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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Estados Unidos vivem onda de protestos antirracistas


Após policial branco assassinar jovem negro e passar impune, o que se houve nas ruas norte-americanas é "sem justiça não haverá paz".

Um conflito latente
O nome Michael Brown junta-se ao de Trayvon Martin e Rodney King, jovens negros atacados por forças da autoridade branca e cujos casos foram o pavio de importantes revoltas num país em que persiste uma forte discriminação racial.

A desigualdade econômica e a discriminação racial estão na origem de um conflito social latente na maior potência mundial. Para ilustrar o seu modelo social, cabe desatacar que, com mais de dois milhões de pessoas nas suas prisões, os Estados Unidos são o país do mundo com mais pessoas presas. Continua a condenar cidadãos à pena de morte e, pese embora ter um presidente negro na Casa Branca, as enormes desigualdades continuam estreitamente vinculadas à questão racial. Cinco a cada 200 afro-americanos estão na prisão.

Paralelamente, segundo a Southern Poverty Law Center, que monitoriza e estuda os grupos de ódio nos Estados Unidos há 30 anos, o número de grupos racistas passou de 602 em 2010 a mais de 1.200 na atualidade. Algumas das causas do fenômeno, localizado sobretudo no norte e no sudeste do país, são a hostilidade branca para com o Presidente Obama, as mudanças demográficas, as assimetrias entre ricos e pobres, e o aumento do número de imigrantes ilegais.

A última vez que estourou o conflito racial foi em fevereiro de 2012, com a morte de Trayvon Martin, de 17 anos. Foi atingido na cabeça pela bala de um membro de uma das polêmicas patrulhas paramilitares de vigilância de bairro. Apesar do jovem estar desarmado, o autor do homicídio, George Zimmerman, foi absolvido pelo júri. Esta decisão provocou a ira e os protestos da comunidade negra, àquela altura em consonância com o movimento Occupy Wall Street. À época, Obama fez uma de suas mais ousadas declarações: "se tivesse um filho parecer-se-ia com Trayvon".

Fonte: cartamaior

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