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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Dia da Consciência Negra: racismo ocorre com frequência no DF. Relembre alguns casos

Foto: Reprodução/ OAB-DF
No dia 20 de novembro o Brasil celebra o Dia da Consciência para relembrar a luta de Zumbi dos Palmares contra a escravidão no país. Apesar dos avanços, a população negra ainda tem direitos negligenciados e sofre racismo diariamente. Relembre alguns casos do crime praticado no Distrito Federal. Em outubro deste ano a ex-secretária da Igualdade Racial do DF, Josefina Serra, 53 anos denunciou cinco policiais militares por submetê-la a uma situação humilhante. Josefina, que atualmente trabalha como advogada, disse que ia para uma reunião, às 18h30 do dia 7 de outubro, quando viu, próximo a Bibliotera Nacional, em Brasília, um grupo de policiais revistando três adolescentes, duas garotas brancas e um negro. As duas foram dispensadas e o garoto ficou. Intrigada com a situação, ela foi conversar com o garoto e pedir que ele fosse para casa, já que o local estava perigoso e sua mãe devia estar preocupada. Quando terminou a conversa, a advogada decidiu ir embora, mas foi abordada por policiais. — Quando fui embora, ouvi ‘minha senhora, pare’. Achei que não era comido e continuei, ai a pessoa ameaçou atirar e começou a me puxar. Quando mostrou sua carteira da OAB e disse que, por ser advogada, queria saber o que estava acontecendo, os policiais responderam que ‘pessoas como ela’ eram revistadas, que tratava-se de um procedimento normal. — Perguntei: negros igual a mim? E eles [os policiais] começaram a rir e disseram ‘entenda como quiser’. Então, é por causa da minha cor. Disseram ‘essas neguinhas quando aprendem alguma coisa se acham’. Me viraram para o Museu Nacional e revistaram [de tal modo] que mostraram até o meu seio. Acompanhe outros casos:

  • Em julho o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) condenou um procurador federal a dois anos de prisão e pagamento de multa de dez salários mínimos por racismo. Em 2007, o atual procurador federal, que era candidato a concurso público, postou uma mensagem racista em um fórum de discussão na internet. No post, ele diz ser skinhead e contrário à existência de negros, judeus e nordestinos. — Apesar de ser anti-semita, endosso a opinião do MOSSAD; [...] Na verdade, não sou apenas anti-semita. Sou Skinhead. Odeio judeus, negros e, principalmente, nordestinos; [...] Não, não. Falo sério mesmo. Odeio a gentalha a qual me referi. O ARGÜI deve pertencer a um desses grupos que formam a escória da sociedade 
  • O cliente de um supermercado também foi condenado a prestar serviços comunitários e pagar indenização de R$ 4 mil ao funcionário de um supermercado por injúria racial. De acordo com a denúncia, o condenado foi a um supermercado para comprar fraldas, mas, em razão de uma diferença de preços entre o encarte e o valor encontrado no supermercado, iniciou uma discussão com o gerente. O acusado chamou o gerente de "ladrão, preto safado, gerente de merda" na presença de diversas pessoas
  • Um motorista de ônibus também cometeu crime de racismo contra uma passageira cadeirante. Em 2011 a mulher deu sinal de parada e quando tentou entrar no ônibus foi agredida. O condutor, quando parou o veículo, passou a injuriar a vítima, diante dos demais passageiros, usando os seguintes termos: “Começa logo o dia perturbando, estes aleijados safados, sem vergonhas... atrasando meu trajeto. Por que não morre logo? Fica dando trabalho. Nem pra morrer logo... Fica dando trabalho. Sua nega vagabunda, safada. Sua preta, sem vergonha. Você está aleijada das pernas, mas não da mente!” 
  • A cobradora de ônibus Claudineia Gomes também foi vítima de racismo no Distrito Federal. Ela foi chamada de “preta safada” e “negra ordinária” por uma passageira. O crime ocorreu em um ônibus da Viação Pioneira, em uma parada na M Norte, em Taguatinga (DF). Após parar ônibus para uma passageira descer, o motorista não conseguiu abrir as portas do veículo devido a uma pane elétrica. Diversos passageiros ficaram revoltados com a situação e ameaçaram quebrar a janela para passar pela saída de emergência. Neste momento, a acusada de racismo perguntou à cobradora o nome do motorista para fazer uma denúncia contra ele. Diante da recusa de Claudineia, a mulher se enfureceu e a agrediu com os insultos racistas. — Primeiro ela disse que eu era uma "negra ordinária". Depois ela disse que ia mandar a filha dela que é capoeirista para me bater e foi mais ou menos nesse momento que ela me chamou de "preta safada" 
  • Uma mulher foi presa acusada de atos racistas contra funcionários de uma padaria na quadra 113 da Asa Sul, região central do DF. Ela foi filmada por uma cliente que estava na fila de atendimento e denunciada à polícia. Segundo testemunhas, a mulher chegou ao balcão gritando com os funcionários da padaria. Um atendente foi alvo direto dos insultos. — Você é um negro se fazendo de coitadinho. Outros funcionários chegaram para falar com a mulher que continuou gritando e ofendendo os atendentes. — Seus neguinhos. Quando eu vier aqui você procura me tratar logo e bem, porque você é um negro se fazendo de coitadinho 
  • Uma aposentada foi acusada de racismo, em agosto de 2012, por gritar com uma gari negra que usava o mesmo banheiro que ela em um supermercado no Lago Sul, região nobre do DF. A vítima disse que a aposentada de 60 anos não teria gostado de ela ter usado o banheiro
  • Em maio de 2012 um médico foi acusado de racismo contra a atendente do cinema em um shopping da Asa Norte, em Brasília. Segundo a vítima, a confusão teria começado quando o médico tentou passar na frente de outros clientes por ter chegado atrasado à sessão. Ele teria dito que a vítima deveria morar na África para cuidar de orangotangos. Em setembro de 2013, no entanto, ele foi absolvido pela Justiça do DF
  • Um jovem do segundo ano do ensino médio do Centro Educacional $, em Sobradinho (DF) acusou um professor de racismo. O menino disse que foi tratado de "neguinho" pelo educador. O caso ocorreu em novembro de 2011 e o estudante registrou um boletim de ocorrência
  • Em fevereiro deste ano, uma australiana foi presa por injúria racial depois de rejeitar os serviços de uma manicure negra. Ao ser informada que seria atendida pela funcionária, ela disse “tem que ser essa daí? Não pode ser aquela outra do cabelo com mechas mais claras?”. A agressora ainda ofendeu uma cliente negra 

Fonte: noticias.r7

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