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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Depois de protestos CAPES volta atrás e classifica Munanga

Cruz das Almas – Depois de quase um ano do anúncio dos resultados, dos protestos de entidades de classe e de lideranças do movimento negro e do mundo acadêmico (http://www.afropress.com/post.asp?id=17268) a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação finalmente voltou atrás e incluiu o nome do Professor Kabengele Munanga no Programa Professor Visitante Nacional Senior (PVNS), da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).

A informação foi transmitida em um lacônico comunicado anteontem (segunda-feira, 04/agosto) ao próprio Munanga pela professora Ana Cristina Fermino, professora Titular e Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade, que tem campus em Cruz das Almas, na Bahia.

A exclusão de Munanga da lista de 150 bolsas do programa vinha causando indignação e protestos da comunidade acadêmica e de ativistas e pesquisadores do movimento negro que, em manifestos tornados públicos nas redes sociais, denunciaram que a desclassificação tinha "evidente conotação racista".

Além da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), o Departamento de Antropologia da Universidade de S. Paulo (USP), por intermédio de sua chefe, a professora Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer, manifestou em carta datada de 27 de fevereiro deste ano, o seu inconformismo e pediu explicações. Segundo Schritzmeyer a exclusão de Munanga – professor da USP e autor de vários trabalhos na área de Antropologia da população negra africana e afro-brasileira e uma referência nacional e internacional no campo das relações raciais e da antropologia – havia causado “espanto e comoção na comunidade”.


Na correspondência em que comunica a inclusão, a Pró-Reitora da UFRB agradece a Munanga “sua paciência em aguardar a divulgação final do resultado desta bolsa”. “Muito nos orgulha em ver o senhor como docente e pesquisador da UFRB”, acrescenta.

Comissão

A Bolsa para o Programa Professor Visitante Nacional Sênior (PVNS) no valor de R$ 9 mil/mês, foi lançada por meio do edital 028, do final do ano passado. Munanga havia sido desclassificado da fase final do processo, embora aprovado com mérito.

Agora, as entidades e os ativistas que se manifestaram pedindo explicações para a exclusão, querem saber quem foram os membros da Comissão da CAPES responsáveis pela desclassificação.

Ainda nesta quarta-feira, ativistas em Brasília começaram a se mobilizar para pedir a CAPES – se for o caso – por meio da Lei de Acesso à Informação – informações sobre os nomes dos seus integrantes e quais os critérios que utilizaram.

Fonte: afropress

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