saúde por meio da portaria nº 992, de 13 de Maio de 2009.

Com o objetivo geral de promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o desafio é de fato colocar em prática as premissas que regem o Plano, que reconhece o racismo, as desigualdades étnico-raciais e o racismo institucional como determinantes sociais e condições de saúde.

“A Política Nacional, que pode diminuir disparidades raciais na saúde, é pouco difundida. Existe a discriminação institucional, quando profissionais da área não estão preparados para atender a população negra ou até são preconceituosos, levando à diferenças e desvantagens no tratamento devido à raça”, explica a doutoranda da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Agnes Raquel Camisão.

Para Agnes Camisão, parte da população negra não se reconhece devido ao estereótipo negativo da raça,
 levando o negro a ser visto ainda pelo olhar do outro (Crédito: Caroline Roque)

Para Agnes, falta aos profissionais conhecer o Plano, por isso na academia precisa-se falar mais sobre o atendimento especializado à população negra, cujo tratamento deve ser diferenciado, considerando aspectos genéticos (responsáveis por maior incidência de algumas doenças em negros) e fatores sociais (como o racismo, gerador de diversas dificuldades desde o acesso à assistência até o encadeamento de enfermidades psicológicas).
“O preconceito é naturalizado e sendo o enfermeiro um educador por excelência, devemos ensinar o valor de uma raça para as pessoas”, afirma Agnes.

Foi considerando este cenário, que o Ministério da Saúde, lançou na terça-feira (25/11) a campanha contra o racismo no SUS. Com o slogan “Racismo faz mal à saúde. Denuncie!”, o objetivo é conscientizar a população de que o preconceito racial realmente afeta a saúde dos indivíduos. Para mais detalhes da campanha, você pode clicar neste link.

Dados do Ministério indicam que uma mulher negra recebe menos tempo de atendimento médico do que uma mulher branca. Os números mostram que, enquanto 46,2% das mulheres brancas tiveram acompanhante no parto, apenas 27% das negras utilizaram esse direito. Outro levantamento revela que 77,7% das mulheres brancas foram orientadas sobre a importância do aleitamento materno, enquanto 62,5% das mulheres negras receberam essa informação.

Segundo a pasta, as taxas de mortalidade materna infantil entre a população negra são superiores às registradas entre mulheres e crianças brancas. Os números mostram que 60% das mortes maternas ocorrem entre mulheres negras e 34% entre mulheres brancas. Já na primeira semana de vida, a maioria das mortes é registrada entre crianças negras (47%) entre as brancas, o índice é 36%.

‘Doenças da pele’
As pessoas negras nascem com predisposição ao desenvolvimento de algumas doenças como, por exemplo, hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, obesidade e anemia falciforme.

Porém, sabe-se também que a falta de atenção no acolhimento e tratamento, os índices de mortalidade mais alto e estresse psicossocial gerado pelo preconceito também afetam a saúde do grupo étnico, mas especificamente, a saúde mental, levando à doenças psíquicas.

“A população negra está adoecendo e morrendo por doenças da pele, algumas causadas pelos problemas de inferioridade”, alerta a psicóloga e educadora social Cinthia Cristina da Rosa Vilas Boas, militante do movimento negro há 10 anos.

Doenças predominantes na população negra exige a necessidade de um atendimento à saúde 
com equidade e igualdade (Crédito: Caroline Roque)

O racismo é uma violência que causa sofrimento psíquico e mexe com a emoção individual, que são definições internas, construídas a respeito de si e do mundo em que se vive.

Cinthia explica que o racismo paralisa ou mobiliza o indivíduo que é vítima do preconceito. Geralmente, em um primeiro momento, ele paralisa, o que pode acarretar em diversos resultados negativos em relação à saúde da pessoa, que no caso de reagir, passa a se mobilizar contra o que passou.

Segundo a psicóloga Cinthia Vilas Boas o ideal é não deixar que o racismo paralise o indivíduo,
 mas sim que o mobilize (Crédito: Caroline Roque)

“Para o profissional da saúde, é importante trabalhar a equidade do SUS, é importante que ele saiba trabalhar as diferenças. A população negra precisa saber dos direitos e as prioridades de tratamentos que têm”, ressalta a psicóloga.

“O mais importante é ser tratado como igual a partir das diferenças”, conclui Cinthia, ao alertar quanto à deficiência na rede básica de saúde quanto à assistência psicológica às vítimas de racismo e preconceito, que deixa a desejar em relação aos princípios do SUS.

A fim de avançar no tema, o Conselho Federal de Psicologia criou a resolução nº 018, em 2002, que estabelece normas de atuação para psicólogas e psicólogos em relação ao preconceito e discriminação racial.

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Editado por Jacqueline Fernandes.


Saúde da População Negra no Brasil [Download disponível]



Saúde da População Negra no Brasil

Disponível para download, Acessem: 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A miscigenação como troféu - por Layla Maryzandra

A Redenção de Cam (1895): avó negra, mãe mulata, esposo e filho brancos. 
O quadro sintetiza o ideal de branqueamento da população brasileira. 
Pintura de Modesto Brocos y Gomes.



Por Layla Maryzandra,
Demorei muito para assimilar afetividade e racismo entre os pretos, lembro-me que a ficha só caiu de verdade quando compreendi a lógica estruturante e genocida do racismo, pois assim como fizeram com vários povos indígenas na América, a ideia era que em um dado momento da história não existíssemos mais. Quando assimilei que a miscigenação era usada para isso achei assustador.Quando entendi que pelas estimativas mais “confiáveis”, o tempo necessário para a extinção do negro em terra brasileira oscilava entre 50 a 200 anos, e que essas previsões eram difundidas, inclusive, nos documentos oficiais do governo, como, por exemplo, no censo de1920, materializado no texto de apresentação de Oliveira Vianna (1922). 

Este texto foi uma prova cabal de que o governo era avalista do projeto de branqueamento, e que o objetivo era menos o branqueamento genotípico e mais o “clareamento” fenotípico da população. Tudo fez sentido, caiu tudo como uma luva na minha cabeça, comecei a ver as fotos antigas da família e era nítido o quanto a gente estava mais “claro” e que isso nada tinha haver com amor interracial, mas negação de identidade mesmo, pois as falas das pessoas é sempre essa, queremos clarear os que virão, e ponto.

A miscigenação foi um golpe de mestre do embraquecimento,pois confundi-se muito com nossa subjetividade, então é muito mais complicado perceber e explicar. É diferente de falar sobre violência policial, educação, saúde aonde a população negra também é o alvo, obter esses dados de vulnerabilidade é mais “fácil”, mas como obter dados sobre como o racismo afetou nossa afetividade entre nossos pares negros? Inclusive sem sermos acusados de racistas às avessas, segregacionistas ou qualquer coisa do tipo que sempre ouço quando coloco o assunto a tona. 

E pra mim o livro da Claudete Alves (Virou Regra) trouxe essa luz no fim do túnel, ela trouxe dados, não é mais a fala de uma mulher preta fragilizada pelas mazelas raciais, mas uma pesquisadora negra que teve a sensibilidade de compreender que o racismo tem várias facetas, e nos separar afetivamente é uma delas. E o mais agravante, é que se o clã negro ainda existe é por causa da mulher negra, segundo a pesquisa, isso é muito pesado, se dependesse do homem preto, os negros retintos talvez não existissem mais. Diferente dos Estados Unidos e Europa, o Brasil não queria reproduzir o racismo com uma segregação tão a vista, até porque isso dificultaria a miscigenação, força-motriz do ‘branqueamento’.

Café com leite Água e azeite

Fonte: Filha do Quilombo

Convocação de Assembléia Geral Ordinária do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal – CEDECA/DF 2015


C O N V O C A Ç Ã O

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO CEDECA DF 2015


Brasília, 26 de janeiro de 2015


O Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal – CEDECA/DF, nos termos de seu Estatuto, convoca os sócios, sócias, amigas e amigos do CEDECA a comparecer à sua Assembleia Geral Ordinária, que será realizada dia 10 de fevereiro de 2015, às 18:000h, em primeira chamada, 18:30h em segunda chamada e às 19:00h em última chamada, no endereço: SGAN 914 Conjunto F Casa 05, Brasília/DF para deliberar sobre os seguintes pontos de pauta:

  • Balanço de Gestão: Apresentação do relatório de 2014
  • Aprovação das contas do CEDECA DF
  • Planejamento 2015
  • 10 anos CEDECA DF
  • Inclusão e exclusão de sócios
  • Manutenção financeira do CEDECA DF
  • Eleições coordenação e conselho fiscal
  • Informes gerais

Maiores informações, acesse: CEDECA/DF

A Casa de Ismael está contratando pessoas para o cargo de Mãe Social [Brasília]


A Casa de Ismael está contratando pessoas para o cargo de Mãe Social (de acordo com a Lei n.º 7.644, de 18 de Dezembro de 1987). Interessadas devem enviar Currículo até dia 10/02/2015, para servicosocial@casadeismael.org ou entregue no endereço da CASEL, em horário comercial.

Requisitos: as interessadas devem ter no mínimo 25 anos, Ensino Médio completo, ter disponibilidade para se dedicar em tempo integral às crianças (inclusive DORMIR NO LOCAL), além de ter características de liderança e ser uma pessoa afetiva.

Além do salário, haverá benefícios, como moradia, alimentação, entre outros. A função possibilita acolher marido e filhos menores na casa em que a cuidadora assumir.

Para quem desejar saber mais sobre a Casa de Ismael , vale a pena consultar nosso site, especialmente esta notícia, sobre treinamento com as mães sociais: http://www.casadeismael.org/.../01/cuidando-das-cuidadoras/



7º Prêmio Educar para a Igualdade Racial e de Gênero


INSCRIÇÕES

O Prêmio Educar para Igualdade Racial e de gênero: experiências de promoção da igualdade racial e de gênero no ambiente escolar nasceu como parte do Programa de Educação desenvolvido pelo CEERT.


MATERIAIS NORTEADORES
  • LDB/Lei 10.639/2003 - A Lei na íntegra.
A primeira ação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao tomar posse, em 2003, foi a sanção da Lei 10639/03 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana".
  • Diretrizes curriculares
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. A reunião será promovida pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), para ouvir representações nordestinas de quilombolas, especialistas em educação e gestores/as governamentais.
  • PNE(Plano Nacional de Educação)
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o É aprovado o Plano Nacional de Educação - PNE, com vigência por 10 (dez) anos, a contar da publicação desta Lei, na forma do Anexo, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição Federal.


Simpósio Baiano sobre Mulher e Relações de Gênero (Inscrições Abertas)


O evento acontecerá entre os dias 25 e 27 de março

Estão abertas, até o dia 30 de janeiro, as inscrições para o XVIII Simpósio Baiano de Pesquisadoras(es) sobre Mulher e Relações de Gênero que devem ser realizadas no site http://www.simposioneim.ufba.br/ através do preenchimento do formulário e pagamento da inscrição, conforme a categoria.

O evento acontecerá entre os dias 25 e 27 de março na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA e traz o tema “Territorialidades: Dimensões de Gênero, Desenvolvimento e Empoderamento das Mulheres”, tendo o foco em diversos territórios, como o urbano e rural em contexto baiano.

O simpósio, organizado pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM) da UFBA, tem como objetivo reunir estudiosos da área e articular um espaço para a troca de conhecimentos e experiências que levem reflexões acerca da temática feminista e de gênero, focando nas desigualdades das articulações entre os marcadores de gênero de classe social, etnias, sexualidade, ainda persistentes em nossa sociedade, por meio de conferências, mesas e lançamento de livros. Pretende ainda divulgar a produção intelectual baiana nesta temática, propiciando novos intercâmbios entre profissionais da área. Mais informações, como a programação completa do evento, podem ser obtidas no site (http://www.simposioneim.ufba.br/).

Fonte: ufba

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

INFORME: COMUNIDADE AFRORELIGIOSA DE BRASILIA SOFRE AMEAÇA POR INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Photo: Ògan Luiz Alves.

INFORME:

Por Ògan Luiz Alves - Coordenador do FOAFRO,
Hoje (25/01), pela manhã Pai Nino Valdeci Velez foi comunicado que os filhos de Mãe Vilcilene haviam sofrido ameaça de morte perpetrada pelo advogado que move uma causa contra o Ilê reclamando de barulhos de atabaques e pasmem do uso de vestimentas brancas por parte das pessoas que frequentam a casa. 

Detalhe o reclamante mora a mais de 400 metros do terreiro sendo impossível ouvir o som dos atabaques, configurando uma clara atitude de intolerância religiosa. Hoje a ameaça foi devido aos filhos da casa passarem com folhas que haviam buscado em uma chácara depois da residencia do acusado que com uma arma em punho ameaçou atirar nos meninos e exigindo que os mesmos colocassem as folhas no chão para ele ver se as mesmas não haviam sido roubadas de sua chácara. 

Ao ser comunicado Pai Nino imediatamente entrou em contato comigo para viabilizarmos nossa ida até a Mãe Vilcilene para lhe prestarmos auxílio. Mãe Baiana devido a sua participação na festa de Fátima de Matamba não pode estar presente.Entrou também em contato com Tata Talaguibonan, para que me pegasse em casa (já que não tenho carro) e fomos para a casa de Mãe Vilcilene representando o FOAFRO e a FEDERAÇÃO, lá chegando formos informados que seus filhos se encontravam na delegacia fazendo ocorrência contra o agressor. 

Fomos para a delegacia para nos encontrarmos com os mesmos e prestarmos ajuda, lá chegando formos informados pelos filhos da casa que o agressor chegara à delegacia enquanto os depoimentos estavam sendo tomados e repetiu uma série de atos de intolerância, inclusive na saída onde afirmava que os filhos de Mãe Vilcilene não adoravam a um Deus Verdadeiro e repetindo uma série de impropérios e ameaças. Tata Talaguibonan conversou com o escrivão de plantão e os meninos irão amanhã ao Fórum da cidade para tomarem as medidas legais na Justiça Especial. Depois teremos uma reunião na Federação com com seu Conselho Jurídico e os envolvidos e o FOAFRO, para tomarmos medidas cabíveis ao fato. No momento esta é a informação a ser passada.

Photo: Ògan Luiz Alves.

OBS. PEDIMOS À TODOS DE NOSSA COMUNIDADE AFRO RELIGIOSA QUE NÃO COMPAREÇAM À DELEGACIAS OU QUALQUER INSTITUIÇÃO GOVERNAMENTAL PARA TRATAREM DE ATOS DE INTOLERÂNCIA E PERSeGUIÇÃO RELIGIOSA SEM A PRESENÇA DE UM ADVOGADO, POIS ASSIM EVITAM QUE SEJAM ORIENTADOS A ASSINAREM DOCUMENTOS QUE POSSAM LHES SEREM PREJUDICIAIS NO FUTURO. 

Ògan Luiz Alves - Coordenador do FOAFRO

INFORMO TAMBÉM QUE O FOAFRO IRÁ ORGANIZAR UMA MANIFESTAÇÃO PÚBLICA NAQUELA CIDADE VISTO QUE NÃO É O PRIMEIRO E ÚNICO CASO DE INTOLERÂNCIA NA MESMA, PORTANTE SERÁ DE EXTREMA IMPORTÂNCIA A PARTICIPAÇÃO DE TODOS NO ATO.

Graças à nossa omissão, nas enquetes da Câmara mais de 72 por cento apoiam os autos de resistência


por Tania Pacheco para o Combate Racismo Ambiental,
Vez por outra recebo uma mensagem informando que “está no ar nova enquete da Câmara dos Deputados” e, se sigo o link, em geral me deparo com alguma aberração. Se não é a proposta em si, são os votos e os comentários (bem no pior estilo redes sociais) que me assustam. E foi essa segunda hipótese que se repetiu hoje mais uma vez.

A enquete em questão é sobre a violência policial. Está em discussão o Projeto de Lei4471/12, apresentado pelos deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Fábio Trad (PMDB-MS), Protógenes (PCdoB-SP) e Miro Teixeira (Pros-RJ), sobre os chamados “autos de resistência”. Pelo projeto, sempre que a ação policial resultar em lesão corporal ou morte, será instaurado inquérito, o autor poderá ser preso em flagrante, e Ministério Público, Defensoria Pública, órgão correcional competente e Ouvidoria deverão ser comunicados.

O projeto está pronto para ser votado. Já mereceu o apoio de mães e familiares de pessoas mortas por policiais e de representantes do movimento negro, que levaram a Brasília abaixo-assinado com mais de 30 mil assinaturas favoráveis ao PL, denunciando a execução sumária de jovens negros das comunidades, principalmente. Como diz Paulo Teixeira, um dos autores do projeto,

“Os estudos demonstram que 60% desses autos de resistência são execuções. Não há resistência à ação policial. Mas essas execuções são como se tivesse havido resistência, que eles chamam de resistência seguida de morte. Estamos pedindo que elas sejam investigadas, ou seja, toda atividade policial, quando levar à morte do cidadão, tem que ser investigada”.

Acontece que, como pode ser visto na ilustração acima, quase três quartos das pessoas que deram suas opiniões até o momento seguem cuidadosamente a cartilha da ‘bancada da bala’. Talvez nem façam parte da turma que gosta de repetir que “bandido bom é bandido morto”, mas aparentemente optam por ignorar que não há pena de morte no País. Que todos têm direito à vida e a um julgamento decente, inclusive os “bandidos”, morem eles em favelas, na Vieira Souto ou nos Jardins. E, principalmente, que as mais diversas pesquisas e estatísticas demonstram que a maioria das vítimas dos chamados ‘autos de resistência’ têm raça e cor previamente definidas.

Não pretendo em absoluto escrever mais um texto sobre a necessidade da desmilitarização das polícias, o legado da ditadura civil-militar quanto a essa questão ou o racismo presente no momento em que classificam quem deve ser enquadrado como suspeito a ser parado, rendido, revistado, humilhado e, se duvidar, sumariamente preso, muitas vezes espancado e/ou torturado, e, até mesmo, morto e ‘desaparecido’, como mais um Amarildo na nossa História. A questão aqui envolve brevemente as tais ‘enquetes’ e as consequências de nos omitirmos quanto a elas.

Se os resultados acima podem fornecer ‘munição’ para os bolsonaros da vida afirmarem que mais de 72% da população brasileira está do lado de quem atira primeiro para depois descobrir se de fato tinha motivos para fazê-lo, há ainda outras situações e exemplos nas quais as enquetes são igualmente usadas para legitimar o desrespeito aos direitos humanos e à cidadania.

Uma outra pesquisa de opinião está ativa neste instante no site da Câmara, desta vez envolvendo o fim do auxílio reclusão. Se considerássemos os votos dados até o momento (1.575.277), ela estaria facilmente aprovada. Afinal, são 1.506.001 votos (95,6%) favoráveis, contra 61.076 contrários (3.88%) e 8.200 (0,52%) “sem opinião formada”. Seria uma vitória expressiva para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 304/13, da deputada Antônia Lúcia (PSC-AC). Mas afinal do quê estamos falando?

O chamado auxílio-reclusão foi instituído para garantir que os familiares de trabalhadores presos tenham como sobreviver enquanto eles cumprem suas penas. Não é absolutamente um “presente para marginais”, como querem alguns, mas uma garantia à qual as famílias – que afinal não cometeram qualquer delito – têm direito na medida em que a pessoa cumprindo sentença tenha contribuído regularmente para a Previdência Social. Mais: o auxílio-reclusão é calculado exatamente como seria feito para o auxílio-doença, tendo por base a média das contribuições do trabalhador e somente quando o resultado desse cálculo é igual ou inferior a R$ 971,78, respeitando a Constituição e os direitos dos trabalhadores contribuintes de baixa renda.

Como ficaria a situação se a PEC 304/13 fosse aprovada? Simples: o benefício passaria a ser pago à vítima (durante o período em que eventualmente ficasse afastada de seu trabalho e caso não haja pagamento de benefício pelo INPS) ou aos familiares (como pensão a ser posteriormente regulamentada). A deputada autora alega que o fato de saber que sua família não mais estaria amparada pelo auxílio-reclusão funcionaria como um fator que dissuadiria a pessoa de praticar o delito. Ainda que supondo que isso funcionasse, baseado em qual artigo do Código Penal seria a família condenada junto com o preso, pois afinal é disso que se trata?

Corroborando a tendência da votação acima, uma outra está também ativa no site: a que envolve a proposta da fusão das polícias civil e militar e a criação de uma polícia única e desmilitarizada. Até o momento, ela recebeu um total de 205.032 votos. Deles, 64,3% (131.837 votos) querem continuar como estamos hoje; 35,1% (71.970 votos) desejam a desmilitarização; e 0,6% (1.225 votos) não opinaram.

Acho que é desnecessário seguir adiante, mas gostaria de citar um contra-exemplo antes de encerrar, para deixar claro que depende de nós impedir que o resultado dessas enquetes venham a ser usados para a aprovação de leis que ferem os direitos humanos.

No início de fevereiro de 2014, o deputado Marcos Feliciano lançou uma campanha nas redes sociais, pedindo votos para uma enquete sobre qual seria, afinal, o nosso conceito de núcleo familiar. “Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?” – era a pergunta proposta. Em pouco tempo ele mostrou seu poder de aglutinação, com os votos SIM explodindo e levando a crer que todas as conquistas quanto às relações homoafetivas, inclusive o reconhecimento pelo STF, três anos antes, estariam sendo questionadas.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara não contava, entretanto, com a capacidade de resposta das mesmas redes sociais. Em alguma horas, milhares de pessoas foram avisadas e prontamente começaram a se conectar e a fazer valer seus direitos, votando NÃO. Em poucos dias, o resultado mudava, embora com margem apertada de diferença. Portais como o IG fizeram reportagens a respeito, inclusive. Na matéria Enquete no site da Câmara sobre ‘o que é família’ gera polêmica e bate recorde, o IG informava que 558.471 haviam respondido à pergunta até o dia 24 de março, e o resultado indicava 50.83% NÃO; 48.78 % SIM; e 0.39 % sem opinião.

Infelizmente, o final ainda não chegou e, se fosse hoje, o resultado não seria feliz. Possivelmente por conta da virada comemorada antes do tempo, as pessoas comprometidas com os direitos humanos talvez tenham esquecido a questão. Tanto que hoje, com um número de votos total cerca de nove vezes maior – 4.543.108, que estabelecem um recorde absoluto-, quem está na frente é a turma de Feliciano, com 50,59% (2.298.194 votos). O NÃO tem 49,1%, (ou 2.230.664 votos); e os sem opinião, 0,31% (14.250 votos).

Tudo isso mostra que devemos estar atent@s também a essa questão das pesquisas de opinião. Embora não elas tenham valor objetivo em termos de tomada de decisão, sabemos muito bem que há outras coisas em jogo, como até mesmo a concepção de mundo que desejamos prevaleça neste País. É de contra-hegemonia que estamos falando, e ela é construída das mais diferentes formas. Via enquetes, inclusive.

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A lista de todas as enquetes ativas na Câmara pode ser acessada AQUI.