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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Abusos sexuais aumentaram no Distrito Federal durante a Copa do Mundo

Foram registradas 66 ocorrências entre 12 de junho e 13 de julho, 20 a mais do que no mesmo período de 2013




Campanha #brasilnadefesadainfância realizada durante a Copa: mobilização

As campanhas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes não foram suficientes para coibir os casos durante a Copa do Mundo . A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (SNDH) registrou 66 ocorrências entre 12 de junho e 13 de julho no Distrito Federal, 20 a mais do que o mesmo período de 2013 — o crescimento é de 43,2%. A tendência se repetiu nacionalmente. Segundo dados da SNDH, passaram de 1.982 para 2.465, um aumento de 24,36%. O titular da Promotoria da Infância e da Juventude, Renato Varalda, considera o índice alto, mesmo em um período com grande movimentação de turistas.

Para o promotor, há uma “falha no sistema”, tanto na prevenção quanto na repressão. Varalda ressaltou que colegas de todo o país demonstraram surpresa com o aumento durante o 1º Congresso Nacional dos Membros do Ministério Público da Infância e da Juventude, realizado em Brasília no último fim de semana. Segundo ele, o governo, a polícia e a sociedade não estavam preparados para o aumento do turismo na região. “Aumentou a quantidade de turistas, aumentaram os atos infracionais. Algo falhou. A população não denunciou, não houve repressão imediata. É algo que deve ser aperfeiçoado”, afirmou.

A “rede” que o promotor cita é uma ação integrada entre a sociedade civil, a polícia, a Justiça, o Ministério Público local, os conselhos tutelares, as escolas e o governo. Seria necessário, na visão do promotor, alertar pais e professores, por exemplo, sobre os sinais da criança ou do adolescente que sofreu abuso e aparelhar a segurança pública para punir os agressores. “Se algum ente da rede falha, ou se falta um aperfeiçoamento, vai ter aumento da delação do direito da criança. É preciso estruturar as próprias delegacias para que possamos aumentar a quantidade de investigadores e, consequentemente, de pessoas levadas à Justiça pelos crimes. A Justiça também tem de ser mais rigorosa”, alertou.

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